25 fevereiro 2017

Mais algumas notícias que não passam nos "OCSocial". Incomoda? Claro!

MAIS ALGUMAS NOTÍCIAS
que os "órgãos de C.S." não divulgam
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1.) Bolsa de Londres
O Governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, veio publicamente admitir que a os resultados da economia britânica desmentiram todas as previsões anteriormente feitas e que esta está a crescer a taxas mais altas do que o esperado. ...
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Afirmou também que “a U.E. terá mais a perder com o Brexit do que o RU”, acrescentando que a saída da U.E deixou de ser o maior risco para a economia do país.
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Estas afirmações foram produzidas depois de mais de nove dias de records de valorização bolsista.
O FTSE 100,o índice do mercado londrino que engloba as cotações bolsistas das cem principais empresas do Reino Unido, atingiu os 7.318,05 pontos.
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Este valor é um recorde absoluto. Segundo o “Financial Times” é a primeira vez que a bolsa de Londres regista um crescimento em tantos dias consecutivos, desde a que o índice FTSE foi criado no ano de 1984.
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MINHA NOTA:
O famoso e pretenso “caminho único” enunciado pela Alemanha e pela Comissão da União Europeia está a ser desmentido todos os dias, à medida que o tempo avança.
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2.) A Semana de Trump A Fox news dos EUA levou a efeito, na semana passada, um questionário público sobre a primeira semana do Governo Trump.
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Fez uma pergunta aos americanos, que foi a seguinte:
- “Teve o Presidente Trump uma boa primeira semana?” -
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As hipóteses de resposta foram:
(1ª) – Sim, ele está a cumprir as suas promessas de campanha! -
(2ª) - Não, a sua agenda foi lateral e marcada por controvérsias desnecessárias!
(3ª) Foi uma confusão!
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Apesar de não ser um estudo formal, deixa pistas sobre a percepção dos americanos sobre o seu novo Presidente.
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A primeira hipótese, a favorável, obteve 79% das respostas, a segunda 14% e terceira 8%.
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MINHA NOTA: Eleito pelos americanos, são os americanos que o têm que julgar e avaliar.
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3.) Paz na Síria? A Rússia convocou uma reunião de conversações sobre a Síria, para o Cazaquistão, em que estiveram presentes o Governo Sírio, a Turquia e o Irão.
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Esta reunião que serve para abrir o caminho para as conversações de Paz, necessárias para a estabilização do país.
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O Governo do Presidente Al-Assad conta com o apoio da Rússia e do Irão, apoio que desde sempre se manifestou políticamente mas que só foi consubstanciado em apoio armado nos meados do ano transacto.
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NOTA MINHA:
A Turquia por seu lado apoia vários movimentos, ditos de “rebeldes”, como já se deu nota em edição anterior deste semanário.
A tomada de Alepo pelas forças governamentais, auxiliadas pelas forças Russas, foi decisiva para sentar à mesa os principais protagonistas.
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Estas notícias sairam em Portugal apenas no semanário que tenho a honra de dirigir, na edição de 31 de Janeiro. ...
Para Vosso Conhecimento
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Miguel Mattos Chaves
Director do semanário "O Diabo"

 

20 fevereiro 2017

a Pós-Verdade ... verdade? mentira? ...

Os “filtros” ao serviço da “PÓS-VERDADE”
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Aqui partilho o meu EDITORIAL do dia 10 de Janeiro, dada a sua actualidade. Boa leitura.
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Nos últimos dias de 2016, e nos primeiros dias deste ano, várias questões muito interessantes foram suscitadas quer no espaço nacional, quer no plano internacional.
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Elegi como primeira a afirmação de Pacheco Pereira de que está a surgir uma situação, que ele classificou de pós-Verdade”.
Queria este intelectual da política portuguesa referir-se ao cada vez mais notório fim do monopólio noticioso dos órgãos diários, de comunicação social tradicionais.
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E expressou mesmo o receio de que os novos meios (Internet e Redes Sociais) assumam cada vez mais um papel de relevo nesta matéria.
Tentando minorar a sua importância real, Pacheco Pereira discorreu sobre o assunto dizendo, nomeadamente, que tudo o que aí é veiculado seria, na sua maior parte, mentira ou notícias falsas.
Percebo bem o seu incómodo.
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Como comentador político, Pacheco Pereira tenta, como muitos outros, demonstrar que sem “os filtros” que ele diz existirem nos órgãos tradicionais, corre-se o risco de a verdade ser desvirtuada ou mesmo verificar-se a supremacia da mentira.
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Em primeiro lugar, gostaria de retorquir a Pacheco Pereira que, se é verdade que existe alguma mentira nesses meios, também é absolutamente verdade que aí aparecem notícias que são escondidas do público, e comentários, análises, opiniões elaboradas por pessoas muito capazes, e instruídas, a quem os “órgãos tradicionais” não dão voz, por estas serem contrárias ao “politicamente correcto” e ao politicamente alinhado com os interesses de certos grupos políticos dominantes, e de certos lobbies financeiros.
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Os “filtros” de que ele fala (leia-se jornalistas ou comentadores) são exactamente aquilo de que os cidadãos estão fartos, pois os órgãos tradicionais há muito tempo que deixaram de ser livres e tentam impor apenas os seus pontos de vista.
Coarctam, portanto, a apregoada Liberdade de pensamento e de expressão.
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Exceptuando o caso do semanário, "O Diabo" a verdade é que há muito poucos mais órgãos de comunicação social que sejam livres, e isso incomoda a, até aqui, “capacidade” de certos meios de formatarem a cabeça dos cidadãos, sem que estes tenham a possibilidade de ler, ou ouvir, outras versões dos factos.
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Caso para dizer - é a vida, caro Dr. Pacheco Pereira!
Foi ainda “enternecedor” ver a concordância também de Lobo Xavier e de Jorge Coelho nessa matéria.
Percebe-se bem porquê!
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Uma outra questão tem a ver com o debate que, ao contrário do que devia ter acontecido, está a ser a extrema-esquerda a suscitar, na sociedade portuguesa.
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A direita, conservadora e democrata-cristã, que teve esta iniciativa nos anos de 1990, parece completamente esquecida de que esta era uma “bandeira” sua. Ao invés de suscitar novamente a discussão, mantém-se calada.
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Refiro-me naturalmente à questão do Euro e da necessidade de haver um debate aberto na sociedade portuguesa sobre o tema, que é cada vez menos consensual.
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Por aqui, e sem os “filtros” dos tais comentadores televisivos, temo-lo feito e continuaremos a acolher e a incentivar este debate, que reputamos de essencial, e que nunca foi feito junto dos portugueses, mais a mais tendo em conta os danos que a moeda única tem provocado na economia de Portugal.
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A nível internacional, a verificação de alguma irresponsabilidade de atitudes do Presidente cessante dos EUA, que está a causar muitos danos a este país que, não fora a sua próxima substituição, poderiam levar a graves acontecimentos de tensão na cena internacional.
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Refiro-me à irresponsável atitude de Obama de hostilidade face à Rússia (Cristã-Ortodoxa) e à tentativa de condicionar o mandato do novo Presidente eleito.
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Apetece-me perguntar aos “filtros” acima referenciados: então os eleitores americanos eram inteligentes e sábios quando elegeram Obama para dois mandatos, e agora passaram a ser estúpidos e ignorantes por elegerem Donald Trump?
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As atitudes de irresponsabilidade, sem precedentes na história de transição de Presidentes dos EUA, ultimamente tomadas por Obama, levam-me a suspirar de alívio pela sua saída, e dos seus colaboradores, do comando da mais poderosa nação do planeta.
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Ainda na cena mundial um outro acontecimento tem a ver com a “desaparição”, dos telejornais e jornais, da situação na Síria após a conquista de Aleppo pelas forças governamentais e pela clara assunção de supremacia política assumida pela Rússia, na região. ...
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Ao invés de televisões de vários países ocidentais, em Portugal passaram apenas breves imagens do contentamento, demonstradas pela população de Aleppo e em várias outras cidades sírias, pelo acontecimento.
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A entrevista da Freira Espanhola que vivia em Aleppo também só passou uma vez nos meios tradicionais (RTP 1).
Felizmente que os cidadãos puderam vê-la, e ainda podem, no Youtube, Facebook e outros meios da “pós-verdade”, onde esta desmente de forma clara e inequívoca as “verdades” dos “filtros tradicionais”, e desmascara sem meias palavras os causadores da tragédia síria.
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Estes e outros acontecimentos continuarão em 2017 a ocupar muitas das mentes honestas que subsistem no panorama informativo português, como é o caso do semanário "O Diabo", e terão muitos desenvolvimentos que será muito interessante de seguir.
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Estes, a par dos resultados das várias eleições, em França, na Holanda, em Itália e na Alemanha, poderão, a par dos EUA, provocar grandes mudanças no mundo em que vivemos. ■
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Miguel Mattos Chaves
Director do semanário "O Diabo"
Doutorado em Estudos Europeus

13 fevereiro 2017

Uma NOVA ORDEM MUNDIAL


O aprofundamento do eixo Londres-Washington

Estamos no começo de um ano que promete vir a ser muito interessante, quer para os estudiosos do Sistema Internacional, quer para os cidadãos em geral, sobretudo para os residentes nos países do denominado Ocidente.

Vários temas têm dominado o espaço público de discussão, embora nem todos tenham suscitado o interesse da esmagadora maioria das pessoas.

Mas, por outro lado, tenho visto com crescente curiosidade a aproximação de pessoas que até agora viam a política como uma maçada, ou se tinham distanciado da discussão dos temas principais, com o argumento de que “isso é com os políticos”, a aproximarem-se dos temas políticos e a tomarem posição sobre os mesmos.

Já dizia Platão que “O castigo dos bons, que não fazem política, é serem governados pelos maus.”

Felizmente que vários milhões de cidadãos, em vários países, (EUA, França, Itália, Alemanha, Espanha e outros) estão a abandonar a atitude abstencionista e estão, com isso, a abanar um sistema que está corrupto, caduco e podre, de forma a tentar mudá-lo.

Sobretudo na esfera da Direita política que há longos anos estava quase sem iniciativa e mesmo singularmente manietada, por um sentimento de impotência, de desistência, de alheamento, que só prejudicou a política internacional, em geral, e o grau civilizacional do Ocidente, em particular.

Isto nomeadamente porque entretanto se assistiu a uma subalternização da Ética, e da Moral Cristã, o que deu origem ao reaparecimento de vários comportamentos que se julgavam já extintos, e que eram próprios de civilizações contemporãneas do ser humano no seu estado primordial ou selvagem.

Como exemplo direi que esta “evolução” negativa,  provocou um recuo civilizacional nos costumes, tais como na defesa da vida ou seja, na não eliminação de nascituros (na antiguidade) ou embriões de vida, (na actualidade) e no reaparecimento da lei do mais forte, pela mão de um liberalismo sem regras, que propícia essa lei nociva a uma paz desejável no seio da sociedade humana.

Mas não só, assistiu-se também à progressiva destruição da família e à instituição de pretensos sucedâneos que mais não fizeram que devolver a sociedade ocidental a práticas dos tempos relatados nos episódios biblicos de “Sodoma e Gomorra”, agora “vestidos” com a aparência de uma pretensa modernidade, que só o é para os ignorantes e ileteratos.

Bom mas regressemos então ao plano puramente do Poder, das relações entre os diversos actores internacionais e suas mudanças em perspectiva.

Vejamos apenas dois dos casos em que mudanças houve e as prováveis consequências dessa nova atitude pró-activa, por parte da que eu chamo “maioria silenciosa e abstencionista”.

O Brexit e a posição de Theresa May

Na passada semana a Primeira-Ministra do Reino Unido colocou a sua fasquia negocial de forma muito clara, contrariando as previsões dos políticos defensores do “status quo” que até chegaram a ameaçar este país com desgraças incontáveis, esperando com isso que o Reino Unido voltasse atrás na decisão que, recorde-se, foi tomada pela maioria da sua população.

Até o Partido Trabalhista Escocês, no Poder da Escócia, ameaçou abandonar o Reino Unido.

Agora, e numa evidente mudança de posição política dos socialistas escoceses, face ao Brexit, em entrevista concedida à BBC, a actual líder do Partido Trabalhista da Escócia, Kezia Dugdale, disse que “é mais importante manter a coesão no Reino Unido do que ficar mais perto da União Europeia”. E acrescentou mesmo que para fazer face à pobreza e às desigualdades existentes no Reino Unido será mais eficaz a actuação dos serviços deste país, do que o recorrer aos apoios oriundos da União Europeia.

Recorde-se que o “Labour” escocês foi um dos campeões da campanha pela permanência do Reino Unido na U.E.

Na semana passada, Theresa May ao anunciar que vai finalmente invocar o Art.º 50 do Tratado de Lisboa, anunciou também a base negocial com que parte para as negociações de saída, que em breve se iniciarão com a Comissão Europeia.

E a fasquia é muito alta.

Nada mais nada menos que a saída do Reino Unido far-se-á sem qualquer pretensão deste país em ficar no Mercado Único; não aceitará mais a jurisprudência ou as decisões do Tribunal da União Europeia; e irá restaurar os controlos de entradas das pessoas no país, pois “O Reino Unido não quer ficar com um pé dentro e outro fora”, segundo declarou em conferência de Imprensa.

Theresa May deixou ainda um aviso suplementar muito claro à UE:
- “não nos tratem como inimigos, pois quem ficará a perder são vocês”.

Na verdade, e como já o escrevi noutra ocasião, antes de se saber o resultado do referendo que conduziu ao Brexit, o Reino Unido é demasiado importante para poder ser descartado pelo resto da Europa, e é demasiado poderoso para que esta se tente “vingar” da sua atitude.

E as razões que então apontei, em Maio de 2016, e que se mantêm verdadeiras, são as seguintes:

1.    - O Reino Unido continuará a ser um actor fundamental da economia mundial;
2.    - Continuará a ser o líder da Commonwealth;

3.    - Continuará a ser a maior potência militar da Europa Ocidental;
4.    - Continuará a ser o principal aliado dos Estados Unidos, no Atlântico Norte;
5.    - Londres, a “City”, continuará a ser uma das maiores praças financeiras do Mundo;

6.    - A Libra sofrerá uma desvalorização temporária, (o que aconteceu) o que contribuirá para uma maior competitividade da indústria britânica no mercado mundial e para ganhos adicionais, embora temporários;
7.    - Politicamente o Reino Unido sofrerá no curto prazo, alguma hostilidade dos principais países, (Alemanha e França) da União, (o que está a acontecer) mas no médio e longo prazo tudo voltará à normalidade;
8.    - Também no curto prazo o Reino Unido poderá conhecer um abrandamento do investimento, dada essa animosidade e pouca racionalidade. Esta prevalecerá no médio e longo prazo;

9.    Neste ponto, e ao contrário do que eu então previa, tal não se verificou. Antes pelo contrário o investimento tende a aumentar.
10. - O Reino Unido continuará a ser uma das potências do armamento nuclear do mundo;
11. - Continuará a ser um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, com direito a veto;

12. - Em termos geopolíticos não perderá a sua vital importância;
13. - Em termos da economia é demasiado importante para, muitos Estados e milhões de empresas, ser posta de lado;
14. - E finalmente o seu mercado interno é demasiado grande para ser ignorado, quer pelas empresas europeias, quer pelas instituições.

 
Estas são as realidades com que é preciso contar e será bom para Portugal que os seus Governos, sejam eles de que Partido sejam, as tomem na devida atenção.

Em recentes declarações ao ‘Telegraph’, Mark Boleat, uma figura sénior da City londrina, afirmou que “Londres continuará a ser o Centro Financeiro mais importante, a nível mundial, apesar do Brexit e do nervosismo inicial que o resultado do referendo de 2016 provocou.” Igualmente Matt Brittin, o Presidente europeu do grupo Google, veio reafirmar que “a empresa continuará a investir na Grã-Bretanha dada a dimensão do seu mercado interno.”

E muitas mais notícias têm confirmado este quadro, como é o facto de o comércio inglês ter registado records de vendas, no final do ano passado, quer ainda com o facto de a Bolsa de Londres registar records absolutos, na valorização dos seus índices.

Será um dossiê para seguir com muita atenção, pois as duas posições negociais de início (RU e UE) estão bastante extremadas, mas, como em qualquer negociação, elas tenderão a aproximar-se, com o desenrolar das negociações, para encontrar um acordo satisfatório entre as partes.

Uma coisa é certa, e já o era antes das declarações da 1ª Ministra:
- o Reino Unido, com ou sem acordo, abandona da União Europeia.

Portugal deverá ter em atenção que este país é o seu mais antigo aliado, e que a importância das relações comerciais entre os dois países deverá ser desenvolvida, e não prejudicada por atitudes irrealistas ou de pura demagogia.

Uma coisa é certa, o referendo que decidiu a saída do Reino Unido, de uma união que espartilha a capacidade de decisão dos povos, foi o acto mais participado pelos cidadãos, das últimas décadas no Reino Unido.

Trump e a nova política económica

Igualmente se registou um recorde de votantes nos EUA. Na verdade, estas foram as eleições em que mais cidadãos foram aos locais de voto, cerca de 130 milhões de americanos, desde que há registos.

 
Na sua sequência, tomou posse o 45º Presidente da história dos Estados Unidos, país nosso aliado na NATO e com quem sempre tivemos relações comerciais, mais ou menos, importantes.

Embora nem sempre nos tenham tratado bem, sobretudo quando Governos do Partido Democrata estiveram em funções, o que é um facto é que a nossa relação bilateral é antiga e deve ser preservada.

É do nosso interesse manter e, se possível, aprofundar as nossas relações com a potência dominante do Sistema Internacional, por razões óbvias.

Isto, independentemente de quem esteja no poder.

Uma questão parece ter sido esquecida por muitos.

São os americanos que votam, são os cidadãos desse país que decidem quem querem a governá-los, com o sistema que adoptaram desde a fundação desse grande país.

Da mesma forma que não gostaríamos de ver americanos a dizerem-nos quem nos deve governar, da mesma forma devemos ser prudentes nas atitudes e declarações, sobre este resultado, pelo menos por parte dos nossos dirigentes políticos, com especial incidência nos que estão no Poder.

E assim sendo, e nesta linha de pensamento estratégico, foi com prazer que observei e tive conhecimento, da atitude inteligente e realista do Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa que, compreendendo bem o enunciado da questão, manteve uma conversa telefónica com o novo Presidente dos EUA, antes mesmo de ele ter tomado posse, felicitando-o e relembrando-lhe a aliança e as relações diplomáticas que Portugal e os Estados Unidos mantêm, desde a sua fundação.

Mais a mais porque, apesar de estar no início do seu mandato, os sinais económicos e financeiros que têm vindo a público indiciam que o novo Presidente poderá vir a ter êxito na aplicação do seu programa económico.

Veja-se, como exemplo dessa possibilidade, o enunciado do mais recente relatório do insuspeito Deutsche Bank sobre os efeitos potenciais da Política anunciada por Donald  Trump.

Segundo este recente relatório, a política anunciada pelo novo Presidente dos EUA "tem o potencial de criar uma nova era de crescimento da economia americana e pode mesmo vir a servir de padrão para a economia mundial."

Segundo afirmou David Folkerts-Landau, o Economista.-Chefe do Deutsche Bank

- “esta política tem o potencial de aumentar significativamente o crescimento da produtividade americana”, acrescentando que “ao mesmo tempo que Trump introduz a incerteza, isso é melhor do que a certeza da continuação de um cenário medíocre”.

No relatório prevê-se ainda para os EUA, um crescimento do PIB de 2,4% em 2017 e de 3,6% em 2018, contra o crescimento médio do governo Obama que foi de apenas de 1,6% ao ano, crescimento que o Deutsche Bank classifica como “the worst recovery since the Great Depression.”

Significativo, sobretudo se tivermos em conta a nacionalidade do banco em questão e alguma animosidade do Poder político alemão, face ao novo inquilino da Casa Branca.

Trump ainda antes de tomar posse já tinha dado vários sinais que levam os analistas a olhar de modo diferente para este novo ciclo que agora se inicia. Como exemplo mais visível, e emblemático, está a atitude de Trump face ao anúncio da Ford americana de construir uma nova fábrica no México, no valor de 1,6 biliões de dólares. Face a esta possibilidade anunciada pelo executivo da Ford, o Presidente Trump ameaçou cobrar  impostos de importação para os carros que aí fossem produzidos, o que levou este gigante da indústria automóvel a cancelar o investimento no México e a anunciar que criaria essa nova unidade nos EUA. 

Igualmente e face a anúncio similar por parte da Toyota,  Trump escreveu o seguinte no Twitter: - "A Toyota Motor disse que construirá uma nova fábrica no México, para fabricar carros Corolla para os EUA. Nem pensem! Construam uma fábrica nos EUA ou paguem uma tarifa de importação".

Ora ambos, a Toyota e a Ford, dependem, e muito, deste mercado, pelo que a nova política de Trump vem contrariar várias das suas práticas, seguidas desde a desregulação do comércio internacional, verificada, sobretudo, a partir dos anos da década de 1980.

E é um facto que em política internacional, joga-se em realidades e não em desejos.

É bom que os nossos dirigentes políticos tenham isto em mente, pois se este cenário de sucesso se verificar, Portugal poderá beneficiar enormemente do mesmo, sobretudo os empresários e o emprego.

E a pergunta que já se coloca abertamente no seio dos Think-tanks internacionais, mais importantes é:
- Está em marcha uma Nova Ordem Mundial?
E a resposta mais ouvida é: - Tudo parece indicar que sim!

O futuro o dirá, sendo certo que as mudanças são normalmente lentas, sobretudo na constatação dos seus efeitos.

Um quadro emerge já, no entanto, como mais que provável de se vir a verificar:
- o reforço do Eixo Londres-Washington, que a aprofundar-se influenciará de forma decisiva o quadro do sistema internacional, dada a potência dos seus parceiros.

Como irá reagir a União Europeia, a China, o Japão, a Rússia, a este novo quadro internacional nascente, é uma questão importante e que deverá ser objecto de atenção redobrada.

Termino relebrando um velho, mas muito avisado, por realista, princípio das Relações Internacionais:
- “As Nações não têm amigos, defendem interesses próprios”.

Seria bom que os nossos quadros políticos soubessem o que esta verdade insufismável e verificada quer dizer, em toda a sua profundidade, e tirassem daí as ilações devidas, para bem dos Portugueses e de Portugal.

Miguel Mattos Chaves

Director do semanário "O Diabo"
Gestor de Empresas
Doutorado em Estudos Europeus
Auditor de Defesa Nacional

04 fevereiro 2017

Crise Europeia - o futuro

As saídas possíveis para a presente Crise Europeia
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Depois de o Brexit ter atingido um ponto de não retorno, com a votação esmagadora de aprovação no Parlamento Britânico do início das negociações, por 91,16%, ou seja por 495 dos 543 Deputados, há que reflectir sobre as possíveis saídas desta situação, tendo como objectivo a preservação da Paz e da União entre as várias Nações europeias.
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Eis aqui uma minha primeira contribuição para a reflexão séria, sobre o tema e suas possíveis soluções.
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1. A restauração do Tratado de Roma, como o regresso à ideia original dos principais Pais Fundadores da C.E.E – A Europa das Nações Livres e Soberanas;
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2. O fortalecimento da E.F.T.A, que ainda funciona e de que são membros a Noruega, a Suíça, o Liechtenstein e a Islândia, com o retorno do Reino Unido e de vários outros países que não se identificam com uma Europa sob uma ditadura alemã;
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3. Permanência na U.E. dos países que aceitarem o domínio alemão, o caminho da federalização e da diminuição da sua respectiva Soberania;
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4. Manutenção em vigor do Espaço Económico Europeu que consiste em acordos de Livre comércio e de circulação de pessoas entre a U.E. e a E.F.TA.

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No início da década de 1950 tinham sido levantadas algumas possibilidades de ligação da nossa economia ao exterior.
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Havia 4 alternativas que se colocavam a Portugal, para o desenvolvimento dessa ligação:
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(1) A constituição do chamado Espaço Económico Português que seria constituído pelo Portugal Europeu e pelas Províncias Ultramarinas, e que acabou por ser fundado em 1961;
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(2) O estreitamento das nossas relações com a Espanha e o Brasil e com os restantes países da América Latina;
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(3) A adesão de Portugal à CEE, que se constituía como uma União Aduaneira;
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(4) Adesão do país à EFTA, Zona de Comércio Livre.
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Esta última opção foi a escolhida, na altura, dado que permitia manter as nossas relações preferenciais com o Ultramar português e permitia o acesso a um mercado de cerca de 90 milhões de consumidores que tinha a seu favor o facto de terem um poder de compra médio superior ao do outro bloco, o da CEE. Acrescia a tudo isto que permanecíamos ligados à Inglaterra que era o nosso maior cliente de exportação.
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O governo de Londres convocou, em Dezembro de 1958 a Áustria, Dinamarca, Noruega, Portugal, Suécia e a Suíça, para uma reunião em Genéve, destinada a estudar qual a resposta a dar por este conjunto de países, à França e aos seus parceiros da CEE quanto à atitude negativa, destes, face à construção de uma Zona de Livre-câmbio/Troca de âmbito europeu, que estava a ser desenhada no seio do Comité Maudling da OECE.
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Portugal saiu de Genéve como membro de pleno direito da futura A.E.C.L. (Associação Europeia de Comércio Livre - EFTA) o que, considerando que não era ainda uma potência industrial, se pode considerar como um feito diplomático do governo de então.
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A reunião, que seguiu à de Genéve e a mais complicada deste processo, foi a que teve lugar em Saltsjobaden, na Suécia, em Novembro de 1959, na qual Portugal negociou um regime de transição, de adesão e de participação especial, cujo período duraria 20 anos, mas que com as sucessivas prorrogações acabaria, na realidade, em 1992. Isto é, Portugal pretendia que os efeitos dessa negociação de adesão à EFTA trouxessem vantagens para o país durante um período de, pelo menos, 20 anos, o que veio realmente a acontecer.
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Recorde-se que a EFTA se propunha eliminar os obstáculos às trocas comerciais, abolindo progressivamente os direitos aduaneiros e as restrições quantitativas nos produtos industriais, (deixando de fora os produtos agrícolas), nas relações entre os países da organização.
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Nomeadamente estava acordado que, a partir de 1 de Julho de 1960, os direitos sobre as mercadorias seriam reduzidos progressivamente até ao dia 1 de Janeiro de 1970, data em que desapareceriam de todo, conforme o que ficou escrito no art.º 3º da Convenção de Estocolmo.
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A Convenção final foi assinada, por Portugal e pelos seus parceiros, em Estocolmo no dia 4 de Janeiro de 1960. Portugal conseguiu assim assegurar a abertura de mercados importantes para as suas exportações, ao mesmo tempo que conseguiu manter relativamente protegidos alguns sectores, criando boas condições para o “boom” industrial e económico que se viveu, na década de 1960, no nosso país.
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Assistiu-se, com efeito, a um crescimento extraordinário da nossa economia bem como das nossas exportações.
Em 1959 a EFTA pesava cerca de 18% das nossas exportações, a CEE 23% e os Estados Unidos 12%. As exportações para os países da EFTA aumentaram em cerca de 17% ao ano entre 1959 e 1970, sendo que as exportações dos produtos abrangidos pelo anexo G aumentaram cerca de 8 vezes no mesmo período.
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Podemos então afirmar que a participação de Portugal na EFTA, especialmente no período de 1960 a 1973, se saldou por um rotundo sucesso para a economia do nosso país.
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Pode-se ainda dizer que Portugal, integrou o movimento de construção europeia com a sua entrada na E.F.T.A., e isso provocou mudanças estruturais na economia do país.
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Este quadro político da Europa configurou uma divisão saudável entre os países da OCDE:
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- De um lado os países do bloco CEE, que a Inglaterra, Portugal e os outros países, temiam que fosse em direcção a uma comunidade federal, o que rejeitavam liminarmente
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- Do outro lado, os convocados pela Inglaterra que formaram a EFTA, que conjugava a liberdade de comércio com a manutenção da Soberania e da Independência de todos os Estados integrantes;
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. E um terceiro bloco, o dos outros países que não estavam enquadrados em nenhuma destas organizações, como por exemplo a Espanha.
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E tudo funcionou bem para os países integrantes destes dois blocos.
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Até que se percebeu que a CEE obedeceria à vontade dos seus pais fundadores de não diminuir em nada a Soberania e a Independência dos vários países.
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Tal foi percebido pela prática da organização nascente (CEE) e pelo estipulado no Tratado de Roma, o qual era substancialmente diferente do Tratado CECA (Carvão e do Aço) este marcadamente de cariz Federal, que foi o primeiro Tratado a ser celebrado pelo conjunto então liderado pela França, e que afastou os países que formaram a EFTA por causa disso mesmo.
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E por se ter percebido que não se caminharia para uma Federação, a Inglaterra e os outros paíse EFTA acharam que fazia sentido juntarem-se aos países da CEE, formando assim um só bloco.
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E tudo correu bem, com progresso, com desenvolvimento, com harmonia, com a adesão de mais países, até que em 1992 se celebrou o Tratado de Maastricht que introduzia os Pilares Políticos e ampliava os Poderes da Comunidade Europeia sobre os países integrantes.
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Aí começaram a perceber-se divisões entre os vários países, que foram sendo progressivamente mais graves com as sucessivas “fugas para a frente”, nomeadamente com a passagem de 15 países para 27.
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Juntando os grupos Eslavo, Germânico e Latino na mesma organização a Europa começou a tornar-se ingovernável por causa das diferenças profundas que existem entre estes três grupos de nações europeias.
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E com a constituição da União Económica e Monetária que retirou poderes aos Governos nacionais em favor das instituições centrais de Bruxelas.
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Com estas duas “fugas para a frente” desde logo se começou a perceber que uma organização assim só interessava a um núcleo central europeu de países e cedo a Inglaterra fez perceber a sua discordância impondo várias excepções ao Tratado de Maastricht, Amesterdão, Nice e Lisboa.
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Mas vários partidos políticos, de vários países foram, de forma mais ou menos discreta, entretanto fazendo sentir que não estavam de acordo com o caminho a que Maastricht conduziria – o da federalização e perda de poderes dos governos de cada país.
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E tanto assim foi que vários decidiram não entrar no Euro e impuseram reservas políticas aos vários Tratados já mencionados.
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E chegou-se agora à situação que a maioria dos ideólogos fundadores da CEE, tinham previsto se se caminhasse em direcção à retirada de poderes aos governos e parlamentos dos vários povos europeus:
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- O começo do abandono da organização, por parte dos países que estão de acordo com a ideia da maioria dos fundadores da CEE de se construir uma Europa das Nações Soberanas e Livres unidas pelo ideal da Paz e do Progresso, que possibilitava a cada Nação/Povo a sua autonomia política e o seu direito ao autogoverno e à sua autodeterminação.
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- O começo do abandono da organização por parte dos países que não querem perder a sua autodeterminação e capacidade de autogoverno em favor de uma federação alemã.
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É este o quadro nu e cru que se desenha agora se não houver juízo, sentido de responsabilidade, competência e bom senso por parte dos burocratas de Bruxelas e dos seus comandantes: a Alemanha e a França.
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Como não creio que tal venha a acontecer, dar-se-á aquilo que há muito previ:
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- o retorno a várias organizações europeias que acomodem a vontade das várias Nações/Povos e que respeitem as respectivas formas de estar e de sentir.
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E assim, para manter a Paz e a harmonia entre os vários Povos que habitam o continente europeu poderemos assistir à formação do seguinte quadro:
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1. O renascer/fortalecimento da E.F.T.A, que ainda funciona e de que são membros a Noruega, a Suíça, o Liechtenstein e a Islândia, com o retorno do Reino Unido e de vários outros países que não se identificam com uma Europa sob a “ditadura” alemã;
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2. A permanência na U.E. dos países que aceitarem o domínio alemão, o caminho da federalização e da diminuição da sua respectiva Soberania;
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3. E a manutenção em vigor do Espaço Económico Europeu que consiste um acordos de Livre comércio e de circulação de pessoas entre a U.E. e a E.F.TA., acomodando assim as relações entre as várias Nações/Povos/Estados que estão geográficamente situados no Continente Europeu.
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Havendo ainda a possibilidade remota de se assistir à restauração do Tratado de Roma, como o regresso à ideia original dos principais Pais Fundadores da C.E.E – A Europa das Nações Livres e Soberanas, o que repito, não creio que venha acontecer.
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Este quadro seria uma saída airosa e credível para os problemas que atravessamos e permitiria manter a paz no continente por acomodar as Vontades e os Interesses dos vários países.
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Vamos ver, depois de assentar a poeira do excitamento pouco racional a que agora se assiste, o que sucederá.
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Miguel Mattos Chaves
Director do semanário "O Diabo"
Gestor de Empresas
Doutorado em Estudos Europeus
Auditor de Defesa Nacional
 

03 fevereiro 2017

A estupidez tomou conta da AR

A propósito do Voto da Assembleia da República
sobre a política do novo Presidente
do nosso Aliado - os Estados Unidos da América
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O disparate e a estupidez abundam na nossa classe política e estão a chegar a níveis insuportáveis.
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Abunda também em alguns histéricos que ainda não perceberam que os americanos nem sabem onde fica Portugal, a não ser alguns mais Ilustrados.
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E os americanos que sabem o que é, ou onde fica Portugal, estão-se "nas tintas" para o que os "jornaleiros" ou para o que os histéricos por aqui digam, contra Trump.
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Perante tanta estupidez e histeria da esquerda com mau perder, e de alguma "direita", que não o é por estar cheia de complexos, pergunto:
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- Será que a SIC, (sobretudo esta), mais a RTP e a outra televisão, receberam ordens das várias "Centrais" escondidas e "secretas" ?
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- Será para esconder o Défice Monstruoso e distrair as pessoas?
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- Será para distrair as pessoas da tentativa de aprovarem a Eutanásia, evitando com esta histeria anti-Trump o debate e o protesto da esmagadora maioria dos Portugueses?
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- Será porque o patrão da SIC recebeu ordens de "Bidelberg", de George Soros e outros iguais, para atacar Trump e tentar evitar, na Europa, que os "Liberais dos Costumes" (e os defensores da pretensa "liberalização do comércio mundial" que só benificiou a China), sejam corridos do Poder pela população?
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- Será para tentar esconder a ruína onde os "liberais dos costumes" nos trouxeram, depois de 40 anos a destruir Portugal?
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Apetece-me perguntar:
Será que com estas atitudes de histeria,
os americanos e o seu Governo legítimo
continuarão a olhar para Portugal
como um aliado?
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Caras Amigas e Amigos, deixo-vos estas interrogações para que possam meditar sobre elas!
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Director do semanário "O Diabo"
Vice-Presidente da Comissão Europeia da Soc. de Geografia.