COMENTÁRIO
POLÍTICO
O
DIA SEGUINTE - BREXIT
A
situação e uma especulação final!
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Caros
Amigos e Leitores,
...
Nos
últimos dias tenho assistido a declarações de políticos dirigentes da U.E., que
denotam, mais uma vez, um quadro de mediocridade assustador.
...
Assustador
porque são eles que têm por missão governar alguns países e, como tal, decidem
sobre a vida de milhões de pessoas, o que é, repito, assustador.
...
As
declarações, pelo menos algumas delas, são de tal ordem que me fazem pensar
estarem (esses dirigentes políticos) a entrar numa situação de
"delírio" mental, a roçar o quadro de uma doença do foro
psiquiátrico.
...
E
quando eu esperava que tudo melhorasse, em termos dessas declarações, ainda
piorou mais pela boca do Sr Presidente da Comissão Europeia, o luxemburguês Sr
Jean-Claude Juncker que afirmou, entre outras coisas, que "os Ingleses
podiam ser impedidos de sobrevoar o espaço aéreo europeu" e que "os
seus aviões não vão poder aterrar na UE" após a saída da Inglaterra da U.E.
...
Já
dizia Platão que:
-
“O castigo dos bons, que não fazem política, é serem governados pelos maus.” -
...
Ou
seja, o castigo daqueles que Não Votam, ou que não intervêm civicamente na
Política, porque acham a política "uma maçada" ou porque não pactuam
com este regime, é serem Governados por quem NÃO QUEREM.
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Posto
isto, para que os Meus Amigos e Leitores fiquem a par da REALIDADE, reproduzo
um excerto de um trabalho que produzi logo a seguir ao resultado do Referendo
de 2016:
...
"Na
verdade, e como já o escrevi noutra ocasião, antes de se saber o resultado do
referendo que conduziu ao Brexit, o Reino Unido é demasiado importante para
poder ser descartado pelo resto da Europa, e é demasiado poderoso para que esta
se tente “vingar” da sua atitude."
fim
de citação do meu artigo
...
E
as razões que então apontei, e que se mantêm verdadeiras, são as seguintes, e
permitam-me que me cite novamente:
...
"1.
- O Reino Unido continuará a ser um actor fundamental da economia mundial;
2.
- Continuará a ser o líder da Commonwealth;
...
3.
- Continuará a ser a maior potência militar da Europa Ocidental;
4.
- Continuará a ser o principal aliado dos Estados Unidos, no Atlântico Norte;
5.
- Londres, a “City”, continuará a ser uma das maiores praças financeiras do
Mundo;
...
6.
- A Libra sofrerá uma desvalorização temporária, (o que aconteceu) o que
contribuirá para uma maior competitividade da indústria britânica no mercado
mundial e para ganhos adicionais, embora temporários;
7.
- Politicamente o Reino Unido sofrerá no curto prazo, alguma hostilidade dos
principais países, (Alemanha e França) da União, (o que está a acontecer) mas
no médio e longo prazo tudo voltará à normalidade;
8.
- Também no curto prazo o Reino Unido poderá conhecer um abrandamento do
investimento, dada essa animosidade e pouca racionalidade. Esta prevalecerá no
médio e longo prazo;
...
9.
Neste ponto, e ao contrário do que eu então previa, tal não se verificou. Antes
pelo contrário o investimento tende a aumentar.
10.
- O Reino Unido continuará a ser uma das potências do armamento nuclear do
mundo;
11.
- Continuará a ser um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da
ONU, com direito a veto;
...
12.
- Em termos geopolíticos não perderá a sua vital importância;
13.
- Em termos da economia é demasiado importante para, muitos Estados e milhões
de empresas, ser posta de lado;
14.
- E finalmente o seu mercado interno é demasiado grande para ser ignorado, quer
pelas empresas europeias, quer pelas instituições.
...
Estas
são as realidades com que é preciso contar e será bom para Portugal que os seus
Governos, sejam eles de que Partido sejam, as tomem na devida atenção."
-
- - -
fim
de citação dos meus artigos.
...
Em
recentes declarações ao ‘Telegraph’, Mark Boleat, uma figura sénior da City
londrina, (Centro Financeiro) afirmou que “Londres continuará a ser o Centro
Financeiro mais importante, a nível mundial, apesar do Brexit e do nervosismo
inicial que o resultado do referendo de 2016 provocou.”
...
Igualmente
Matt Brittin, o Presidente europeu do grupo Google, veio reafirmar que “a
empresa continuará a investir na Grã-Bretanha dada a dimensão do seu mercado
interno.”
...
E
muitas mais notícias têm confirmado este quadro, como é o facto de o comércio
inglês ter registado recordes de vendas, no final do ano passado, quer ainda
com o facto de a Bolsa de Londres registar recordes absolutos, na valorização
dos seus índices."
...
Para
finalizar, recordo aos mais distraídos, que o Reino Unido contribuía, e vai
deixar de o fazer, com mais de 10 mil milhões de euros para o Orçamento
Comunitário, isto anualmente.
...
Será
o Reino Unido quem mais perderá, se Não Houver Acordo razoável para ambas as
partes?
...
Não
creio!
...
Para
finalizar, permitam-me uma pequena Especulação (não é um "estudo
cientifico" :)
...
a)-
SE ... o Reino Unido reentrar na EFTA (de que foi fundador), onde ainda estão a
Noruega (fundador), a Islândia, o Liechenstein e a Suíça (fundador);
...
b)-
TENDO a EFTA acordos preferenciais de comércio com a U.E.;
...
c)-
NÃO havendo nessa organização nenhuma transferência de Soberania para nenhum
órgão central dessa organização, (de que Portugal, a Suécia, Dinamarca e
Áustria foram também Membros Fundadores);
...
d)-
Qual das duas organizações ganhará, ou reganhará, mais países MEMBROS?
...
E,
neste caso, o que deverá Portugal fazer?
...
Desculpem
a minha "especulação" e mesmo provocação, mas é, quanto a mim, um
quadro não descartável sobre o qual se deve pensar.
...
Dito
isto, creio bem que o maior perdedor do BREXIT será a U.E. e por isso alguns
dirigentes políticos andam de "cabeça perdida".
...
Melhores
cumprimentos
Miguel
Mattos Chaves
Mestre
e Doutorado em Estudos Europeus
Universidade
Católica Portuguesa
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