05 novembro 2015

A criação da OCDE e o Plano Marschall versus Portugal

Índice
1.   Foreign Assistance Act of 1948
2.   A Conferência Económica Europeia
3.   A OECE / OCDE
4.   A UEP - União Europeia de Pagamentos
5.   O “Plano Marshall” e Portugal
6.   Quadro Resumo das Ajudas do Plano Marshall a Portugal 1950 a 1955
7.   A Organização da OECE e seu sucedâneo a OCDE
8.   O nascimento do Mundo Bipolar ao nível Económico
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1.   O Foreign Assistance Act of 1948
Não existiu, na realidade, nenhum documento oficial denominado de Plano Marshall.

O que existiu foi uma declaração do General Marshall em Harvard, datada do dia 5 de Junho de 1947, a qual deu origem a um plano de ajuda à Europa.

Esse plano em que colaboraram várias personalidades entre as quais Averell Harriman, (Secretário do Comércio dos EUA), foi transformado numa lei que foi submetida à aprovação pelo Congresso americano. O que de facto aconteceu em 31 de Março de 1948, e a lei, denominada “Foreign Assistance Act of 1948”, foi aprovada.

Os Estados Unidos além de quererem assegurar a defesa interna da Europa Ocidental, em particular, e do mundo livre, em geral, quiseram também ajudar à recuperação económica europeia que, como já se disse, estava económica e financeiramente devastada.

No plano político, os EUA queriam manter a Europa dentro da sua esfera de influência directa; no campo económico, os americanos pretendiam animar a sua própria economia através da recuperação da economia europeia.

Segundo Jean Monnet foi a intervenção e as visitas à Europa de William Clayton, (então Secretário dos Negócios Estrangeiros americano, que teve a ocasião de verificar pessoalmente a destruição que a guerra tinha provocado), que persuadiram Marshall e Dean Acheson, de que os EUA se encontravam diante da responsabilidade histórica de ajudar a Europa a recuperar.

Marshall, Acheson, Clayton, Harriman e Kennan elaboraram uma proposta, que ficou conhecida como o “Plano Marshall”, para apresentar aos europeus.

O único país que tinha saído da guerra sem problemas económicos eram os EUA, que emergiam como superpotência.

A URSS emergiu, também, como superpotência, embora tivesse sofrido a guerra no seu território.

Os EUA não tinham tido a guerra na esmagadora maioria do seu território e necessitavam de mercados para escoarem os produtos produzidos na sua economia; por outro lado necessitavam de assegurar a paz através da reconstrução económico-financeira dos Estados afectados e das suas populações.

O denominado, na gíria política, Plano Marshall foi então apresentado em Harvard em 5 de Junho de 1947. Nesse plano propunha-se, a todos os países europeus, um programa de reconstrução que incluía parte em dádivas de crédito para compras de produtos nos EUA, e parte em empréstimos à taxa de 2,5% a pagar até 35 anos.

Inicialmente, alguns dos países aceitaram o plano com alguma contrariedade pois isso poderia significar uma excessiva dependência dos EUA; mas o realismo e a necessidade prevaleceram.

A URSS, potência mundial, cujos líderes declaravam que suplantariam os EUA nas décadas seguintes, não aceitou fazer parte do programa e impediu, mesmo, a Polónia e a Checoslováquia de acederam às ajudas nele previstas.

Molotov proferiu, na ocasião, uma declaração em que invocava como razão fundamental, para a não anuência da URSS em participar da ajuda americana, a de entender que o referido plano era contrário à soberania das Nações.

2.   A Conferência Económica Europeia
Assim reuniu-se em Paris, de Julho a Setembro de 1947, uma conferência Intergovernamental, denominada de Conferência Económica Europeia na qual estiveram presentes todos os países que acederam ao plano de auxílio americano.

Desta conferência saiu a decisão de se criar um organismo que canalizasse, controlasse e governasse, as ajudas do plano e que fosse um dinamizador de uma maior liberalização do comércio internacional.

3.   A OECE / OCDE
Esta organização destinada a coordenar a ajuda americana, nasceu e tomou a designação de OECE – Organização Europeia de Cooperação Económica. Foi constituída em 16 de Abril de 1948, e “no seio da qual se aprofundaram os debates, se concertaram as primeiras medidas e se consagrou formalmente o programa económico comum no quadro do qual estava definida a ajuda americana entretanto aprovada pelo Congresso dos EUA”.

Foi a primeira organização europeia do pós-guerra, de âmbito económico.

Foi uma organização de cooperação intergovernamental.

4.   A UEP - União Europeia de Pagamentos
Os países europeus tinham dificuldades em pagamentos internacionais.

Nessa altura, só o dólar era conversível em ouro, ainda que com restrições derivadas do facto de os EUA só garantirem a conversibilidade para Bancos Centrais.

Havia muitos países com dificuldades em cumprir o sistema de câmbios fixos e a conversibilidade.

Para evitar essas dificuldades constituiu-se a União Europeia de Pagamentos que funcionou até 1958 e que era uma câmara de compensação multilateral, destinada a garantir que o sistema de pagamentos, entre os países, funcionaria.

A U.E.P. funcionou no Banco de Pagamentos Internacionais, sediado na Suíça.

A UEP fazia a compensação automática dos excedentes e dos défices mensais dos participantes e a liquidação dos défices multilaterais, mediante o pagamento em ouro de uma fração desses saldos, numa percentagem crescente com o montante destes, sendo a parte restante levada a uma conta de créditos colectivos da União.

Em vez de as transações serem pagas uma a uma, os Bancos Centrais dos países membros da OECE limitavam-se a contabilizar as transações correntes. Em cada trimestre apuravam-se os saldos multilaterais e só o saldo é que era pago por quem tinha saldos negativos e recebido por quem tinha saldos positivos, juntando mecanismos de crédito, aos devedores, para o pagamento dos referidos saldos negativos.

Esta organização tinha as funções de estabelecer um regime de pagamentos multilaterais a fim de se conseguir instaurar uma estabilidade monetária e um equilíbrio nas taxas de câmbio.

Na sequência do estabelecimento destes objectivos foi criada, em 1950, a União Europeia de Pagamentos.

5.   O “Plano Marshall” e Portugal
Os principais beneficiários do Plano foram o Reino Unido, a França, a Alemanha e a Itália que receberam, em conjunto, cerca de 66% da ajuda total aí consignada.

Portugal foi convidado para a reunião de Paris e nela participou com uma delegação chefiada pelo seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Caeiro da Matta, de que fez parte o Embaixador Dr. Ruy Teixeira Guerra. A Espanha não foi convidada a participar.

No entanto, e mesmo Portugal tendo participado na conferência, o Conselho de Ministros rejeitou a ajuda num primeiro momento, face às suspeitas do Presidente do Conselho sobre os objectivos americanos.

Este receava “...que a penetração dos Estados Unidos no sentido da Europa constitua, mais do que um auxílio a esta, um desígnio imperial de Washington; temia “...que uma preponderância económica e financeira americana no Ocidente Europeu” fosse “apenas uma forma de acesso às posições europeias no continente africano”.

No entanto, Portugal só não beneficiaria do Plano no ano de 1948/1949.

De facto por modificação da sua decisão, Portugal beneficiou das ajudas do mesmo, por sua iniciativa.

Assim, “Portugal recebeu a partir de 1949/1950 e até 1955, as seguintes verbas, a preços de 1948:

- 1.036 milhares de contos de empréstimos;

- 782 milhares de contos de ajuda indirecta, os chamados direitos de saque sobre os países participantes – (este auxílio era concedido para satisfazer os défices comerciais em relação aos outros países participantes, beneficiários da ajuda);

- Recebeu ainda 237 mil contos de ajuda condicional, ou seja, para compras de bens nos EUA

- e ainda 158 mil contos como dádiva pura”.

6.   Quadro Resumo das Ajudas do Plano Marshall a Portugal 1950 a 1955

Rubrica
Verba a Preços de 1948
(em Escudos)
Verba a Preços de 2014
(em Euros)
Factor de atualização
(INE)
Empréstimo a juros reduzidos
1.036.000.000$00
510.745.657,48
98,83717268711548
Ajuda indirecta, os chamados direitos de saque
782.000.000$00
385.524.231,81
98,83717268711548
Ajuda condicional, ou seja, para compras de bens nos EUA
 
237.000.000$00
116.840.464,12
98,83717268711548
Dádiva pura
158.000.000$00
77.893.642,74
98,83717268711548
Total das Principais Rubricas da Ajuda
Marschal a Portugal
 
 
2.213.000.000$00
 
 
1.091.003.996,15
 
 
- - -

 
7.   A Organização da OECE e seu sucedâneo a OCDE
A O.E.C.E. foi constituída inicialmente por 16 países, entre os quais Portugal.

Representava-nos no Comité do Comércio, principal órgão da organização, o Dr. Gonçalo Correia de Oliveira que viria a ter um papel relevante na nossa adesão à E.F.T.A, de que adiante se falará.

Fizeram parte da OECE desde o início, como seus membros fundadores, a Áustria, a Bélgica, a Dinamarca, a França, o Reino Unido, a Grécia, a Irlanda, a Islândia, a Itália, o Luxemburgo, a Noruega, os Países Baixos, Portugal, a Suécia, a Suíça e a Turquia, aos quais se juntou a RFA, quando foi constituída.

Esta organização foi substituída em 1960 pela O.C.D.E. – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico, à qual aderiram os Estados Unidos e o Canadá deixando, deste modo, de ser uma organização de âmbito regional, para passar a ser uma organização de âmbito mundial.

 A OCDE conta hoje com 22 membros e tem como funções a análise das políticas económicas, a efectivação de estudos como contribuição para a expansão da economia, do emprego e para a estabilidade financeira dos países membros.

Os fins atribuídos à então OECE eram de quatro tipos, tendo como pano de fundo a intenção de liberalizar as trocas comerciais:

1) Deveria proceder ao estudo dos meios necessários à cooperação europeia, nos campos económico-financeiro, de produção e distribuição internacional;

2) Deveria construir programas para a reconstrução europeia, dando ênfase ao necessário aumento da produção de bens;

3) Recomendar aos EUA a aplicação e repartição dos fundos, provenientes do Plano Marshall, de forma a possibilitar a recuperação da economia europeia

4) e constituir normas e procedimentos de controlo de aplicação dos mesmos.

Como estrutura organizativa a OECE tinha um Conselho, composto por delegados de todos os países participantes, onde as decisões eram tomadas por unanimidade admitindo-se, no entanto, a possibilidade de um Estado se abster.

Ainda como órgão de decisão existia um Comité Executivo formado pelos delegados de sete países, eleitos por períodos de um ano. Este era o órgão executivo por excelência, com competências delegadas pelo Conselho.

Como órgãos de estudo e de apoio existiam os Comités Técnicos, nomeadamente o Comité de Programas que tinha a incumbência de coordenar os programas nacionais; o Comité de Comércio que se ocupava dos estudos e de elencar as medidas necessárias ao desenvolvimento das trocas internacionais, tentando promover medidas de liberalização e de harmonização das políticas comercias dos Estados membro; o Comité dos Pagamentos Intereuropeus, que se ocupava especialmente de estudar os pagamentos multilaterais; o Comité de Mão-de-Obra, a quem competia estudar os problemas e as soluções do mercado de trabalho e o Comité de Turismo.

Por outro lado, e destinados a estudar mais analiticamente questões sectoriais da economia, foram instituídos Comités para a Alimentação, Agricultura, para os Combustíveis, para a Electricidade, Petróleo, Siderurgia e outros.

Um outro órgão da organização era o Secretariado Geral, composto por um Secretário-geral, dois Adjuntos e várias Direcções de Serviços que prestavam um apoio permanente às actividades da OECE.

8.   O nascimento do Mundo Bipolar ao nível Económico
A resposta do bloco leste à OECE foi a criação, em 27 de Setembro de 1947, do COMECON (Conselho para a Assistência Económica Mútua), organização construída pela União Soviética para controlar, com a cooperação activa dos Partidos Comunistas dos vários países satelitizados, a vida política e económica dos mesmos.
 
Era a consumação do aparecimento, já anteriormente referido, dos dois blocos liderados respectivamente pelos Estados Unidos da América e pela União Soviética. Blocos que iriam “travar a guerra fria”, durante os 42 anos seguintes.

Melhores cumprimentos

Miguel Mattos Chaves
Gestor de empresas
Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)
Auditor de Defesa Nacional

Web links:
http://pt.linkedin.com/in/miguelmattoschaves
https://independent.academia.edu/MiguelMattosChaves

03 novembro 2015

a Pergunta nunca feita aos Portugueses ...

Meus caros amigos e leitores,
Portuguesas e Portugueses,

Venho hoje à Vossa presença perguntar se os Partidos Políticos (ou os seus Dirigentes) já lhes fizeram a pergunta de que Modelo querem para a União Europeia?

É que tenho vindo a assistir com espanto e incredulidade a afirmações do género:
- O Voto dos portugueses legitimou a Integração Europeia !! (citei …)
Ou SEJA e TRADUZINDO (e isso eles não dizem):
- O Voto dos portugueses legitimou a perda de Autonomia de Portugal, da Nação Portuguesa e a perda da Soberania do Estado Português. (é bom que percebam isto).
- E dizem que o Voto dos Portugueses legitimou, portanto, a Obediência estrita de Portugal a Bruxelas.

Pergunta-se:
Mas não há ALTERNATIVAS ?

Há … e por isso estranho este discurso, pois a mim nunca tal me foi perguntado em Eleições por Nenhum Partido.

E a Si, caro amigo e leitor ? e Eleitor ?
….
E falam sempre dos PAIS FUNDADORES da então CEE, como se eles defendessem apenas o modelo acima descrito.

Por ser MENTIRA - - - É MEU DEVER esclarecer os meus concidadãos, o que os Dirigentes Políticos não fazem, com o “argumento” de que os portugueses não perceberiam o que está em causa.

Como nunca acreditei nesta “justificação” absurda cumpro hoje o meu DEVER de tentar explicar e de ouvir (ou melhor ler) a Vossa Opinião.

(1). - MODELOS PROPOSTOS pelos PAIS FUNDADORES da CEE

(MODELO A) - Os Estados Unidos da Europa – Federalistas – Integração Europeia – Poder Central Europeu
(que PS e PSD propõem)

PAIS FUNDADORES que defenderam este Modelo (A) - Jean Monnet - Joseph Retinger - Altiero Spinelli - Denis de Rougemont - Alexandre Marc e outros.

Monnet, defendia uma aproximação ao federalismo por sectores, ou como ficou conhecida como a “estratégia dos pequenos passos” ou por “integração sectorial”.

Mas para todos eles, o Federalismo era um programa de transformação geral da sociedade e dos respectivos componentes humanos.
….
Queriam constituir uma Assembleia Constituinte Europeia. Agradava-lhes a ideia da constituição de um exército europeu, mas na condição de o mesmo ser acompanhado da constituição de um poder federal, de que ele dependesse.

Inspirando-se no modelo americano, modelo que, segundo eles, deveria ser seguido na Europa, através da construção dos denominados Estados Unidos da Europa. Para esse efeito propunham que fosse elaborada uma Constituição Federal, que deveria ser submetida à ratificação dos Povos e dos Estados.
….
(MODELO B) - A Europa das Nações - Soberanistas – Intergovernamentalistas – Cooperação Europeia entre Estados Soberanos
(que o CDS-PP, quando era fiel aos seus princípios democratas-cristãos e conservadores defendia).

PAIS FUNDADORES que defenderam este Modelo (B) - Winston Churchill – Charles de Gaulle - Aristide Briand – Coudenhouve Kalergi - Konrad Adenauer - Paul Henri Spaak - Paul Van Zeeland - Robert Schuman - Alcide de Gasperi e outros.

A sua proposta de construção europeia ia muito no sentido de uma Europa das Nações, isto é uma Europa de configuração intergovernamental. Defendiam que os Estados-Nação eram as únicas entidades legítimas da comunidade internacional, pelo que não reconhecia essa legitimidade, pelo menos no mesmo plano, às Organizações Internacionais. Para eles as Nações deveriam cooperar e concertar posições.

As Nações deveriam cooperar e concertar posições entre si e nunca abdicarem da respectiva Independência nem da Soberania dos seus Estados.
A construção europeia poderia conduzir eventualmente a uma Confederação, mas nunca a uma Federação.

(2). - Foram estes os Modelos discutidos pelos Pais Fundadores.
E tudo se manteve no Modelo da Europa das Nações - Soberanistas – Intergovernamentalistas – Cooperação entre Estados Soberanos Europeus, desde o Tratado de Roma – CEE, enquanto maioritáriamente foram os Democratas-Cristãos a governar nos diversos países europeus.

Até que os Sociais-democratas e os Socialistas passaram a dominar a maioria dos governos europeus e impuseram (sem perguntar aos respectivos Povos) o Tratado de Maastricht (excepto em França onde o Sim venceu por 80.000 votos sobre o Não à Federação).

(3). – Dito isto, há que esclarecer a posição dos outros Partidos Portugueses:
- PCP – é muito simplesmente CONTRA qualquer destas alternativas. Quer uma”construção europeia” comunista, como é sabido; São formalmente CONTRA a União Europeia e só pactuam minimamente pois sabem que a maioria, mesmo sem saber que modelo querem, a defendem.

- BE – confusa a sua posição, pois rejeitando muitas das questões que os Federalistas defendem (Moeda única, Tratado Orçamental, Pacto de Estabilidade, etc…) não se percebe que modelo quereriam para a Europa.
Poderemos talvez integrá-los no grupo dos Eurocépticos que, já agora, existem em TODOS os Partidos da direita à esquerda, de forma individual.

(4.) – Por fim faço a pergunta:

É assim tão difícil perceber o que está em causa ?
É assim tão difícil de explicar aos portugueses ?

Dada a gravidade do tema,
- porque é que não é feito um Referendo em Portugal e continuamos a assistir à IMPOSIÇÃO FURTIVA (Prof. Adriano Moreira e eu) do caminho que leva ao Modelo Federal Pleno, por parte do PSD e do PS sem PERGUNTAREM aos Portugueses que os elegem?

Assim renovo a minha pergunta inicial:
- Os Partidos Políticos (ou os seus Dirigentes) já lhe fizeram a pergunta (a si) de que Modelo quer para a União Europeia?

À Vossa Reflexão.

Caro amigo e leitor: percebeu o que tentei explicar ?
Por favor, Sinta-se á vontade para pedir esclarecimentos adicionais,
porque é meu DEVER esclarecer este tema.


Nota: Sou europeísta, e defendo o (MODELO B) - A Europa das Nações - Soberanistas – Intergovernamentalistas – Cooperação Europeia entre Estados Soberanos por ser o melhor para o Portugal de quase 900 anos de História e respectivo Futuro.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Doutorado em Estudos Europeus (dominante Economia)
Pela Universidade Católica Portuguesa

30 outubro 2015

CONVITE

Acedi com muito gosto ao convite que me foi dirigido para falar sobre:
...
- uma "Estratégia de Relações Internacionais - o Posicionamento de Portugal no Mundo".
...
Convido os meus amigos e leitores que tiverem interesse em participar e reflectir sobre este tema.
...
Local: Auditório da Casa do Comércio - Rua Castilho nº 14 - Lisboa
Dia 14 de Novembro
~...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves


LINK:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1200351679983028&set=gm.1647054915546624&type=3

27 outubro 2015

Textos Académicos - Acesso

Para os meus Amigos e Leitores,

Junto vos remeto o Link onde poderão ler textos ciêntificos que publiquei e que, dado o seu carácter e dimensão, não podem ser publicados por aqui.
...
Desejo uma boa leitura aos que se interessarem.
...
LINK: https://independent.academia.edu/MiguelMattosChaves
....
Caso tenham algumas questões, dúvidas ou observações, poderão enviar-mas através do site Academia.eu, ou por aqui no Blogue ou ainda pelo meu e-mail: matos.chaves@gmail.com  
...
Grato pela atenção
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

26 outubro 2015

e AGORA Sr. 1º Ministro indigitado ?

E AGORA?
Será que o 1º Ministro indigitado tem suficiente know-how?
...
Eu explico:
face á realidade do que as medidas de austeridade (mal) aplicadas pelo Goverrno da coligação significam;...
...
Isto é que os cortes aos reformados e aos funcionários públicos apenas somam 1,3 mil milhões de euros,;
...
contra os 3 a 4 mil milhões que nos vai custar o BES e os 7,6 mil milhões que nos custou o banco do PSD (o BPN);
...
contra o que nos custa manter mais de 300 empresas municipais; mais de 600 fundações, mais de 1.500 institutos públicos, mais de 100 contratos de avenças com escritórios de advogados e economistas, 87 ppp's, etc..
...
SE eu fosse o actual 1º Ministro:
(1) propunha, em sede de Programa de Governo e de Orçamento para 2016, na Assembleia da República a reposição imediata do poder de compra dos reformados e funcionários públicos.
...
(2) igualmente propunha em 2 anos reverter as Taxas de IRS.
...
Com isso "encostava" a esquerda à parede! pois não teriam mais argumentos para chumbar os dois documentos.
...
MAS ... isso era o que eu fazia, com evidente ganho para o Estado, para os Portugueses e para a Coligação.
...
Pode ser que seja surpreendido, mas como já demosntrou não ter perfil de Estadista e de Estratega, não o fará e depois vai-se queixar de que o não deixam governar!
...
Estilo "kalimero" !
...
Vamos ver!
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

23 outubro 2015

Sr Presidente

Sr. Presidente da República
PARABÉNS
...
(1). - Sinceros por ter nomeado o líder da Coligação para 1º Ministro, tal como lhe competia.
......
(2º). - MAS ... também parabéns (estes já não sinceros e apenas irónicos) pela 2ª parte do seu discurso.
...
Esta 2ª parte do seu discurso ficará para a História de Portugal como o discurso que conseguiu um feito só comparável aos maiores feitos da História Universal:
...
- UNIR a esquerda partidária em Portugal, o que NUNCA tinha acontecido em 41 anos deste regime democrático.
...
Conseguiu o que NENHUM líder da esquerda tinha conseguido.
...
Notável Sr. Presidente cessante (graças a Deus), Notável.
...
Cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

a "Choldra" ...

ANÁLISE e OPINIÃO
Panorama político - Isto está uma "Choldra" – Onde é que eu já li isto?
....
Curiosa afirmação do Séc. XIX …. e curiosa a sua actualidade.
....
Tenho ouvido com alguma paciência mas com muita preocupação as sucessivas declarações dos ACTUAIS dirigentes políticos do BE, PCP, PS, PSD e CDS-PP.
...
Peço que me acompanhem nesta minha análise, necessáriamente breve q.b.
.....
Do lado da coligação PaF verifiquei que os sinais e o tom de discursos significam pânico. Tal facto tem levado, sobretudo os dirigentes do PSD, a fazerem verdadeiras "declarações de amor" ao PS, o que não deixa de ser curioso face ao que dele disseram na campanha eleitoral.
Têm alguma razão e adiante explicarei as razões, na minha opinião, de tais sentimentos agora expressos.
...
Do lado do PS verifico uma vontade de arranjar soluções que os levem ao poder e ao desenvolvimento de negociações que os levem a conquistar o mesmo, com partidos com os quais sempre mantiveram relações tensas. Também adiante explicarei as razões, na minha opinião, de tal sentimento.
....
Do lado do PCP, com enorme surpresa minha, vejo estarem agora dispostos a fazer o que nunca quiseram fazer ou seja um acordo para viabilizar um governo do PS, mesmo que para isso tenham que se entender à base de Mínimos Denominadores Comuns com este último e deixar de lado as suas convicções profundas.
Talvez por terem perdido para sempre o Aliado – a URSS comunista “O Sol da Terra”.
Adiante direi o que me parece ser a razão.
....
Do lado do BE, face à sua campanha eleitoral não me surpreende a sua atitude, afastados que foram os dirigentes que inviabilizavam entendimentos com outros partidos.
...
Dito isto:

O 1º Ministro indigitado ao ganhar as eleições disse que tinha em conta que não tinha ganho com maioria absoluta e que assumiria por isso "com humildade" esse resultado.
Desde logo desconfiei sinceramente dessas palavras por duas razões:
...
1.- Isso implicava propor uma aliança ou um acordo parlamentar ao maior partido da oposição sabendo que isso só seria possível cedendo a partes do programa do mesmo;
Ora não lhe ouvi ou li nenhuma proposta nesse sentido mas sim a reafirmação, nos dias seguintes, de que quem tinha ganho era ele e que portanto o programa seria o da coligação, embora “estivesse aberto” a considerar propostas do PS;
...
E aqui a minha primeira perplexidade:

- Qual Programa da Coligação? Durante a campanha não consegui perceber pois nada disse de concreto aos portugueses.
Será o PEC enviado antes da campanha eleitoral para a Comissão Europeia e não divulgado aos portugueses?
Será o conjunto de enunciados vagos escritos no dito Programa Eleitoral que de nada informavam a população sobre os temas que mais preocupam a opinião pública, nomeadamente a classe média?
Fiquei sem perceber e continuo, defeito meu com certeza, a não perceber.
...
É que quem quer arranjar alianças (económicas, empresariais, pessoais, ou políticas) tem que tomar a iniciativa de as propor e ser claro q.b. nas propostas e estar preparado para negociar, ceder de parte a parte e chegar a um ponto de entendimento.

Não foi o caso o que me leva a concluir:
- Não queria verdadeiramente negociar, queria provocar apenas discussão para ver se mais adiante no Parlamento conseguia fazer passar o Programa e o Orçamento negociando então em posição de maior fortaleza. Legitimo mas pouco claro.

Do lado do PS, que honra lhe seja feita, divulgou um programa económico completo (concorde-se ou não com o mesmo) e sério e com essa ingenuidade pagou caro pois na campanha eleitoral só se discutiu (e mal) o que tinha proposto.
No pós eleição verificou-se desde muito cedo que a sua vontade de negociar com a coligação era igual à desta;
- ou seja nenhuma vontade.

2.- A 2ª razão da minha desconfiança advém de verificar que durante os últimos 4 anos o líder do PSD (e o líder do meu partido o CDS-PP) anunciavam querer negociar com o PS, nas vertentes da Segurança Social, MAS só se essa negociação conduzisse à aprovação das suas próprias propostas (dele Governo).

Ora isso, óbviamente, não é negociar é chamar o outro para dar cobertura ao que nós queremos.

Negociar implica propostas de um lado e do outro (e isso havia) e depois conversar, ceder de parte a parte e chegar a uma solução que agradasse aos dois, o que nunca houve.
Verificada esta situação que segui de perto, tal nunca foi feito ´… porque o seria agora?

E encontramo-nos nós portugueses nesta situação de impasse que todos conhecemos.

Ora a “Choldra” de que falava Eça de Queiróz vem do seguinte quadro:

Da parte da Coligação e da parte do PS há o pânico de:

(A).- Não aproveitar o quadro internacional europeu favorável no que se refere à prática de juros baixos (impostos pelo BCE e pelo excesso de liquidez existente nos mercados internacionais que até aceitam já comprar dívida dos Estados a juros negativos dada a lei da oferta e da procura de aplicações);

(B). - Não aproveitar da situação de baixa do preço do petróleo que vai durar ainda algum tempo (derivada da “guerra” entre os países da OPEP e dos outros produtores de petróleo não alinhados) que têm aliviado (e de que maneira) as contas dos países importadores desse bem;

(C).- Não aproveitar destas Condições que, juntamente com as possíveis “aflições” que a Alemanha irá atravessar na sua economia, com o despoletar do escândalo da Wolkswagen (dado o peso desta empresa e dados os danos colaterais de imagem da economia alemã) levarão inevitávelmente ao afrouxamento (senão mesmo ao desaparecimento) do Tratado Orçamental o que originará algumas “folgas” financeiras para os Estados do Sul da União, (em especial a Itália, a Grécia, e a Portugal);

Situações que em conjunto possibilitarão, previsivelmente, aos respectivos Governos afrouxar algo nas suas políticas fiscais, e assim poderem dar algumas “benesses” ás suas populações.

(D).- Assim o Pânico de Ambos, advém de Ambos saberem que se perderem o poder, o que ficar com o Governo irá recolher os “louros” desse alívio, o que proporcionará vitórias eleitorais expressivas em futuras eleições.

É preciso ter claro que quando se fala de Poder fala-se também na capacidade de distribuir lugares entre os amigos, de forma a que estes sustentem o mesmo.

E quando se fala de Poder fala-se também na distribuição de favores (avenças, contratos, etc…) aos fiéis de forma a que estes os defendam.

Por isso, durante os 6 anos do Governo do PS e nos 4 anos do Governo do PSD (infelizmente com o CDS-PP a fazer de idiota útil), se verificou que:

- Das 346 Empresas Municipais, nenhuma foi extinta e todas elas custam milhões de euros a todos nós.
Relembro que as mesmas foram criadas (pelo PSD e pelo PS) para evitar que as Câmaras Municipais tivessem que obedecer aos citérios da Contratação Pública de obras, aquisição de bens, etc… pudessem tornear e comprar como e onde quisessem, e relembro que estas têm sido os maiores empregadores de quadros do PSD e do PS;

- Das 648 Fundações, grande parte das quais sem actividade conhecida, que usufruem de benefícios fiscais (isto é poucos ou nenhuns impostos pagam), não foram mexidas nem foram chamadas a partilhar dos sacrifícios dos que trabalham por conta de outrém nem dos reformados;

- Das 87 PPP’s (a 1º das quais a Ponte Vasco da Gama) nenhuma viu os seus rendimentos escandalosos serem diminuídos em favor do bem comum e de uma mais justa repartição dos sacrifícios pedidos aos cidadãos;
...
Neste caso, algumas das “poupanças” anunciadas não o são pelo simples facto de se terem transferido as responsabilidades, por exemplo, de conservação e reparação de estradas para o Estado (leia-se nós) que as terão que pagar;
Ou seja de real, nada foi mexido.

- Muitos Milhões de Euros que saem dos cofres públicos para pagarem Centenas ou Milhares de Pareceres que são pagos pelo Estado (leia-se Governo, Autarquias, Empresas Públicas) a escritórios de Advogados, a escritórios de Economistas, quando as mesmas instituições têm no seu quadro de pessoal Advogados competentes, Economistas, a quem pagamos salários e que estão lá para isso mesmo: dar pareceres e resolverem os problemas que vão surgindo na sua esfera de competência.

E podia continuar com a EDP e outras “rendas” que estamos a pagar.

Para estas despesas do Estado há dinheiro !!
Para os que trabalham por conta de outrém e para as reformas e pensões não há dinheiro ?
Porquê
...
Posto isto:
o que me choca mais no meio desta “Choldra” é a linguagem de “namoro” do PSD ao PS (ou a parte deste).
os dirigentes do PSD tem feito afirmações que me fazem ficar, no minimo preplexo:
- Dizem agora que o PS é um partido responsável !
- Dizem que o PS é um Pilar da democracia !
...
Então já não é o que trará a bancarrota ?
Então já não é o que trará a desgraça a Portugal?
Na campanha eleitoral foi o que me disseram.
Afinal ... ?

Já não há vergonha ?

Já não há Pudor ?

Somos, nós portugueses, todos Parvos?

Pelo menos Cúmplices somos, (enquanto comunidade) já que a Coligação obteve 38% dos Votos e o PS 32% dos votos.

ENFIM !

Onde está o Interesse Nacional necessáriamente expresso numa Estratégia Nacional?

Podia continuar mas o texto já vai mais longo do que queria.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Cidadão Português

21 outubro 2015

DESABAFO...


 Não consigo perceber a falta de reacção do Governo Português,
bem como a falta de reacção dos Partidos Políticos Portugueses,
bem como a ausência de reacção do Presidente da República em exercício ...
...
face às declarações abusivas de personagens da União Europeia sobre a situação interna de Portugal.
...
Vi o Presidente do Parlamento Europeu saudar os seus amigos partidários portugueses e esperar que eles vão para o Governo... (sic...!!!);
...
Vi personalidades como o Vice-Presidente da Comissão e outros a dizerem que ou Portugal envia o Orçamento de Estado ou será castigado... (sic...!!!!)
...
Face a estas posições e dislates não ouvi, nem vi, nenhum dirigente Partidário ou Governamental pronunciar-se de forma a colocar estes senhores no seu lugar.
...
Para mim, toda esta omissão dos agentes politicos portugueses, significa falta de
- Diginidade,
- Sentido de Estado,
- Vontade Política de Defender Portugal
...
(País com quase 900 anos), face a personalidades externas ao mesmo, ainda que de países "aliados".
...
Em 900 anos de História de Portugal e do Mundo li e estudei várias destas reacções de alguns dos então governantes, e também analisei as suas consequências funestas para o País..
...
Mas ... na minha vida útil nunca tinha visto esta atitude de demissão de vontade nacional;
...
Mas... igualmente na minha vida últil nunca tinha visto o atrevimento de personalidades externas em comentarem assuntos internos de um País aliado, mesmo em períodos dificeis que atravessámos;
...
Significa isto que os últimos Governos, o actual incluído, não fazem respeitar o nome de Portugal no exterior.
...
Ou seja mais uma vez tem razão quem afirmou que Fracos Dirigentes, fazem Fraca ... a Forte Gente.
...
Estamos, assim, em presença de uma classe de dirigentes políticos de fraquissima qualidade, embora com a conivência dos cidadãos.
...
Pessoalmente, e como Português sinto-me revoltado com esta situação e daí este meu desabafo.
...
Estarei sózinho, mas nem por isso deixo de sentir esta revolta que agora partilho convosco.
Fica este desabafo para memória futura.
...

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Cidadão de Portugal e só depois europeu

o PACTO de ESTABILIDADE e CRESCIMENTO da U.E.

Qual o conteúdo do Pacto de Estabilidade e Crescimento
e o nascimento e funções do BCE
...
Findo o período de pré-formação da U.E.M., punha-se a questão de a partir daí, obrigar os Estados a terem de cumprir regras definidas que não pusessem em causa as virtualidades e o sucesso, desta nova união.
...
E por isso foi assinado entre todos os Estados aderentes, o denominado Pacto de Estabilidade e Crescimento, que surgiu exactamente pela necessidade de se reforçarem os procedimentos que obrigassem os Estados a terem mais cuidado nas suas contas públicas e que consequentemente contribuíssem para a garantia da disciplina e a solidez das finanças públicas, necessárias à credibilidade da UEM, em geral, e do Euro, em particular, no plano interno da União e nos mercados mundiais.
...
De facto, as normas constantes do tratado, e que atrás foram descritas, eram vistas como eficazes para o período que antecedeu a formação da UEM, dado que os Estados não queriam ficar de fora, mas para o período pós-adesão foram considerados insuficientes ou desenquadradas jurídicamente.
...
E assim em 1995, o Ministro das Finanças da Alemanha, Theo Waigel, lançou a ideia de se elaborar um pacto de estabilidade com regras mais severas. Na sequência desta sugestão, em 1996 em Dublin, foram aprovadas as linhas mestras do que viria a ser o Pacto de Estabilidade e Crescimento, que foi aprovado no Conselho Europeu de Amesterdão entrando em vigor no dia 1 de Janeiro de 1999.
...
Este Pacto compreende uma Resolução do Conselho Europeu e dois Regulamentos do Conselho Ecofin. Um relativo ao reforço da supervisão das situações orçamentais e à supervisão das políticas económicas e o outro relativo à aceleração e clarificação da aplicação do procedimento relativo aos défices excessivos.
...
Reafirmando tudo o que estava para trás acordado, o Pacto introduziu coisas novas e aprofundou as restantes. Uma das novidades foi a de que os Governos dos Estados passaram a ter que apresentar à comunidade Programas de Estabilidade, plurianuais, que cobrissem períodos de três anos, revistos anualmente, onde deverão constar todas as medidas que os governos se propõem executar com o objectivo de respeitar o caminho a percorrer até atingirem o equilíbrio orçamental, nunca deixando que o défice passe a barreira dos 3%.
...
Todos os anos essas actualizações são enviadas, nos dois meses subsequentes à apresentação e aprovação dos Orçamentos Gerais dos Estados, nos Parlamentos Nacionais, a fim de permitirem um acompanhamento regular por parte da Comissão e do Conselho.
...
No caso de existirem desvios significativos da situação orçamental, relativamente ao proposto pelos Estados, nos seus Programas Plurianuais, o Conselho dirigirá uma Recomendação ao Estado membro para que este tome as medidas de ajustamento necessárias.
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No caso dos défices excessivos é introduzida uma clarificação sobre quais as condições em que um défice orçamental superior a 3% do PIB é excepcional e temporário, não sendo portanto, considerado excessivo.
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No segundo Regulamento acelerou-se a aplicação do Procedimento dos défices orçamentais excessivos, estipulado no art.º 104 e clarifica-se o Regime de Sanções a aplicar em caso de persistência do défice, e como novidade prevê-se a possibilidade da conversão do depósito previsto em multa, caso a situação não seja corrigida num período de dois anos após a constituição do depósito.
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Para melhor compreensão deste processo, dos défices, indicam-se resumidamente, as fases que o mesmo poderá conhecer:
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(1) – Os Estados têm que apresentar anualmente, ao Conselho, os Programas de Política Económica e Orçamental, que contenham as medidas necessárias de forma a garantir a estabilidade e o cumprimento dos objectivos;
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(2) - Risco de Défice -
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2.1 – Quando o Conselho, analisadas as contas dos Estados, verificar haver riscos de défice pode adoptar os seguintes procedimentos: (a) Sugerir ajustamentos ao Estado membro.
Se estes não forem introduzidos, (b) o Conselho produzirá uma Recomendação, na qual poderá impor a adopção de algumas medidas concretas a tomar.
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(3) - Constatação da existência de Défice –
Neste caso o Conselho produz uma Recomendação para que o Estado tome as medidas de correcção aconselháveis e concede algum tempo para tais medidas serem implementadas.
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(4) – Sanções
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4.1 - Caso se verifique que o Estado continua a prevaricar, ou não introduziu as medidas corretivas, o Conselho exigirá a constituição de um Depósito inicial Não Remunerado que, no caso de défice orçamental, será composto por uma componente fixa de 0,2% do PIB e uma componente variável de 1/10 da diferença entre os 3% do PIB e o défice do Estado membro em causa, com o limite máximo de 0,5% do PIB.
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4.2 – O Conselho pode pedir o Reforço desse Depósito, em montante idêntico ao da componente variável do depósito inicial.
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4.3 – Aplicação de Multa – Se 2 anos após a decisão de impor ao EM, em causa, a constituição do depósito, ainda persistir o défice, então o depósito converte-se em Multa. A Multa não é reembolsável ao EM, em causa, sendo distribuída pelos EM que não apresentarem défice excessivo.
...
Portanto e em resumo a política orçamental permanecerá como competência dos Estados mas controlada pela Comunidade.
...
As disposições do Tratado de Amesterdão e do Pacto de Estabilidade e Crescimento estabelecem um regime mais exigente que antes, pelo qual os Estados terão a obrigação jurídica de evitar défices orçamentais excessivos e se comprometem a definir como objectivo de médio prazo, um orçamento próximo do equilíbrio ou excedentário.
...
São estabelecidas regras de coordenação e vigilância comuns a todos os Estados-membro reforçando a supervisão multilateral, nesta matéria, e a persistência de um défice excessivo implicará a possibilidade de imposição de sanções pecuniárias ao Estado prevaricador, pretendendo-se com tudo isto salvaguardar a estabilidade das finanças públicas da União, como meio de fortalecer as condições para a estabilidade dos preços e para um crescimento económico forte e saudável.
...
Na actualidade o Pacto está a ser contestado na sua forma e em fase periclitante para a sua existência ou sobrevivência. Isto depois da Alemanha e Portugal terem apresentado défices excessivos em 2001 e a França e Alemanha terem continuadamente a apresentar em 2002, 2003 e 2004.
...
(CONTINUA)
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

15 outubro 2015

Esclarecimento aos meus amigos e leitores

DECLARAÇÃO (por respeito aos meus amigos e leitores)
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Tendo sido interpelado por várias pessoas em mensagens privadas, ou públicas, sobre o tema das eleições, venho responder-lhes públicamente pois nada tenho a esconder.
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Caros Amigos,...
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Dizem-me alguns que a actual situação se deve a quem muitos portugueses da direita, leia-se CDS-PP, votaram contra as suas convicções noutros partidos, ou em branco, ou se abstiveram.
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Na minha análise e prática isso é verdade. Mas Não Toda a Verdade!
...
Por isso:
...
Clarificando, tendo o CDS-PP abandonado os seus Valores, Ideais e Programas nestes últimos 4 anos;
...
não fui eu que mudei de Convicções:
...
Foi a actual direcção do CDS-PP que pôs de lado os Valores, os Ideiais e os Programas de Governo que nos uniam.
...
Assim sendo, creio que muitos milhares de Companheiros também o sentiram, e decidiram, e bem, mudar o seu sentido de voto até que o CDS-PP recupere a sua matriz Democrata-Cristã e Conservadora.
...
Ter Convicções comporta, no seu sentido e significado, PENSAR.
...
Foi o que fiz e milhares de outros Companheiros fizeram; Todos os que não vêm a Política como meio de emprego, mas sim como meio de SERVIR e engrandecer Portugal.
...
Não sou Liberal;
...
Sou de Direita e Conservador.
...
Nada tenho a ver com a prática do actual CDS-PP e do seu "compagnon de route" para uns lugarzitos, PSD.
...
Já o disse várias vezes e repito:
- Para mim Portugal está acima dos Partidos. E estes só existem se for para SERVIR Portugal. Caso contrário não servem para nada.
...
Quanto, e SE, o CDS-PP voltar a defender um Modelo de Sociedade do Humanismo Personalista, muito baseado na Doutrina Social da Igreja (Justiça Social, Protecção dos mais desfavorecidos, etc...) em que se defende que o Estado tem que ser Pessoa de Bem e cumprir os seus Contratos;
...
Quando e SE, o CDS-PP, voltar a defender a Universalidade de Portugal, colocando-o no seu meio natural (desde D. João II) no Centro da Bacia do Atlântico e nas relações com o Mundo Lusófono que deve ter, nomeadamente através do fortalecimento da CPLP e do seu papel nas Relações Internacionais;
...
Quando e SE o CDS-PP, recuperar o seu Programa de que Portugal deve estar na União Europeia MAS recusar o Modelo Federal na mesma, mantendo a sua Liberdade e Soberania de quase 900 anos;
...
Considerarei a possibilidade de voltar a Votar no meu Partido.
Não antes.
...
Ou seja, e repetindo-me:
Não fui eu que mudei de Valores, Ideais e Programa de Governo para Portugal: foi a actual direcção do partido.
...
No que só a mim diz respeito assumo claramente que Votei segundo as minhas convicções políticas do momento eleitoral actual, ou seja Branco.
...
Com os meus melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Militante do CDS-PP

12 outubro 2015

Bruxelas e os Abusos ...

REFLEXÃO
a propósito das reacções dos Presidentes da Comissão Europeia
e do Parlamento Europeu,
bem como de outras Figuras Menores da organização:
.......
Bruxelas tem que se habituar a duas coisas:
...
(1) A U.E. é uma organização de Estados Soberanos em que cada um segue as suas regras políticas com total liberdade;
...
(2) A U.E. tem que se habituar a seguir as regras do Direito Internacional Público, e as Práticas Internacionais de carácter Diplomático;
...
(3) Nomeadamente a observar o princípio da não ingerência política e opinativa sobre os assuntos internos das democracias que a compõem;
....
Finalmente, a U.E. tem que perceber de uma vez por todas que Não É um Governo Europeu
mas sim um coordenador de vontades dos Estados-Membros.
....
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Cidadão Português e depois europeu

08 outubro 2015

Comentário Político - Eleições e actuação PR

Comentário Político aos Resultados das Eleições e à actuação do Sr. Presidente da República

Prezados Amigos e Leitores

1.- Resultados das Eleições
Tendo presente a participação dos portugueses verificou-se que nada menos do que 4.065.288 pessoas decidiram deixar a decisão de escolha de Deputados e subsequente nomeação do Governo de Portugal nas mãos de outros, no que foi o maior número de sempre.

Foi a grande vencedora das eleições.

Descontando a eventual presença nos cadernos eleitorais de pessoas que emigraram, ou faleceram ou mudaram de residência (sempre presente desde 1975), verifica-se que milhares de cidadãos não exercem o seu direito e dever de cidadania, o que na minha opinião denota uma fraca cultura política, isto mesmo depois de 41 anos de regime democrático.

De 2011 para 2015 o número de pessoas inscritas nos cadernos eleitorais para poderem votar diminuiu em 183.482 pessoas que, ou morreram, ou mudaram de residência e não activaram a sua inscrição, subsistindo a dúvida se serão mais ou não nestas condições.

Na verdade pior que decidir mal é o facto de não decidirem e pior deixarem a decisão a outrém, com várias desculpas que convém analisar:
- Não pactuo com este regime e portanto não voto para não o legitimar!
Parece-me uma atitude pouco realista dado que é este o sistema que vigora.
Denota uma falta de sentido das realidades e uma fuga às responsabilidades de cada um, alienando-as em favor de outros.

- Se não querem legitimar ninguém, nem o regime, têm à sua disposição duas outras formas expressas que, essas sim, assustam os Partidos Políticos: o voto em branco, o voto de protesto por excelência e de chumbo da actuação de todos, em geral, e do regime em particular.

- Ou o voto nulo, mas este mais fraco no seu significado pois gera as mais variadas interpretações.

Os Partidos convivem bem com isso, e mesmo os jornalistas, que comentam este facto durante 4 ou 5 dias após eleições e depois esquecem o acontecimento.

Já no que se refere aos resultados verdadeiros por partido (ainda provisórios dado faltarem os resultados da emigração) verifica-se que:
- a Coligação PSD-CDS vence as eleições mas perde cerca de 750.000 pessoas a nela votarem, o que significa por um lado o descontentamento por parte das pessoas face às políticas praticadas nos últimos quatro anos e por outro lado um aviso sério para não prosseguirem por aí.

Quanto ao PS, é o grande perdedor das eleições. Na realidade muitos eleitores não se reconheceram na actuação e propostas deste Partido por várias razões, entre as quais refiro duas que foram fundamentais, na minha opinião:
- A primeira foi a de não terem gostado da forma pouco ética, e pouco digna, como o actual líder socialista afastou o ex-líder Dr. António José Seguro;
- A segunda foi a ter construído e proposto um programa de governo que pouco se diferenciou do prosseguido pelo actual Governo da coligação, não vendo assim os eleitores nenhuma vantagem em mudar o seu voto em seu favor. Creio que muitos votaram BE e muitos outros abstiveram-se por causa disso.
….
Quanto ao BE conseguiu subir muito a sua votação dada a prestação da sua líder e face às propostas claras que muita da esquerda aplaude e que, face à fraqueza e indecisão do PS, adoptou.

Face a este quadro vamos então ver a realidade escondida das percentagens REAIS que a votação traduz, face ao Total dos Eleitores Inscritos e com capacidade para votar:
….
- Coligação PSD-CDS: 22,25%
- PS : 18,54%
- BE: 5,83%
- PCP: 4,71%
- PAN: 0,79%

Muito fraca a real representatividade destes Partidos na Sociedade Portuguesa maior de 18 anos.
E, não obstante este facto, permitem-se tomar medidas que prejudicam ou beneficiam a sociedade, dirão alguns!
Bom, normalmente quem o diz são os abstencionistas que depois de terem legitimamente decidido não assumirem as suas responsabilidades, criticam. É fácil e cómodo!

2.- Actuação do Sr. Presidente da República

Ao Presidente, o mais alto Magistrado da Nação e Comandante Supremos das Forças Armadas cabem, na minha modesta opinião, os seguintes papéis:

1. Ser o INSPIRADOR da cena política, ajudando á criação de uma Estratégia Nacional (até agora inexistente há mais de 41 anos) apontando caminhos, promovendo ideias a prosseguir de forma a posicionar correctamente Portugal no Sistema Internacional e obter os benefícios objectivado;

2. Ser o ÁRBITRO, isto é ACIMA dos partidos e suas lutas normais em defesa dos seus (deles) projectos, ou seja ter sempre presente os Interesses Permanentes de Portugal e evitar, actuando, que qualquer Partido os subverta;
3. Ser o CONCILIADOR, isto é ser a figura tutelar do Regime Democrático que proporcione a existência de um diálogo permanente com as forças partidárias, e destas entre si;

4. Ser o SUPERVISOR do regime, com a legitimidade proveniente do Voto Geral, para criar as condições de governabilidade necessária ao bom funcionamento das Instituições Nacionais e o cumprimento da Estratégia definida, não se imiscuindo na política do dia-a-dia, desde que esta não ponha em causa os Interesses Nacionais;

5. Ter um INTERVENÇÃO, pela Palavra (escrita ou oral) e pela Acção, quando tal for necessário, dirigindo-se ao País em casos verdadeiramente de Estado quando os restantes papéis (acima) forem postos em causa por qualquer dos actores políticos e isso fizer perigar a normalidade democrática.

6.- não posso concordar com a posição partidária e não supra-partidária como deveria ser, o que enfraqueceu, ainda mais a sua posição, envolvendo-se em questiúnculas partidárias.
Posto isto:

Cabe ao Presidente, em primeiro lugar, a função de consultar os Partidos, antes de tomar qualquer decisão; seja ela a de indigitar o futuro Primeiro-Ministro, seja ela a de encarregar um chefe partidário para proceder às diligências necessárias para a constituição de um novo Governo de Portugal;

Cabe ao Presidente, em segundo lugar, o papel de interpretar a vontade expressa pelos partidos concorrentes, à luz dos resultados das eleições, vistas as possibilidades e os cenários reais que se colocam, e só a partir daí definir a sua actuação futura e torná-la pública

Ora na situação presente, o Presidente Cessante em vez de proporcionar o aparecimento de soluções estáveis e consensuais, abriu mais um conflito interpartidário e contribuíu não para uma solução mas sim para a discórdia e confusão, mais a mais porque viciou os dados do problema ao colocar condições de exclusão e não anunciou nenhum caminho ou base de trabalho sério em consonância com a exigível e prudente posição de Estado que lhe cabe, não cumprindo assim o seu papel.

Vamos ver nos próximos dias o que virá desta atitude pouco consonante com tudo o que acima se disse.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves