17 outubro 2018

O Dia Seguinte ao BREXIT

COMENTÁRIO POLÍTICO
O DIA SEGUINTE - BREXIT
A situação e uma especulação final!
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Caros Amigos e Leitores,
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Nos últimos dias tenho assistido a declarações de políticos dirigentes da U.E., que denotam, mais uma vez, um quadro de mediocridade assustador.
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Assustador porque são eles que têm por missão governar alguns países e, como tal, decidem sobre a vida de milhões de pessoas, o que é, repito, assustador.
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As declarações, pelo menos algumas delas, são de tal ordem que me fazem pensar estarem (esses dirigentes políticos) a entrar numa situação de "delírio" mental, a roçar o quadro de uma doença do foro psiquiátrico.
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E quando eu esperava que tudo melhorasse, em termos dessas declarações, ainda piorou mais pela boca do Sr Presidente da Comissão Europeia, o luxemburguês Sr Jean-Claude Juncker que afirmou, entre outras coisas, que "os Ingleses podiam ser impedidos de sobrevoar o espaço aéreo europeu" e que "os seus aviões não vão poder aterrar na UE" após a saída da Inglaterra da U.E.
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Já dizia Platão que:
- “O castigo dos bons, que não fazem política, é serem governados pelos maus.” -
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Ou seja, o castigo daqueles que Não Votam, ou que não intervêm civicamente na Política, porque acham a política "uma maçada" ou porque não pactuam com este regime, é serem Governados por quem NÃO QUEREM.
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Posto isto, para que os Meus Amigos e Leitores fiquem a par da REALIDADE, reproduzo um excerto de um trabalho que produzi logo a seguir ao resultado do Referendo de 2016:
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"Na verdade, e como já o escrevi noutra ocasião, antes de se saber o resultado do referendo que conduziu ao Brexit, o Reino Unido é demasiado importante para poder ser descartado pelo resto da Europa, e é demasiado poderoso para que esta se tente “vingar” da sua atitude."
fim de citação do meu artigo
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E as razões que então apontei, e que se mantêm verdadeiras, são as seguintes, e permitam-me que me cite novamente:
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"1. - O Reino Unido continuará a ser um actor fundamental da economia mundial;
2. - Continuará a ser o líder da Commonwealth;
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3. - Continuará a ser a maior potência militar da Europa Ocidental;
4. - Continuará a ser o principal aliado dos Estados Unidos, no Atlântico Norte;
5. - Londres, a “City”, continuará a ser uma das maiores praças financeiras do Mundo;
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6. - A Libra sofrerá uma desvalorização temporária, (o que aconteceu) o que contribuirá para uma maior competitividade da indústria britânica no mercado mundial e para ganhos adicionais, embora temporários;
7. - Politicamente o Reino Unido sofrerá no curto prazo, alguma hostilidade dos principais países, (Alemanha e França) da União, (o que está a acontecer) mas no médio e longo prazo tudo voltará à normalidade;
8. - Também no curto prazo o Reino Unido poderá conhecer um abrandamento do investimento, dada essa animosidade e pouca racionalidade. Esta prevalecerá no médio e longo prazo;
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9. Neste ponto, e ao contrário do que eu então previa, tal não se verificou. Antes pelo contrário o investimento tende a aumentar.
10. - O Reino Unido continuará a ser uma das potências do armamento nuclear do mundo;
11. - Continuará a ser um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, com direito a veto;
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12. - Em termos geopolíticos não perderá a sua vital importância;
13. - Em termos da economia é demasiado importante para, muitos Estados e milhões de empresas, ser posta de lado;
14. - E finalmente o seu mercado interno é demasiado grande para ser ignorado, quer pelas empresas europeias, quer pelas instituições.
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Estas são as realidades com que é preciso contar e será bom para Portugal que os seus Governos, sejam eles de que Partido sejam, as tomem na devida atenção."
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fim de citação dos meus artigos.
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Em recentes declarações ao ‘Telegraph’, Mark Boleat, uma figura sénior da City londrina, (Centro Financeiro) afirmou que “Londres continuará a ser o Centro Financeiro mais importante, a nível mundial, apesar do Brexit e do nervosismo inicial que o resultado do referendo de 2016 provocou.”
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Igualmente Matt Brittin, o Presidente europeu do grupo Google, veio reafirmar que “a empresa continuará a investir na Grã-Bretanha dada a dimensão do seu mercado interno.”
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E muitas mais notícias têm confirmado este quadro, como é o facto de o comércio inglês ter registado recordes de vendas, no final do ano passado, quer ainda com o facto de a Bolsa de Londres registar recordes absolutos, na valorização dos seus índices."
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Para finalizar, recordo aos mais distraídos, que o Reino Unido contribuía, e vai deixar de o fazer, com mais de 10 mil milhões de euros para o Orçamento Comunitário, isto anualmente.
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Será o Reino Unido quem mais perderá, se Não Houver Acordo razoável para ambas as partes?
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Não creio!
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Para finalizar, permitam-me uma pequena Especulação (não é um "estudo cientifico" :)
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a)- SE ... o Reino Unido reentrar na EFTA (de que foi fundador), onde ainda estão a Noruega (fundador), a Islândia, o Liechenstein e a Suíça (fundador);
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b)- TENDO a EFTA acordos preferenciais de comércio com a U.E.;
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c)- NÃO havendo nessa organização nenhuma transferência de Soberania para nenhum órgão central dessa organização, (de que Portugal, a Suécia, Dinamarca e Áustria foram também Membros Fundadores);
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d)- Qual das duas organizações ganhará, ou reganhará, mais países MEMBROS?
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E, neste caso, o que deverá Portugal fazer?
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Desculpem a minha "especulação" e mesmo provocação, mas é, quanto a mim, um quadro não descartável sobre o qual se deve pensar.
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Dito isto, creio bem que o maior perdedor do BREXIT será a U.E. e por isso alguns dirigentes políticos andam de "cabeça perdida".
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Mestre e Doutorado em Estudos Europeus
Universidade Católica Portuguesa

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