SÍRIA
- bombardeamento com gases. QUEM fez?
Caros amigos e leitores,
Acho muito estranho que o Presidente Sírio, sob pressão
internacional há muito tempo, e sabendo que está sob “fogo inimigo” por parte da
UE e dos EUA, se lembrasse agora de deitar mais "achas para a
fogueira".
Dado o passado, nomeadamente as falsidades sobre o Iraque das “armas
de destruição maciça”, tenho grandes dúvidas sobre a “verdade” agora posta em
circulação.
Pessoalmente estou muito céptico e tendo a acreditar que alguns
dos “movimentos” o fizeram.
Como sabem, existem vários movimentos armados apoiados pela
Turquia, pela Arábia Saudita, pelos EUA, pela U.E. que se batem entre si nesse
país.
Uns filiados na Al Quaeda, outros no ISIS, outros em nenhuma
destas organizações, mas a soldo de potências que decidiram que o regime de
Assad teria que cair.
Na verdade, não seria a primeira vez, que estes “movimentos”
utilizaram armas químicas no conflito, como se tem vindo a saber por várias
pessoas que vivem no terreno. Não seria a primeira vez que qualquer deles
utiliza a cumplicidade de alguns, para acusar o regime de tudo e mais alguma
coisa.
Estranho muito que tenha havido um ataque químico por parte do
Governo Sírio. Seria um erro estratégico, que a situação militar actual não
justifica de todo.
Por outro lado, a acção “de resposta” dos EUA parece-me ter sido
mais levada por questões internas americanas, do que por intenções positivas, de
resolução do conflito.
Numa altura em que a Rússia tem o conflito práticamente
dominado, com a ajuda do seu aliado de sempre, o Governo Sírio, não parece
fazer muito sentido, em termos estratégicos, uma actuação deste tipo.
Por tudo o que acima descrevi, lamento mas "cheira-me"
(um instrumento de medida de quem não tem acesso directo à “Intelligence” da
zona) que há vários “jogos de poder” e demasiadas “encenações”.
Sou tentado a não acreditar na versão dos órgãos ditos de
comunicação social geral, dado que os mesmos estão fartos de nos mentir.
"Cheira-me" também que tudo isto não passa de mais uma
tentativa de "distrair" as opiniões públicas ocidentais, face aos
repetidos fracassos económicos e financeiros e face á crescente desagregação da
U.E..
Não tenho quase dúvidas que face à impopularidade de alguns
lideres europeus e do Presidente americano, tenha havido a necessidade de
criar, mais uma vez, o quadro do “inimigo externo”, seguindo as práticas de agregação
face ao “inimigo comum”, para tentar unir o que está desunido.
Veremos o que se seguirá, para tentar perceber melhor se há o
reacender da "guerra fria" - Washington-Moscovo - por interpostos
intervenientes, ou se será uma acção esporádica.
Mas pode ser que seja só eu a estar céptico sobre o que está a
acontecer.
Seja como for, a verdade, tarde ou cedo, virá ao de cima, como
aconteceu com o que se passou no Iraque.
Um abraço a todos e uma Santa Páscoa
Miguel Mattos Chaves - militante e ex-dirigente nacional do CDS-PP