12 julho 2009

6ª Parte - O que é Ser de Direita

Ora já vimos, nos outros capítulos anteriores, várias das diferenças Ideológicas e Doutrinárias entre a Esquerda, os Liberais e a Direita.

Entremos agora em mais algumas precisões, em mais algum detalhe.
Nos próximos capítulos abordarei as questões das políticas sectoriais.

Mas hoje vou abordar, ainda, algumas das Diferenças de Base em termos de Valores e da Filosofia de abordagem – Macro da sociedade.

Vejamos:

A ESQUERDA
A Esquerda defende que o Estado, órgão político de defesa dos interesses e representante, por delegação, da Nação, seja ao mesmo tempo Patrão das principais actividades Económicas e Financeiras.

Como Filosofia Social parte de um pressuposto utópico que se consubstancia na máxima de que “Somos Todos Iguais”, o que se traduz em práticas governativas desfasadas do Ser Humano Real.

Conduz, ao “Tudo para Todos” o que é matematicamente impossível de atingir e conduz a Sociedade a um nivelamento por Baixo, e não, como seria desejável, a um nivelamento por cima pela criação REAL de oportunidades e de políticas realistas.

A Esquerda defende, em consonância com estes princípios, o ESTADO SOCIAL, que consiste (na prática), no desvirtuamento do ESTADO PROVIDÊNCIA criado por Bismark e posto em prática pelos Conservadores Ingleses, no pós-guerra e progressivamente estendido aos países, Governados então pela Direita ║quer o modelo adoptado fosse então Democrático – (França, Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda) -, Autocrática – (Portugal) - e Ditatorial – (Espanha e Grécia),║ da Europa, do ex-bloco Ocidental.

Desvirtuamento porque ao estender o Tudo para Todos arruína os cofres públicos.
Ao deixar de apenas socorrer os que mais necessitam, os que mais precisam, fazendo-os subir no seu nível e esperança de vida;
ao estender aos que não precisam um conjunto de regalias dispendiosas,
faz com que toda a Sociedade sofra de ineficiências, ineficácias e destruição de património comum,

ao mesmo tempo que limita a capacidade de os bens públicos serem supletivamente um dos “motores” do progresso e desenvolvimento sustentado.

Os bens financeiros são, como qualquer recurso, finitos.

E como tal devem ser aplicados com espírito Estratégico, parcimoniosamente e não desbaratados, que é o que o Estado Social faz, ao contrário do Estado Providência.

E a Esquerda Social-democrata, Socialista ou Comunista,

tem uma visão da Economia como um Centro de Decisão que tudo planifica, em tudo intervém, em maior ou menor grau consoante o quadrante de esquerda.

Vai do desde tudo público, os Comunistas, ao estado de muita intervenção e detenção da propriedade, dos Sociais-Democratas, que deixam parte da economia na iniciativa privada.

OS LIBERAIS

Os Liberais, não sendo um posicionamento Ideológico completo, isto é que abarque todos os aspectos da vida em sociedade, é sobretudo uma Doutrina Económica.

Tem como consequência o estabelecimento da Lei do Mais Forte. Os mais racionais, os mais capazes, os mais habilidosos a lidar com o mercado, tudo dominam, tudo conduzem, tudo lideram. Interesses... só os do mercado livre.

Logo isto leva à criação graves conflitos de interesses entre as classes naturais humanas e impede um funcionamento harmonioso da Sociedade no seu todo.

Para os Liberais a supremacia é dada ao indivíduo sobre a sociedade.

O Mercado, em consequência, é um ente racional a quem tudo se deve e que tudo regula, cabendo ao Estado apenas, e só, a parte da produção de Leis e Regulamentos.

Isto é o Estado em nada intervém e cabe ao mercado todo o desenvolvimento livre das suas actividades.

Na aparência uma boa Doutrina, inspirada na teoria da “mão invisível” de Adams mas que contém em si mesma uma utopia fundamental:

“o ser humano é racional e tem todo ele a mesma capacidade de produzir a riqueza necessária ao seu bem-estar.”

Ora isto, como bem sabemos, e já noutros capítulos o vimos, não é verdade.

Não corresponde ao Ser Humano Real, que é todo diferente e com capacidades distintas entre si.

A prazo, se fosse implementada, esta teoria levaria a guerras e á criação do caos societário.

A DIREITA

Fundamenta a organização social na mais antiga instituição da Humanidade: - A Família - , de que já atrás, em outros capítulos falei, pelo que me dispenso hoje de aprofundar o tema outra vez.

E em termos Macro, fundou no pós-2ª guerra Mundial o Estado Providência, que assegurava três pilares fundamentais e baseava toda a sua actividade no preenchimento de 3 pontos fundamentais:

1 - Se uma pessoa já não pode trabalhar, porque a sua idade e capacidades físicas já não lho permitem – terá assegurada a sua sobrevivência, com dignidade, através de uma Pensão de Reforma;

2 - Se uma pessoa ficou sem emprego, involuntariamente, e enquanto não arranja outro, ser-lhe-á atribuído um Subsídio que lhe permita sobreviver durante esse tempo.

3 - Se uma pessoa adoecer, e não tiver meios financeiros para se tratar, o Estado através do Sistema de Previdência assegurará o tratamento da pessoa.

Ora como se vê, pela observação da realidade actual, tudo isto foi desvirtuado

e assim o sistema do Estado Providência corre o risco de falência por culpa do Estado Social das Esquerdas.

Para a Direita, o Estado, em termos da Economia, deve ser um Estado Regulador e Supervisor, (e em alguns, poucos, casos actor principal) muito eficaz na sua missão de supervisão e regulação dos mercados, garantindo uma sã concorrência e reprimindo abusos de poder.

O Estado intervém, e detém em termos da propriedade, em sectores estratégicos que afectem ou ponham em causa a Segurança do País e dos cidadãos, ou ponham em causa a Defesa da Nação e da sua autonomia política, no curto, no médio e no longo prazos.
(este tema por ser muito vasto, será objecto de um “paper” autónomo)

A Direita defende, que cabe ao Estado a definição Estratégica do país e dos Objectivos Nacionais,

de cumprimento obrigatório para o Estado,

e de cumprimento facultativo para as entidades privadas,

fornecendo ao sector privado indicações para o futuro das suas relações económicas, que lhes permitam ver com maior segurança e clareza

os interesses próprios

e os interesses nacionais.

A Direita sabe, em termos antropológicos, que o Ser Humano é todo diferente entre si.


E por isso constrói políticas diferenciadas para cada conjunto social,

defendendo e regulando os interesses das partes interessadas.

Promovendo assim a cultura do Mérito, da Competência, do Trabalho Honrado, da Honestidade.

Defendendo os mais fracos, dos mais fortes;
Incentivando, e motivando, os mais fortes a desenvolverem as suas capacidades em benefício dos interesses da Nação.

A Direita defende o livre acesso dos cidadãos à Iniciativa Privada.

O que não quer dizer que seja defensora dos interesses exclusivos dos empresários.

Aliás a Direita, sempre teve muito clara a SEPARAÇÃO de interesses ENTRE ESTADO e CAPITAL.

Defende aqueles que são Honestos, que são Competentes, que desenvolvem as suas capacidades e os seus negócios em busca legitima do Lucro,

mas

Que respeitem a Família e a Pessoa Humana dos seus Colaboradores.

Aqueles que praticam a máxima:

“os Recursos Humanos de uma empresa, são o seu maior factor Diferenciador e o seu Activo mais importante”

E que trabalhem honestamente, de forma subsidiária, para o Bem da Nação em geral, cumprindo as suas obrigações Sociais.