12 março 2018

A MINHA ANÁLISE ao CONGRESSO do CDS- Partido Popular


ANÁLISE

• O que foi?
• O Mistério!
• A des/informação dos “média”!
• Vale a pena?
• O Futuro!
(1).- INTRODUÇÃO
No passado fim-de-semana participei activamente no XXVIIº Congresso do meu partido realizado em Lamego.
Activamente pois apresentei, pela 10ª vez, uma Moção de Estratégia com o objectivo de ver adoptadas pela direcção várias das medidas que propus.
Medidas que reputo de importantes e que são o resultado:
- Do estudo da situação do país;
- Da audição de opiniões;
- Das minhas conclusões sobre como melhorar a vida dos portugueses.
Medidas, algumas delas, já publicadas no meu Blogue, no Facebook, no Twitter, em Conferências que tenho proferido nas Universidades, etc… desde há vários anos e que têm tido acolhimento favorável quer por parte de diversas personalidades de relevo quer por parte de Cidadãos comuns, como eu.
Medidas que agora foram adaptadas e transcritas (embora com linguagem diferente da que utilizei, de forma a não terem que citar o verdadeiro autor das ideias) noutras moções, de outras tendências, que agora foram apresentadas em Congresso.
E ainda bem, digo eu, pois assim o Partido poderia ganhar mais consistência, e densidade política, se as mesmas fossem aprovadas e adoptadas.
(2).- O QUE FOI?
Mas o que se passou no Congresso foi, tal como previ em comunicados previamente divulgados, a “entronização” encenada da Presidente em funções, e quase que apenas isso. 
O que, pelo menos para mim, foi pouco.
Gostei, no entanto, de ver que tem ambição de colocar o CDS no topo dos Partidos da oposição pois tal como afirmei num dos meus discursos “o CDS não pode continuar a ser a muleta descartável do PSD pois é um dos partidos Fundadores da 3ª República e o único representante da Direita em Portugal”.
Vamos a ver se se mantem firme nesta intenção e se à primeira esquina não nos coloca outra vez sob a alçada do PSD, a troco apenas de uns lugares, em vez da imposição dos nossos princípios, dos nossos valores e dos nossos programas.
Passou-se igualmente a merecida Homenagem a um grande Português, o Prof Adriano Moreira.
Passou-se ainda que as Moções de Estratégia que tinham 10 minutos para ser apresentadas pelos seus 1os subscritores foram atiradas para a hora de almoço.
A esta hora, tal como escrevi anteriormente, estavam apenas na sala cerca de 50% dos Congressistas.
Passou-se que, numa habilidade típica dos poderes em funções, a Moção da Senhora Presidente teve, não os 10 minutos regulamentares, mas sim 25 minutos para ser apresentada, desvirtuando desta forma o normal espírito de discussão positiva das mesmas e subalternizando em absoluto todos os outros promotores de Moções.
Isto numa situação em que já se sabia que ninguém se apresentaria como Candidato Alternativo à Presidência do CDS-PP.
(3).- O MISTÉRIO!
Ainda no que se refere à apresentação das Moções, a parte das Declarações Finais regulamentares, feitas ou pelos 1os Subscritores das Moções ou seus representantes, foi atirada para as 03h30m da manhã.
Confesso que me Senti numa RGA (Reunião Geral de Alunos) do PREC (Processo revolucionário em Curso – 1975/1982) em que os Comunistas, e a restante Extrema-Esquerda, adiavam indefinidamente a Votação Final dos assuntos, de forma a cansar todos os que lhes pudessem fazer frente e pudessem votar de forma diferente da sua vontade.
Assim aconteceu, tal como nas RGA’s. 
Numa sala em que estariam não mais do que 400 dos 1.500 Congressistas foram votadas as 2 (Duas) únicas Moções:
- A da Senhora Presidente, que já se sabia de antemão ganharia; o que é natural.
- A apresentada por mim, que estava apenas com curiosidade para ver quantos Companheiros a achariam válida para ser adoptada pela direcção.
E quando eu pensava já ter visto tudo, das tais “manobras”, eis quando sou surpreendido com uma Votação de Braço no Ar (tal como no PCP) SEM SEQUER SE CONTAREM os VOTOS de CADA UMA das MOÇÔES.
Disseram-me vários Companheiros que a Moção da presidente teve cerca de 75% dos Votos, (ou seja entre 300 a 320 votos) de Braço no Ar e que a minha (se tivessem sido contados os Votos) teria cerca de 80 a 100 votos.
Não sei se é verdade ou não (conto apenas o que me foi dito por companheiros que estavam na frente da sala) pois fiquei de tal maneira chocado com o que se passou, que abandonei de imediato a sala.
Fica o Mistério:
• Quantos Votos teve a Moção da Senhora Presidente? 
• A larga maioria, sem dúvida. Mas quantos?
Quantos Votos teve a minha Moção?
Muitos mais do que os 11 de Gondomar, sem dúvida. Mas quantos?
Mais “a frio” fiquei contente com os meus Companheiros de Partido, mas descontente com a direcção.
… 
(4).- A DES/INFORMAÇÃO dos “média”!
Na cobertura “informativa” nada de novo. O habitual.
Quem está no poder tem toda a atenção e cobertura;
Quem propõe algo pela positiva, como eu, não merece sequer uma imagem ou uma linha.
Nada contra. Mas não se digam da “informação”.
Assumam sim que são da “opinião”. 
É mais real, factual e verdadeiro.
(5).- VALE A PENA?
Fiz perguntas a mim próprio;
Recebi várias perguntas que me fizeram vários Companheiros, Congressistas, tais como:
- “Vale a pena pensar, escrever, tentar propor, discutir, e levar à apreciação dos Congressistas documentos que dão trabalho de reflexão, ordenamento e escrita?”
- “Vale a pena participar nos Congressos”?
- “Vale a pena contribuir com ideias, programas”?
Sempre achei que sim e tenho-o feito.
(6).- O FUTURO!
Perdida a oportunidade de se discutir seriamente, e em profundidade, os assuntos, ficámos reduzidos á vontade expressa pela Presidente e à mera táctica política.
(a).- Vontade de levar o CDS-PP a ser o líder do espaço não socialista! 
Apoio incondicionalmente! 
Há anos que o venho pedindo aos sucessivos líderes.
(b).- Vontade de levar o CDS-PP sozinho a eleições!
Apoio incondicionalmente!
Há mais de 30 anos que venho alertando publicamente para o prejuízo que têm causado as nossas coligações com os sociais-democratas 
(Alertas feitos em Congressos, no Conselho Nacional, na Comissão Política nacional, quando lá estive por diversas vezes) – 
(Prejuízo para o País e para o CDS). 
Nestes dois campos apoio incondicionalmente a Senhora Presidente. 
Apenas considero que é pouco para um Congresso.
CONCLUSÃO
Mais uma vez demonstrei que não ando à procura de “lugares”. 
Quando fui convidado por Manuel Monteiro, por Ribeiro e Castro e por Paulo Portas, foi porque estes acharam que tinha Mérito para os ocupar e por considerarem que a minha prestação seria Útil.
Mas também ficaram a saber que prezo a Coerência dos Princípios e dos Valores, acima de tudo.
Pois quando:
- Ribeiro e Castro teve uma posição dúbia face ao Referendo sobre o Aborto;
- e esteve contra e Eleição Directa do Presidente do Partido, 
- - - Demiti-me dos cargos que ocupava no Partido (Membro da Comissão Política Nacional e Conselheiro Nacional);
- Quando Paulo Portas retrocedeu nas promessas que me fez, ao me convidar, de:
- Não Haver Coligações com o PSD, mas sim Acordos de Incidência Parlamentar;
- Termos um Candidato próprio a Presidente da República (2010) e não apoiarmos Cavaco Silva para Presidente,
- Defendermos a Europa das Nações e recusarmos a Europa Federal;
- - - - - - Demiti-me dos cargos que ocupava no Partido (Membro da Comissão Política Nacional, Conselheiro Nacional e Secretário-geral adjunto);
Pois, para mim, um Partido Político só tem razão de existir se for para SERVIR Portugal e os Portugueses através de um Programa próprio, com Princípios e Valores coerentes, deixando aos cidadãos a decisão de Votar e dar Poder às nossas ideias ou não.
Os lugares são Instrumentos Importantes para podermos levar por diante as nossas Ideias, Valores e Programas, numa palavra para cumprirmos o que anunciamos.
Fica aqui o meu testemunho e a minha análise, sem mais qualquer comentário.
Desejo as maiores Felicidades e Sucessos à Presidente do CDS-PP
e a todos os Membros dos vários Órgãos Eleitos.
...
Como sempre cá estou no CDS, por cá continuarei … se me continuar a sentir útil.
Saudações cordiais
Miguel Mattos Chaves
Militante  

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