Reflexão
sobre o estado da NAÇÃO
– “A
CONFUSÃO” - Os Papéis Trocados - 2ª PARTE -
Continuando a reflectir sobre a política portuguesa, escrevo
hoje e partilho convosco, a minha apreciação sobre a confusão que reina nas
políticas dos diversos quadrantes agora sobre a Fiscalidade e sua aplicação.
A ESQUERDA, em matéria de FISCALIDADE e de Orçamento
normalmente, quando o Estado precisa de dinheiro ou de equilibrar as Contas
Gerais do Estado (défice, divida pública, ou a dita “distribuição de
rendimentos”) o que faz:
- Carrega os Cidadãos com IMPOSTOS sobre os RENDIMENTOS,
Não deixando às Pessoas nenhuma escolha de como gastar o seu
dinheiro ou, eventualmente, pouparem;
A DIREITA, na mesma matéria (Fiscalidade e Orçamento) em caso da
mesma necessidade normalmente, o que faz:
- Carrega os Cidadãos com IMPOSTOS sobre o CONSUMO.
Deixa á escolha das pessoas o continuarem a consumir os produtos
alvo de novos impostos ou não.
Tenta reduzir a Despesa do Estado com a diminuição dos gastos da
Administração Pública e dos Serviços Públicos.
Como os meus Amigos e Leitores já puderam perceber, a CONFUSÃO
nesta matéria está instalada em Portugal.
Porquê?
Porque assistimos ao seguinte quadro:
- O ANTERIOR Governo (PaF) carregou os Cidadãos de Impostos
(IRS, Taxa Suplementar sobre Rendimentos e IVA) - (Impostos Directos)
tirando-lhes assim a Liberdade de pouparem ou gastarem como quisessem o seu
rendimento;
- O ACTUAL Governo (Geringonça) devolve PARTE dos Rendimentos
(retirados pelo anterior Governo) e fá-lo pelo abaixamento dos Impostos Directos
– IRS e IVA.
Ao mesmo tempo - Carrega os Cidadãos com IMPOSTOS sobre o
CONSUMO. - (Impostos Indirectos).
Deixa assim à escolha das pessoas o continuarem a consumir os
produtos-alvo de novos impostos ou não.
OU SEJA:
- A dita DIREITA (como se o PSD fosse de direita, mas isso é
outra discussão) fez o que a ESQUERDA normalmente faz quando se encontra na
situação do Estado precisar de dinheiro para equilibrar as Contas Gerais do
Estado;
A ESQUERDA está a fazer o que a DIREITA normalmente faz quando
se encontra na situação do Estado precisar de dinheiro para equilibrar as
Contas Gerais do Estado;
RESULTADO:
- A DIREITA, por culpa própria e por incompetência dos seus
dirigentes (do meu Partido – o CDS-PP – incluídos, infelizmente) está sem
“discurso” de Oposição pois a ESQUERDA está fazer o que a Direita devia ter
feito – isto é taxar o CONSUMO e NÃO os RENDIMENTOS.
Ou seja a CONFUSÃO está instalada na cabeça de uns e de outros.
E assim estamos num QUADRO de CONFUSÃO TOTAL pois os QUADROS
IDEOLÓGICOS e PROGRAMÁTICOS estão completamente trocados.
O RIDÍCULO atinge o seu cúmulo quando a Direita agora pede que
se AUMENTE a DESPESA do ESTADO o que contraria profundamente o que devia ser e
o que DEFENDE.
- Na verdade a Direita (a que sabe o que anda a fazer) quer
reduzir a Despesa do Estado, Equilibrar as Contas Públicas e Aumentar o
Rendimento das Famílias em obediência ao princípio do Personalismo e de que ao
Estado cabe o papel de Inspector, Regulador e Supervisor e NÃO de interveniente
na Economia;
- Na verdade A Esquerda quer Aumentar a Despesa do Estado,
(obedecendo à sua Ideologia de que o Estado Tudo deve Comandar) distribuindo a
carga fiscal aumentada pela população segundo o seu critério.
Ora o que se assiste é o contrário.
Daí a CONFUSÃO instalada com as PERDAS consequentes para os
Portugueses e para Portugal.
NOTA FINAL:
E agora os Dirigentes Políticos passam a vida a discutir
questões que não passam da classificação da “mercearia do dia-a-dia”;
E de fora ficam os temas Verdadeiramente Importantes, que Deviam
preocupar os Portugueses e o seu Futuro, e que não são verdadeiramente
abordados de forma séria, coerente e pro-activa, ou seja:
O Delinear de uma Estratégia Nacional para 5 ou 10 anos, em
matéria de:
(a).- Política Externa – Diversificação de dependências;
(b).- Emprego – RE Industrializar o País criando os meios para
tal;
(c).- Rendimentos e Fiscalidade – política estável e medidas
correspondentes para criar mais rendimento disponível nas famílias para que
elas possam comprar bens e serviços, de preferência produzidos em Portugal e
terem uma melhor vida;
(d).- Redução drástica da Burocracia que afecta os cidadãos e as
empresas e que tem custos elevadíssimos e impede a produção de riqueza no País.
Tudo isto, de forma a criar as condições para um Desenvolvimento
Sustentado que atraia verdadeiramente os Investidores Nacionais e
Internacionais para a criação de mais e melhor emprego em Portugal.
Ou seja:
Ambos os lados estão APENAS interessados em conquistar o PODER;
Não para SERVIR os Portugueses e Portugal, mas para servirem as
suas clientelas, os seus amigos Políticos.
Até quando?
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Vice-Presidente da Comissão Europeia da Sociedade de Geografia
Doutorado em Estudos Europeus (Universidade Católica)
Auditor de Defesa Nacional (Instituto da Defesa Nacional)
Gestor de Empresas
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