02 julho 2017

DERROTA das FA's ? ou do SISTEMA POLÍTICO?

ASSALTO ao PAIOL de TANCOS

MENSAGEM aos GOVERNOS de PORTUGAL

Sobretudo a este Ministro da Defesa, Dr Azeredo Lopes
Mas também aos anteriores Ministros da Defesa,
Dr Aguiar Branco,
Dr Paulo Portas,
e anteriores, que agora se fingem surpreendidos e indignados)

Apesar dos vários avisos e alertas que fui fazendo contra a destruição progressiva das Capacidades e dos Meios das Forças Armadas Portuguesas, essa destruição foi sendo feita, sem que os dirigentes políticos dos principais partidos, da esquerda à direita, tivessem erguido a sua voz contra esta acção.

E agora, ficou claro qual um dos potenciais resultados a que esse acto contra os Interesses Permanentes de Portugal poderia conduzir.

Na verdade poucos percebem que “a Paz se constrói com meios de dissuasão”.

Por outras palavras, poucos dirigentes políticos actuais percebem (desde 1982) que um País só é respeitado se tiver Forças Armadas capazes, bem equipadas e com um número de elementos suficientes, para dissuadir qualquer intenção de agressão, por parte dos inimigos potenciais ou reais, internos ou externos.

Ou seja, ter Forças Armadas que pela sua dimensão e capacidades façam os potenciais inimigos pensar duas vezes antes de tentar atacar o País ou Instalações Críticas, e que ponham em causa a Soberania de Portugal.

Ora tal capacidade de dissuasão já não existe nas FA’s Portuguesas.

E este facto deriva de:
- Se terem cortando os investimentos em Defesa,
- Se ter vindo a diminuir, para além do razoável, o número dos elementos das FA’S.
E com isso, se ter vindo a enfraquecer a sua força e capacidade de cumprir a Nobre Missão de Defesa do País.

 Acabou-se com o Serviço Militar Obrigatório;
 Venderam-se Aviões F16;
 Venderam-se a esmo e sem critério, Instalações Militares;
 Foi-se desprestigiando a Função Militar;
 Foi incutida na População a ideia que as FA’s já não eram precisas;
 Chegámos à situação de termos apenas 8 (oito) navios de guerra para defender 3 milhões de Kms quadrados de Mar;
 Etc.. etc.. etc…

E agora, face a uma “operação de assalto”, sejamos claros, de carácter militar, a um dos paióis do Exército de Terra, assistimos ao seguinte quadro lamentável:
...
- Os dirigentes políticos querem “sacudir a água do capote”;
- A comunicação social, que vinha pedindo o desmantelamento das FA’s, finge-se preocupada,
- Parte da população civil, sobretudo de esquerda, finge-se indignada.

É inacreditável, mas esta assim este Portugal dito de “moderno”.

E as minhas perguntas mantêm-se:

(1).Têm as Forças Armadas Portugueses uma Capacidade Autónoma de Dissuasão, em número de efectivos operacionais, face a:
(a). Ameaças convencionais;
(b). Novas ameaças (terrorismo organizado; tráfico e trânsito ilegal de armas químicas e biológicas; e outras)

(2) Têm as Forças Armadas Portuguesas o equipamento necessário para serem consideradas úteis e relevantes, no seio da Aliança Atlântica (NATO) ou na UE?

(3). Têm as Forças Armadas Portuguesas o equipamento necessário para Defesa (dissuasora) e de Vigilância das águas territoriais e ZEE, contra exploração indevida de recursos; descargas de poluentes; trânsito de contrabando – droga e armas; etc.

(4). Têm as Forças Armadas Portuguesas o equipamento necessário para a Defesa e Vigilância do Espaço Aéreo nacional, continental e insular?

A minha resposta, como Auditor de Defesa Nacional, e como ex-dirigente político, é muito clara: - NÃO, não temos!

E agora?
Aprenderam os dirigentes políticos, e população, algo com este “assalto” planeado e bem executado, em que as nossas Forças Armadas, (o Exército de Terra), foram derrotadas?

Aprenderam os Senhores Dirigentes Políticos alguma coisa e querem arrepiar caminho e proceder aos necessários Investimentos em equipamento e homens das nossas Forças Armadas, para níveis, pelo menos satisfatórios?

É que da próxima vez, caros Portugueses, caros Concidadãos, poderá acontecer, não uma operação de ataque controlado contra uma Instalação Militar, mas um ataque militar, em forma contra vários objectivos críticos de Portugal.

E se isso acontecer?
Ficou desta vez claro que estamos indefesos, contra essa e outras ameaças?

Ou julgam que “a Paz Eterna” já chegou?

Espero que daqui para a frente o Ministério da Defesa seja entregue a Altos Comandos das Forças Armadas e não a pessoas que nem sabem para que servem as Forças Armadas.

Inocentes? Nem um!
Todos os Governos, desde 1982, são culpados pelo que aconteceu e pelo que poderá vir a acontecer se nada for corrigido.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Auditor de Defesa Nacional

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