28 março 2018

Resposta a Três Afirmações Públicas que são Falsas ou Incorrectas


Resposta a Três Afirmações
que andam muito “na moda”
no dito “espaço público” e que são FALSAS: 
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 (Resposta à 1ª afirmação) - A UE não é um país, … pelo que comparar PIB’s parece-me incorrecto;
Para fazer alguma comparação, se usamos a U.E. como bloco, então temos que comparar BLOCOS ECONÓMICOS e não usar comparações entre países.
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Ou seja e neste caso temos que comparar o Bloco U.E., com o Bloco NAFTA;
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 Neste caso vejamos os números reais do BANCO MUNDIAL (2015 em Dólares Correntes) e não as fábulas:

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- PIB da U.E a 27 (sem Reino Unido) – (2015):                $USD-13.485.349.994.995,0;

- PIB da U.E a 28 (com Reino Unido) – (2015):                 $USD-16.370.920.304.155,9;

- PIB da NAFTA: EUA/CANADA/MÉXICO (2015):        $USD-20.825.785.432.673,3.
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Como se vê o 1º Bloco Mundial é a NAFTA.
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(Resposta à 2ª afirmação) - Afirmam que “países europeus tiveram imposições a seguir à 2ª guerra para não se rearmarem”.
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 Esta afirmação veiculada por fontes ditas de “informação” que não quero adjectivar mais (pois seria indelicado) é falsa e incorrecta, quer nos termos, quer na substância.
Aqui de três uma:
- Ou quem profere esta frase é ignorante,
- Ou está de má-fé,
- Ou quem a diz certamente de boa-fé, fá-lo por puro mimetismo, sem cuidar de verificar da sua correcção factual.
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Ora a verdade é que, logo em 1948 o Presidente Eisenhower então Comandante-Chefe das Forças Aliadas e em seguida como Presidente dos EUA (1953 até 1961) avisou os países europeus que “deviam crescentemente prover à sua própria segurança e defesa, mal as circunstâncias da necessária reconstrução económica o permitissem de forma a aliviarem o esforço americano”.
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 Na verdade, e desde então, Todos os sucessivos Presidentes têm feito repetidos “avisos” ou apelos a um maior esforço nestas áreas, por parte dos europeus, de forma a aliviar a despesa dos EUA nesta matéria.
Aliás o último a fazê-lo foi o antecessor do actual Presidente dos EUA.
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 Recordo que os EUA participavam, até agora, com mais de 70% das despesas da NATO.
Por outras palavras, enquanto os EUA investem anualmente 3,3 a 3,4% do seu PIB anual, os europeus investem desde há décadas não mais que 1,0% a 1,1% do PIB de cada país.
Neste campo o país que mais investiu foi exactamente o que está de saída (o Reino Unido) com cerca de 1,6 a 1,8% do seu PIB, consoante os anos.
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Ora se tal situação no início se justificou, (de 1945 a 1958 – ano em que terminou o racionamento de muitos bens essenciais nos países da Europa Ocidental, nomeadamente no Reino Unido), (e exceptuando a Alemanha que sofreu naturais restrições neste campo) também é verdade que nos dias de hoje a Alemanha, França, etc… já noutra situação económica e política, deveriam ter aumentado o seu esforço para as despesas comuns de segurança e defesa desde, pelo menos, o final da década de 1960.
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 Agora, após os avisos mais fortes e mais sérios do actual inquilino da Casa Branca, a Alemanha e a França dizem que investirão 2% dos seus respectivos PIB’s.
Os factos falam por si pelo que me dispenso de mais comentários.
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 (Resposta à 3ª afirmação) – Dizem por fim muitas pessoas que “É bom que a UE se integre mais” pois “essa era a vontade dos “Fundadores”;
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 Dois comentários apenas quanto à segunda parte da afirmação “essa era a vontade dos “Fundadores”:
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 3.1.- A Linha Fundadora, e vencedora no início (largamente maioritária até aos anos de 1990/2000), defendeu uma União dos Estados Soberanos da Europa, onde não haveria transferências de Soberania para as Instituições Comunitárias.
Eram, e são, os defensores da Europa das Nações.
A Europa da Cooperação Intergovernamental.
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 Esta linha que se afirmou e venceu no Congresso da Haia de 1948, conduziu os destinos da CEE e CEEA e fez dessas Comunidades um bloco atractivo ao qual todos quiseram aderir, abandonadas que foram as ideias federalistas presentes na Comunidade Inicial: a CECA.
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 Estas, a CEE e CEEA, deixavam de fora Todas as Matérias do chamado “coração das Soberanias” a saber:
- Política Externa, Defesa, Segurança, Justiça e Assuntos Internos e as Políticas Câmbial, Monetária e Orçamental.
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 Nestas últimas (as de carácter financeiro) os Estados eram chamados a negociar em permanência e a ajustar os seus interesses pelos denominadores comuns encontrados.
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 E assim permaneceu a União, com enorme sucesso, - pois não feria as Soberanias e a Autodeterminação das Nações Europeias - (o que provocou a adesão do R.U., países nórdicos e Portugal e Espanha, para além de outros) até ao Tratado de Maastricht.
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 Esta Linha era e foi defendida, (creio que os meus amigos têm feito o favor de ler os meus artigos anteriores onde explico mais profundamente tudo isto, pelo que peço desculpa de repetir apenas uma pequena parte) por homens como Konrad Adenauer, Charles De Gaulle, Alcide De Gasperi, Paul Van Zeeland, Paul Henry Spaak, Aristid Briand, Duncan Sandys, etc… e seus sucessores.
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A outra Linha, a derrotada em Haia em 1948, a dos Internacionalistas, Integracionistas, Federalistas, chefiados por Jean-Monnet, e que integravam homens como Joseph Rettinger, Dennis Rougemont, Altiero Spinelli, Jacques Delors e outros, defendeu sempre a Federalização da Europa com a criação de um Governo Europeu, por de cima dos Governos nacionais.
(Para mais informação ver por favor os meus textos anteriores ou o meu livro “Portugal e a Construção Europeia – Mitos e Realidades” editado pela Setecaminhos em 2005, com o Prefácio do Prof Doutor Ernâni Lopes)
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 3.2.- Ora como os meus amigos devem saber defendo e sou um fervoroso adepto da primeira Linha dos Fundadores:
- A da União da Europa das Nações Soberanas pelas razões de que devem estar lembrados, mas que lhes relembro apenas as seguintes:
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 3.2.1.- Os Povos das Nações da Europa passaram os últimos milhares de anos em lutas pela conquista da Sua Autodeterminação e Capacidade de Autogoverno e esse ADN está muito presente e estará. (veja-se os 72 Movimentos europeus com pretensões independentistas que existem e subsistem, de que o Catalão é apenas agora a parte visível do iceberg);
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 3.2.2.- O Continente Europeu é composto por três grupos principais:
- Eslavos, - Germanos e - Latinos.
Os seus interesses, costumes, objectivos sempre foram diversos e conflituantes.
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 Obs: Quando o alargamento a Leste se produziu, alguém muito sabedor e estudioso das questões do continente me disse:
- “… isto é o fim da União Europeia pois vai-se tornar ingovernável” .. citei.
Concordo com tal afirmação.
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 E logo começaram a vir à tona as divergências: cito sempre como exemplo paradigmático o Reconhecimento Unilateral da Alemanha da Independência da Croácia, acto que despoletou a “Guerra dos Balcãs” de 1992 que depois tiveram que ser a NATO, mas sobretudo os Americanos, a resolver.
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3.2.3.- E se quiserem outro exemplo, foi a fundação nos anos de 1990, entre a França e Alemanha de uma “Brigada Militar Mista” que ainda subsiste nos dias de hoje, sem consulta a nenhum dos outros membros.
Na verdade, os interesses da Alemanha estão no Leste da Europa.
Os Franceses tentam não “perder o comboio” do Leste.
E agora querem instrumentalizar (pela 5ª vez) os restantes europeus.
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 E por aqui me fico.
As minhas desculpas por tão longa resposta a estas “afirmações”.
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 Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Doutorado em Estudos Europeus (Universidade Católica)
Auditor de Defesa Nacional (Instituto da Defesa Nacional)
Gestor de Empresas


12 março 2018

A MINHA ANÁLISE ao CONGRESSO do CDS- Partido Popular


ANÁLISE

• O que foi?
• O Mistério!
• A des/informação dos “média”!
• Vale a pena?
• O Futuro!
(1).- INTRODUÇÃO
No passado fim-de-semana participei activamente no XXVIIº Congresso do meu partido realizado em Lamego.
Activamente pois apresentei, pela 10ª vez, uma Moção de Estratégia com o objectivo de ver adoptadas pela direcção várias das medidas que propus.
Medidas que reputo de importantes e que são o resultado:
- Do estudo da situação do país;
- Da audição de opiniões;
- Das minhas conclusões sobre como melhorar a vida dos portugueses.
Medidas, algumas delas, já publicadas no meu Blogue, no Facebook, no Twitter, em Conferências que tenho proferido nas Universidades, etc… desde há vários anos e que têm tido acolhimento favorável quer por parte de diversas personalidades de relevo quer por parte de Cidadãos comuns, como eu.
Medidas que agora foram adaptadas e transcritas (embora com linguagem diferente da que utilizei, de forma a não terem que citar o verdadeiro autor das ideias) noutras moções, de outras tendências, que agora foram apresentadas em Congresso.
E ainda bem, digo eu, pois assim o Partido poderia ganhar mais consistência, e densidade política, se as mesmas fossem aprovadas e adoptadas.
(2).- O QUE FOI?
Mas o que se passou no Congresso foi, tal como previ em comunicados previamente divulgados, a “entronização” encenada da Presidente em funções, e quase que apenas isso. 
O que, pelo menos para mim, foi pouco.
Gostei, no entanto, de ver que tem ambição de colocar o CDS no topo dos Partidos da oposição pois tal como afirmei num dos meus discursos “o CDS não pode continuar a ser a muleta descartável do PSD pois é um dos partidos Fundadores da 3ª República e o único representante da Direita em Portugal”.
Vamos a ver se se mantem firme nesta intenção e se à primeira esquina não nos coloca outra vez sob a alçada do PSD, a troco apenas de uns lugares, em vez da imposição dos nossos princípios, dos nossos valores e dos nossos programas.
Passou-se igualmente a merecida Homenagem a um grande Português, o Prof Adriano Moreira.
Passou-se ainda que as Moções de Estratégia que tinham 10 minutos para ser apresentadas pelos seus 1os subscritores foram atiradas para a hora de almoço.
A esta hora, tal como escrevi anteriormente, estavam apenas na sala cerca de 50% dos Congressistas.
Passou-se que, numa habilidade típica dos poderes em funções, a Moção da Senhora Presidente teve, não os 10 minutos regulamentares, mas sim 25 minutos para ser apresentada, desvirtuando desta forma o normal espírito de discussão positiva das mesmas e subalternizando em absoluto todos os outros promotores de Moções.
Isto numa situação em que já se sabia que ninguém se apresentaria como Candidato Alternativo à Presidência do CDS-PP.
(3).- O MISTÉRIO!
Ainda no que se refere à apresentação das Moções, a parte das Declarações Finais regulamentares, feitas ou pelos 1os Subscritores das Moções ou seus representantes, foi atirada para as 03h30m da manhã.
Confesso que me Senti numa RGA (Reunião Geral de Alunos) do PREC (Processo revolucionário em Curso – 1975/1982) em que os Comunistas, e a restante Extrema-Esquerda, adiavam indefinidamente a Votação Final dos assuntos, de forma a cansar todos os que lhes pudessem fazer frente e pudessem votar de forma diferente da sua vontade.
Assim aconteceu, tal como nas RGA’s. 
Numa sala em que estariam não mais do que 400 dos 1.500 Congressistas foram votadas as 2 (Duas) únicas Moções:
- A da Senhora Presidente, que já se sabia de antemão ganharia; o que é natural.
- A apresentada por mim, que estava apenas com curiosidade para ver quantos Companheiros a achariam válida para ser adoptada pela direcção.
E quando eu pensava já ter visto tudo, das tais “manobras”, eis quando sou surpreendido com uma Votação de Braço no Ar (tal como no PCP) SEM SEQUER SE CONTAREM os VOTOS de CADA UMA das MOÇÔES.
Disseram-me vários Companheiros que a Moção da presidente teve cerca de 75% dos Votos, (ou seja entre 300 a 320 votos) de Braço no Ar e que a minha (se tivessem sido contados os Votos) teria cerca de 80 a 100 votos.
Não sei se é verdade ou não (conto apenas o que me foi dito por companheiros que estavam na frente da sala) pois fiquei de tal maneira chocado com o que se passou, que abandonei de imediato a sala.
Fica o Mistério:
• Quantos Votos teve a Moção da Senhora Presidente? 
• A larga maioria, sem dúvida. Mas quantos?
Quantos Votos teve a minha Moção?
Muitos mais do que os 11 de Gondomar, sem dúvida. Mas quantos?
Mais “a frio” fiquei contente com os meus Companheiros de Partido, mas descontente com a direcção.
… 
(4).- A DES/INFORMAÇÃO dos “média”!
Na cobertura “informativa” nada de novo. O habitual.
Quem está no poder tem toda a atenção e cobertura;
Quem propõe algo pela positiva, como eu, não merece sequer uma imagem ou uma linha.
Nada contra. Mas não se digam da “informação”.
Assumam sim que são da “opinião”. 
É mais real, factual e verdadeiro.
(5).- VALE A PENA?
Fiz perguntas a mim próprio;
Recebi várias perguntas que me fizeram vários Companheiros, Congressistas, tais como:
- “Vale a pena pensar, escrever, tentar propor, discutir, e levar à apreciação dos Congressistas documentos que dão trabalho de reflexão, ordenamento e escrita?”
- “Vale a pena participar nos Congressos”?
- “Vale a pena contribuir com ideias, programas”?
Sempre achei que sim e tenho-o feito.
(6).- O FUTURO!
Perdida a oportunidade de se discutir seriamente, e em profundidade, os assuntos, ficámos reduzidos á vontade expressa pela Presidente e à mera táctica política.
(a).- Vontade de levar o CDS-PP a ser o líder do espaço não socialista! 
Apoio incondicionalmente! 
Há anos que o venho pedindo aos sucessivos líderes.
(b).- Vontade de levar o CDS-PP sozinho a eleições!
Apoio incondicionalmente!
Há mais de 30 anos que venho alertando publicamente para o prejuízo que têm causado as nossas coligações com os sociais-democratas 
(Alertas feitos em Congressos, no Conselho Nacional, na Comissão Política nacional, quando lá estive por diversas vezes) – 
(Prejuízo para o País e para o CDS). 
Nestes dois campos apoio incondicionalmente a Senhora Presidente. 
Apenas considero que é pouco para um Congresso.
CONCLUSÃO
Mais uma vez demonstrei que não ando à procura de “lugares”. 
Quando fui convidado por Manuel Monteiro, por Ribeiro e Castro e por Paulo Portas, foi porque estes acharam que tinha Mérito para os ocupar e por considerarem que a minha prestação seria Útil.
Mas também ficaram a saber que prezo a Coerência dos Princípios e dos Valores, acima de tudo.
Pois quando:
- Ribeiro e Castro teve uma posição dúbia face ao Referendo sobre o Aborto;
- e esteve contra e Eleição Directa do Presidente do Partido, 
- - - Demiti-me dos cargos que ocupava no Partido (Membro da Comissão Política Nacional e Conselheiro Nacional);
- Quando Paulo Portas retrocedeu nas promessas que me fez, ao me convidar, de:
- Não Haver Coligações com o PSD, mas sim Acordos de Incidência Parlamentar;
- Termos um Candidato próprio a Presidente da República (2010) e não apoiarmos Cavaco Silva para Presidente,
- Defendermos a Europa das Nações e recusarmos a Europa Federal;
- - - - - - Demiti-me dos cargos que ocupava no Partido (Membro da Comissão Política Nacional, Conselheiro Nacional e Secretário-geral adjunto);
Pois, para mim, um Partido Político só tem razão de existir se for para SERVIR Portugal e os Portugueses através de um Programa próprio, com Princípios e Valores coerentes, deixando aos cidadãos a decisão de Votar e dar Poder às nossas ideias ou não.
Os lugares são Instrumentos Importantes para podermos levar por diante as nossas Ideias, Valores e Programas, numa palavra para cumprirmos o que anunciamos.
Fica aqui o meu testemunho e a minha análise, sem mais qualquer comentário.
Desejo as maiores Felicidades e Sucessos à Presidente do CDS-PP
e a todos os Membros dos vários Órgãos Eleitos.
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Como sempre cá estou no CDS, por cá continuarei … se me continuar a sentir útil.
Saudações cordiais
Miguel Mattos Chaves
Militante  

05 março 2018

ENTREVISTA TELEVISIVA

Estimados Amigos e Leitores,

Ao ser Eleito para Presidente da Comissão Política Concelhia da Figueira da Foz, do CDS-PP e para Vice-Presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra do CDS-PP fui convidado pela Televisão da Figueira da Foz para uma Entrevista.

Nesta expresso as Ideias e o Projecto fundamental para o Concelho, para o período de 2018/2021.

Aqui Vos Deixo o link para se quiserem OUVIR e VER a referida entrevista o poderem fazer.

Se quiserem fazer Comentários e Análises façam o favor.


LINK: http://figueira.tv/2018/03/clube-privado-miguel-mattoschaves/
ou
https://youtu.be/otvMt6vCvyU


Um abraço e obrigado pelo Vosso interesse.

Miguel Mattos Chaves