03 setembro 2015

REFUGIADOS/IMIGRANTES ... a crise ...

REFLEXÃO sobre a crise dos REFUGIADOS/ IMIGRANTES
de África e do Médio-Oriente
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Esta questão, ao contrário do que possa parecer, tem várias vertentes da análise política e várias implicações (segurança e economia) para a Europa que importa analisar de forma séria.
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Seria de esperar (porventura ingenuidade minha) que o Poder Político e a Comunicação Social o fizessem.
Mas verifico que assim não é, excepto raras e honrosas excepções.
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Assim cabe-me contribuir, ainda que de forma necessáriamente breve, para que as pessoas que fazem o favor de ler o que vou escrevendo tenham à sua disposição uma grelha de leitura desta questão complexa, para que possam formar as suas próprias opiniões sobre a matéria.

É isso que vou tentar fazer, pedindo desde já desculpa de o presente texto não ser mais reduzido.
Os meus prezados leitores julgarão se fui capaz e se vos fui útil.

RESUMO - GRELHA de LEITURA

(1). Na análise política:
1.1. - Causas deste movimento de pessoas;
1.2. - Aproveitamento e Meios utlizados;
1.3. - Capacidade de acolhimento.

(2). Implicações no campo da Segurança
(2.1). - Para os Governos dos países da Europa;
(2.2). - Para os cidadãos residentes na Europa;
….
(3). Implicações no campo da Economia
- para as Economias dos países de origem;
- para as Economias dos países de destino.
No campo da Civilização
- para a Europa Ocidental;
- para a Europa Oriental.
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(4). O que deveria ser feito para evitar esta situação
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(1). Comecemos então pela brevíssima e incompleta análise política.
1.1. – Os factos:
O Ocidente invadiu o Iraque a Líbia invocando como razões a natureza dos respectivos regimes políticos, a eventualidade de possuírem armas químicas e biológicas, ou seja que eram uma ameaça. Deixaram que a Síria fosse alvo de guerra civil.
Não vou discutir estes “argumentos”, mas sim o seu resultado.
Desestruturaram regimes políticos que mantinham populações muito heterogéneas agregadas e organizadas e em paz.
Criaram vazios de poder e quando isso acontece, origina convulsões sociais e políticas difíceis de dominar.
Em consequência as populações civis ficam entregues a si próprias e à mercê da violência de grupos que pretendem conquistar o Poder.

1.2. - Aproveitamento e Meios utlizados;
Esses grupos organizados ao provocarem a violência para dominar as populações provocam o surgimento de grupos (sob a sua orientação ou espontâneos guiados apenas pela ganância individual) que proporcionam meios de fuga às populações, quer para países vizinhos, quer para outros destinos (no caso a Europa);
Estes grupos, se patrocinados pelos poderes emergentes, podem até nem cobrar um cêntimo àqueles que naturalmente querem fugir aos conflitos.
É uma forma de se livrarem de encargos financeiros, económicos e políticos, (ficando só com os considerados fiéis ao novo poder no seu território) podendo utilizar esses movimentos para infiltrarem agentes seus em países considerados inimigos, dada a dificuldade de controlo individual no destino.
Se espontâneos, aproveitam essa vontade para cobrar dinheiro e ganhar fortunas, dada a quantidade de pessoas envolvidas.

1.3. – Na Capacidade de acolhimento.
Qualquer que seja o País, existem duas limitações de facto:
- O espaço territorial, que não é elástico;
- A capacidade de sustentar e integrar essas pessoas, que não é infinita.
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(2). Implicações no campo da Segurança
(2.1). - Para os Governos dos países da Europa;
Ora sendo o acima exposto real, os Governos (em qualquer regime: feudal, monarquia, república, cidade-estado, principado, etc…) dos diversos territórios estabeleceram desde sempre, pelo menos desde o Império Romano, que a vinda para o seu território de pessoas que nele não tenham nascido ou que não tenham vínculos de cidadania com os mesmos, obedeceria a regras de autorização dos governos respectivos.

No caso presente a vinda de pessoas com culturas, hábitos, religião, muito diferentes agrava o problema, pela potencial desestabilização social que isso pode provocar nos países de destino e que se constitui como um potencial perigo para a vida das populações respectivas.
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Uma outra dimensão não desprezível refere-se ao perigo de os grupos que lutam pelo poder nos países de origem, infiltrarem agentes seus com a finalidade de desestabilizarem a ordem social e a organização dos países de destino, o que no caso presente é uma realidade visto a existência, por exemplo, do “Estado Islâmico - ISIS”, AlQuaeda, etc… que têm como finalidades:
- A tomada de poder político, por via militar, do Iraque, Líbia e Síria;
- O ataque à civilização ocidental, vistos como “infiéis”, e sua submissão pela via do terrorismo.
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(2.2). - Para os cidadãos residentes na Europa;
Não deixando de lado a questão humanitária, (sentimento bem explorado com a conivência inconsciente dos meios de comunicação da civilização ocidental), este movimento de pessoas pode desembocar numa situação de Imigração para a Europa de mais alguns (não centenas, nem milhares) milhões de pessoas para o seu território finito e com capacidades económicas e financeiras também elas finitas.
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(3). Implicações no campo da Economia
- para as Economias dos países de origem;
- para as Economias dos países de destino.
No campo da Civilização
- para a Europa Ocidental;
- para a Europa Oriental.
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Ora, em consequência, esta situação tem um potencial de desestruturação da civilização ocidental, que reputo de grave, pois terá implicações no emprego/desemprego, na subversão dos valores religiosos, na introdução de costumes e culturas diferentes, com implicações a prazo na ordem e na paz dos diversos países (Vidé: a situação de Paris e seus subúrbios, na Alemanha, e noutros países europeus).
Terá consequências óbvias no bem-estar geral das populações já existentes nos países de destino, com prejuízo dos seus naturais e sem benefício evidente para os Imigrantes, pelas consequências de um aumento súbito da despesa e do número de pessoas residentes no mesmo.

Uma pequena nota:
Em Portugal, por exemplo mas não só, é estranho (para mim claro), que existindo 2 milhões de pessoas em Portugal que vivem na pobreza, e mais 1 milhão que para lá caminha, ver certos sectores políticos advogarem a libertação de dinheiro público/fundos para sustentar os que potencialmente veem.
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Para a Civilização:
Ao longo de séculos a história da existência das civilizações, foi de confronto (a Ocidental, a Árabe, a Muçulmana). Ou seja só a espaços foi pacífica.
Embora nos territórios das ex-Províncias Ultramarinas, (dado o espirito universalista dos portugueses e o seu domínio), tenha proporcionado uma convivência, na maior parte do tempo, pacífica entre estas civilizações.

- Ou seja, esta situação não é nova.
Lembremos que Portugal, o seu Fundador Dom Afonso Henriques teve que defrontá-los; Existiram Cruzadas do Ocidente;
E lembremos também os recentes atentados terroristas em Paris, na Dinamarca, em Madrid, em Londres, etc…

Não que a maioria dos afectados civis tenham esses comportamentos.
Mas porque o seu aproveitamento pelos detentores do poder nos países da origem, dado o descontentamento a seguir gerado pelas reais e difíceis condições de vida que, (passada a época de contentamento inicial) se verificarão (e se verificam já) nos países europeus, gerarão conflitos de consequências imprevisíveis, sem ganhos para ninguém.

- Nem para os Imigrantes, que dificilmente encontrarão emprego que os sustente e lhes dê uma vida digna, dado que passada a fase de acolhimento os Estados deixarão de os sustentar, como é óbvio.

- Nem para os já residentes e naturais dos países de destino, dado os inevitáveis choques de culturas, de religião, de costumes, e dada a verificação de que o desemprego se agravará.

(4). – O que deveria ser feito

Em vez de a Europa enviar dinheiro sem regras, (como até hoje tem sido feito), ou através de pseudo-organizações humanitárias que acabam por financiar os poderes políticos, sem benefício para as populações dos países em questão, deveria:

Deveria, através de Agências das Nações Unidas, com uma supervisão apertada, proporcionar:

(4.1) - O Investimento dirigido, vigiado e controlado no seu início, em Unidades produtivas, que criassem emprego estrutural nesses países de origem, fixando assim as suas populações;

(4.2). – Financiasse e ajudasse a estabelecer nesses países Instituições de Ensino Técnico Profissional que formassem a sua juventude e lhe desse perspectivas de evolução nas suas vidas e de esperança no futuro no seu país;

(4.3). – Financiasse e assistisse técnicamente, com pessoal especializado, o aparecimento de unidades de saúde devidamente equipadas.

Duas pequenas reflexões adicionais:
...
(A). - As Nações Unidas deveriam chamar, entretanto, a atenção da Arábia Saudita, dos Principados Árabes seus vizinhos (Koweit, Dubai, Emiratos Árabes Unidos, etc…) para esta questão, e não deixar todo este problema a cargo apenas da Europa.

(B). – As Nações Unidas deveriam chamar a si, através das Missões Militares de Manutenção da Paz, a organização de contingentes que, em colaboração, com os países vizinhos de origem destes movimentos migratórios, os pudessem melhor controlar e organizar.
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AVISO:
Se a Europa e as Nações Unidas não o resolverem, este problema poder-se-á transformar numa situação de: "Pão para hoje, fome para amanhã e Guerra subsequente".
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Como podem verificar não é um problema tão simples como a pobreza do conteúdo das "notícias" o sugere.
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Bom, esta brevíssima e incompleta análise já vai, mesmo assim, muito longa.
Muito mais teria para dizer, mas fico-me por aqui.
Obrigado por me ter lido.
Espero ter sido útil.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

02 setembro 2015

Mais uma Pergunta ao Sr. 1º Ministro e ao Líder da Oposição..,.

AUTO-ESTRADAS em Portugal
Pergunta ao Sr. 1º Ministro e ao Líder da Oposição
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(1). Situação em alguns países:
Na Alemanha, não há portagens nas auto-estradas.
Em Inglaterra, há uma rede de milhares de quilómetros de SCUTS, não pagas em portagens;
na Holanda, também não há portagens.
Em Espanha, por exemplo, vai-se de Badajoz a Madrid por auto-estrada sem uma única portagem;
Etc…

(2). A minha primeira pergunta aos Sr. 1º Ministro extensiva aos 1ºs Ministros que o antecederam, e ao actual Líder da Oposição, é a seguinte:
- Será que a Alemanha, Inglaterra, Holanda, Espanha, são governadas por políticos incapazes e suicidas? Será que os Economistas desses países são analfabetos ?
….
(3). Continuando:
MAS .... pergunto igualmente:
(3.1) Quem introduziu as Portagens nas Scuts em Portugal ?

(3.2) Quem fez um contrato, com a Lusoponte, em que na Ponte Salazar (perdão, sobre o Tejo – 25 de Abril é que não é de certeza) continua a pagar portagens, apesar de estar paga e repaga, para defender a PPP do actual Presidente da República e seu governo?

(3.3) Quem permite que as portagens em Portugal sejam das mais caras da Europa (onde elas são pagas) reduzindo a mobilidade dos cidadãos e penalizando as empresas?
….
(4). Posto isto:
(4.1). Na sua concepção e definição, uma auto-estrada é uma via de circulação destinada a facilitar a Mobilidade dos Cidadãos e dos veículos de transporte de Mercadorias em condições de segurança superiores ás estradas nacionais;

(4.2). Na sua concepção e definição, uma auto-estrada é um instrumento de progresso por facilitar o trânsito de pessoas e mercadorias de forma mais rápida;

(4.3). Na sua concepção e definição é um meio de comunicação terrestre, que é económicamente mais vantajoso, dado que permite economia de combustíveis, economia na reparação automóvel por menor desgaste dos veículos automóveis, permitindo assim poupanças significativas aos utilizadores e ao país;

(4.4). Também tem reflexos na saúde das pessoas ao permitir circular com menos riscos de acidentes.

(5). Em consequência do acima exposto, os Governos responsáveis e com visão (para além do dia-a-dia) estratégica, de países mais desenvolvidos consideram as auto-estradas um Bem Público estratégico, e optaram por serem os respectivos Estados os seus proprietários, sem prejuízo de estabelecerem contratos de manutenção e conservação com empresas privadas.

(6). Em Portugal, no início, também assim foi, como esteve estabelecido nos 3º e 4º Planos de Fomento.

(7). Posto isto, pergunto ao Sr. 1º Ministro e ao Líder da Oposição:

(7.1). - Estarão os Governantes de Alemanha, Inglaterra, Holanda, Espanha e outros como a Suíça, a Itália, enganados e com falta de visão?

(7.2). - O Imposto Único de Circulação automóvel, que todos pagamos, não deveria ser suficiente para suportar os custos respectivos de construção e manutenção?

(7.3). - O IA, IVA automóvel, etc…, não deveriam ter a mesma finalidade?

(7.4). – O Imposto sobre os Combustíveis (dos mais altos do Mundo) não amortizaria grande parte dos custos?

(7.5). - As receitas das multas, coimas, não deveria ser afecta a estes custos?

NOTA: É que meus Senhores, entre todos estes Impostos, Taxas e Coimas, estamos a falar de Receitas para o Estado de milhares de milhões de euros, por ano, que deviam chegar e sobrar para pagar os custos de construção e manutenção das mesmas.
Se V.Exas. quiserem em apresento-lhes as contas, mas sei que sabem o que eu sei e por isso dispenso-me de os maçar com as mesmas.
….
(8). Assim sendo a minha última pergunta:
- Dado que estamos em vésperas de novas eleições gerais, que pretendem V.Exas. fazer neste domínio?

(8.1). Continuar a deixar empresas privadas ganhar milhões por mês com um Bem Público e estratégico para a mobilidade e o desenvolvimento?

(8.2). Diminuir os Impostos, Taxas, Coimas que incidem sobre os veículos de transporte de pessoas e mercadorias, aos contribuintes automobilistas e aos contribuintes empresas?
….
(8.3). Diminuir o valor excessivo das Portagens, o que tem originado uma sobrecarga de verdadeiros impostos para os contribuintes e tem contribuído para aumentar (em vez de diminuir) o trânsito nas estradas nacionais que já não estão adequadas ao moderno trânsito automóvel, quer em termos de segurança, quer em termos económicos?

(8.4). Eliminar as Portagens nas auto-estradas principais? E quais são elas?

CONCLUSÃO:

Gostaria de ser esclarecido Sr. 1º Ministro e Sr. Líder da Oposição sobre qual a vossa proposta, também nesta matéria, para que eu possa votar ou não votar, em consciência e bem informado;

Gostaria também que me respondessem, a mim, mas sobretudo aos Portugueses, (o que não fizeram até hoje) às perguntas que vos dirigi anteriormente sobre a questão do Combate a Incêndios e sobre o Preço injustificado dos Combustíveis.

Às minhas amigas, aos meus amigos e aos meus estimados leitores, peço um comentário ou a partilha deste texto.

Grato pela atenção dispensada.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

26 agosto 2015

Protesto de um Militante do CDS-PP e seu ex-dirigente nacional...


O Dr. Paulo Portas vem agora clamar que quer participar nos Debates televisisvos em plano de igualdade com os Líderes das outras forças políticas concorrentes.
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Para reforçar a sua atitude, e para aparecer na comunicação social, tenta "desafiar" o Líder do partido da oposição à coligação em que se inseriu de livre vontade....
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Desculpem eu não perceber esta atitude do Presidente do meu Partido.
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Então vamos Coligados.
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Ora é sabido, de há muitos anos para cá, que os Debates são exclusivos (concorde-se ou não) dos Líderes das Forças concorrentes a eleições.
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Ora o CDS-PP não concorre às eleições de forma autónoma.
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O Presidente enfiou-nos, Novamente e contra a minha vontade e contra a vontade de muitos milhares de militantes e simpatizante do CDS-PP, por debaixo do PSD.
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Fê-lo para se tentar manter em postos governamentais, mesmo sabendo que isso tem acarretado uma péssima imagem da política junto dos portugueses.
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Má porque a política seguida pelo PSD (a que o CDS-PP tem sido obrigado a seguir uma vez que aceitou fazer coligação com esse partido) é contrária à esmagadora maioria dos Princípios, Valores e Programas defendidos pelo CDS-PP e aprovados em sucessivos Congressos, desde a sua fundação.
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Mesmo sabendo disso insistiu em ir coligado, agora de forma pré-eleitoral, retirando ao CDS-PP a possibilidade de afirmar os seus Princípios, Valores e Programas junto dos Portugueses e que estavam a conquistar cada vez mais eleitores pela qualidade intrinseca dos mesmos.
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Que é que ele quer agora?
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Já vale tudo em política, mesmo a mistificação e as birras?
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Enfim sinto-me envergonhado com estas actuações.
Em política, tal como eu a entendo, não pode valer tudo.
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O CDS-PP tem que ser uma fonte de esperança para Portugal e para os Portugueses e não uma fonte de lamentáveis encenações.
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O CDS-PP merecia mais.
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Espero que os militantes e os simpatizantes se resolvam a obrigá-lo a mudar a atitude e a postura da actual direcção.
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Parafraseando o actual Presidente do CDS-PP quando se opunha (depois de apoiar) ao Dr. Manuel Monteiro e ao Dr. Ribeiro e Castro:
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- "Este CDS não tem emenda" ... Citei e adopto agora a sua frase.
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Este Não É o Verdadeiro CDS-PP. Saudações cordiais.
Miguel Mattos Chaves


17 agosto 2015

Estratégia para Portugal


COMBUSTÍVEIS - PERGUNTA ao Sr. 1º Ministro de Portugal

PERGUNTA ao Sr. 1º Ministro de Portugal
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Tendo em conta o quadro de evolução dos preços e cotações abaixo descriminados:
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QUADRO de evolução dos Preços 2013 a 2015...

(A). - O BARRIL de BRENT (Petróleo) em:

• Em 2013 estava a 108 dólares o Barril
...
• Em 2014 estava a 103 dólares o Barril.

• Em 2015 ESTÁ a 49,31 USD o Barril

(B). PREÇOS da GASOLINA sem CHUMBO 95
....
- Em 2013
O Litro de Gasolina sem Chumbo 95 custava ao consumidor 1,621 Euros por litro.
….
- Em 2014
O Litro de Gasolina sem Chumbo 95 custava ao consumidor 1,576 Euros por litro.
….
- Em 2015
O Litro de Gasolina sem Chumbo 95 custa ao consumidor 1,556 Euros por litro.
….
O Dólar versus o Euro
• Em 2013 – 1,3526
....
• Em 2014 – 1,3133
....
• Em 2015 – 1,10773
….
(C). EVOLUÇÃO PERCENTUAL de 2014 para 2015
….
C1) Barril do Petróleo – para não maçar com miudezas
– cerca de 50% MENOS que em 2014
….
C2) Dólar - – para não maçar com miudezas
– cerca de 15% menos que em 2014.
….
Ou seja, simplificando, um diferencial que devia ser transmitido em proveito do Consumidor Português de cerca de 35%.
...
Ou seja, de forma simplista o Litro da Gasolina sem Chumbo 95 devia estar a custar ao Consumidor:
- 1,0244 EUROS POR LITRO -
...
PERGUNTA:
Posto este quadro real, pergunto a V.Exª:
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Pode-me explicar Sr. 1º Ministro o porquê desta situação?
Porque é que a gasolina sem chumbo 95 não está nos cerca de:
- ou seja - 1 euro por litro ?
...
Já nem falo do gasóleo, fundamental para a actividade económica, nem dos combustíveis para a Indústria, que o Senhor diz que vai defender.
...
NOTA: não me responda só a mim, mas sim a todos os Contribuintes Portugueses, a todos os Cidadãos de Portugal.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Militante do CDS-PP
 

14 agosto 2015

A COMPETITIVIDADE faz-se pelos Baixos Salários? NÃO !

É lamentável ler determinados textos publicados em que se defende que a Competitividade se faz através de baixos salários e pouco mais interessa.
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Em primeiro lugar:
Não são os Estados que competem entre si.
Quem compete são as empresas e só pelo resultado da soma das suas actividades um país é chamado á colação.
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Deviam saber isto, mas aparentemente ignoram.
- Defeito da sua Formação?
- Defeito das Universidades?
- Ou será apenas ignorância pura e dura?
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Um dia disse a um Insigne Professor de Economia, infelizmente já desaparecido:
- “… sabe Professor o nosso problema é que dos ditos empresários 95% são na verdade apenas negociantes e apenas 5% têm verdadeiramente direito a esse nome, pois são os que sabem que é o Factor Humano que faz a diferença entre empresas, para já não falar de saberem o que é uma estratégia, o que são mercados, etc.... coisa que os restantes 95% não fazem a mais leve ideia.
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Com grande surpresa minha ouvi a sua resposta:
- “…sabes se tivéssemos 5% de empresários dignos desse nome, seriamos um país rico. O problema é que temos apenas cerca de 30 a 40 empresários, o resto são negociantes...". citei.
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Já o Relatório Melander (da OCDE) de 1958 punha o dedo na ferida sobre esta matéria. O grave é que, passados cerca de 60 anos, esta realidade se mantém.
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Falam-me esses senhores, poucos felizmente mas com grande cobertura mediática, (Os ditos Economistas avençados pelo Regime e alguns Governantes) que esta matéria (a competitividade através dos salários baixos) faz parte dos consensos da U.E., B.C.E. e F.M.I.
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E Perguntou eu a esses senhores:
- QUAIS CONSENSOS?
Meus caros, sejamos sérios.
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Quais consensos? Os que se formaram nos anos de 1980 que postulavam três ideias:
- 1) Desindustrializar a Europa! Transformar Portugal num País de Serviços!
Tenho a dizer que este postulado produziu um Excelente resultado, como aliás se vê!
Isto é, desemprego estrutural e não conjuntural e o empobrecimento do País.
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- 2) Concorrer em salários com espaços económicos cujos factores de produção são próximos da escravatura! (China e outros)
Excelente postulado, mais uma vez, com os resultados que se vêm!
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- 3) Consenso sobre o País dos Serviços!
Direi apenas que, em função dos resultados de tão “inteligentes” enunciados a Europa e Portugal estão a precisar de Novas pessoas (seja qual for a sua idade) com Bom Senso, Visão Estratégica e Espirito de Missão.
Coisa que há muito desapareceu das características dos decisores políticos.
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- 4) O Sistema de Previdência e os seus contribuintes/benificiários tem que ser emagrecido:
- Já agora os Senhores que tanto criticam o Tribunal Constitucional Português e que tanto glorificam as instâncias internacionais:
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- Será que podem fazer um esforço para serem mais sérios e relatarem aos portugueses qual foi a Decisão do Tribunal Constitucional da Alemanha sobre as Reformas e Pensões:
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Vejamos:
- No seu Acórdão de 2011 este Tribunal considerou as Reformas/Pensões."...um DIREITO de PROPRIEDADE dos cidadãos..." citei !
E consequentemente, inalienável.
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Nem a Srª Merkel nem o Sr. Schaubel (Ministro das Finanças Alemão) se atreveram sequer a comentar este Acórdão.
Limitaram-se a respeitá-lo.
É que se o tivessem feito (criticar) sabem bem que seriam alvo de um eventual quadro que os poderia levar a uma situação de grave penalização política.
É que os cidadãos alemães estão pouco disponíveis para situações de desrespeito.
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Em contraste, no nosso Portugal, um chefe de Governo permitiu-se tecer comentários pouco urbanos e nada aconteceu.
Enfim.
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Assim publicamente dou um CONSELHO (isso mesmo, um Conselho) a esses senhores “Economistas” do regime, que não se devem confundir com aqueles Economistas sérios que trabalham no duro nas empresas e aos Senhores Governantes em exercício:
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E o meu Conselho é:
- ESTUDEM bem, PENSEM bem, REFLICTAM bem, antes de dizerem certas coisas.
Fica-lhes mal e, mais grave, deslustram a classe dos Economistas e a classe Política.
....
E por último, gostava de esclarecer como se produz a Competitividade. Aqui deixo apenas umas pistas:
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- a Competitividade faz-se:
A) Pela selecção criteriosa, pela formação continua e pela motivação permanente do pessoal;
....
B) Pela diferenciação de produtos/serviços produzidos e seu valor acrescentado;
.....
C) Pela diversificação de mercados, diluindo riscos;
....
D) Pela adopção de uma política de “Quality Insurance” (desde a concepção à entrega, dentro dos prazos, ao cliente e ao consumidor).
....
E) Pelo reconhecimento material e psicológico de quem tem mérito e de quem se destaca em eficiência e eficácia produtiva.
....
A Competitividade Saudável, (aquela que proporciona lucros permanentes) NÃO se faz por pagar baixos salários, por baixar salários desmotivando com isso as pessoas, pois esta desmotivação tem como efeito a redução da sua produtividade e logo, em consequência, baixa a competitividade das empresas.
....
Faz-se pelas práticas por mim acima enunciadas e por outras que vos poderei ensinar.
....
MAS isso DEVIAM os Senhores Políticos do Governo e os Senhores Economistas do regime, saber!
Mas pelos vistos, não sabem, o que é MUITO TRISTE.
....
Por fim, sendo eu de Direita é para mim insuportável ouvi-los a afirmarem que também o são.
NÃO, meus caros, o que os senhores são é ideólogos do vosso bolso, apenas e só ou de interesses que nada têm a ver com o Interesse Nacional!
Por favor não insultem a Direita que está farta de vós e das vossas frases feitas e dos vossos dislates.
....
Estudem um pouco mais, leiam menos livros “da moda” e pensem mais nos destinatários das vossas actividades:
- os Vossos Concidadãos Portugueses.
....
Por fim:
1) A propósito do salário mínimo
SE uma empresa não pode pagar 520 euros de salário, lamento dizê-lo é porque se verificam uma de duas condições:
....
1.1) A empresa é mal gerida;
....
1.2) Não tem viabilidade económica e como tal está a mais no sistema económico;
....
1.3) ou as duas razões em conjunto.
....
Seja como for, está a mais no tecido económico português.
Ponto final!
O resto são considerações de quem não percebe nada de gestão de empresas ou pior que isso, apenas está preocupado com o seu próprio bolso com a agravante de não perceber que a dimensão do seu bolso está dependente do "vestir a camisola" dos seus empregados.
....
2) Já agora os salários são demasiado elevados SE ...
2.1) A empresa não conhecer os seus mercados e se esquecer de desenvolver as acções competentes de trabalho em profundidade nos mesmos;
....
2.2) Se não tiver o cuidado de, em permanência, procurar alternativas de clientes e consumidores, não deixando que nenhum cliente assuma uma posição dominante que, em caso da sua saída da carteira de clientes, faça perigar a estabilidade económica e financeira da mesma;
....
2.3) Se não tiver a preocupação de constantemente inovar em produtos e serviços que vende, seja por tornar o seu portfólio de produtos/serviços mais extenso em profundidade ou seja através da sua diversificação.
....
Enfim, é fácil ir aos salários e despedimentos.
Já o resto não é para todos, como é bom de concluir pelos textos publicados.
....
Dito isto, é com profunda tristeza a apreensão sobre o futuro de Portugal que procedo hoje a esta análise da situação real do sistema político e de parte significativa do sistema económico.
....
Não cabe, neste texto, uma análise sobre os verdadeiros culpados da presente crise, que poucos têm denunciado: o Sistema Financeiro de que o Poder Político se tornou cúmplice por acção ou por omissão.
....
Uma palavra de esperança: no meio deste quadro geral ainda há muitas empresas capazes e gestores capazes, que têm ajudado a minorar os estragos provocados pelo sistema financeiro, através das exportações.
....
Sei que os Portugueses respondem normalmente bem, dada a sua invulgar resiliência, aos disparates dos poderes políticos. Resta-me aguardar para ver se continuam a responder bem, tal como o têm vindo a fazer neste último ano. Creio que sim.
....
Isto apesar da mediocridade do 1º Ministro e do Líder da Oposição.
....
Valha-nos isso.
....
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves 

11 agosto 2015

INCÊNDIOS - PERGUNTAS ....



 1- Será que os incêndios se tornaram um negócio muito apetecível ?
...
2- Porque não são rentabilizados os meios aéreos da Força Aérea Portuguesa, como sempre o foram até 1980 ?
......
3- Porque não são reequipados os meios aéreos da Força Aérea, para a época de incêndios que seria muito mais barato do que alugar aviões privados ?
...
4- Porque é que a Força Aérea não desenvolve missões de vigilância preventiva de detecção e resposta rápida a incêndios ?
...
5- Porque é que a GNR, nas épocas mais sensíveis, cumpre mal o seu papel de vigilância das Matas (já que PSD e PS acabaram com a Guarda Florestal) ?
...
4- Porque é que o atear de um incêndio não é considerado um Crime Grave contra o País, com a correspondente pena agravada no Direito Penal e uma simplificação de processos de julgamento correspondente no Direito Processual Penal ?
....
5- Porque é que é o Corpo Nacional de Bombeiros a proceder às compras de Material de Combate a Incêndios e não directamente o Governo da Nação ?
...
Responda quem souber.
Mas que cheira a Alta Corrupção, lá isso cheira !
...
Quem tem perdido ?
Portugal e os Portugueses !
....
O que fizeram o PS e o PSD ?
Esta situação em que nos encontramos!
...

NOTA FINAL: Não resisto a mais um comentário:
Houve alguém que avocou uma pretensa "concorrência desleal" ???
Um Estado Soberano tem a faculdade, no seio do Sistema Internacional, e mesmo no seio da União Europeia, de definir as suas áreas sensíveis e estratégicas.
O problema é que não temos tido pessoas com categoria suficiente e com conhecimentos e experiência adequados, à frente dos sucessivos Governos.
....
E assim claramente afirmo:
SE ... eu fosse 1º Ministro já teria cometido à FA as Missões de defesa do território, também nesta matéria retirando qualquer tipo de intervenção privada da mesma.
Também já teria tomado medidas de prevenção efectiva restaurando a Guarda Florestal que tinha como missões: a vigilância, a limpeza das matas públicas, a intervenção junto dos particulares no mesmo sentido.
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves



24 julho 2015

UE e Portugal - no princípio como foi ?

A posição portuguesa face às Comunidades Europeias originais (CECA, CEE, CEEA) (Parte I)
As questões estratégicas de Portugal
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A matéria central da política económica do Dr. Salazar consistia na busca da estabilidade financeira dada a situação, que tinha herdado, de permanente desequilíbrio e descontrolo das contas do país, do período final da Monarquia e do período da 1ª República.
O controlo da despesa pública e o planeamento dos investimentos a efectuar foram duas das suas bandeiras.
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Isto levou à tomada de medidas como foi o caso da implementação de uma política de condicionamento industrial, que era uma tentativa de defender o frágil tecido empresarial português, nascente e embrionário, dos anos 1930. Este instrumento previa que, para ser efectuado um novo investimento industrial, tinha que se obter uma licença para, o mesmo, ser levado a efeito.
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Para a obtenção, da referida licença, era necessário um parecer, não vinculativo, do grémio dos produtores do segmento, (em que o novo projecto se pretendia inserir), sobre a entrada de um novo parceiro no negócio.
Dada a autorização o industrial podia levar a efeito os seus investimentos.
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Por pensar ter interesse a matéria reproduzo aqui o enunciado da teoria que sustentava o conceito da política de Condicionamento Industrial:
- “reconhece-se à iniciativa privada, orientada para a organização corporativa, o direito de instalar novas unidades industriais e de modificar ou transferir as unidades existentes”.
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E mais adiante ”O Condicionamento Industrial visa evitar “le gaspillage” de capitais, dado que num país em vias de desenvolvimento, não se pode pretender abandonar exclusivamente ao mecanismo de mercado o desenvolvimento económico sendo certas as perdas inevitáveis de capital técnico e financeiro que representaria um tal sistema”.
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Reconhecemos, no entanto, e ainda por motivos puramente económicos, que se o condicionamento industrial se impõe como uma necessidade imperiosa, é igualmente necessário, à luz da experiência adquirida, de modificar o esquema de execução actual.
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Mas o que importa desde já esclarecer é que o condicionamento industrial não tem nenhuma ligação com a organização corporativa das actividades. De resto, o corporativismo português não afecta, em doutrina e de facto, a organização das empresas ou a forma da sua administração. Observações idênticas se aplicam no caso do condicionamento em vigor relativo à instalação de empresas pertencentes a estrangeiros ou colocadas sob controlo estrangeiro”.
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Tudo isto se inseriu no objectivo traçado de desenvolver, de uma forma sistemática e organizada, a industrialização do país.
Este processo começou, verdadeiramente, no final da 2ª guerra e baseou-se sobretudo na progressiva implementação de um quadro de planeamento económico, com vários instrumentos do qual se destacam os denominados Planos de Fomento.
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No que se refere às comunidades nascentes (CECA, CEE e CEEA) e respondendo a uma consulta de Van Zeeland, então MNE da Bélgica, o Presidente do Conselho respondeu em extensa carta na qual tentou retratar o seu pensamento acerca dos planos que então se faziam.
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E a dado passo escreveu « ...os Estados Unidos, pela simplicidade do seu espírito e ligeireza das suas opiniões, não veem para a Europa outra solução política que não seja a unidade através da federação... >>;
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"...a França, adopta a ideia como maneira mais fácil de evitar o rearmamento alemão isolado e amanhã potencialmente hostil; as nações que se agrupam em volta da França parecem convencidas embora por motivos diversos, de que aquele é o melhor caminho de salvar a Europa e talvez o único de assegurar o apoio americano, em potência militar ou em dólares» e mais adiante acrescentava «é sobre tão frágeis fundamentos que se anda a construir a federação da Europa» para logo de seguida se interrogar se essa federação seria possível; respondendo que no domínio da lógica era possível, mas que para lá chegar só via duas maneiras:
- por acto de força de um federador
- ou por lenta evolução, o que poderia levar séculos...".
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Ora o Dr. Salazar interrogava-se, dadas as circunstâncias do momento, e visto o quadro internacional vigente, sobre quem poderia ser o federador europeu.
E prosseguia na sua análise dizendo que talvez, pela sua força e capacidade potencial, fosse a Alemanha o novo federador.
Neste caso interrogava-se para que teria valido a guerra.
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“Quanto à hipótese de ser a Inglaterra a assumir esse papel”, retorquia consigo mesmo, que a Inglaterra no território europeu se tinha sempre comportado como um Estado federal, sendo no mundo a cabeça de uma associação de Estados, e que “se enveredasse por esse caminho poderia perder a chefia dessa mesma comunidade e os Estados integrantes, seriam levados a buscar outro ponto de apoio”.
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Interrogava-se em seguida o Chefe do Governo acerca dos potenciais benefícios para Portugal «Independentemente da aliança antiga, e considerando apenas o jogo das forças mundiais que emergem importaria a Portugal uma Inglaterra forte e independente» e mais adiante «se posso ser interprete do sentimento do povo português, devo afirmar que é tão entranhado o seu amor à independência e aos territórios ultramarinos, como parte relevante e essencial da sua história, que a ideia da federação, com prejuízo de uma e de outros, lhe repugna absolutamente»
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Era, portanto clara a intenção do Governo português de não participar em nenhuma organização que tivesse por base a ideia de avançar para uma federação de Estados.
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De notar que na altura em que esta carta foi dirigida a Van Zeeland, estava em formação a mais federalista das comunidades originárias: a CECA.
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Um outro ponto que importa reter é a referência explícita ao facto de Portugal ter, à semelhança da Inglaterra, territórios ultramarinos e não querer interferências de terceiros no problema.
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Para o Prof. Mota de Campos a questão era de dupla interpretação:
- por um lado havia a «vocação africana» do país e um sentimento nacional profundamente consciente da necessidade de salvaguardar a plenitude da independência conquistada, e mantida ao longo de séculos, o que fazia com que o governo português encarasse com séria prevenção as intenções políticas expressas ou implícitas, mas não muito claras, da empresa comunitária;
- por outro lado havia a questão, não menos importante, de a Inglaterra ser o principal parceiro económico de Portugal, da altura, quer como fornecedor de bens e serviços, quer como cliente dos bens produzidos no país.
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Num quadro de incertezas Portugal preferiu aguardar calmamente o desenrolar das situações, aderindo ao que não contrariava a sua política e os seus interesses da altura, e analisando a todo o tempo as posições do seu aliado preferencial.
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De facto, havia algo de comum nas preocupações de Portugal e Inglaterra:
(1) Eram parceiros comerciais importantes, sendo essa importância mais marcante para Portugal do que para o seu velho aliado;
(2) Ambas tinham territórios ultramarinos importantes e
(3) Ambos tinham alguma desconfiança face à estratégia da França.
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Esta atitude foi também adoptada, na altura, por vários países europeus que tinham relações estreitas com o Reino Unido, e que vieram mais tarde, tal como Portugal, a aderir às Comunidades, para além dos países que por uma razão ou por outra, como a Finlândia, não aderiram a nenhum dos blocos europeus da época.
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Mesmo assim e face aos desenvolvimentos posteriores Portugal não deixou de acompanhar as tendências que se viriam a desenhar no xadrez europeu, como adiante veremos.
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Miguel Mattos Chaves
Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)
Auditor de Defesa Nacional

21 julho 2015

As negociações de adesão de Portugal à CEE

As negociações de adesão de Portugal à CEE
Autor: Miguel Mattos Chaves

Editora:
Almedina                                     
Tema:
Ciência Política
Ano:
2013
Livro de capa mole

ISBN 9789724053431 | 252 págs.
Peso: 0.404 Kg


Disponibilidade: 24h
Se encomendado até às 13.00h, o livro é expedido no próprio dia 
                       

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SINOPSE
Esta obra visa facultar ao leitor português uma descrição do processo de negociações de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia – processo ainda hoje desconhecido da esmaga
Resumir todo este acervo, ainda não tratado de forma legível e organizada, representou um esforço considerável de síntese, mas com este texto pretende-se também abrir pistas de investigação futura para outros especialistas, historiadores, economistas e/ou politólogos.
Paralelamente, é uma leitura do registo histórico, do que de mais importante se passou nas negociações de adesão, leitura essa que, por razões óbvias, adopta preferencialmente a perspectiva portuguesa. É, por isso, um contributo para se conhecer o processo negocial de adesão de Portugal às Comunidades Europeias, algo que mudou profundamente o Portugal contemporâneo e teve ramificações para as gerações vindouras.
dora maioria do público português –, dos principais factos ocorridos nas reuniões e de alguns dos principais dossiês das negociações que tiveram importância posterior na economia portuguesa. Essa descrição condensa os milhares de documentos originais consultados (mais de 30 000 páginas), os documentos das 27 reuniões ministeriais e de 30 reuniões a nível de suplentes.

 

15 julho 2015

EXPERIÊNCIA aliada às COMPETÊNCIAS ... um valor esquecido

REFLEXÃO sobre o CISMA GRISALHO criado pelo actual 1º Ministro
Num tempo em que se deitam fora, em Portugal e na Europa, COMPETÊNCIAS aliadas à EXPERIÊNCIA
deixo-vos um COMENTÁRIO, após o texto seguinte, sobre esta situação. (VER ponto 2)
Este episódio que tem passado na Internet, é uma homenagem a todos/as os/as que têm mais de 45 anos
1) Um jovem muito arrogante, que estava a assistir a um jogo de futebol, tomou para si a responsabilidade de explicar a um senhor já maduro, próximo dele, porque era impossível a alguém da velha geração entender esta geração.
Dizia o rapaz:
"Vocês cresceram num mundo diferente, um mundo quase primitivo!".
O estudante disse isto alto e e bom som de modo a que todos à volta pudessem ouvi-lo.
E prosseguiu:
"Nós, os jovens de hoje, crescemos com a Internet , com os telemóveis, a televisão, os aviões a jacto, as viagens espaciais, astronautas na Lua, naves a visitar Marte. Nós temos energia nuclear, carros eléctricos e a hidrogênio, computadores com grande capacidade de processamento e ....," - fez uma pausa para beber um gole de cerveja.
O senhor aproveitou o intervalo do gole para interromper a liturgia do estudante na sua ladainha e disse:
- Você está certo, meu caro. Nós não tivemos essas coisas quando éramos jovens porque estávamos ocupados em inventá-las. E você, um arrogante dos dias de hoje, o que é que está a fazer para deixar para a próxima geração?
*Foi aplaudido de pé, por todos os circunstantes !
2) MEU COMENTÁRIO:
Na década de 1980 surgiu nos EUA a moda dos YUPPIES (Young Urban Professionals). Estes caracterizavam-se por ser jovens (dos 20 aos 30 anos), licenciados. Foram chamados ao comando das empresas e todos os que tinham mais de 40 anos foram compulsivamente reformados e dados como inúties.
Esqueceram-se duas coisas fundamentais:
1) A Experiência, que só os anos trazem, não se aprende nas Universidades;
E esta é vital, sobretudo no que se refere à gestão de equipas de trabalho, ao enquadramento profissional que permita um desenvolvimento capaz das novas gerações, e ao evitar de erros graves oriundos da inexperiência normal de quem ainda viveu poucos anos profissionais;
2) Esta experiência e consequente saber fazer é fundamental para se fazer a transição harmoniosa entre gerações.
RESULTADO: os americanos são de adoptar modas, mas também se descartam delas com muita facilidade se percebem que estavam errados.
Assim em 1992, um jovem de 24 anos, procedeu a operações financeiras ruinosas que levaram o Banco Berings à falência.
Este Banco era considerado dos bancos mais sólidos e seguros do mundo.
Em resultado do escandalo que esta falência provocou, em 6 meses apenas, foram chamados,ao Activo, Todos os Quadros de mais de 45 anos que tinham sido mandados embora.
E desde 1993 que nos EUA para se ser Director de 1ª linha de empresas é necessário:
- Minimo de 15 anos de experiência profissional, após o terminus da Licenciatura; (+- 40 anos)
E desde 1993 que nos EUA para se ser Director Executivo de Topo ou Administrador é necessário:
- Minimo de 20 anos de experiência profissional, após o terminus da Licenciatura; (+- 45 anos)
e um Minimo de 5 anos como Director de 1ª Linha.
(Consultar sites dos Head Hunters de Nova Iorque, Boston, S. Francisco, Chicago, Dallas, Houston... etc... e sites de Universidades como: Harvard, Yale, UCCLA, Baltimore, etc...)
E em Portugal ?
A moda chegou nos anos de 1990, como sempre depois de outros.
E AINDA não foi abandonada!
É notável a incapacidade do nosso empresariado e dos nossos governantes.
Não é por mero acaso que em Portugal 95% das empresas são micro ou pequenas empresas.
Falta-lhes SABER FAZER aliado ao SABER SABER.
Por tal facto o seu crescimento, por falta de Visão e Competências comprovadas, nunca se dará.
E nas grandes em que seguiram a moda já bandonada dos EUA, cujo melhor exemplo é a PT, foi o que se viu.
Enfim ... deixo mais apreciações e mais comentários para quem os quiser fazer.
Apenas uma Nota final:
- Nos EUA, "país pobre e atrasado", menos experiência é igual a oferta de remuneração mais baixa;
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

13 julho 2015

o ACORDO - U.E. - GRÉCIA ....

Minhas amigas, meus amigos, prezados leitores,
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o ACORDO com a Grécia
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Esta “solução” encontrada esta madrugada, penso ser muito deficiente e propicia o extremar de posições nos cidadãos dos diversos Estados....
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Ao contrário dos nossos modestos “analistas” fico com a sensação de que se foi longe de mais na atitude de “encostar um Governo á parede”.
Tal facto nunca foi bom, na já longa história da Europa.
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É, por outro lado, uma vitória incontestável da linha Federalista que defende uma Europa como Federação, que governará os diversos países centralmente.
Isto contra os que, como eu, defendem uma Europa de Cooperação Inter Estados, Inter Governos - a Europa das Nações.
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Não é uma questão de esquerda ou direita.
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Esta questão - Federação (Estados Unidos da Europa) ou Cooperação (A Europa das Nações Soberanas) - atravessa ambos os pólos e tem adeptos de cada linha da costrução europeia em ambos os quadrantes.
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Sendo uma vitória para os defensores da linha Federal da Europa, creio que este “acordo”, a ser implementado, (falta a aprovação do Parlamento e dos Partidos Gregos) dará força aos protestos dos anti-europeístas, dos Eurocépticos e dos diversos extremos políticos dos diversos países.
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Isto apesar de a União Europeia ter concedido uma reestruturação da dívida grega - alongamento do tempo para a pagar - e um novo financiamento de 86 mil milhões de euros à Grécia.
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Mas a exigência pública (se tivesse ficado em privado seria melhor para este acordo) de em 3 dias mudar Leis internas parece-me excusado e é uma demonstração de força que me faz lembrar o acordo entre a Alemanha e os Aliados no final da 1ª Grande Guerra Mundial que acabou por provocar a 2ª Grande Guerra Mundial.
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Na minha opinião, tal facto não é bom, e não augura nada de muito positivo no médio prazo.
Fico com a sensação de que se trata de uma "vitória de Pirro".
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Deus queira que me engane nesta minha análise.
Vamos ver.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

08 julho 2015

Soluções para a presente Crise da União Europeia

As possíveis Soluções para a presente Crise da União Europeia
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Dado o arrastamento do processo negocial, que já está para além do razoável deixo aqui três pistas:
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Porque não pensarem numa de três situações:...
(A)- Estabelecimento de um mecanismo de compensação semelhante aos existentes dentro dos Estados que têm uma única moeda, como a Grã-Bretanha (de que Gales, a Escócia e a Irlanda do Norte fazem parte), reequilibrando centralmente os orçamentos das diversas Economias do Euro, se houver desequilíbrios nas mesmas?
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(B) Estabelecer um novo mecanismo para o Euro, contemplando duas paridades reportadas a Economias fracas e a Economias fortes, possibilitando a cada grupo estabelecer a sua paridade face a outras moedas internacionais e assim manter as suas capacidades diferenciadas de concorrencialidade no sistema internacional?
….
(C) Estabelecer mecanismos de suspensão eventual do Euro num País, (de forma controlada - inserindo-o de novo no Sistema Monetário Europeu), que o deseje de forma a possibilitar a requalificação da sua economia?
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Bom, dados os acontecimentos, não creio que os políticos europeus tenham capacidade para pensar estratégicamente nestas possibilidades, nem de admitir que o Euro é um erro colossal, (tal como foi concebido) pois estão demasiado apenas preocupados com o que diz a comunicação social do dia seguinte e porque não querem admitir o seu erro original.

Será que o medo de perderem eleições internas, ou seja a "política da mercearia" já supera a questão da perda do Bem Comum dos Cidadãos dos Vários Estados e as questões Geopolíticas e Geoestratégicas?
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Vamos ver.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

06 julho 2015

E AGORA ?

U.E. - E AGORA? - A Continuação do Intervalo Negocial
….
1. Um pouco do caminho percorrido;
2. A crise actual e o Referendo Grego;
3. Possíveis cenários futuros.
.....
Já há alguns anos que escrevi sobre esta possibilidade, sobretudo a partir do Alargamento da então C.E. de 15 para 27 Membros alertando para a possível e mais que provável ingovernabilidade de um Bloco de Países Independentes com Estados Soberanos.

E esta dificuldade previsível, que aliás já estava patente mesmo a 15 membros, derivava e continua a resultar da natural divergência de opiniões e de diferentes visões do Mundo, dos seus Estados Membros e respectivos Governos e mesmo do posicionamento, cultura, história e costumes dos diversos Povos integrantes desses mesmos.

Na verdade o Continente Europeu é constituído por diversas Nações-Povos, com línguas diversas, com matizes religiosas (que embora tenham uma base comum) distintos, com uma história da sua evolução características e ambições próprias, dos quais a sua maioria atravessou uma história de mais de 1.000 anos de guerras entre uns e outros pela conquista de uma capacidade de auto-determinação e de auto-governo de forma a se livrarem do jugo dos outros.

Dito isto, seria de esperar das figuras principais que representam os diversos Povos e Estados, uma atitude de prudência e de realismo que tivessem em conta as diferenças em presença e os interesses próprios das diversas Nações e dos seus respectivos Estados, unindo-se no essencial mas mantendo uma autonomia que respeitasse cada um dos seus passados, história e ambições.
….
Ou seja unirem-se pelos seus mínimos denominadores comuns:
- A liberdade de circulação de pessoas;
- A liberdade de estabelecimento;
- A liberdade de circulação dos capitais;
- A liberdade de prestação de serviços;
- A constituição de uma União Aduaneira;
Que levassem ao estabelecimento do Mercado Comum.
….
Sobre estes princípios existia uma quase unanimidade de vontades entre dirigentes e povos europeus, expressa desde o Congresso de Haia de 1948 que reuniu cerca de 800 das mais ilustres personalidades de diversos países, entre as quais alguns portugueses, como o Embaixador Ruy Teixeira Guerra.
….
Ora nessa altura a corrente minoritária constituída pelos que queriam ver implantada uma Confederação ou Federação de Estados na Europa Ocidental, (dado que os países de Leste estavam na prática ocupados pela então URSS) quis avançar nessa direcção provocando uma primeira divisão política no seu seio.

E por causa deste tema (o Modelo de Organização) a Europa Ocidental dividiu-se em três Blocos:
….
1- Os que avançaram para a constituição de uma Comunidade Federal: a CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, em que as matérias-primas –Carvão e Aço – passavam a ser governadas a partir de um Poder Central Supranacional e anunciaram querer avançar para uma Comunidade caracterizada por uma Pauta Aduaneira Comum, isto é que coartava de alguma maneira os direitos de cada País-Membro de aplicar os direitos de importação que entendessem nas suas relações comerciais com o resto do Mundo;

Estiveram nesta caso, a França que sonhava conduzir a Europa, mantendo a Alemanha num bloco que a inibisse de “novas aventuras”, os países do Benelux – Bélgica, Holanda e Luxemburgo, e a Itália.

- Os que rejeitando este modelo, avançaram para uma Comunidade Intergovernamental, a EFTA-AECL – Associação Europeia de Comércio Livre, que pretendia criar um espaço voluntário de comércio livre entre si, baixando as barreiras fiscais ou de trânsito de mercadorias industriais entre si, deixando a cada Estado a liberdade restante de decisão sobre todos os outros campos;

Estiveram nesse caso a Inglaterra, Portugal, (cabeças de vastos Impérios de projecção Mundial), a Dinamarca, a Suécia, a Áustria, a neutral Suíça (que ainda hoje continua a rejeitar pertencer à U.Europeia por decisão em Referendo do seu Povo), e a Noruega (que ainda hoje continua a rejeitar pertencer à U.Europeia por decisão em Referendo do seu Povo), que rejeitavam a possibilidade de integrar um Bloco onde as suas respectivas Soberanias de Estado e Independência como Nações, fossem postas em causa.
….
- Os que sendo rejeitados, ou que rejeitaram integrar qualquer destes blocos, decidiram permanecer apenas na O.C.D.E. – (bloco donde partiram os dois movimentos acima descritos);

Verificou-se na sequência dos acontecimentos que afinal a então prevista CEE – Comunidade Económica Europeia, plasmada no Tratado de Roma (que se juntaria em termos de iniciativa, à primeira comunidade – a CECA), ao contrário das suspeitas iniciais dos países (dos 2º e 3º Blocos acima descritos), era afinal uma organização que respeitaria a Soberania dos Estados-membros e as Independências das suas respectivas Nações-Povos.

Isto é que pretendia ser uma Organização de Cooperação Económica e um Espaço de Liberdade (nos que respeita às Liberdades acima enunciadas) e não uma Organização de Integração/Federal.

Ou seja que as Políticas Orçamental, Câmbial e Fiscal se manteriam na esfera dos Estados-membros, que as Políticas Principais que caraterizam um Estado Soberano (Política Externa, de Defesa, de Segurança, de Justiça e Assuntos Internos) não seriam objecto de Integração/Federalização.

Isto provocou, com excepção da Noruega e da Suíça, um movimento de opinião que ía no sentido de se constituir, (nos moldes do Tratado de Roma – cooperação Intergovernos – interEstados) uma única Organização Europeia, de forma a fortalecer a Europa Ocidental da ameaça oriunda do Inimigo Comum de então: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), dominada pela Rússia Comunista.

E tudo correu bem até ao Tratado de Maastricht de 1992.

Aí aprofundaram-se divisões, ainda que com a assinatura dos representantes dos diversos Povos/Nações.
E o quadro que se gerou a partir daí com a colação dos temas do Coração das Soberanias, (Política Externa, de Defesa, de Assuntos Internos) e com a chamada á Integração das Políticas Monetárias, Câmbial e, embora disfarçada, parte da Política Fiscal, foi um quadro de futuro incerto e de divisão, que persiste até hoje e que está agravado com a presente crise Grega.
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Isto porque maioritáriamente tudo foi feito nas costas dos Povos/Nações, por dirigentes/representantes que, ao contrário da geração fundadora, eram (e são) menos capazes e de menor qualidade e que, à viva força, queriam ser “originais” e entrar para os anais da “história” por qualquer coisa e a qualquer preço, mesmo passando por cima e ignorando tudo o acima exposto.
….
Por outro lado com o progressivo alargamento do número de Estados-membros verificou-se que a organização entrava num ciclo que favoreceria os Estados mais Fortes, do ponto de vista económico, financeiro e de defesa.

Porquê?
Porque num bloco mais pequeno é mais fácil conciliar interesses, dada a menor dispersão dos mesmos, dada a menor dispersão geográfica e de interesses geopolíticos e geoestratégicos.
É também mais fácil, dados os menores custos financeiros envolvidos, resolver questões financeiras e económicas.

E logo começaram as lutas de Poder entre mesmo as Instituições criadas:
- O Conselho Europeu, onde se reúnem os Chefes de Estado e de Governos Eleitos nos Estados-membros;
- A Comissão Europeia, escolhida pelos Governos dos Estados-membros;
- O Parlamento Europeu, onde Deputados eleitos por cada Povo de cada Estado-membro, integram partidos Transnacionais que se querem independentes dos Povos que os elegeram.

E estas lutas e incongruências têm levado a mais discussões internas sobre assuntos menores do que à solução de assuntos relevantes, como é o caso da actual crise que afecta um dos Estados-membro e seu respectivo Povo.

E agora, com esta crise, fica a nu a terceira causa da confusão instalada e a falta de qualidade da Organização que adoptou mais recentemente o nome de União Europeia:
- a sua construção feita nas costas dos Povos/Nações, que nela estão representadas pelos ocupantes do Poder dos Estados Soberanos.

E logo os representantes acima citados se apressam a condenar que um dos Governos, com assento no Conselho Europeu, que representam bem ou mal (a decisão é de outro Povo que não o meu) queira Ouvir o seu Povo/Nação sobre qual o caminho a tomar no futuro, dado que qualquer que seja o caminho escolhido este irá afectar todo e qualquer cidadão do seu País.

Um pequeno parêntesis: Sendo eu de Direita Conservador, só tenho pena que o Governo de Portugal:
- em 1992 não tenha colocado o Tratado de Maastricht a Referendo;
- em 1998 não tenha feito um Referendo à entrada ou não de Portugal na Moeda Única;
….
2.- E que agora, para fúria de muitos “democratas”, haja um Governo que ponha a Referendo uma matéria que tem iguais ou mais graves implicações para a vida das pessoas que os elegeram e para a vida dos que neles não votaram.

Bom com um resultado de 61% de rejeição do programa até aqui seguido na Grécia pelos Governos do Pasok (PS) e da Nova Democracia (CDS-PSD) e pela Comissão Durão Barroso da UE, e o FMI da Srª Lagarde, temos agora um agravamento da Crise e do Impasse negocial.
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Os Gregos, os Cidadãos Gregos (e não apenas o seu governo) disseram que querem a União Europeia mas não nestes moldes.
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O Euro foi mal desenhado, mal construído, e servia apenas o sistema financeiro. Disse-o em 1998 e em 1999.
Hoje TODOS os economistas, mesmos os avençados pelo sistema financeiro, a Academia, e outros sectores o reconhecem.
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Porque não pensarem numa de duas situações:
(A) Estabelecimento de mecanismos de compensação existentes dentro dos Estados que têm uma única moeda, (como a Grã-Bretanha de que Gales, a Escócia e a Irlanda do Norte fazem parte), reequilibrando centralmente o seus respectivos orçamentos se houver desequilíbrios nas mesmas?
...
(B) Estabelecer um novo mecanismo para o Euro, contemplando duas paridades reportadas a Economias fracas e a Economias fortes, possibilitando a cada grupo estabelecer a sua paridade face a outras moedas internacionais e assim manter as suas capacidades diferenciadas de concorrencialidade no sistema internacional?
....
(C) Estabelecer mecanismos de suspensão eventual do Euro num País, (de forma controlada - inserindo-o de novo no Sistema Monetário Europeu), que o deseje de forma a possibilitar a respectiva requalificação da respectiva economia?
...
Bom não creio que os políticos europeus tenham capacidade para pensar estratégicamente nestas possibilidades, nem de admitir que o Euro é um erro colossal, (tal como foi concebido) pois estão demasiado apenas preocupados com o que diz a comunicação social do dia seguinte e porque não querem admitir o seu erro original.
....
Pelo meio deste quadro, de que continuo a aguardar com toda a calma o seu desfecho, tenho duas constatações a fazer:

- O quadro actual, por incapacidade e falta de qualidade da maioria dos dirigentes europeus, é grave, tanto para a União Europeia porque foi longe de mais na Integração/Federação e na pretensão de “mandar” em cada país por de cima das vontades dos Povos de cada País;

- Como para os Gregos, embora creia que (contra as aparências de conjuntura) será menos grave para estes, porque nem os EUA, nem a Rússia, nem a China, deixarão de tentar aproveitar uma eventual saída do Euro para puxar para uma Aliança Económica e Política este país do Sul da Europa.

De qualquer das formas, estes factores agora visíveis na União Europeia, são de tal monta que, seja qual for o resultado final desta crise, nada ficará na mesma.
...
E, neste caso, o mérito vai para os Gregos pois a actual deriva federalista da União não prefigurava nada de bom para o seu futuro e também foi isso que a População Grega recusou ao não querer mais acatar as ordens de Bruxelas-Berlim.

Veremos!

3. - Como tenho dito em anteriores artigos:
(A) - Ou começa a haver Bom Senso e Sentido de Estado, para além de ser necessária uma Visão Estratégica, que até agora não existe;

(B) - Ou começa a haver um Recuo nas Competências e Poderes da União Europeia, em direcção ao estabelecido no Tratado Fundador – o Tratado de Roma – em favor dos Estados-membros;

OU a União Europeia dissolver-se-á dando origem a Novos Blocos ou Organizações, com base nos Eixos:
- Paris-Bona-Varsóvia, com eventual inclusão de Moscovo;
- Londres-Washington-Madrid, com eventual inclusão de Lisboa.
E outros que não consigo, de momento, visualizar.

Por mim, vou observar, como sempre o faço, com muito interesse a evolução dos acontecimentos, sem me excitar demasiado com o dia-a-dia de um processo de Negociação Política que, como é típico de qualquer processo em que qualquer das partes DRAMATIZA demasiado as suas posições, - e aqui não há inocentes – torna o desfecho difícil de prever, pois só os próprios intervenientes conhecem em detalhe o que está em causa.
,,,
Aguardemos pois com calma e sem as declarações lamentáveis com que o Governo e a Oposição nos têm brindado.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

29 junho 2015

o Referendo na Grécia ...

a DRAMATIZAÇÃO - a Continuação do Intervalo Negocial
A CRISE da UNIÃO EUROPEIA

Já há alguns anos que escrevi sobre esta possibilidade, sobretudo a partir do Alargamento da então C.E. de 15 para 27 Membros alertando para a possível e mais que provável ingovernabilidade de um Bloco de Países Independentes com Estados Soberanos.

E esta dificuldade previsível, que aliás já estava patente mesmo a 15 membros, derivava e continua a resultar da natural divergência de opiniões e de diferentes visões do Mundo, dos seus Estados Membros e respectivos Governos e mesmo do posicionamento, cultura, história e costumes dos diversos Povos integrantes desses mesmos.

Na verdade o Continente Europeu é constituído por diversas Nações-Povos, com línguas diversas, com matizes religiosas (que embora tenham uma base comum) distintos, com uma história da sua evolução características e ambições próprias, dos quais a sua maioria atravessou uma história de mais de 1.000 anos de guerras entre uns e outros pela conquista de uma capacidade de auto-determinação e de auto-governo de forma a se livrarem do jugo dos outros.

Dito isto, seria de esperar das figuras principais que representam os diversos Povos e Estados, uma atitude de prudência e de realismo que tivessem em conta as diferenças em presença e os interesses próprios das diversas Nações e dos seus respectivos Estados, unindo-se no essencial mas mantendo uma autonomia que respeitasse cada um dos seus passados, história e ambições.
….
Ou seja unirem-se pelos seus mínimos denominadores comuns:
- A liberdade de circulação de pessoas;
- A liberdade de estabelecimento;
- A liberdade de circulação dos capitais;
- A liberdade de prestação de serviços;
- A constituição de uma União Aduaneira;
Que levassem ao estabelecimento do Mercado Comum.
….
Sobre estes princípios existia uma quase unanimidade de vontades entre dirigentes e povos europeus, expressa desde o Congresso de Haia de 1948 que reuniu cerca de 800 das mais ilustres personalidades de diversos países, entre as quais alguns portugueses, como o Embaixador Ruy Teixeira Guerra.
….
Ora nessa altura a corrente minoritária constituída pelos que queriam ver implantada uma Confederação ou Federação de Estados na Europa Ocidental, (dado que os países de Leste estavam na prática ocupados pela então URSS) quis avançar nessa direcção provocando uma primeira divisão política no seu seio.

E por causa deste tema (o Modelo de Organização) a Europa Ocidental dividiu-se em três Blocos:
….
1- Os que avançaram para a constituição de uma Comunidade Federal: a CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, em que as matérias-primas –Carvão e Aço – passavam a ser governadas a partir de um Poder Central Supranacional e anunciaram querer avançar para uma Comunidade caracterizada por uma Pauta Aduaneira Comum, isto é que coartava de alguma maneira os direitos de cada País-Membro de aplicar os direitos de importação que entendessem nas suas relações comerciais com o resto do Mundo;

Estiveram nesta caso, a França que sonhava conduzir a Europa, mantendo a Alemanha num bloco que a inibisse de “novas aventuras”, os países do Benelux – Bélgica, Holanda e Luxemburgo, e a Itália.

2- Os que rejeitando este modelo, avançaram para uma Comunidade Intergovernamental, a EFTA-AECL – Associação Europeia de Comércio Livre, que pretendia criar um espaço voluntário de comércio livre entre si, baixando as barreiras fiscais ou de trânsito de mercadorias industriais entre si, deixando a cada Estado a liberdade restante de decisão sobre todos os outros campos;

Estiveram nesse caso a Inglaterra, Portugal, (cabeças de vastos Impérios de projecção Mundial), a Dinamarca, a Suécia, a Áustria, a neutral Suíça (que ainda hoje continua a rejeitar pertencer à U.Europeia por decisão em Referendo do seu Povo), e a Noruega (que ainda hoje continua a rejeitar pertencer à U.Europeia por decisão em Referendo do seu Povo), que rejeitavam a possibilidade de integrar um Bloco onde as suas respectivas Soberanias de Estado e Independência como Nações, fossem postas em causa.
….
3- Os que sendo rejeitados, ou que rejeitaram integrar qualquer destes blocos, decidiram permanecer apenas na O.C.D.E. – (bloco donde partiram os dois movimentos acima descritos);

Verificou-se na sequência dos acontecimentos que afinal a então prevista CEE – Comunidade Económica Europeia, plasmada no Tratado de Roma (que se juntaria em termos de iniciativa, à primeira comunidade – a CECA), ao contrário das suspeitas iniciais dos países (dos 2º e 3º Blocos acima descritos), era afinal uma organização que respeitaria a Soberania dos Estados-membros e as Independências das suas respectivas Nações-Povos.

Isto é que pretendia ser uma Organização de Cooperação Económica e um Espaço de Liberdade (nos que respeita às Liberdades acima enunciadas) e não uma Organização de Integração/Federal.

Ou seja que as Políticas Orçamental, Câmbial e Fiscal se manteriam na esfera dos Estados-membros, que as Políticas Principais que caraterizam um Estado Soberano (Política Externa, de Defesa, de Segurança, de Justiça e Assuntos Internos) não seriam objecto de Integração/Federalização.

Isto provocou, com excepção da Noruega e da Suíça, um movimento de opinião que ía no sentido de se constituir, (nos moldes do Tratado de Roma – cooperação Intergovernos – interEstados) uma única Organização Europeia, de forma a fortalecer a Europa Ocidental da ameaça oriunda do Inimigo Comum de então: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), dominada pela Rússia Comunista.

E tudo correu bem até ao Tratado de Maastricht de 1992.

Aí aprofundaram-se divisões, ainda que com a assinatura dos representantes dos diversos Povos/Nações.
E o quadro que se gerou a partir daí com a colação dos temas do Coração das Soberanias, (Política Externa, de Defesa, de Assuntos Internos) e com a chamada á Integração das Políticas Monetárias, Câmbial e, embora disfarçada, parte da Política Fiscal, foi um quadro de futuro incerto e de divisão, que persiste até hoje e que está agravado com a presente crise Grega.
….
Isto porque maioritáriamente tudo foi feito nas costas dos Povos/Nações, por dirigentes/representantes que, ao contrário da geração fundadora, eram (e são) menos capazes e de menor qualidade e que, à viva força, queriam ser “originais” e entrar para os anais da “história” por qualquer coisa e a qualquer preço, mesmo passando por cima e ignorando tudo o acima exposto.
….
Por outro lado com o progressivo alargamento do número de Estados-membros verificou-se que a organização entrava num ciclo que favoreceria os Estados mais Fortes, do ponto de vista económico, financeiro e de defesa.

Porquê?
Porque num bloco mais pequeno é mais fácil conciliar interesses, dada a menor dispersão dos mesmos, dada a menor dispersão geográfica e de interesses geopolíticos e geoestratégicos.
É também mais fácil, dados os menores custos financeiros envolvidos, resolver questões financeiras e económicas.

E logo começaram as lutas de Poder entre mesmo as Instituições criadas:
- O Conselho Europeu, onde se reúnem os Chefes de Estado e de Governos Eleitos nos Estados-membros;
- A Comissão Europeia, escolhida pelos Governos dos Estados-membros;
- O Parlamento Europeu, onde Deputados eleitos por cada Povo de cada Estado-membro, integram partidos Transnacionais que se querem independentes dos Povos que os elegeram.

E estas lutas e incongruências têm levado a mais discussões internas sobre assuntos menores do que à solução de assuntos relevantes, como é o caso da actual crise que afecta um dos Estados-membro e seu respectivo Povo.

E agora, com esta crise, fica a nu a terceira causa da confusão instalada e a falta de qualidade da Organização que adoptou mais recentemente o nome de União Europeia:
- a sua construção feita nas costas dos Povos/Nações, que nela estão representadas pelos ocupantes do Poder dos Estados Soberanos.

E logo os representantes acima citados se apressam a condenar que um dos Governos, com assento no Conselho Europeu, que representam bem ou mal (a decisão é de outro Povo que não o meu) queira Ouvir o seu Povo/Nação sobre qual o caminho a tomar no futuro, dado que qualquer que seja o caminho escolhido este irá afectar todo e qualquer cidadão do seu País.

Um pequeno parêntesis: Sendo eu de Direita Conservador, só tenho pena que o Governo de Portugal:
- em 1992 não tenha colocado o Tratado de Maastricht a Referendo;
- em 1998 não tenha feito um Referendo à entrada ou não de Portugal na Moeda Única;
….
E que agora, para fúria de muitos “democratas”, haja um Governo que ponha a Referendo uma matéria que tem iguais ou mais graves implicações para a vida das pessoas que os elegeram e para a vida dos que neles não votaram.

Pelo meio deste quadro, de que aguardarei com toda a calma o seu desfecho, tenho duas constatações a fazer:

- O quadro actual, por incapacidade e falta de qualidade da maioria dos dirigentes europeus, é grave, tanto para a União Europeia porque foi longe de mais na Integração/Federação e na pretensão de “mandar” em cada país por de cima das vontades dos Povos de cada País;

- Como para os Gregos, embora creia que será menos grave para estes, porque nem os EUA, nem a Rússia, nem a China, deixarão de tentar aproveitar uma eventual saída do Euro para puxar para uma Aliança Económica e Política este país do Sul da Europa.

De qualquer das formas, estes factores agora visíveis na União Europeia, são de tal monta que, seja qual for o resultado final desta crise, nada ficará na mesma. E, neste caso, o mérito vai para os Gregos pois a actual deriva federalista da União não prefigurava nada de bom para o seu futuro.

Veremos!

Como tenho dito em anteriores artigos:
(A) - Ou começa a haver Bom Senso e Sentido de Estado, para além de ser necessária uma Visão Estratégica que não existe;

(B) - Ou começa a haver um Recuo nas Competências e Poderes da União Europeia, em direcção ao estabelecido no Tratado Fundador – o Tratado de Roma – em favor dos Estados-membros;

OU a União Europeia dissolver-se-á dando origem a Novos Blocos ou Organizações, com base nos Eixos:
- Paris-Bona-Varsóvia, com eventual inclusão de Moscovo;
- Londres-Washington-Madrid, com eventual inclusão de Lisboa.
E outros que não consigo, de momento, visualizar.

Por mim, vou observar, como sempre o faço, com muito interesse a evolução dos acontecimentos, sem me excitar demasiado com o dia-a-dia de um processo de Negociação Política que, como é típico de qualquer processo em que qualquer das partes DRAMATIZA demasiado as suas posições, - e aqui não há inocentes – torna o desfecho difícil de prever, pois só os próprios intervenientes conhecem em detalhe o que está em causa.
,,,
Aguardemos pois com calma e sem as declarações lamentáveis com que o Governo e a Oposição nos têm brindado.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

23 junho 2015

o FUTURO - Portugal vs UE

QUEM MENTE? ou QUEM DIZ a VERDADE?
...
Prezados amigos e leitores,
Nos dias que antecederam este escrito fiquei verdadeiramente surpreendido com o que tem vindo a público através da Comunicação Social.
Refiro-me, naturalmente, aos sucessivos Relatórios da Comissão Europeia, e do FMI, e às sucessivas declarações do Governo de Portugal e da Oposição.
...
A Comissão Europeia que, através de funcionários de 3ª categoria, dialogou desde 2010/11 com o PS, com o PSD e com o CDS-PP e com o 1º Ministro do Governo do PS e com o 1º Ministro do actual Governo do PSD tendo celebrado um "Memorando de Entendimento", vulgo “pacote de austeridade” com estas entidades, vem agora contrariar (aparentemente) o que combinou com estes Governos de Portugal e com os Partidos do denominado "arco da governação".
...
Explicitando melhor, vem agora a Comissão, e o FMI dizer que, por um lado:
A- o Governo actual não teve em atenção a Pobreza gerada nos últimos 3 anos, não teve capacidade para gerir o Desemprego, nem teve capacidade para promover o Desenvolvimento.

E, vem dizer, por outro lado que:
B- O Governo actual tem que prosseguir com a austeridade, consubstanciada por mais cortes nas Políticas Sociais (reformas, pensões, salários), e por mais impostos.

Ou seja:
- A Comissão Europeia vem, por um lado:
- Dar um ar de estar “preocupada” com as consequências de uma Política profundamente errada (na minha opinião) na geração de mais pobreza e dificuldades de vida para os portugueses, passando por cima do facto de ter sido a Comissão (então presidida pelo cidadão português Dr. José Manuel Durão Barroso), a mais extremista no exigir as medidas aplicadas com gosto pelo 1º Ministro Dr. Passos Coelho (e cito: “…. nada tenho contra o Memorando de Entendimento da Troika, antes pelo contrário este Governo adopta-o com gosto e quer ir para além das medidas nele inscritas ….”);

Ou seja a Comissão e o FMI estão a tentar “limpar” a sua imagem, face à constatação preocupante (para o “Centrão Político” – Partidos Sociais Democratas Liberais e Partidos Socialistas) de que as pessoas que habitam os diversos países afectados começam a estar fartas e começam mesmo a rejeitar, de forma crescente, a própria existência do Euro e até da própria U.E. ao se aperceberem crescentemente que esta “manda” demais, e mal, nos seus países;

- A Comissão e o FMI vêm pelo outro lado:
- Exigir a continuidade dos cortes (afirmados no início da crise, como temporários) sobre as pensões, reformas e restantes Políticas Sociais e dar a indicação de que não se deve nem pensar em baixar a Brutal carga de Impostos que impende sobre os portugueses e muito menos aumentar os seus salários ou pensões.

Então em que ficamos? O que se passa?
No final deste texto direi a minha opinião.

Pelo lado do Governo português:
- Tem sido afirmado, por palavras do Sr. 1º Ministro, que a austeridade será para continuar.
Agora sem nunca falar em Medidas Concretas a aplicar caso vença as eleições, no que é imitado pelo maior partido da Oposição o PS.
E NUNCA falando da necessidade de retirar a Taxa excepcional do IRS, e da sonegação do 13º Mês (agora pago em duodecimos contrariando o espirito do mesmo, criado na década de 1960), que afecta os cidadãos e os tem atirado para uma vida mais triste e limitada, afectando com isso a Economia real (empresas e cidadãos) e o País.

Em abono da verdade, a recessão agora atenuada com um pequeno crescimento de 0,9% do PIB, mantém um investimento ao nível de 2008, uma Taxa de Desemprego (real) em roda dos 20%, embora a oficial se situe em redor dos 13% virgula qualquer coisa e uma Dívida Pública que, em vez de diminuir, tem aumentado e está em 130%, o que inclui os empréstimos que permitem á Ministra das Finanças vir dizer que tem "os cofres cheios", de dívida claro.

Em abono da verdade, também, Portugal tem beneficiado das políticas do Sr. Mário Draghi, do BCE, (desde 2012) que têm feito baixar os Juros das Dívidas Públicas, aliviando em alguns milhões de euros o serviço de dívida dos países afectados e o seu melhor acesso ao crédito;

Em abono da verdade, também, parte do crescimento de 0,9% do PIB, devido ao ligeiro aumento do Consumo Interno, deve-se graças à atitude responsável do Tribunal Constitucional e seus Juízes ao chumbarem verdadeiros atropelos do “Liberalismo Repressivo” de que tanto tem falado (e com razão e meu total apoio) o Prof. Doutor Adriano Moreira.

Em abono da verdade a única política que tem dado algum resultado, é a de combate à fraude e à evasão fiscal, através das medidas que têm posto os portugueses como fiscais tributários (facturas) e têm permitido trazer “para dentro do sistema” muitas entidades que fugiam a impostos, o que aplaudo de pé, e sem reservas.
Mas espero que o Governo ponha fim aos excessos de funcionários demasiado zelosos e com espirito de "polícias" e que estes passem a considerar os cidadãos enquanto tal e não como suspeitos.

Mas, já no que se refere às declarações do Sr. 1º Ministro nas quais diz que sim que tudo tem feito para minorar a pobreza, diminuir o desemprego, melhorar a vida dos portugueses e que os referidos documento são injustos, já não posso deixar de dizer que é, no mínimo, pouco sério e completamente desligado da realidade.

Aqui chegado, e vistos os factos, colocam-se-me duas hipóteses de análise sobre o que tem acontecido:
1.- Uma hipótese, é a de que continua o “jogo” do polícia mau e do polícia bom, em cada momento, o que tem sido uma constante entre o Governo português, o FMI e a União Europeia, desde 2011, tentando esconder da opinião pública a vontade Comum (para mim muito clara desde o inicio da crise) às três entidades de desvalorizar em 30% o Poder de Compra dos portugueses e dos factores do trabalho (mas sempre ausente, por omissão, dos discursos públicos tanto do Governo como, estranhamente, da Oposição);

2.- Uma outra hipótese que coloco, é a de que se entrou numa fase de completa desorientação, portuguesa, e da U.E., face:
a.- Aos acontecimentos relacionados com as posições gregas e seus reflexos políticos (que têm sido ou sobrevalorizados ou subvalorizados, consoante o angulo político dos actores partidários);

b.- À constatação transversal, (por parte de toda a sociedade académica, empresarial e mesmo política), de que a “estratégia” seguida foi errada tanto nos seus efeitos, como nas suas premissas.

Em qualquer das hipóteses que coloco verifica-se:
- Que todos têm estado a mentir, ou pelo menos a omitir a verdade, aos cidadãos;
- Que todos pretendem continuar com as acções de depressão do Poder de Compra, sobretudo da Classe Média e das Classes mais desprotegidas (reformados, pensionistas, desempregados);
….
Estamos assim, não em presença de Estadistas, ou comandos democráticos e transparentes, mas em presença de políticos partidários (que buscam apenas o Poder pelo Poder) para quem a sociedade existe mas é uma “maçada” pois os seus (deles, dirigentes políticos) modelos é que estão certos e que toda a sociedade está errada.
Defendem interesses alheios à Nação Portuguesa e alheios ao Interesse Nacional.

Mantendo apenas o tom de análise fria dos acontecimentos e declarações direi o seguinte:
- É lamentável ter no comando da Nação pessoas mais preocupadas com abstrações como a U.E. do que com os Interesses Permanentes da Nação Portuguesa e com os seus Cidadãos;

- É lamentável a desorientação que se vê (ao analisar as questões) e a sua falta de humildade em reconhecer que erraram (PS, PSD e CDS) ao aceitar todas as medidas do Memorando e que produziram resultados errados, se quisermos ter em atenção o facto de que um Governo (seja de que Partido for) tem como Missão e Dever o prover aos interesses e á qualidade de vida dos cidadãos que governam e ao engrandecimento da Nação que representam;

- É lamentável ainda, verificar que, mesmo assim, com a constatação do erro cometido, querem persistir no erro;

Esta atitude já não é firmeza ou coerência.
É simplesmente inconsciência e luta do Poder pelo Poder, tentando passar uma Imagem de seriedade, quando o que está ser feito é tudo menos sério..

É simplesmente a submissão dos dirigentes de um País com 900 anos, aos interesses de outros países.

É simplesmente o admitir que não têm uma Alternativa para Portugal e para os Portugueses, não têm Objectivos definidos para Portugal e que não têm uma Estratégia para Portugal de manutenção da sua Independência, como um Estado Soberano.
...
Num Mundo Interdependente, em que a Independência se obtém pela Diversificação de Dependências e não pela sua dependência de um só bloco, neste caso a U.E., é triste ter governantes que não entendem isto.
...
Infelizmente, é esta a minha análise e opinião que agora partilho com todos os amigos e leitores que simpáticamente fazem o favor de ler o que escrevo, e que agora deixo á vossa reflexão.

Gostava de dizer algo diferente.
Mas com o quadro actual do País e da governação, e o que se prevê para o ano de 2016, não posso em consciência dizer algo diferente do acima exposto.
...
Com os meus melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

12 junho 2015

CONVITE – SESSÃO PÚBLICA

Tenho o prazer de vos CONVIDAR, para assistirem a esta Conferência que terá lugar na Fundação Gulbenkian no dia 16 deste mês, com início às 09h30m.
Sala 1 do Pavilhão de Congressos da Fundação Gulbenkian - 09h30m - dia 16 - 3ª feira
Falarei às 10h40m sobre "Os últimos 15 anos da União Europeia e o Futuro..."
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
_________________________________________________________________________
 
Título da Conferência:   “Estratégias Rumo ao Futuro”

Local / Dia / Hora:  Sala 1 – Fundação Gulbenkian – Av. De Berna – Lisboa - 16 de JUNHO (3ª feira) ---> 09h30M / 12h30m

PROGRAMA (da parte da manhã)

09h30m - Sessão de Abertura - General Loureiro dos Santos - "Estratégias Rumo ao Futuro..."

1º PAINEL: - Moderador: Contra-Almirante Gonçalves de Brito

10h00m - Dr. Artur Santos Silva - "Os desafios da Sociedade Portuguesa..."

10h40m - Doutor Miguel Mattos Chaves - "Os últimos 15 anos da União Europeia e o Futuro..."

11h00m - INTERVALO

11h30m -- Juiz Conselheiro Guilherme da Fonseca - "A Justiça em Portugal...."

12h00m -- DEBATE

13h00m -- INTERVALO para ALMOÇO

...
de Tarde continuam os trabalhos a partir das 14h30m com outros temas.
 
. Organização:  Núcleo Impulsionador das Conferências da Cooperativa Militar e Fundação Gulbenkian