08 junho 2018

A Cimeira do G7 devia ou não ser do G8 - O Mundo espera?

COMENTÁRIO POLÍTICO
A CIMEIRA do G7 que DEVIA ser do G8

Hoje o 45º Presidente dos EUA afirmou que a Cimeira do G7 deveria voltar a ser a do G8 pois o que está em causa é a evolução e a paz mundial.

Ora, e mais uma vez, como o tenho feito em vários artigos por mim escritos e publicados, mais uma vez se verifica uma bizarria:
...
- O actual Presidente dos EUA, eleito pelos americanos, para governar para os americanos, está a Cumprir Tudo o que anunciou que faria no caso de vir a ser Presidente.
...
Digo Bizarria pois na “velha” Europa a mentira eleitoral é uma constante.

Em 23 de Janeiro de 2017 escrevi uma análise (publicada no Linkedin e na Academia.edu e também num semanário) sobre o Programa do actual Presidente dos EUA, conforme ele o escreveu.
(Não conforme a versão corrente)

Vejamos então, só em matéria de Política Externa, o que anunciou que iria fazer o 45º Presidente do nosso Aliado os EUA:

Reproduzo a minha Análise então produzida, nesta matéria:

Política Externa –

a) NATO - desde 1945 que os países europeus quase nada contribuem, quer em meios militares, quer em orçamento, para as despesas da organização.
Pretende que, sobretudo a França, a Alemanha e o Reino Unido, passem a contribuir com mais meios e mais dinheiro e aliviem assim as correspondentes contribuições dos EUA;

b) TTIP - anulação das negociações;

c) NAFTA – renegociação dos acordos em vigor;
...
d) Restabelecer as negociações com a Rússia, por forma a pacificar a zona euro-asiática;

e) Reexaminar o acordo nuclear feito com o Irão;

f) Introduzir direitos niveladores aos produtos oriundos dos países asiáticos, em que vigorem esquemas de remuneração que distorcem a concorrência sã, e que estão a prejudicar a economia americana; - (salários de miséria, inexistência de férias, trabalho infantil, etc);

Em causa, neste meu comentário político de hoje, está apenas o Ponto d) … “Restabelecer as negociações com a Rússia, por forma a pacificar a zona euro-asiática.”

E começo por colocar umas perguntas para Reflexão de apenas Bom Senso:
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A. - Tem o Ocidente a ganhar ou a perder com o estreitar das relações diplomáticas, comerciais e políticas com a Rússia Cristã Ortodoxa?
...
B. - Ganha a Paz mundial com a formação de um Bloco Euro-Asiático pacificado, ou perde?
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C. - Ganha ou perde a Europa em ter o seu Poderoso vizinho euro-asiático do seu lado?
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D. - Ganha a Europa em afrontar os interesses dessa Potência Mundial que é a Rússia Cristã-Ortodoxa que herdou da Rússia Czarista (desde Catarina a Grande) e da Rússia Comunista (que manteve) a Soberania Plena sobre a Crimeia, ou será preferível assentar no respeito mútuo?

A propósito dos "back yards", ou espaços vitais, antes de responder às outras questões lembro apenas que quando houve a ameaça da URSS ocupar CUBA, os EUA, (Potência Mundial), e muito bem, reagiram com o emprego de Forças de Dissuasão e impediram que tal acontecesse no seu “back yard”.

Ora a Crimeia situa-se no “back yard” da que voltou a ser uma Potência Mundial, quer alguns queiram ou não.

E em matéria de “back yards” nenhuma Potência Mundial admitiu, ou virá a admitir, interferências de terceiros.
(analisar por exemplo o caso da Coreia do Norte, no “back yard” da China em que tudo está a acontecer – Cimeira EUA-Coreias, depois do seu agrément tácito)

Ora hoje há Três e apenas Três Potências Mundiais:
- EUA, China e Rússia.

O resto são construções poéticas ou lírismos.

Na Política Internacional joga-se ao Poder e não a DESEJOS.

Assim tem toda a razão, mais uma vez, o 45º Presidente dos EUA em vir a público denunciar um erro monumental que está a ser cometido pelos Chefes de Governo dos outros seis membros, do agora G7, ao excluírem a Rússia do Clube dos países que decidem sobre o Sistema Internacional.

Respondendo às minhas próprias perguntas, acima enunciadas, direi então o seguinte:
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- Quanto á pergunta A., a resposta é óbvia.
E tão óbvia que a própria Chanceler Alemã, pese embora os seus discursos públicos, já por diversas vezes visitou e conversou com o Presidente Russo no sentido de estreitar as relações bilaterais entre a Alemanha e a Rússia;
Não as relações U.E/Rússia, mas sim, repito, as relações do seu país com a Rússia.
...
Porque terá sido?
Pela mesma razão que levou a Alemanha em 1992 (provocando a guerra dos Balcãs) a reconhecer a Croácia como País Soberano, sem ouvir os então seus “aliados” da então CE, ou seja a defesa dos interesses da Alemanha e dos Alemães.

As respostas às minhas questões, B e C, são também, para mim, óbvias.

A Paz mundial terá tudo a ganhar com a pacificação da zona euro-asiática e nada a perder com isso.

A somar a 510,9 milhões de pessoas nos 28 países da actual U.E. e os mais 144,3 da Rússia, teríamos 655,3 milhões de pessoas a viverem num espaço pacificado.
...
Por ser demasiado óbvio evito considerações sobre mercados, trocas comerciais, defesa, capacidade acrescida de resiliência face à Ásia, etc… etc… e fico-me por aqui.
(teria que escrever o dobro, só sobre este capítulo).

A resposta à questão D. está acima descrita quando referi a questão dos “back yards” ou “espaços vitais” de segurança.

Em conclusão:
Em vez de ler ou ouvir, com profundo desprazer, alguns escritos e discursos de “analistas” caseiros, seria bom que os nossos Responsáveis Políticos, quer estejam no Governo ou na Oposição, tomassem em consideração séria estas questões, para bem de nós todos, (os governados) e defendessem um regresso da Rússia ao G7, bem como uma reaproximação da União Europeia a esta Potência Mundial.

Finalmente, o óbvio:
- Tem toda a razão o Presidente dos EUA em defender o regresso da Rússia ao G8.

Já agora, se quiserem, pensem nisto!
Bom fim-de-semana para todos.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Doutorado em Estudos Europeus (Universidade Católica)
Auditor de Defesa Nacional (Instituto da Defesa Nacional)
Foto de Miguel Mattos Chaves.

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