30 março 2009

2ª Parte - Saiba o que Defende a Direita Conservadora e Democrata-Cristã

JUSTIFICAÇÃO

Portugal tem vivido num Sistema Democrático Deficiente;

Portugal tem vivido com Cidadãos de 1ª Classe e de 2ª Classe.

Portugal não tem sabido cumprir o seu Destino e não tem proporcionado um bem-estar generalizado aos seus cidadãos;

Isto porque:
(A) Se instalou um Estado relaxado, ineficiente. Tal situação foi provocada pelos Dirigentes que têm ocupado cargos políticos de Governação, que uma vez chegados ao PODER DELEGADO da NAÇÃO não têm cumprido os SEUS DEVERES;

(B) Os ocupantes do Poder Político (leia-se governação) têm contribuído para o aniquilar dos Valores e das Referências Saudáveis que devem presidir a uma vida em Sociedade Saudável e Ordeira;
Têm relativizado a importância dos Valores Tradicionais da Sociedade Portuguesa;
Têm relativizado os Valores Humanos de Sã Convivência entre todos;
Têm contribuído para a Desestruturação da Sociedade Portuguesa aniquilando os Valores da Família e do Trabalho Honrado e dignificador;
Têm contribuído para o Diluir dos DEVERES de cada um;
Têm contribuído para o enfraquecimento Internacional de Portugal.

(C) A Esquerda Social-Democrata e a Esquerda Socialista, com a activa ajuda dos Comunistas e Bloquistas, instituíram em Portugal:

1. A Libertinagem, em vez da Liberdade com respeito;

2. A Desorientação dos Espíritos, em vez de traçarem objectivos claros para a Nação;

3. A Relativização e Destruição dos Valores Tradicionais da Sociedade, em vez de proporem Valores orientadores de uma saudável vida em Sociedade;

4. Têm proporcionado o Desrespeito e a Desautorização da Autoridade necessária à vida em Sociedade, no, e do, Estado, da Autoridade nas Escolas, Empresas e Associações, em vez de criarem um enquadramento da Autoridade necessária ao Trabalho Organizado, Sério, Honrado e Eficaz dos Cidadãos;

5. Têm induzido nos Espíritos dos cidadãos a Amargura, a Frustação, a Tristeza e a falta de esperança no futuro, em vez de induzirem sentimentos de Alegria, Conforto Interior, Esperança no futuro individual e colectivo da Nação;

6. Têm permitido a Corrupção dos Costumes, a Corrupção da Moral e a Corrupção Material ao invés de darem exemplo e sinais claros de Autoridade Moral que proporcionem condições mais justas de vida à Nação;

7. Têm permitido que muitos Dirigentes (no Estado e nas Empresas) exerçam funções de Direcção e Comando apesar de não terem as Condições de Incorruptibilidade, de Seriedade, de Honestidade, de Moral, de Ética, necessários e exigíveis a quem Comanda.

8. Mais, não têm punido os Corruptos, os Desonestos, os Amorais, e os não éticos, deixando que população se sinta impotente e frustrada face aos abusos e impunidade desses elementos negativos para a Sociedade;

9. Não têm dado o EXEMPLO inerente a serem Dirigentes e como tal PRIMEIROS SERVIDORES da Organização da Nação, em vez de induzirem e dar o exemplo de SERIEDADE, de ESPÍRITO de MISSÃO de SERVIÇO, de trabalho para o Bem Comum.

10. Ao longo dos últimos anos a Esquerda Social-democrata e a Esquerda Socialista, com a conivência, por omissão, por ausência de acção da Direita, instalou a noção de que todas as pessoas têm somente Direitos.

Fizeram promessas fáceis, de um igualitarismo falso (porque contrário à realidade do Ser Humano) e atirou os Portugueses para uma Sociedade sem Rumo, sem Horizontes, sem Futuro.
Instituiu um regime, (não declarado – mas visível por todos) de auto-protecção dos sucessivos detentores do Poder Político face a Desvios de Seriedade e de Incorruptibilidade, que fez o Sistema de Justiça desmoronar-se.

11. Os cidadãos têm hoje uma imagem negativa dos Políticos mais conhecidos.
Justa, porque têm saído impunes dos seus actos, mesmo quando prejudicam a Nação;
Justa, porque não têm sido punidos aqueles que enriquecem de forma ilícita e não justificada;
Justa, porque se gerou uma impunidade de alguns agentes do Poder dos sectores Privado e Público, face à Lei.


(5) ALGUMAS BREVES LINHAS PROGRAMÁTICAS da DIREITA

(5.1) No Plano da Emigração o que têm feito os Dirigentes Políticos?
Sendo estes Cidadãos (os Emigrantes portugueses) um dos Pilares e Sustentáculo Económico e Financeiro do País e sendo potenciais pontas de lança da Influência de Portugal no Sistema Internacional, não lhes têm sido dados os respectivos Direitos e estabelecidos os Deveres Políticos;
Não têm sido apoiados nos seus interesses legítimos e honrados, junto das autoridades dos países onde residem;

Porquê?
Porque maioritariamente são da ala Conservadora e Democrata-Cristã.
E por isso a Esquerda Social-democrata e a Esquerda Socialista não lhes têm proporcionado os Meios e as Obrigações de participar activamente na escolha do Modelo de Governação que querem para Portugal;

Resultado:
desinteresse dessa População Nacional, na vida do País.
Isto apesar de cerca de 5 milhões de portugueses viver fora do solo Pátrio;
Isto e apesar de representarem cerca de 30% dos Portugueses, apenas elegem 4 deputados à Assembleia da República, que se quer representativa dos Portugueses;
Os seus Direitos e Deveres Políticos estão menorizados.
Na realidade são, na prática, considerados Cidadãos de 2ª Classe.
E esta situação provoca que apenas 4,5% dos Emigrantes Portugueses estão recenseados e votam para as Eleições da Presidência da República (o primeiro representante de Portugal), e para as Eleições para a Assembleia da República e Governo (o condutor dos destinos da Nação).
Assim não é de espantar que a 3ª Geração de Emigrantes esteja maioritariamente desinteressada do País dos seus Pais e Avós, com as evidentes perdas para a Nação Portuguesa.

A Esquerda não quis dar Direitos e Deveres Políticos aos Emigrantes, na prática, por medo de se ver DEMOCRÁTICAMENTE desalojada do Poder.

A Rede Consular tem que ser revista de forma a proporcionar um Serviço de Proximidade aos Emigrantes Portugueses, contribuindo para a sua Segurança, Protecção e Manutenção da Nacionalidade, onde quer que estes se encontrem.
É o mínimo exigível a um Estado Organizado, Democrático, que tem no exterior do País cerca de 30% dos seus Nacionais.

(5.2) DESCOLONIZAÇÃO do ULTRAMAR – o Estado Português, representante e Servidor dos Portugueses não tratou, até hoje, de providenciar as Indemnizações devidas aos Cidadãos Portugueses que tudo perderam na Descolonização.

Era preciso Descolonizar… !!!! Não vou agora entrar por aí…

Mas … já não é lícito que os Portugueses que, à sombra da Bandeira Portuguesa construíram as suas vidas pessoais e profissionais no ex-Ultramar Português tenham ficado sem os seus bens, sem os seus empregos, sem que o Estado que os representa os ajudasse e reparasse a perda desses mesmos meios, angariados com muito esforço.

A Direita, representada pelo CDS-PP, lutará pela reposição da Justiça devida a esses Cidadãos, que foram, até agora, tratados como Cidadãos de 2ª Classe.

O Estado Português tem que ser uma Pessoa de Bem, que luta pela Justiça para Todos.

1ª Parte - Saiba o que Defende a Direita Conservadora e Democrata-Cristã

Caro/a Amigo/a,
A Política é, TEM QUE SER, um SERVIÇO à COMUNIDADE.
Se você se sente Português/a este trabalho dirige-se a si.
O País tem vivido, desde há 34 anos, numa alternância de Pessoas e Não uma Alternativa de Projectos ou de Modelo de Sociedade.

A Esquerda tem dito o que acha sobre a Direita.
E a maior parte dos portugueses tem acreditado.
Por mim acho que é tempo de acabar com estas versões.
Se estiver interessado/a em saber o que defende a Direita REAL (Conservadores e Democratas-cristãos), leia por favor o que escrevi para SI.
A confusão em Portugal é muita sobre esta matéria, e por isso quero contribuir para DESMISTIFICAR este assunto.
Se tiver a paciência de ler o que lhe escrevo, em linguagem simples, a partir de hoje, ficará a conhecer melhor a Missão verdadeira, os Valores concretos e a Ideologia, daquilo a que chamo de Direita Conservadora e Democrata-Cristã.
SE ME QUISER FAZER CHEGAR os SEUS COMENTÁRIOS e/ou REFLEXÕES, fico agradecido.
Um abraço do amigo
Miguel Mattos Chaves
O que é ser de Direita – As Realidades – o que defende para Portugal

A Sociedade Portuguesa não tem sido chamada a pronunciar-se em Eleições para escolher entre dois modelos de sociedade:
A - O Modelo de Sociedade da Direita Conservadora e da Democracia-Cristã;
B - O Modelo da Esquerda Social-Democrata e da Esquerda Socialista.
Mas apenas, e só, estes últimos Modelos (B) tem estado no comando da Governação.

A Direita, por complexos sem razão de ser, por ineficiência, por ter sido encostada pela Esquerda, por medo, não tem colocado de forma Verdadeira, Clara e Inequívoca os seus Valores e o seu Modelo de Sociedade à consideração dos Portugueses, para que estes o julguem e votem.

É tempo de mudar este estado de coisas, pois a continuar assim Portugal continuará a ter uma Democracia Deficiente.

A Política é, TEM QUE SER, um SERVIÇO à COMUNIDADE.

Os Políticos, especialmente os que ocupam o Poder são, têm que ser, os SEUS PRIMEIROS SERVIDORES.

Têm a Obrigação e o Dever Moral e Material de levar a População a ter um melhor nível de vida Material e Psicológico.

Têm a Obrigação e o Dever de incentivar os Portugueses e de lhes proporcionar melhores meios de construção de um País Melhor;

Têm a Obrigação e o Dever de dar Sinais Claros e Simples para se criar uma vida harmoniosa em Sociedade, num ambiente de Trabalho e Honradez, que conduza à Felicidade Individual e Colectiva;

Têm a Obrigação e o Dever de fornecer à Sociedade os Valores Permanentes que Orientem a vida dos Portugueses face ao Futuro incerto e imprevisível, que proporcionem a “armadura” Moral da Nação;

Têm a Obrigação e o Dever de fazer de Portugal um País respeitado no Sistema Internacional;

Assim a Direita composta por cidadãos que vivem em Portugal e no Estrangeiro decidiu, sem complexos idiotas, prestar SERVIÇO a Portugal, ao País e aos seus Cidadãos, quer eles residam no solo Pátrio, quer eles residam em Países Estrangeiros

(1) OBJECTIVOS

(1.1) Levar a Direita Moderna e Democrática a Governar Portugal num prazo de 4 a 8 anos, preparando e desenvolvendo actividades de implantação dos seus ideais até lá, junto dos Portugueses;

(1.2) Propor um Novo Modelo de Sociedade para os Portugueses, em geral, em que a maioria dos cidadãos do País se possa rever e acreditar;

(1.3) Comunicar e Divulgar a Doutrina e os Valores concretos da Direita Moderna e Democrática, nomeadamente pelo encontro dos denominadores comuns das Doutrinas Conservadora e Democrata-Cristã;


(2) RESUMO das PALAVRAS e CONCEITOS-CHAVE da PROPOSTA aos PORTUGUESES

VALORES:

(2.1) - FAMÍLIA, como célula base da sociedade, como cimento de uma sociedade activa e forte, moral e psicologicamente; Deverá ser apoiada e fortalecida a sua constituição e solidificação. Quanto mais numerosa, mais apoiada deve ser, por se tornar um contribuinte líquido da Paz Social e do Saldo Demográfico que se quer positivo.

(2.2) - DIREITOS e DEVERES de cada cidadão em relação a Portugal e face aos seus compatriotas; Não há só Direitos. Todos têm Deveres face aos seus familiares, amigos e compatriotas. Todos têm Deveres face à Nação Portuguesa, que têm que cumprir.

(2.3) - O que CADA UM dos Portugueses, onde quer que se encontrem, PODE FAZER PELO SEU PAÍS é a pergunta que cada um tem de colocar a si próprio.

(2.4) - HONRAR a PALAVRA DADA, como forma de se organizar uma Sociedade Sólida e Ambiciosa;

(2.5) - ORDEM e PROGRESSO – só uma Sociedade organizada e segura, pode evoluir e conquistar o seu bem-estar;

(2.6) - TRABALHO – o trabalho dignifica o cidadão, dirigente ou colaborador. É uma contribuição efectiva para o bem-estar de todos. Todos trabalham. Em papéis diferentes, e como tal devem ser respeitados.

(2.7) - O PRIMEIRO EXEMPLO tem que vir dos Dirigentes, sejam eles Dirigentes Políticos, Associativos, Desportivos ou Empresariais. Os dirigentes, com primeiros responsáveis, TÊM que DAR o EXEMPLO.
É a sua primeira responsabilidade e é a fonte da sua legitimidade de MERECEREM sê-lo. São os Condutores, os Formadores, os primeiros Servidores (na medida em que organizam o trabalho, organizam as fontes de emprego e de bem-estar), e o Seu Comando Exigente, necessário a uma vida organizada e progressiva, tem que ser Eficaz, Positivo, Sério e Proporcionador de bem-estar para os seus Colaboradores e de uma Justa Remuneração para os Comandados.

(2.8) – MONARQUIA ou REPÚBLICA – proporcionar a realização de um Referendo em que os Portugueses se possam livremente pronunciar sobre se querem ser Governados por um Regime Monárquico Democrático ou por uma República Democrática;

(2.9) - O ESTADO, como organização da Nação que Representa, deve fazê-lo em Benefício da Nação que Governa, e é o seu Primeiro Defensor.
É para a defesa dos interesses da Nação que o Estado trabalha e por isso cabe-lhe um papel de fomento da economia, orientador, disciplinador e regulador de potenciais conflitos de Interesses dos seus cidadãos.
Ao Estado cumpre velar pelo bem-estar, justiça, dignificação, segurança e protecção, dos seus Nacionais, respeitando as Diferenças existentes entre os seus membros.
Sabendo que o Ser Humano não é todo igual, tem que partir desta premissa para Proteger e Amparar os mais fracos, através da Solidificação do Estado Providência e do Trabalho Sério, e Incentivar os mais fortes e mais capazes, proporcionando-lhes condições para o seu Trabalho e tarefas de Direcção Justa, Séria, Honrada e Equilibrada dos destinos das Empresas, Associações e do Estado e para o cumprimento do Seu Dever de contribuição, como primeiros Responsáveis, pelo bem-estar da população confiada ao seu comando e chefia.

(2.10) - A NAÇÃO – formada pelo conjunto dos Nacionais de Portugal (nasçam e residam eles em Portugal ou no Estrangeiro, mas que possuam o vínculo voluntário à Nação) é um Valor Hierarquicamente Superior ao Individuo e ao Estado.
È para a Nação que Todos contribuem, e a Nação tem que ser defendida por todos, face aos Desafios que se lhe coloquem.
Todos têm que dignificar a Nação e Contribuir Activamente para o seu engrandecimento.
Se o Conjunto (A Nação) for Grande, os seus Cidadãos também o serão.

(2.11) A PÁTRIA – conjunto da Nação, Território, Estado, História, Valores, Tradições, Língua e Cultura.
Para o seu engrandecimento e dignificação todos contribuem como Dever.

A Direita CONVIDA TODOS os Portugueses a aderir, para que possa ter Voz e ajudar a mudar o País, rumo ao Desenvolvimento.

2ª Parte - Re-Industrialização de Portugal

7.3. Exploração dos Recursos Marinhos
Os Portos descritos na 1ª Parte, serviriam, na verdade, também como bases de apoio, técnico e logístico, ás actividades de exploração dos recursos marinhos, provenientes e existentes no Mar Territorial e na Z.E.E. (pescas, exploração mineral, energia das ondas, exploração da flora com impacto nas ciências farmacológicas, etc…)
Para isso Duas medidas são necessárias:
(A) Modernização dos Portos e suas ligações ferroviária e viária, ás redes nacional e internacional;
(B) Incentivos e Programas de Apoio ao reaparecimento da Marinha Mercante e de Transporte, de bandeira nacional;
Resultados potenciais destas medidas:
(a) Criação de mais e melhor emprego e riqueza
(b) Fixação de populações no território, de forma mais harmoniosa
(c) Aparecimento e fixação de outras actividades empresariais empregadoras, de suporte
(d) Criação de Plataformas importantes de tráfego
Numa visão de conjunto, Teríamos assim na Zona Centro e Sul, portos especializados, como segue:
Lisboa – Pesca, Turismo de Cruzeiro, Apoio ás embarcações privadas que passam ao largo da nossa costa.
Setúbal – Pesca, porto de Turismo de embarcações de recreio, Construção e Reparação Naval, entrada e saída de mercadorias de pequena tonelagem.
Sines – Pesca, Indústria pesada, entrada e saída de mercadorias de grande tonelagem, plataforma logística.
Adicionalmente, mas não menos importante que a modernização, reequipamento, e exploração dos Portos temos a Industria Naval e a Marinha Mercante, (passageiros e transporte de mercadorias) que por falta de uma política marítima de desenvolvimento, se deixou cair.
Desincentivou-se a existência de operadores marítimos de bandeira portuguesa, geradores de emprego e mais valias para Portugal.
É um sector a rever com urgência, dadas as auto-estradas marítimas que passam junto á costa portuguesa.

8. Dois Factores de Estrangulamento do Investimento Industrial de Origem Nacional

8.1. A BANCA
A Banca nacional nasce de grupos familiares oriundos sobretudo da indústria.
Como dizem os analistas britânicos é um sector de actividade controlado pelos “old boys” do costume, que giram em círculo fechado, e que por tradição são avessos ao risco, como bem escreveu Melander no seu relatório.
Embora tenham assumido algum risco, nos últimos 20 anos, num sector não reprodutivo: - a Bolsa - que lhes proporcionou, sem grande esforço, lucros maiores do que o financiamento da economia produtiva!
Investiram em especulação!
Não investiram na criação sustentada de riqueza!
Não contribuíram para o Desenvolvimento do País!
Verdade incómoda!!!!????
Pois é!
Vejamos a actuação REAL do sector financeiro português, nos últimos 34 anos:
- Situação actual do Financiamento a empresas existentes para modernização ou apoio de tesouraria:
(a) Se as empresas estão em dificuldade, em vez de analisarem o desenvolvimento económico potencial da empresa, os seus recursos instalados (maquinaria, capacidade produtiva, pessoal e mercados), detêm-se apenas nos indicadores/rácios financeiros do momento e de momentos passados, mas do passado recente, enviesando assim a visão do conjunto e das potencialidades futuras.
(b) E aí pedem garantias reais, sobre os financiamentos de investimento ou financiamentos de tesouraria. E muitas vezes as empresas, porque em dificuldades, não os têm para dar.
(c) Ou então impõem spreads especulativos, diria mesmo, próprios de agiotagem, dado que não há limites, supervisão, regulação ou vigilância sobre esta matéria, o que acaba por desequilibrar ainda mais (a prazo) financeiramente as empresas e a sua exploração.
Tal facto acaba por prejudicar gravemente o desenvolvimento nacional em favor de alguns, poucos, operadores económicos.
O Estado ausentou-se, em nome do sacrossanto mercado, esquecendo as pessoas, o emprego e bem-estar das mesmas, em favor de um sector controlado por alguns segundo os seus interesses próprios, embora legítimos.
Que fique claro: - Sou a favor da iniciativa privada e do funcionamento do mercado. Mas não defendo o mercado a funcionar sem regras.
E o Estado esqueceu a sociedade, o país e o seu desenvolvimento em favor de alguns poucos.
E não poucas vezes, dá-se o estrangulamento.
A empresa quer andar e não tem meios para o fazer.
(d) Para as empresas que já dão lucro, ou que não estão em dificuldades, já são os bancos a andar atrás da empresa. A estas oferecem tudo e mais alguma coisa.
(e) Apenas uma constatação dos factos:
- Se a empresa precisa mesmo… não tem apoio do sector financeiro privado! -
Nada a censurar! Mas pergunta-se:
- Na economia de mercado têm de existir regras para a maioria, e para uma minoria não?
- Na economia de mercado não há lugar ao interesse da Comunidade Nacional?
- Na economia de mercado não há limites há Lei do mais forte?
- Na economia de mercado não há lugar ao Papel Social da Empresa?
- Na economia de mercado não há lugar a Políticas sustentadas de Desenvolvimento, que governem e regulem os interesses em presença, no todo da comunidade nacional?

8.2. Financiamento de Novos Projectos,
Financiamento de Novas Empresas
Esta é uma das grandes MENTIRAS do nosso país!
Quando alguém, sem “padrinhos”, propõe á Banca Privada ou á Caixa Geral de Depósitos (que actua, e bem, numa lógica de banco privado comercial), apresenta um novo Projecto de Investimento numa Unidade Industrial, a resposta é:
- Vamos estudar atentamente o projecto e depois dizemos algo;
Mas o promotor do investimento não é mais chamado a dar esclarecimentos sobre o mesmo;
Mas… é-lhe de imediato perguntado:
(1) - Quais são os Capitais Próprios a afectar ao investimento?
(2) - Quais as Garantias Reais que pode prestar, sobre o empréstimo a conceder?
Na esmagadora maioria dos casos, o promotor teve a ideia, tem as competências, conhece bem o que quer fazer, produziu estudos, mas NÃO TEM NENHUM CAPITAL.
Pergunta-se:(A) - Se tivesse Capitais para fazer e pôr em marcha o seu Projecto;
(B) – Se tivesse Bens, em vez de os vender, iria á Banca para financiar o projecto?
(C) - Se tivesse tudo isto iria á Banca pedir empréstimo, agravando logo de inicio a sua estrutura de custos com um serviço de dívida que lhe iria diminuir os seus lucros potenciais?
A resposta é óbvia! NÃO!
E assim, logo aí, o projecto fica na gaveta e não vai por diante.
E uns dias mais tarde vem a resposta: “O Conselho de Administração (ou a Direcção de Crédito) não aprovaram o seu projecto”!!!! Não há nomes, nem responsáveis identificados…só entidades abstractas! A Irresponsabilidade organizada!
Quem sai prejudicado:
- O promotor do investimento;
- Os potenciais empregados;
- A zona de implantação do investimento previsto;
- A capacidade de empregabilidade da comunidade nacional;
- A produção de riqueza no país;
- O País!

9. MECANISMOS SUPLETIVOS DE APOIO á INDÚSTRIA por parte do Estado
Em consequência deste panorama REAL, (mas convenientemente ausente dos discursos políticos) proponho, neste documento, a criação de Mecanismos de apoio ao surgimento de Novas Empresas e a Criação de MECANISMOS SUPLETIVOS de APOIO á INDÚSTRIA, de capitais públicos, (dada a falta de visão e a ausência de interesse por parte dos privados).

APOIO a NOVOS PROJECTOS de INVESTIMENTO INDUSTRIAIS
De origem nacional
(A) Devido ao conhecimento e reconhecimento comprovado e indesmentível de que o Sector Financeiro Privado português é avesso á tomada de risco em investimentos de médio e longo prazos, no sector industrial;
(B) Devido ao conhecimento e reconhecimento comprovado e indesmentível de que o sector financeiro privado português é avesso á tomada de risco em investimentos em “Start-Ups”, isto é na criação de novas empresas, em que os proponentes não possuem recursos financeiros para os construir e sedimentar;
(C) Sendo eu da Direita Conservadora, e em consonância com esse posicionamento,
proponho que:
1 - O Estado deveria tomar o papel de liderança na área do apoio a Novos Investimentos em Pequenas e Médias Empresas Industriais, sem nenhuns complexos, através
- Da criação de um Banco de Fomento Nacional, que poderia hoje ter a denominação (dados os complexos idiotas de alguns) de Banco de Desenvolvimento Português ou Banco da Industrialização de Portugal.
Essa Instituição Financeira deveria ter as seguintes Características:
- Capitais 100% Públicos
– Funcionaria como Banco de Análise/Correcção/Implementação de Novos Projectos Industriais;
- Funcionaria como Banco de apoio efectivo, na empresa criada, nomeadamente nas áreas da organização e gestão dos novos empreendimentos, durante o período em que o empréstimo estivesse em vigor; Isto é a nova empresa industrial financiada teria o acompanhamento de gestores (nomeados pelo banco para acompanhar e ajudar no nascimento da empresa e criar as condições do seu fortalecimento) para as áreas sensíveis (Estratégia, recursos humanos, organização e planeamento da produção, financeira e comercial);
- Após o projecto estar em condições verificadas de funcionar por si próprio e estar reconhecidamente sólido no plano da produção industrial, e nos planos económico, financeiro e comercial, o Banco retirar-se-ia do apoio á gestão.
Fonte de Financiamento do Banco
– Orçamento Geral do Estado;
- Mercado financeiro nacional e internacional, com o aval do Estado;
- Remuneração dos empréstimos concedidos;

Esta é uma medida fundamental, simples, e de efeitos benéficos para:
- a renovação industrial do País;
- a criação de emprego;
- a fixação de jovens e seniores, com boas ideias, bons projectos, mas sem dinheiro para os fazer nascer;
- para a criação de riqueza;
- para a regulação dos preços do dinheiro no mercado empresarial;
- para o desenvolvimento sustentado do País.
Foi um instrumento poderoso de industrialização. Poderá e deverá ser novamente posto em marcha, dada a falta de vocação da Banca Privada.
É tempo de se acabar com complexos sem sentido,
É tempo de se acabar com complexos bacocos,
E aproveitar algumas boas lições do passado, que permitiram a Industrialização do País.

10. Caracterização sumária da ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL portuguesa média
A organização empresarial portuguesa, em traços largos, poderá ser caracterizada da seguinte forma:
Factores de Excelência existentes
(1) – Flexibilidade de pensamento e de operação dos recursos humanos portugueses;
(2) - Criatividade
(3) - Espírito empreendedor
(4) - Facilidade de aprendizagem
(5) - Sentido comercial de conquista
(6) - Resiliência
Factores Negativos existentes
(1) - Ausência de visão estratégica (de médio e longo prazos) dos negócios, por parte de bastantes dirigentes e promotores;
(2) - Muito deficiente gestão e motivação dos recursos humanos, quer ao nível material, quer ao nível qualitativo;
(3) - Planeamento e organização do trabalho praticamente inexistentes
(4) - Visão de curtíssimo prazo
(5) - Ausência quase absoluta de Sentido comercial de fidelização de clientela a começar pelo cumprimento escrupuloso dos prazos de entrega e da qualidade dos bens entregues.
Conversando com um eminente e reputado Economista português, com provas dadas em vários domínios, disse-lhe um dia:
- Meu caro Professor, o nosso drama é estrutural. Dos ditos empresários, em Portugal, 95% são apenas negociantes e apenas 5% são empresários dignos desse nome.
Isto é apenas 5% tem uma Visão clara do Negócio e dos seus intervenientes; apenas 5% tem a noção de que são as Pessoas que fazem a diferença entre empresas(e como tal possuem uma política de recrutamento, desenvolvimento, formação e remuneração adequadas do seu pessoal), isto é, apenas 5% percebem e interiorizam que as Pessoas são o maior Activo das empresas; apenas 5% têm uma visão de curto, médio e longo prazos, necessária ao desenvolvimento planeado e organizado da empresa e das suas actividades; apenas 5% têm uma visão Estratégica, e uma identificação clara dos obstáculos e forma de os tornear.
Resposta imediata: “És um optimista…temos apenas 40 a 50 empresários, o resto são negociantes”.
Estamos, assim, perante um problema de solução difícil, dado que é necessária:
(a) Uma mudança de mentalidades;
(b) é necessária a elaboração e execução de programas de formação dirigidos aos gestores e empreendedores, a serem ministrados por Técnicos do “Saber Fazer”, (e não pelos “amigos do costume”, que já demonstraram a sua incompetência absoluta, dado que derreteram centenas de milhões de euros sem qualquer resultado).
Ora em Portugal, nas várias áreas funcionais de uma empresa industrial, há apenas alguns técnicos capazes e conhecedores. Por isso ter-se-á que recorrer também a técnicos oriundos de países mais evoluídos, em matéria de organização / planeamento / gestão e motivação de recursos humanos.
E não se pense que as competências estão nas nossas Universidades.
Infelizmente as nossas Universidades estão dirigidas para o “Saber, Saber” e não para o “Saber Fazer”! E este último é que é fundamental para o desenrolar das operações concretas de gestão de unidades industriais.
Os pretensos Programas de Formação que têm existido são, na sua ESMAGADORA MAIORIA, uma fraude, quer pelos “técnicos” envolvidos, quer no alcançar do objectivo do “aprender a fazer”, quer nos meios utilizados.
Um dos papéis fundamentais da liderança política é motivar a Nação para os desafios.
E este, o da Re-Industrialização de Portugal, é um desafio muito importante.
Igualmente:
(a) o desafio da melhoria da capacidade de gestão,
(b) o desafio do melhor enquadramento do principal recurso das empresas, o factor diferenciador das mesmas: as PESSOAS;
São desafios VITAIS para o País e para o seu PROGRESSO!

11. Outra medida com potencial – Exemplo de um Apoio fiscal ao Reinvestimento
Instituição do prémio fiscal ao reinvestimento dos lucros na actividade industrial.
Isto é, Se os lucros gerados pela actividade industrial forem aplicados no reinvestimento em equipamentos e factores tecnológicos, nomeadamente em I&D, será dado o crédito fiscal dos montantes aplicados, desde que devidamente justificados e verificados pelas autoridades competentes.
A Vantagem deste mecanismo é a de que não distorce a concorrência entre empresas e premeia e incentiva o desempenho das mais eficazes e competentes.

12. Os que nos falta então?
A) Um PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL de INDUSTRIALIZAÇÃO, de Médio e Longo Prazo, que identifique os obstáculos ao desenvolvimento e as formas de os ultrapassar, que sirva de sinal á sociedade dita civil;
B) Um Planeamento de Médio e Longo Prazo dos Investimentos Públicos, que identifique os sectores estratégicos de desenvolvimento do país; que se constitua como um instrumento que dê orientações claras á iniciativa privada dos sectores em que os investimentos serão mais apoiados, se os agentes económicos privados aderirem ou enveredarem por esses sectores;
C) O estudo e implementação no terreno de Estímulos (REAIS) consistentes ao investimento e á modernização das unidades industriais existentes;
D) a criação de Instrumentos necessários para estimular a criação de novas empresas, da área industrial;
E) a criação de um mecanismo público de financiamento de novos projectos industriais, supletivo á iniciativa privada, o tal Banco de Desenvolvimento Industrial.

13. Em Resumo:
(1) Há que construir um Plano Estratégico, que contemple o Médio e o longo Prazo, de Desenvolvimento Industrial.
(2) Há que identificar os Sectores considerados Estratégicos, de carácter Industrial, para Portugal.
(3) Há que tomar medidas e proceder aos investimentos necessários nos sectores de Energia, Transportes, Logística e Apoio financeiro às unidades existentes.
(4) Há que tomar medidas organizativas e de enquadramento e proceder aos investimentos necessários de apoio, implementação e consolidação de novos investimentos industriais, sobretudo de origem nacional, já que os de origem estrangeira já estão contemplados.