05 junho 2015

Documento da Coligação de 3 de Junho

Minhas Amigas, Meus Amigos, Prezados Leitores,
Tal como prometido publico hoje a 1ª Parte de Análise e de Opinião ao documento apresentado pela Coligação, na passada 4ª feira dia 3 de Junho.

Começo pelas transcrições das frases constantes no documento e, em cada uma procedo ao meu comentário.
...
1.- “Pelo segundo ano consecutivo Portugal retomou o crescimento económico, o qual irá acelerar nos próximos anos”;

Comentário:
- Verdade, embora um crescimento fraco, de qualquer forma crescimento sim;
- Já era tempo. Mas é bom que se saiba: o crescimento resulta das trocas de bens e serviços entre as pessoas e entre as empresas e não da acção de qualquer Governo, seja ele de que Partido for.

2. “O rendimento disponível das famílias está a aumentar”;

Comentário:
- Mentira, a não ser para os que, nas empresas privadas, foram aumentados por decisão das mesmas.
A carga brutal de impostos directos e indirectos continua.
Apenas a CES foi cortada por Decisão do Tribunal Constitucional e não pelo Governo que a queria manter, o que devolveu mais alguns euros de rendimento às Famílias.

3.- “O desemprego reduziu-se de 17,5% para 13,0%, ao mesmo tempo que a criação de emprego aumenta”;

Comentário:
As habilidades são tantas, do lado do PS e do lado do PSD, neste item, que me dispenso de comentar, por estar verdadeiramente enjoado com esta conversa de uns e de outros.
(com, infelizmente, o CDS-PP metido no meio disto).

Uma coisa é certa:
- Perderam-se desde 2010 cerca de 500 mil postos de trabalho.
- Ainda não se voltou ao nível de pessoas empregadas de 2008;

Portanto, neste campo, desempenho muito negativo de PSD e Oposição.

4.- “As exportações batem sucessivos recordes, apesar de a economia de muitos dos nossos
principais parceiros se encontrar ainda numa situação de grande incerteza”;

Comentário:
- As empresas tiveram que se virar mais para a exportação dada a depressão da procura no mercado interno, provocada pela diminuição dos rendimentos das Famílias.
Assim o efeito secundário deste facto foi que os empresários e seus colaboradores, redobraram os esforços no sentido de procurar novos clientes fora do País.
É um bom resultado mas não se pode atribuir à vontade nem ao plano do Governo e sim à vontade e ao plano dos empresários e seus colaboradores.

5.- “Sectores como a agricultura, o mar e o turismo estão a dar contributos muito significativos
para a recuperação económica”;

Comentário:
- Verdade. Mas vejamos as verdadeiras razões:

5.1.- “A Agricultura tem vindo a crescer”:
Comentário:
Tem sido o escape de muitos desempregados provocados pela actual linha de austeridade que se abateu, não sobre o Estado, mas sim sobre as Famílias portuguesas.
Assim surgiram muitos novos agricultores entre ex-advogados, ex-arquitectos, ex-engenheiros, ex-empregados das empresas que fecharam por causa das medidas de política económica postas em execução.
Estes profissionais, que dantes iam de fim-de-semana ou em férias, à sua terra de origem, agarraram-se agora, desde 20010, às suas terras, até aí abandonadas, e passaram a explorá-las, reconstruindo a agricultura, embora em moldes diferentes das décadas de 1960/1970, com resultados médios muito positivos para eles próprios e para o País.

5.2.- Da parte do Governo – a Senhora Ministra da Agricultura, Drª Assunção Cristas, tem desobstruído o caminho aos Agricultores e facilitado os mecanismos de acesso destes aos apoios comunitários. O que é de louvar.
Este facto é tanto mais importante sobretudo se tivermos em atenção as práticas anteriores de Ministros do PS, tal como o Dr. Jaime Silva que íam dando cabo do que restava da Agricultura nacional.

Portanto, e em resumo:
a)- A Política deste Governo atirou milhares de profissionais/famílias para o desemprego;
b)- A Ministra da Agricultura agiu de forma a facilitar o retorno de muitas famílias à Agricultura e tal tem tido bons resultados.

5.2.- “A Economia do Mar tem vindo a crescer”:

Comentário: verdade, embora ainda seja muito reduzida a sua dimensão, depois de 40 anos de abandono pelos sucessivos Governos do PS e do PSD;
Neste programa enuncia-se, mas não passou, até agora, apenas de um enunciado.

5.3.- “Quanto aos bons resultados do Turismo”:

Comentário:
1º Factor favorável a Portugal - A eclosão das “Primaveras Árabes”, em destinos turísticos que eram muito procurados pelos turistas de países que são grandes fornecedores de dormidas no estrangeiro;
- Na verdade a eclosão de revoltas e situações de instabilidade política verificadas no Egipto, na Tunísia, na Líbia, na Síria, na Argélia, mas também a eclosão de alguns atentados no Skri Lanka, na Indonésia e noutros destinos asiáticos, tiveram como resultado que Portugal, a Espanha e a Itália, tenham visto reforçada a procura turística.

2º Factor favorável - As revistas internacionais passaram a dedicar notícias elogiosas ao destino. Aqui pode-se dar crédito ao Governo, através da acção competente do Instituto do Turismo de Portugal e dos organismos municipais de turismo, na promoção de Portugal e no aproveitamento do ponto anterior.

3º Factor favorável - A vinda crescente de companhias aéreas low-cost para o Porto e para Lisboa, contribuiu e muito para o aumento da oferta de transporte para os principais aeroportos e para o incremento da chegada de turistas a Portugal;

Conclusão – Turismo: Ou seja o Governo teve uma intervenção meritória na Promoção, o que ajuda, mas as causas do desempenho do Turismo têm que ser procuradas sobretudo no 1º factor que lhe é completamente alheio.

6.- “Portugal subiu de forma significativa em todos os rankings internacionais de competitividade, tornando-se mais atrativo para os investidores”;

Comentário:
Impressiona-me que estes rankings existam por duas razões:
- Quem compete nos mercados, são as empresas e não os Estados;
- São as empresas que através das suas actividades produzem melhores ou piores resultados na Economia e não os Estados.
Não é o Estado que faz o PIB: são as trocas dos cidadãos e das empresas.

Estes rankings, financiados por instituições financeiras, servem que interesses?
Uma das utilizações que se dá a estes “rankings” é o de “pressionar” os Estados e seus Governos.
A quem serve esta pressão?
Enfim, dado sem qualquer tipo de valor científico.

7.- “Os índices de confiança, tanto de consumidores como de empresas, apresentam valores
que há muito anos se não registavam”.

Comentário:
Tenho uma desconfiança de há muitos anos sobre estes indicadores, pelo que prefiro ficar por aqui.
Já me parecem as sondagens políticas.
Pode ser verdade, ou pode ser mentira.
Seja como for, cientificamente este dado é pouco fiável e sem valor.

8. “Sabemos que o mérito desta transformação é, antes do mais, dos Portugueses. Da sua resiliência, do seu bom senso, da sua capacidade de vencer a adversidade”.
Comentário:
7.1- - Esta frase cínica é uma tentativa de “amaciar” os destinatários das políticas deste Governo, e só isto.

8.- "Mas também sabemos que, sem uma estratégia coerente, todo esse esforço teria sido em
vão. Que, se como alguns propunham, tivéssemos pedido mais tempo ou mais dinheiro aos
credores, teríamos aumentado a nossa dependência externa e não teríamos reconquistado a
nossa liberdade. Que se tivéssemos hesitado, a troika não teria saído do nosso País".

Comentário:
8.1- este comentário de auto-elogio do Governo destrói a frase anterior por completo.

Em conclusão:
Para quem quer ganhar Eleições em 2015, vejo aqui uma não existência de:
- Estratégia para Portugal, o que não é novo de há 41 anos para cá;
- Um Retrato verdadeiro sobre a situação do País.
Um conjunto de afirmações com pouco ou nenhum conteúdo sólido.
~
9.- Documento muito pobre, que não se esgotou nestas alíneas e que contem mais as seguintes:

9.1.- Desafio 1
a questão demográfica
Comentário:
dado o seu conteúdo, nem comento, nem me dou ao trabalho de adjectivar..
9.2.- Desafio 2
a qualificação das pessoas
dado o seu conteúdo, nem comento, nem me dou ao trabalho de adjectivar..

Desafio 3
a competitividade das empresas e da economia
dado o seu conteúdo, nem comento, nem me dou ao trabalho de adjectivar..
embora acima, no ponto 6 já tenha abordado esta questão.

(A SEGUIR a ANÁLISE das 9 GARANTIAS)
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

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