27 novembro 2017

Ainda a proposta de um Exército europeu - (2ª parte)


Política Externa e de Defesa da U.E.

De forma breve, e em complemento do artigo anterior, direi que o problema da Política Externa europeia começa nos Dirigentes políticos que agora propõem uma pretensa solução, numa “fuga para a frente” para a área da Defesa comum.
Na verdade, tanto a Alemanha, quanto a França, têm sistemáticamente defendido os seus próprios interesses, não poucas vezes, com prejuízo dos restantes.
Nada contra.
Desempenham, os respectivos dirigentes políticos, o papel para o qual foram eleitos pelos seus cidadãos.
Dois exemplos apenas:
- (1º).- A constituição de uma Brigada Militar Mista entre a França e a Alemanha, sem qualquer consulta aos restantes Estados-Membros; - Sem mais comentários nesta matéria, pela evidência das razões que a tal levaram.
- (2º).- O Reconhecimento da Independência da Croácia, de forma Unilateral, sem qualquer consulta aos outros Estados-membros, por parte da Alemanha, atitude que provocou a Guerra dos Balcãs de 1992/1995 que, depois a NATO teve que resolver, ou mais precisamente, os Americanos; Nesta matéria apenas um comentário: - Para quem o não sabia, ficou patente que os interesses estratégicos da Alemanha estão no Leste europeu, e não no seu ocidente, como é sabido de há muito pelos que estudam estas matérias.
Já nem avoco a confusão que esta renovada proposta causaria:
- A escolha dos Comandos de um Exército Europeu;
- A escolha da localização da sua eventual Sede estratégica;
- Nem muito menos, as decisões sobre uma eventual "especialização" das Forças Armadas "europeias", campo em que seguramente os Estados-membros de média ou de pequena dimensão, perderiam em toda a linha.
A NATO assegura, nestes e noutros domínios, alguma “paz” entre os aliados pois é claro quem manda e quem paga a maior parte da factura.
Por tudo isto e por mais algumas questões e problemas que esta renovada, (que não nova), proposta de uma “Política de Defesa Estruturada” iria abrir, mantenho todo o texto que publiquei e pelo qual V.Ex.ªs se interessaram.
Mantenham os Estados-membros da União Europeia a sua pertença à NATO, contribuam mais para o seu fortalecimento, com palavras sempre importantes, mas também e sobretudo com actos concretos, e escusamos de “embarcar” em aventuras de resultado mais que duvidoso e de duvidosa “bondade”.
Como nota final relembrarei que no seio da União Europa, para que esta possa sobreviver, o Conceito que deve prevalecer é o da Cooperação entre Estados e não o da Subordinação entre Estados e muito menos o da Subordinação ´destes a Órgãos Centrais Europeus, que a renovada proposta do Sr. Jean-Claude Juncker escondia, mas que na realidade propunha no seu conceito e na prática, do seu desenvolvimento concreto.
Grato, mais uma vez, pelo Vosso interesse e atenção, sou
Com os melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Auditor de Defesa Nacional  

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