22 março 2017

MAIS QUATRO NOTÍCIAS.

Na senda de contribuir para um melhor Esclarecimento Informado sobre o que se passa, em Portugal e no Mundo, aqui vos deixo mais 4 curtas notícias que não são divulgadas.
Boa Leitura.
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(1) Nova vitória do
Governo Sírio

As forças militares do Governo da Síria, apoiadas pelas tropas d seu aliado de sempre, a Rússia, reconquistaram a cidade de Palmira. Depois de vários combates do deserto de Homs com os jhhadistas do ISIS, as forças governamentais chegaram a Palmira, cidade que foi práticamente destruída pelas forças do denominado Estado Islâmico.
Estas destruíram vários monumentos, com milhares de anos de existência e executaram milhares de sírios no antigo Teatro Romano da cidade, construído no século II e que era considerado Património Mundial pela UNESCO. Com esta aliança real entre Damasco e Moscovo, as forças do ISIS sofreram mais uma grande derrota.
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(2) O Melhor empreendedor
que tivemos como Presidente

Este foi o “head line” da entrevista dada por Newt Gingrich, que foi o Speaker da Câmara dos Representantes entre 1995 e 1999, à Fox News. Gingrich classificou o discurso que Donald Trump produziu no Senado americano, como tendo sido “um poderoso momento, que já não víamos desde o tempo de Ronald Reagan”.
Na sessão conjunta do Senado e da Câmara dos Representantes, Trump apresentou o seu Programa de Governo, reafirmando todas as suas promessa eleitorais de “fazer a américa grande outra vez”. Ainda segundo a Fox o discurso do Presidente foi “digno, unificador, não partidário e claro” e ainda que “foi um grande momento de grande liderança moral, que claramente surpreendeu os democratas e uniu os Republicanos”.
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(3) França e as
Sondagens

Segundo o « le Figaro » Marine Le Pen e Emmanuel Macron estão em vantagem para a primeira volta das eleições presidenciais de Abril, em França. François Fillon continua em queda e aparece em terceiro lugar, com 20%. Marine Le Pen tem vindo a subir nas sondagens e agora obteria 27%, dos votos, contra os 25% da anterior sondagem.
Macron cresce igualmente nas intenções de voto e agora obteria 25%, contra os 21% anteriores.
A observar-se este resultado, seria a primeira vez em França que nem o candidato da Direita republicana, nem o candidato socialista, passariam à segunda volta das eleições.
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(4) Theresa May e
os Lordes

Não obstante a votação populista e pouco democrática da Cãmara dos Lordes, ao desrespeitar a vontade dos Cidadãos e a votação da Câmara dos Comuns, sobre o processo do Brexit, a Primeira-Ministra do Reino Unido mantém-se firme no respeito pela vontade expressa no referendo.
Em reacção aos Lordes, afirmou ao Telegraph que “mantenho a decisão de iniciar as negociações nos prazos anunciados”.
Os Lordes quiseram reduzir o poder negocial de May com a UE ao tentarem obrigá-la a inscrever no acordo, uma cláusula que afirmasse que respeitaria os direitos dos imigrantes que se encontram no país.
Mas essa intenção aliás já tinha sido anunciada anteriormente pela 1ª Ministra, pelo que esta postura dos Lordes apenas revela que quiseram “dar prova de vida”.
É sempre assim: Parte das ditas élites vendem os países, a troco de benesses.
Depois tem que vir a parte restante da Elite, que não se deixou corromper, com o povo, restaurar o que os primeiros venderam. Lamentavelmente os Lorde de forma populista, demagógica e irresponsável quiseram contrariar a vontade da maioria.
Porquê? Negócios?
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Os Lordes acabaram por ser derrotados pela Casa dos Comuns, que rejeitou a decisão da Câmara dos Lordes, liminarmente, e deu os poderes a May para negociar o Brexit.
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Uma boa semana para todos.
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Miguel Mattos Chaves
Director do semanário "O Diabo"

19 março 2017

DONALD TRUMP supreende LIDERES EUROPEUS

Ainda mal refeitos pela eleição do novo Presidente dos Estados Unidos, nosso país aliado desde a sua fundação, os seus detractores deparam-se agora com o facto de ele estar a cumprir as promessas que fez durante a sua campanha eleitoral.
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Pessoalmente não sou detractor, mas também não sou um entusiasta defensor do novo Presidente, dado que sou português e não americano.
Concordo com várias das medidas que ele propôs, discordo de outras, mas só isso e não mais do que isso, para que fique claro.
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Mas aqueles que se afirmam como detratctores, depois de dizerem que ele não iria pôr em prática, o que prometeu, que não iria cumprir as promessas que fez, pois iria “acordar” para a “realidade”, (talvez a sua, deles) eis que novamente, e de facto, estão a ser desmentidos.
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E depois, em última forma de ataque, agarram-se a afirmações bombásticas que ele fez e faz, como se fosse o único a fazê-las, e ao seu modo de ser truculento e pouco consentâneo com as práticas até aqui seguidas.
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Esquecem-se, convenientemente claro, de outros discursos políticos, em que frases igualmente bombásticas foram proferidas.
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Apenas como exemplo relembro uma de Georges Bush sénior – a célebre “leiam os meus lábios, não haverá mais impostos” e mal tomou posse aumentou-os;
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ou as de Barack Obama – “vou fechar Guantánamo” e não fechou!
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ou “vou retirar as tropas do Afeganistão”, e não retirou,
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ou “vou domar os lóbis de Washington e pô-los na ordem” e nada fez, ...
e outros exemplos, muitos, tantos que seria fastidioso estar agora a enumerá-los.
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Esquecimentos bem lembrados, como diria o Prof. Adriano Moreira a propósito do “esquecimento” de Dom Afonso Henriques em pagar à Santa Sé, o que lhe tinha sido imposto.
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Ora tal facto, o de estarem surpreendidos e até furiosos por ele estar a cumprir o que prometeu aos que o elegeram, não deixa de ser curioso e até surpreendente, ou talvez não.
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E se calhar não é tão surpreendente assim porque, de facto, os dirigentes políticos nacionais e europeus, estão habituados a mentir descaradamente aos eleitorados, nas suas campanhas eleitorais, sobre aquilo que irão fazer se forem eleitos.
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Ou seja, prometem tudo e mais alguma coisa e depois de eleitos “esquecem” o que prometeram e não cumprem.
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E agora dou comigo a vê-los ficarem muito surpreendidos, e até se dizerem ofendidos, por o novo inquilino da casa Branca estar a cumprir aquilo pelo qual ele foi eleito, repito, pelos americanos.
Ou seja, não mentiu e está mesmo a cumprir o que prometeu.
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Mas, estes, os que mentem consecutivamente, são os mesmos que não se coíbem de se arvorarem em defensores da democracia, dos ditos valores democráticos, e do seu direito a ocuparam os lugares e os distribuírem pelos amigos, sem curarem de saber da competência ou do mérito dos beneficiados.
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E agora, face ao novo Presidente de um país aliado, não hesitam em classificar a sua prática governativa, seguida até agora, de ditatorial.
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Bom aqui tenho que relembrar aos que vão seguindo os meus escritos que quando um partido e os seus dirigentes são eleitos, são-no para porem em prática os seus (deles) Programas, que desejavelmente eles puseram à votação dos eleitores.
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Não são eleitos para andarem sempre a reboque de terem que mudar os seus programas ou medidas só porque a parte que não votou neles, não gosta ou não quer.
Ou seja, quando elegemos um Governo é para que seja ele a mandar e não os que não foram eleitos para o fazer.
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Caso contrário, não estamos em presença de uma democracia, mas sim de uma confusão e de uma balburdia discursiva.
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Os eleitos são eleitos para mandar e por o seu programa em execução, e não o programa dos outros, que não foram eleitos para mandar, ponto final!
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Findo o seu mandato, se os eleitores não gostarem, votam noutro partido ou noutros dirigentes.
É assim a democracia, e não de outra maneira.
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De contrário é a balburdia que conhecemos e a que vimos assistindo de há uns tempos a esta parte e isso não é, a meu ver, positivo para a clarificação do poder e para a vida das Nações.
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E agora também não hesitam, os detractores, em chamar-lhe “populista”, “irresponsável”, “nacionalista radical” e outros adjectivos semelhantes, só porque veio de fora da política, como se a política não dissesse respeito a todos, os que votam e os que são eleitos e vencem as eleições.
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Este quadro de reacções tem-me divertido, mas também me tem feito pensar, como eleitor e cidadão, sobre a necessidade de mudar este estado de coisas.
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Quanto ao resto, como já anteriormente o disse, veremos dentro de um ano ou dois se as suas medidas foram positivas para o povo dos EUA, ou negativas, pois os resultados da maioria dessas medidas que propôs, só se verão nesse prazo.
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Voltando à democracia.
A mentira nas campanhas eleitorais faz parte da Ética democrática? Quanto a mim, não! e é mesmo a sua negação!
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Ora este quadro de um Presidente que, logo após ter tomado posse, começa de imediato a cumprir o que prometeu, é realmente uma “anormalidade”, mas quanto a mim positiva.
E positiva porque sai de uma “normalidade da mentira”.
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Tal facto está realmente a “incomodar” os autoproclamados “arautos da democracia” que temos entre nós, e noutros países do continente europeu.
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Realmente em Portugal, mas também noutros países europeus, a Ética, e o Respeito pela Palavra dada, são conceitos há muito esquecidos ou atropelados pelos “políticos profissionais” com que nos temos deparado nas últimas três décadas. Infelizmente, digo eu.
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E pergunto, será preciso começarem as pessoas a elegerem outras pessoas oriundas da vida prática, empresários, professores, ou de outras profissões, para se reporem os valores da política séria, também em Portugal?
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Cada vez mais me inclino nesse sentido, tal como o tenho afirmado em artigos anteriores.
Se calhar, para se voltar a dignificar a actividade política, é melhor voltar a escolher pessoas que não fazem dessa actividade a sua única profissão, ou o seu único modo de vida.
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Porque digo isto?
Porque tenho da política a visão de que esta deve ser uma Missão de Serviço aos outros, à comunidade nacional, ao País e não uma fonte de poder pelo poder, quando não de obtenção de ganhos próprios, em prejuízo de outros.
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Repito, não sou americano, mas o que tenho tentado fazer, ao analisar o novo Presidente e o seu Programa, é colocar-me “nos sapatos” de um cidadão votante desse país.
E deste ponto de vista, só tenho que saudar essa mudança de paradigma e respeitar a vontade eleitoral da democracia americana.
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Vou mesmo mais longe e direi que, ao contrário, seria mesmo saudável que os políticos europeus de carreira, tão elogiados por comentadores, analistas e outros apensos, tomassem este paradigma do cumprimento da palavra dada, do cumprimento das promessas feitas em campanha, como normal e corrigissem as suas próprias actuações, nessa matéria.
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A Europa ganharia, todos os países ganhariam, porque os eleitores, os cidadãos, deixariam de ter aquela amarga sensação e percepção de que foram enganados pelas “promessas” eleitorais, ao verificarem que estas se revelaram falsas, após as eleições.
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Tal prática que todos temos constatado, além de anti-democrática, pouco ética e desrespeitosa, tem tido como resultado o afastamento dos cidadãos dos actos eleitorais.
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Ou será que é isso mesmo que os políticos profissionais querem, no seu íntimo?
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Confesso que não tenho grande esperança nessa mudança de atitude, em Portugal, e em outros países europeus.
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Veremos o que nos trazem os actos eleitorais de 2017, na Europa, para ver se também aqui alguma coisa muda efectivamente, nesta e noutras matérias.
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(Editorial publicado em 31-01-2017 no semanário que dirijo)
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Para vosso conhecimento.
Miguel Mattos Chaves
 

16 março 2017

CONVITE e DESAFIO directo e público ao Sr 1º MINISTRO

CONVITE e DESAFIO ao SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO de PORTUGAL
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Finalmente, a Comissão Europeia lançou a discussão sobre cinco possíveis caminhos para a UE. Como já o escrevi por diversas vezes, o ser europeu, o querer os países da Europa unidos na paz e no progresso, tem várias possibilidades, vários modelos possíveis, ao contrário do que alguns dirigentes dos partidos portugueses do “centrão” têm dito.
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Em artigo próprio, nas páginas centrais desta mesma edição, descrevo as propostas que foram escritas no “Livro Branco para o Futuro da Europa”, para que os nossos leitores fiquem devidamente informados e assim possam decidir pelas suas cabeças o caminho a seguir.
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Não faço mais do que, no final do texto, indicar e justificar a minha posição de Europeísta convicto, defensor da União da Europa das Nações Soberanas e de recusa da Federação dos Estados Unidos da Europa, utopia na qual não me revejo.
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Defendo assim o que defendia a maioria dos Fundadores da então CEE, e que está expressa no Tratado Fundador, celebrado em Roma.
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Tal como qualquer português, tenho também o direito de a exprimir.
O que já não há direito é de fazer o que os jornais diários e as TVs, em geral, têm feito.
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Estes só dão guarida a quem defenda um dos caminhos, que os ‘lobbies’ do costume querem que seja seguido, na defesa dos seus interesses particulares.
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Sejamos claros e verdadeiros: estes ‘lobbies’ políticos e financeiros defendem naturalmente o cenário 5 (descrito no artigo) que instituiria uma Federação dos Estados.
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Por outras palavras, mais simples e mais claras: esse cenário defende que Portugal passe a ser um Estado vassalo de Bruxelas e de Berlim, como verão pela leitura do artigo que publico nas páginas centrais.
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Agora, por iniciativa de Jean-Claude Juncker, existem várias propostas em cima da mesa para serem discutidas.
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Tal como fizeram os “Pais Fundadores” da CEE, reunidos no Congresso de Haia de 1948, que discutiram os caminhos possíveis, desta vez cabe aos cidadãos terem a possibilidade de fazer tal discussão sobre qual o caminho que querem para o futuro da União.
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Assim, cabe-me saudar a Comissão presidida pelo Sr. Juncker, ao retomar o espírito dos Fundadores de discutir qual a solução melhor para a preservação da união e da paz no continente.
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Na verdade, a Comissão já devia ter publicado há anos este livro, nomeadamente aquando da feitura do absurdo Tratado de Maastricht, a partir do qual tudo começou a correr mal na união dos Estados.
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Juncker, ao apresentar estes cenários, afirmou: “Vamos então finalmente discutir abertamente os caminhos e perguntar às Populações qual o caminho que querem seguir”. Aplaudo esta iniciativa.
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Cabe agora aos verdadeiros e honestos meios de Comunicação Social (os que não estão vendidos a interesses alheios) alavancar a discussão aberta, séria e útil junto da população portuguesa, convidando a pronunciarem-se todos os que têm saber e propostas sobre o tema, cumprindo assim o seu papel de informar o qual tem estado bastante arredado do seu dia-a-dia, no que se refere às matérias mais importantes.
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Um sinal de que isto será difícil de acontecer (o debate sério) veio logo da parte do actual Primeiro-Ministro, quando este afirmou (embora usando subterfúgios de linguagem) que quer a federalização da UE.
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Ao afirmá-lo, está a escolher uma das hipóteses do Livro Branco de Juncker. Só por si, esta atitude nada tem de mal. Está a tomar a sua posição, a que tem todo o direito.
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Mas já não é legítimo, e prefigura mesmo uma atitude ditatorial e demagógica, que tente desde já, e sem a possibilidade do contraditório, condicionar a resolução que Portugal deve tomar sobre esta matéria.
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Mas igualmente já não é legítimo querer decidir sozinho nesta matéria, que interessa a todos os portugueses, e a qual terá uma influência decisiva no futuro de Portugal, nos nossos filhos e netos.
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Que se saiba, nenhum eleitor lhe deu o direito de alienar a Independência de Portugal, nem a Soberania do Estado Português, no concerto do Sistema Internacional das Nações.
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Esta matéria é de uma importância tal, que transcende em muito a autoridade de qualquer partido, de qualquer dirigente partidário ou de qualquer detentor de cargo público, seja ele o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, o Presidente da Assembleia da República, Deputados ou quaisquer outros.
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Por tal facto, e dada a suprema importância do que está em causa para o futuro do País e dos seus cidadãos, o mínimo exigível é que esta discussão seja pública, que cada um dos sectores de opinião coloque as suas propostas e defenda os seus pontos de vista, e que no final seja a população, no seu todo, chamada a pronunciar-se sobre qual das hipóteses deverá o Governo legítimo de Portugal defender junto das instituições europeias.
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Assim sendo, pergunto claramente ao Senhor Primeiro-Ministro de Portugal, Dr. António Costa:
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- Já pediu autorização aos Portugueses para defender, em nome de Portugal, o que o Senhor diz defender, ou seja, a alienação da Independência da Nação Portuguesa e da Soberania do Estado de Portugal?
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- Já perguntou aos Portugueses se querem perder a sua Independência, em favor de Bruxelas e de Berlim?
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- Tenciona V. Ex.ª proporcionar uma discussão aberta e clara junto da opinião pública, sobre as diversas possibilidades em presença?
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- Tenciona o Senhor Primeiro-Ministro realizar, no final dessa discussão, o absolutamente necessário Referendo Nacional, pedindo aos Portugueses para se pronunciarem sobre qual o caminho que a Nação deverá seguir?
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Tanto o Senhor Primeiro-Ministro como eu somos europeus convictos, mas estamos em profundo desacordo quanto aos caminhos a prosseguir para manter os Estados Soberanos da Europa, no caminho da Paz e do Progresso.
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Dado este facto, de que estamos em posições diferentes, desafio-o publicamente para debater estas questões. Seria um serviço a Portugal.
´...
Convido-o, assim, e de forma pública, Senhor Primeiro-Ministro, a dizer onde e quando quer discutir publicamente esta questão comigo!
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Eu lá estarei!
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(Editorial publicado, de minha autoria, no semanário O Diabo de dia 07 de Março.)
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Para vosso conhecimento. Com os meus cumprimentos,
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Miguel Mattos Chaves
Doutorado em Estudos Europeus (UCP)
Auditor de Defesa Nacional (IDN)

10 março 2017

Como se aumenta o PIB

Tenho assistido num misto de incredulidade e incómodo a uma discussão sobre como fazer o país enriquecer mais. Por outras palavras, como fazer para que haja mais investimento sobretudo em novas empresas, que produzam mais produtos ou serviços que sejam vendáveis em Portugal ou, de preferência, no estrangeiro, exportando-os, e que criem novos empregos, para mais portugueses.
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É sabido que, com o aparecimento de mais empresas, se aumentam também as receitas do próprio Estado.
Um dos efeitos do aparecimento de mais empresas é que se proporcionam salários a mais pessoas, o que lhes permitirá gastarem dinheiro para viver, em casas, bens alimentares, vestuário, etc. (que por sua vez são bens produzidos pelas empresas).
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Para além do mais, mais pessoas empregadas, que pagam também os seus impostos, em conformidade com os salários que recebem, significa um aumento de receitas para o Estado, Segurança Social e outras entidades públicas.
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Esta “cadeia” económica é a que leva ao desenvolvimento, que trás consigo o crescimento e o enriquecimento do País.
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O produto interno bruto (PIB) é calculado pela soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos no país. Este indicador, muito falado, tem assim o objetivo de quantificar a actividade econômica.
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Na contagem do PIB, consideram-se apenas os bens e serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo intermédio. Isso é feito com o objectivo de evitar o problema da dupla contagem, quando valores gerados na cadeia de produção, aparecem contados duas vezes na soma do PIB.
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Posto isto, quem contribuí maioritáriamente para o PIB são as empresas.
Mas se estas não tiverem quem lhes comprem o que produzem, deixam de existir. Quem lhes compra? As pessoas.
As empresas para funcionarem e poderem produzir, precisam de pessoas, seus empregados. Estes recebem salários, os quais lhes permitem comprar bens e serviços, mantendo assim um círculo positivo na economia.
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A consequência de todo este ciclo, é simples:
- quanto mais empresas houver na Economia, mais emprego haverá, mais dinheiro circulará e alimentará a mesma.
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Mas para que apareçam mais investidores, (pessoas) interessados em criarem novas empresas, são precisas, entre outras, as seguintes condições:
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1) - Que haja consumidores interessados, e com dinheiro, para comprar o que vão produzir;
O mercado interno é uma componente, e em Portugal muito fraca, e o mercado externo é outra.
A proximidade da compra e consumo influenciam decisões de investimento.
Ora num país onde as pessoas têm muito pouco dinheiro disponível para comprar e consumir, não é um país muito atractivo para abrir uma empresa, a não ser que esta seja concebida para exportar a esmagadora maioria da sua produção;
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2) - Que o Estado facilite o estabelecimento no País, de empresas, quer em termos de simplificação de burocracias, quer na rapidez da aprovação de abertura e funcionamento, em suma que, ao invés de dificultar a sua abertura e funcionamento, (como acontece em Portugal) se simplifique tudo isto ao máximo, com um mínimo de custos para o investidor, porque estas questões são fulcrais para quem pretende investir.
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3) - Uma outra condição para atrair pessoas que queiram investir, é que exista um quadro fiscal simples, fácilmente perceptível por quem pretenda abrir uma empresa, para que o investidor possa fácilmente incorporar nas suas contas e previsões o quanto terá de pagar em taxas e impostos.
A acrescer a isto, o investidor procura países onde o quadro fiscal seja transparente e durável no tempo, porque isso lhe dá segurança e previsibilidade para o seu negócio.
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Face a estas realidades, o que vemos?
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Muitas palavras, muitos discursos, mas sem práticamente nenhuma profundidade, no que concerne à medidas concretas que se devem tomar e sua implementação.
Já nem falo de apoios financeiros.
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Ora, se as pessoas residentes em Portugal têm pouco poder de compra, para poderem comprar o que é produzido;
Se só com mais trocas (compras e vendas) na Economia poderão existir mais empresas e mais empregos;
Se a soma das compras e vendas, dão como resultado final, o famoso PIB;
Se quanto maior for o PIB, menor é a percentagem do défice e da dívida;
Se tudo isto é verdade, e é, de que está o poder político à espera para criar estas condições.
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E logo à cabeça, a óbvia:
- criar as condições para que os portugueses tenham mais dinheiro disponível para comprar e consumir, não os sobrecarregando com impostos, taxas e taxinhas, a propósito de tudo e de nada.
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É que só há Desenvolvimento, se houver Crescimento.
E para haver Crescimento têm que se somar 3 condições de base:
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1. Haver mais Poder de Compra das pessoas, o que implica ou maiores salários, ou menos impostos, ou desejávelmente as duas coisas em conjunto, porque as pessoas precisam de ter dinheiro para comprar os produtos e serviços produzidos;
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2. Tem que haver mais Exportação;
mas quem exporta são as empresas e não os Governos, porque são estas que produzem os produtos ou serviços e os vendem, no mercado externo;
Se lhes dificultam a existência, não abrem ou mesmo fecham.
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3. Tem que haver mais Investimento, sobretudo na Indústria.
Quem investe são empresários, e não os Governos, porque é a estes que interessa produzir e vender, para ganharem dinheiro.
Se lhes dificultarem a vida com burocracias e impostos altos, ou que variam à vontade de cada governo, estes não o fazem.
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Assim sendo as Conclusões perecem-me óbvias:
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Com muitos impostos e burocracias em Portugal, e pouco Poder de Compra dos Portugueses, só um louco investirá em mais empresas, logo na criação de mais empregos, que no seu conjunto gerem mais riqueza para o país.
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Então a pergunta que se coloca é:
- De que esteve à espera o Governo PSD/CDS para fazer o necessário para suprir ou diminuir drásticamente estes óbices?
- De que está à espera o Governo actual, para abater, ou diminuir, estas barreiras ao investimento?
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Quando assisto à presente discussão sobre o salário mínimo, e sobre uma eventual diminuição de custos para as empresas, entre os vários partidos, sinto-me incomodado e nem quero acreditar em tanta incompetência para resolver os problemas fundamentais dos Portugueses.
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Fico apenas com uma certeza, cada vez maior, que o que lhes interessa é como vão atacar-se uns aos outros para poderem manter-se no Poder ou para o poder conquistar.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

06 março 2017

Esta 3ª Feira dia 07 de Março ... Federação ou União?

QUAIS as ESCOLHAS que PORTUGAL deverá fazer, face à
UNIÃO EUROPEIA.

Veja o dossiê e o DESAFIO ao 1º MINISTRO.

A perseguição e o boicote da esquerda sente-se no cancelamento da conferência de Jaime Nogueira Pinto e no boicote ao semanário "O Diabo", o único semanário de Direita em Portugal.
Neste país só se pode ser de esquerda? Até quando?
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É impensável que em Inglaterra boicotem o The Times ou o The Telegraph, em França o Le Figaro, em Espanha o ABC.
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A democracia deles é Verdadeira. E a nossa? Não parece!
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Acresce que este (O Diabo) é um Semanário que vive apenas de quem o compra e das assinaturas dos leitores.
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Está nas suas mãos a existência deste semanário, LIVRE., mas de Direita.
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Independente do Poder Político e do Poder Financeiro.
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Aqui está a CAPA da Edição que sai esta 3ª Feira- dia 07 de Março para as Bancas de jornais, onde pode ser comprado.
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Boa leitura
Miguel Mattos Chaves



25 fevereiro 2017

Mais algumas notícias que não passam nos "OCSocial". Incomoda? Claro!

MAIS ALGUMAS NOTÍCIAS
que os "órgãos de C.S." não divulgam
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1.) Bolsa de Londres
O Governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, veio publicamente admitir que a os resultados da economia britânica desmentiram todas as previsões anteriormente feitas e que esta está a crescer a taxas mais altas do que o esperado. ...
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Afirmou também que “a U.E. terá mais a perder com o Brexit do que o RU”, acrescentando que a saída da U.E deixou de ser o maior risco para a economia do país.
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Estas afirmações foram produzidas depois de mais de nove dias de records de valorização bolsista.
O FTSE 100,o índice do mercado londrino que engloba as cotações bolsistas das cem principais empresas do Reino Unido, atingiu os 7.318,05 pontos.
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Este valor é um recorde absoluto. Segundo o “Financial Times” é a primeira vez que a bolsa de Londres regista um crescimento em tantos dias consecutivos, desde a que o índice FTSE foi criado no ano de 1984.
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MINHA NOTA:
O famoso e pretenso “caminho único” enunciado pela Alemanha e pela Comissão da União Europeia está a ser desmentido todos os dias, à medida que o tempo avança.
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2.) A Semana de Trump A Fox news dos EUA levou a efeito, na semana passada, um questionário público sobre a primeira semana do Governo Trump.
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Fez uma pergunta aos americanos, que foi a seguinte:
- “Teve o Presidente Trump uma boa primeira semana?” -
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As hipóteses de resposta foram:
(1ª) – Sim, ele está a cumprir as suas promessas de campanha! -
(2ª) - Não, a sua agenda foi lateral e marcada por controvérsias desnecessárias!
(3ª) Foi uma confusão!
...
Apesar de não ser um estudo formal, deixa pistas sobre a percepção dos americanos sobre o seu novo Presidente.
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A primeira hipótese, a favorável, obteve 79% das respostas, a segunda 14% e terceira 8%.
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MINHA NOTA: Eleito pelos americanos, são os americanos que o têm que julgar e avaliar.
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3.) Paz na Síria? A Rússia convocou uma reunião de conversações sobre a Síria, para o Cazaquistão, em que estiveram presentes o Governo Sírio, a Turquia e o Irão.
...
Esta reunião que serve para abrir o caminho para as conversações de Paz, necessárias para a estabilização do país.
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O Governo do Presidente Al-Assad conta com o apoio da Rússia e do Irão, apoio que desde sempre se manifestou políticamente mas que só foi consubstanciado em apoio armado nos meados do ano transacto.
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NOTA MINHA:
A Turquia por seu lado apoia vários movimentos, ditos de “rebeldes”, como já se deu nota em edição anterior deste semanário.
A tomada de Alepo pelas forças governamentais, auxiliadas pelas forças Russas, foi decisiva para sentar à mesa os principais protagonistas.
...
Estas notícias sairam em Portugal apenas no semanário que tenho a honra de dirigir, na edição de 31 de Janeiro. ...
Para Vosso Conhecimento
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Miguel Mattos Chaves
Director do semanário "O Diabo"

 

20 fevereiro 2017

a Pós-Verdade ... verdade? mentira? ...

Os “filtros” ao serviço da “PÓS-VERDADE”
...
Aqui partilho o meu EDITORIAL do dia 10 de Janeiro, dada a sua actualidade. Boa leitura.
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Nos últimos dias de 2016, e nos primeiros dias deste ano, várias questões muito interessantes foram suscitadas quer no espaço nacional, quer no plano internacional.
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Elegi como primeira a afirmação de Pacheco Pereira de que está a surgir uma situação, que ele classificou de pós-Verdade”.
Queria este intelectual da política portuguesa referir-se ao cada vez mais notório fim do monopólio noticioso dos órgãos diários, de comunicação social tradicionais.
...
E expressou mesmo o receio de que os novos meios (Internet e Redes Sociais) assumam cada vez mais um papel de relevo nesta matéria.
Tentando minorar a sua importância real, Pacheco Pereira discorreu sobre o assunto dizendo, nomeadamente, que tudo o que aí é veiculado seria, na sua maior parte, mentira ou notícias falsas.
Percebo bem o seu incómodo.
...
Como comentador político, Pacheco Pereira tenta, como muitos outros, demonstrar que sem “os filtros” que ele diz existirem nos órgãos tradicionais, corre-se o risco de a verdade ser desvirtuada ou mesmo verificar-se a supremacia da mentira.
...
Em primeiro lugar, gostaria de retorquir a Pacheco Pereira que, se é verdade que existe alguma mentira nesses meios, também é absolutamente verdade que aí aparecem notícias que são escondidas do público, e comentários, análises, opiniões elaboradas por pessoas muito capazes, e instruídas, a quem os “órgãos tradicionais” não dão voz, por estas serem contrárias ao “politicamente correcto” e ao politicamente alinhado com os interesses de certos grupos políticos dominantes, e de certos lobbies financeiros.
...
Os “filtros” de que ele fala (leia-se jornalistas ou comentadores) são exactamente aquilo de que os cidadãos estão fartos, pois os órgãos tradicionais há muito tempo que deixaram de ser livres e tentam impor apenas os seus pontos de vista.
Coarctam, portanto, a apregoada Liberdade de pensamento e de expressão.
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Exceptuando o caso do semanário, "O Diabo" a verdade é que há muito poucos mais órgãos de comunicação social que sejam livres, e isso incomoda a, até aqui, “capacidade” de certos meios de formatarem a cabeça dos cidadãos, sem que estes tenham a possibilidade de ler, ou ouvir, outras versões dos factos.
...
Caso para dizer - é a vida, caro Dr. Pacheco Pereira!
Foi ainda “enternecedor” ver a concordância também de Lobo Xavier e de Jorge Coelho nessa matéria.
Percebe-se bem porquê!
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Uma outra questão tem a ver com o debate que, ao contrário do que devia ter acontecido, está a ser a extrema-esquerda a suscitar, na sociedade portuguesa.
...
A direita, conservadora e democrata-cristã, que teve esta iniciativa nos anos de 1990, parece completamente esquecida de que esta era uma “bandeira” sua. Ao invés de suscitar novamente a discussão, mantém-se calada.
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Refiro-me naturalmente à questão do Euro e da necessidade de haver um debate aberto na sociedade portuguesa sobre o tema, que é cada vez menos consensual.
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Por aqui, e sem os “filtros” dos tais comentadores televisivos, temo-lo feito e continuaremos a acolher e a incentivar este debate, que reputamos de essencial, e que nunca foi feito junto dos portugueses, mais a mais tendo em conta os danos que a moeda única tem provocado na economia de Portugal.
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A nível internacional, a verificação de alguma irresponsabilidade de atitudes do Presidente cessante dos EUA, que está a causar muitos danos a este país que, não fora a sua próxima substituição, poderiam levar a graves acontecimentos de tensão na cena internacional.
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Refiro-me à irresponsável atitude de Obama de hostilidade face à Rússia (Cristã-Ortodoxa) e à tentativa de condicionar o mandato do novo Presidente eleito.
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Apetece-me perguntar aos “filtros” acima referenciados: então os eleitores americanos eram inteligentes e sábios quando elegeram Obama para dois mandatos, e agora passaram a ser estúpidos e ignorantes por elegerem Donald Trump?
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As atitudes de irresponsabilidade, sem precedentes na história de transição de Presidentes dos EUA, ultimamente tomadas por Obama, levam-me a suspirar de alívio pela sua saída, e dos seus colaboradores, do comando da mais poderosa nação do planeta.
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Ainda na cena mundial um outro acontecimento tem a ver com a “desaparição”, dos telejornais e jornais, da situação na Síria após a conquista de Aleppo pelas forças governamentais e pela clara assunção de supremacia política assumida pela Rússia, na região. ...
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Ao invés de televisões de vários países ocidentais, em Portugal passaram apenas breves imagens do contentamento, demonstradas pela população de Aleppo e em várias outras cidades sírias, pelo acontecimento.
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A entrevista da Freira Espanhola que vivia em Aleppo também só passou uma vez nos meios tradicionais (RTP 1).
Felizmente que os cidadãos puderam vê-la, e ainda podem, no Youtube, Facebook e outros meios da “pós-verdade”, onde esta desmente de forma clara e inequívoca as “verdades” dos “filtros tradicionais”, e desmascara sem meias palavras os causadores da tragédia síria.
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Estes e outros acontecimentos continuarão em 2017 a ocupar muitas das mentes honestas que subsistem no panorama informativo português, como é o caso do semanário "O Diabo", e terão muitos desenvolvimentos que será muito interessante de seguir.
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Estes, a par dos resultados das várias eleições, em França, na Holanda, em Itália e na Alemanha, poderão, a par dos EUA, provocar grandes mudanças no mundo em que vivemos. ■
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Miguel Mattos Chaves
Director do semanário "O Diabo"
Doutorado em Estudos Europeus

13 fevereiro 2017

Uma NOVA ORDEM MUNDIAL


O aprofundamento do eixo Londres-Washington

Estamos no começo de um ano que promete vir a ser muito interessante, quer para os estudiosos do Sistema Internacional, quer para os cidadãos em geral, sobretudo para os residentes nos países do denominado Ocidente.

Vários temas têm dominado o espaço público de discussão, embora nem todos tenham suscitado o interesse da esmagadora maioria das pessoas.

Mas, por outro lado, tenho visto com crescente curiosidade a aproximação de pessoas que até agora viam a política como uma maçada, ou se tinham distanciado da discussão dos temas principais, com o argumento de que “isso é com os políticos”, a aproximarem-se dos temas políticos e a tomarem posição sobre os mesmos.

Já dizia Platão que “O castigo dos bons, que não fazem política, é serem governados pelos maus.”

Felizmente que vários milhões de cidadãos, em vários países, (EUA, França, Itália, Alemanha, Espanha e outros) estão a abandonar a atitude abstencionista e estão, com isso, a abanar um sistema que está corrupto, caduco e podre, de forma a tentar mudá-lo.

Sobretudo na esfera da Direita política que há longos anos estava quase sem iniciativa e mesmo singularmente manietada, por um sentimento de impotência, de desistência, de alheamento, que só prejudicou a política internacional, em geral, e o grau civilizacional do Ocidente, em particular.

Isto nomeadamente porque entretanto se assistiu a uma subalternização da Ética, e da Moral Cristã, o que deu origem ao reaparecimento de vários comportamentos que se julgavam já extintos, e que eram próprios de civilizações contemporãneas do ser humano no seu estado primordial ou selvagem.

Como exemplo direi que esta “evolução” negativa,  provocou um recuo civilizacional nos costumes, tais como na defesa da vida ou seja, na não eliminação de nascituros (na antiguidade) ou embriões de vida, (na actualidade) e no reaparecimento da lei do mais forte, pela mão de um liberalismo sem regras, que propícia essa lei nociva a uma paz desejável no seio da sociedade humana.

Mas não só, assistiu-se também à progressiva destruição da família e à instituição de pretensos sucedâneos que mais não fizeram que devolver a sociedade ocidental a práticas dos tempos relatados nos episódios biblicos de “Sodoma e Gomorra”, agora “vestidos” com a aparência de uma pretensa modernidade, que só o é para os ignorantes e ileteratos.

Bom mas regressemos então ao plano puramente do Poder, das relações entre os diversos actores internacionais e suas mudanças em perspectiva.

Vejamos apenas dois dos casos em que mudanças houve e as prováveis consequências dessa nova atitude pró-activa, por parte da que eu chamo “maioria silenciosa e abstencionista”.

O Brexit e a posição de Theresa May

Na passada semana a Primeira-Ministra do Reino Unido colocou a sua fasquia negocial de forma muito clara, contrariando as previsões dos políticos defensores do “status quo” que até chegaram a ameaçar este país com desgraças incontáveis, esperando com isso que o Reino Unido voltasse atrás na decisão que, recorde-se, foi tomada pela maioria da sua população.

Até o Partido Trabalhista Escocês, no Poder da Escócia, ameaçou abandonar o Reino Unido.

Agora, e numa evidente mudança de posição política dos socialistas escoceses, face ao Brexit, em entrevista concedida à BBC, a actual líder do Partido Trabalhista da Escócia, Kezia Dugdale, disse que “é mais importante manter a coesão no Reino Unido do que ficar mais perto da União Europeia”. E acrescentou mesmo que para fazer face à pobreza e às desigualdades existentes no Reino Unido será mais eficaz a actuação dos serviços deste país, do que o recorrer aos apoios oriundos da União Europeia.

Recorde-se que o “Labour” escocês foi um dos campeões da campanha pela permanência do Reino Unido na U.E.

Na semana passada, Theresa May ao anunciar que vai finalmente invocar o Art.º 50 do Tratado de Lisboa, anunciou também a base negocial com que parte para as negociações de saída, que em breve se iniciarão com a Comissão Europeia.

E a fasquia é muito alta.

Nada mais nada menos que a saída do Reino Unido far-se-á sem qualquer pretensão deste país em ficar no Mercado Único; não aceitará mais a jurisprudência ou as decisões do Tribunal da União Europeia; e irá restaurar os controlos de entradas das pessoas no país, pois “O Reino Unido não quer ficar com um pé dentro e outro fora”, segundo declarou em conferência de Imprensa.

Theresa May deixou ainda um aviso suplementar muito claro à UE:
- “não nos tratem como inimigos, pois quem ficará a perder são vocês”.

Na verdade, e como já o escrevi noutra ocasião, antes de se saber o resultado do referendo que conduziu ao Brexit, o Reino Unido é demasiado importante para poder ser descartado pelo resto da Europa, e é demasiado poderoso para que esta se tente “vingar” da sua atitude.

E as razões que então apontei, em Maio de 2016, e que se mantêm verdadeiras, são as seguintes:

1.    - O Reino Unido continuará a ser um actor fundamental da economia mundial;
2.    - Continuará a ser o líder da Commonwealth;

3.    - Continuará a ser a maior potência militar da Europa Ocidental;
4.    - Continuará a ser o principal aliado dos Estados Unidos, no Atlântico Norte;
5.    - Londres, a “City”, continuará a ser uma das maiores praças financeiras do Mundo;

6.    - A Libra sofrerá uma desvalorização temporária, (o que aconteceu) o que contribuirá para uma maior competitividade da indústria britânica no mercado mundial e para ganhos adicionais, embora temporários;
7.    - Politicamente o Reino Unido sofrerá no curto prazo, alguma hostilidade dos principais países, (Alemanha e França) da União, (o que está a acontecer) mas no médio e longo prazo tudo voltará à normalidade;
8.    - Também no curto prazo o Reino Unido poderá conhecer um abrandamento do investimento, dada essa animosidade e pouca racionalidade. Esta prevalecerá no médio e longo prazo;

9.    Neste ponto, e ao contrário do que eu então previa, tal não se verificou. Antes pelo contrário o investimento tende a aumentar.
10. - O Reino Unido continuará a ser uma das potências do armamento nuclear do mundo;
11. - Continuará a ser um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, com direito a veto;

12. - Em termos geopolíticos não perderá a sua vital importância;
13. - Em termos da economia é demasiado importante para, muitos Estados e milhões de empresas, ser posta de lado;
14. - E finalmente o seu mercado interno é demasiado grande para ser ignorado, quer pelas empresas europeias, quer pelas instituições.

 
Estas são as realidades com que é preciso contar e será bom para Portugal que os seus Governos, sejam eles de que Partido sejam, as tomem na devida atenção.

Em recentes declarações ao ‘Telegraph’, Mark Boleat, uma figura sénior da City londrina, afirmou que “Londres continuará a ser o Centro Financeiro mais importante, a nível mundial, apesar do Brexit e do nervosismo inicial que o resultado do referendo de 2016 provocou.” Igualmente Matt Brittin, o Presidente europeu do grupo Google, veio reafirmar que “a empresa continuará a investir na Grã-Bretanha dada a dimensão do seu mercado interno.”

E muitas mais notícias têm confirmado este quadro, como é o facto de o comércio inglês ter registado records de vendas, no final do ano passado, quer ainda com o facto de a Bolsa de Londres registar records absolutos, na valorização dos seus índices.

Será um dossiê para seguir com muita atenção, pois as duas posições negociais de início (RU e UE) estão bastante extremadas, mas, como em qualquer negociação, elas tenderão a aproximar-se, com o desenrolar das negociações, para encontrar um acordo satisfatório entre as partes.

Uma coisa é certa, e já o era antes das declarações da 1ª Ministra:
- o Reino Unido, com ou sem acordo, abandona da União Europeia.

Portugal deverá ter em atenção que este país é o seu mais antigo aliado, e que a importância das relações comerciais entre os dois países deverá ser desenvolvida, e não prejudicada por atitudes irrealistas ou de pura demagogia.

Uma coisa é certa, o referendo que decidiu a saída do Reino Unido, de uma união que espartilha a capacidade de decisão dos povos, foi o acto mais participado pelos cidadãos, das últimas décadas no Reino Unido.

Trump e a nova política económica

Igualmente se registou um recorde de votantes nos EUA. Na verdade, estas foram as eleições em que mais cidadãos foram aos locais de voto, cerca de 130 milhões de americanos, desde que há registos.

 
Na sua sequência, tomou posse o 45º Presidente da história dos Estados Unidos, país nosso aliado na NATO e com quem sempre tivemos relações comerciais, mais ou menos, importantes.

Embora nem sempre nos tenham tratado bem, sobretudo quando Governos do Partido Democrata estiveram em funções, o que é um facto é que a nossa relação bilateral é antiga e deve ser preservada.

É do nosso interesse manter e, se possível, aprofundar as nossas relações com a potência dominante do Sistema Internacional, por razões óbvias.

Isto, independentemente de quem esteja no poder.

Uma questão parece ter sido esquecida por muitos.

São os americanos que votam, são os cidadãos desse país que decidem quem querem a governá-los, com o sistema que adoptaram desde a fundação desse grande país.

Da mesma forma que não gostaríamos de ver americanos a dizerem-nos quem nos deve governar, da mesma forma devemos ser prudentes nas atitudes e declarações, sobre este resultado, pelo menos por parte dos nossos dirigentes políticos, com especial incidência nos que estão no Poder.

E assim sendo, e nesta linha de pensamento estratégico, foi com prazer que observei e tive conhecimento, da atitude inteligente e realista do Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa que, compreendendo bem o enunciado da questão, manteve uma conversa telefónica com o novo Presidente dos EUA, antes mesmo de ele ter tomado posse, felicitando-o e relembrando-lhe a aliança e as relações diplomáticas que Portugal e os Estados Unidos mantêm, desde a sua fundação.

Mais a mais porque, apesar de estar no início do seu mandato, os sinais económicos e financeiros que têm vindo a público indiciam que o novo Presidente poderá vir a ter êxito na aplicação do seu programa económico.

Veja-se, como exemplo dessa possibilidade, o enunciado do mais recente relatório do insuspeito Deutsche Bank sobre os efeitos potenciais da Política anunciada por Donald  Trump.

Segundo este recente relatório, a política anunciada pelo novo Presidente dos EUA "tem o potencial de criar uma nova era de crescimento da economia americana e pode mesmo vir a servir de padrão para a economia mundial."

Segundo afirmou David Folkerts-Landau, o Economista.-Chefe do Deutsche Bank

- “esta política tem o potencial de aumentar significativamente o crescimento da produtividade americana”, acrescentando que “ao mesmo tempo que Trump introduz a incerteza, isso é melhor do que a certeza da continuação de um cenário medíocre”.

No relatório prevê-se ainda para os EUA, um crescimento do PIB de 2,4% em 2017 e de 3,6% em 2018, contra o crescimento médio do governo Obama que foi de apenas de 1,6% ao ano, crescimento que o Deutsche Bank classifica como “the worst recovery since the Great Depression.”

Significativo, sobretudo se tivermos em conta a nacionalidade do banco em questão e alguma animosidade do Poder político alemão, face ao novo inquilino da Casa Branca.

Trump ainda antes de tomar posse já tinha dado vários sinais que levam os analistas a olhar de modo diferente para este novo ciclo que agora se inicia. Como exemplo mais visível, e emblemático, está a atitude de Trump face ao anúncio da Ford americana de construir uma nova fábrica no México, no valor de 1,6 biliões de dólares. Face a esta possibilidade anunciada pelo executivo da Ford, o Presidente Trump ameaçou cobrar  impostos de importação para os carros que aí fossem produzidos, o que levou este gigante da indústria automóvel a cancelar o investimento no México e a anunciar que criaria essa nova unidade nos EUA. 

Igualmente e face a anúncio similar por parte da Toyota,  Trump escreveu o seguinte no Twitter: - "A Toyota Motor disse que construirá uma nova fábrica no México, para fabricar carros Corolla para os EUA. Nem pensem! Construam uma fábrica nos EUA ou paguem uma tarifa de importação".

Ora ambos, a Toyota e a Ford, dependem, e muito, deste mercado, pelo que a nova política de Trump vem contrariar várias das suas práticas, seguidas desde a desregulação do comércio internacional, verificada, sobretudo, a partir dos anos da década de 1980.

E é um facto que em política internacional, joga-se em realidades e não em desejos.

É bom que os nossos dirigentes políticos tenham isto em mente, pois se este cenário de sucesso se verificar, Portugal poderá beneficiar enormemente do mesmo, sobretudo os empresários e o emprego.

E a pergunta que já se coloca abertamente no seio dos Think-tanks internacionais, mais importantes é:
- Está em marcha uma Nova Ordem Mundial?
E a resposta mais ouvida é: - Tudo parece indicar que sim!

O futuro o dirá, sendo certo que as mudanças são normalmente lentas, sobretudo na constatação dos seus efeitos.

Um quadro emerge já, no entanto, como mais que provável de se vir a verificar:
- o reforço do Eixo Londres-Washington, que a aprofundar-se influenciará de forma decisiva o quadro do sistema internacional, dada a potência dos seus parceiros.

Como irá reagir a União Europeia, a China, o Japão, a Rússia, a este novo quadro internacional nascente, é uma questão importante e que deverá ser objecto de atenção redobrada.

Termino relebrando um velho, mas muito avisado, por realista, princípio das Relações Internacionais:
- “As Nações não têm amigos, defendem interesses próprios”.

Seria bom que os nossos quadros políticos soubessem o que esta verdade insufismável e verificada quer dizer, em toda a sua profundidade, e tirassem daí as ilações devidas, para bem dos Portugueses e de Portugal.

Miguel Mattos Chaves

Director do semanário "O Diabo"
Gestor de Empresas
Doutorado em Estudos Europeus
Auditor de Defesa Nacional

04 fevereiro 2017

Crise Europeia - o futuro

As saídas possíveis para a presente Crise Europeia
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Depois de o Brexit ter atingido um ponto de não retorno, com a votação esmagadora de aprovação no Parlamento Britânico do início das negociações, por 91,16%, ou seja por 495 dos 543 Deputados, há que reflectir sobre as possíveis saídas desta situação, tendo como objectivo a preservação da Paz e da União entre as várias Nações europeias.
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Eis aqui uma minha primeira contribuição para a reflexão séria, sobre o tema e suas possíveis soluções.
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1. A restauração do Tratado de Roma, como o regresso à ideia original dos principais Pais Fundadores da C.E.E – A Europa das Nações Livres e Soberanas;
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2. O fortalecimento da E.F.T.A, que ainda funciona e de que são membros a Noruega, a Suíça, o Liechtenstein e a Islândia, com o retorno do Reino Unido e de vários outros países que não se identificam com uma Europa sob uma ditadura alemã;
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3. Permanência na U.E. dos países que aceitarem o domínio alemão, o caminho da federalização e da diminuição da sua respectiva Soberania;
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4. Manutenção em vigor do Espaço Económico Europeu que consiste em acordos de Livre comércio e de circulação de pessoas entre a U.E. e a E.F.TA.

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No início da década de 1950 tinham sido levantadas algumas possibilidades de ligação da nossa economia ao exterior.
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Havia 4 alternativas que se colocavam a Portugal, para o desenvolvimento dessa ligação:
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(1) A constituição do chamado Espaço Económico Português que seria constituído pelo Portugal Europeu e pelas Províncias Ultramarinas, e que acabou por ser fundado em 1961;
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(2) O estreitamento das nossas relações com a Espanha e o Brasil e com os restantes países da América Latina;
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(3) A adesão de Portugal à CEE, que se constituía como uma União Aduaneira;
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(4) Adesão do país à EFTA, Zona de Comércio Livre.
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Esta última opção foi a escolhida, na altura, dado que permitia manter as nossas relações preferenciais com o Ultramar português e permitia o acesso a um mercado de cerca de 90 milhões de consumidores que tinha a seu favor o facto de terem um poder de compra médio superior ao do outro bloco, o da CEE. Acrescia a tudo isto que permanecíamos ligados à Inglaterra que era o nosso maior cliente de exportação.
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O governo de Londres convocou, em Dezembro de 1958 a Áustria, Dinamarca, Noruega, Portugal, Suécia e a Suíça, para uma reunião em Genéve, destinada a estudar qual a resposta a dar por este conjunto de países, à França e aos seus parceiros da CEE quanto à atitude negativa, destes, face à construção de uma Zona de Livre-câmbio/Troca de âmbito europeu, que estava a ser desenhada no seio do Comité Maudling da OECE.
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Portugal saiu de Genéve como membro de pleno direito da futura A.E.C.L. (Associação Europeia de Comércio Livre - EFTA) o que, considerando que não era ainda uma potência industrial, se pode considerar como um feito diplomático do governo de então.
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A reunião, que seguiu à de Genéve e a mais complicada deste processo, foi a que teve lugar em Saltsjobaden, na Suécia, em Novembro de 1959, na qual Portugal negociou um regime de transição, de adesão e de participação especial, cujo período duraria 20 anos, mas que com as sucessivas prorrogações acabaria, na realidade, em 1992. Isto é, Portugal pretendia que os efeitos dessa negociação de adesão à EFTA trouxessem vantagens para o país durante um período de, pelo menos, 20 anos, o que veio realmente a acontecer.
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Recorde-se que a EFTA se propunha eliminar os obstáculos às trocas comerciais, abolindo progressivamente os direitos aduaneiros e as restrições quantitativas nos produtos industriais, (deixando de fora os produtos agrícolas), nas relações entre os países da organização.
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Nomeadamente estava acordado que, a partir de 1 de Julho de 1960, os direitos sobre as mercadorias seriam reduzidos progressivamente até ao dia 1 de Janeiro de 1970, data em que desapareceriam de todo, conforme o que ficou escrito no art.º 3º da Convenção de Estocolmo.
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A Convenção final foi assinada, por Portugal e pelos seus parceiros, em Estocolmo no dia 4 de Janeiro de 1960. Portugal conseguiu assim assegurar a abertura de mercados importantes para as suas exportações, ao mesmo tempo que conseguiu manter relativamente protegidos alguns sectores, criando boas condições para o “boom” industrial e económico que se viveu, na década de 1960, no nosso país.
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Assistiu-se, com efeito, a um crescimento extraordinário da nossa economia bem como das nossas exportações.
Em 1959 a EFTA pesava cerca de 18% das nossas exportações, a CEE 23% e os Estados Unidos 12%. As exportações para os países da EFTA aumentaram em cerca de 17% ao ano entre 1959 e 1970, sendo que as exportações dos produtos abrangidos pelo anexo G aumentaram cerca de 8 vezes no mesmo período.
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Podemos então afirmar que a participação de Portugal na EFTA, especialmente no período de 1960 a 1973, se saldou por um rotundo sucesso para a economia do nosso país.
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Pode-se ainda dizer que Portugal, integrou o movimento de construção europeia com a sua entrada na E.F.T.A., e isso provocou mudanças estruturais na economia do país.
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Este quadro político da Europa configurou uma divisão saudável entre os países da OCDE:
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- De um lado os países do bloco CEE, que a Inglaterra, Portugal e os outros países, temiam que fosse em direcção a uma comunidade federal, o que rejeitavam liminarmente
...
- Do outro lado, os convocados pela Inglaterra que formaram a EFTA, que conjugava a liberdade de comércio com a manutenção da Soberania e da Independência de todos os Estados integrantes;
...
. E um terceiro bloco, o dos outros países que não estavam enquadrados em nenhuma destas organizações, como por exemplo a Espanha.
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E tudo funcionou bem para os países integrantes destes dois blocos.
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Até que se percebeu que a CEE obedeceria à vontade dos seus pais fundadores de não diminuir em nada a Soberania e a Independência dos vários países.
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Tal foi percebido pela prática da organização nascente (CEE) e pelo estipulado no Tratado de Roma, o qual era substancialmente diferente do Tratado CECA (Carvão e do Aço) este marcadamente de cariz Federal, que foi o primeiro Tratado a ser celebrado pelo conjunto então liderado pela França, e que afastou os países que formaram a EFTA por causa disso mesmo.
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E por se ter percebido que não se caminharia para uma Federação, a Inglaterra e os outros paíse EFTA acharam que fazia sentido juntarem-se aos países da CEE, formando assim um só bloco.
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E tudo correu bem, com progresso, com desenvolvimento, com harmonia, com a adesão de mais países, até que em 1992 se celebrou o Tratado de Maastricht que introduzia os Pilares Políticos e ampliava os Poderes da Comunidade Europeia sobre os países integrantes.
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Aí começaram a perceber-se divisões entre os vários países, que foram sendo progressivamente mais graves com as sucessivas “fugas para a frente”, nomeadamente com a passagem de 15 países para 27.
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Juntando os grupos Eslavo, Germânico e Latino na mesma organização a Europa começou a tornar-se ingovernável por causa das diferenças profundas que existem entre estes três grupos de nações europeias.
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E com a constituição da União Económica e Monetária que retirou poderes aos Governos nacionais em favor das instituições centrais de Bruxelas.
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Com estas duas “fugas para a frente” desde logo se começou a perceber que uma organização assim só interessava a um núcleo central europeu de países e cedo a Inglaterra fez perceber a sua discordância impondo várias excepções ao Tratado de Maastricht, Amesterdão, Nice e Lisboa.
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Mas vários partidos políticos, de vários países foram, de forma mais ou menos discreta, entretanto fazendo sentir que não estavam de acordo com o caminho a que Maastricht conduziria – o da federalização e perda de poderes dos governos de cada país.
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E tanto assim foi que vários decidiram não entrar no Euro e impuseram reservas políticas aos vários Tratados já mencionados.
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E chegou-se agora à situação que a maioria dos ideólogos fundadores da CEE, tinham previsto se se caminhasse em direcção à retirada de poderes aos governos e parlamentos dos vários povos europeus:
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- O começo do abandono da organização, por parte dos países que estão de acordo com a ideia da maioria dos fundadores da CEE de se construir uma Europa das Nações Soberanas e Livres unidas pelo ideal da Paz e do Progresso, que possibilitava a cada Nação/Povo a sua autonomia política e o seu direito ao autogoverno e à sua autodeterminação.
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- O começo do abandono da organização por parte dos países que não querem perder a sua autodeterminação e capacidade de autogoverno em favor de uma federação alemã.
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É este o quadro nu e cru que se desenha agora se não houver juízo, sentido de responsabilidade, competência e bom senso por parte dos burocratas de Bruxelas e dos seus comandantes: a Alemanha e a França.
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Como não creio que tal venha a acontecer, dar-se-á aquilo que há muito previ:
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- o retorno a várias organizações europeias que acomodem a vontade das várias Nações/Povos e que respeitem as respectivas formas de estar e de sentir.
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E assim, para manter a Paz e a harmonia entre os vários Povos que habitam o continente europeu poderemos assistir à formação do seguinte quadro:
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1. O renascer/fortalecimento da E.F.T.A, que ainda funciona e de que são membros a Noruega, a Suíça, o Liechtenstein e a Islândia, com o retorno do Reino Unido e de vários outros países que não se identificam com uma Europa sob a “ditadura” alemã;
...
2. A permanência na U.E. dos países que aceitarem o domínio alemão, o caminho da federalização e da diminuição da sua respectiva Soberania;
...
3. E a manutenção em vigor do Espaço Económico Europeu que consiste um acordos de Livre comércio e de circulação de pessoas entre a U.E. e a E.F.TA., acomodando assim as relações entre as várias Nações/Povos/Estados que estão geográficamente situados no Continente Europeu.
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Havendo ainda a possibilidade remota de se assistir à restauração do Tratado de Roma, como o regresso à ideia original dos principais Pais Fundadores da C.E.E – A Europa das Nações Livres e Soberanas, o que repito, não creio que venha acontecer.
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Este quadro seria uma saída airosa e credível para os problemas que atravessamos e permitiria manter a paz no continente por acomodar as Vontades e os Interesses dos vários países.
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Vamos ver, depois de assentar a poeira do excitamento pouco racional a que agora se assiste, o que sucederá.
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Miguel Mattos Chaves
Director do semanário "O Diabo"
Gestor de Empresas
Doutorado em Estudos Europeus
Auditor de Defesa Nacional
 

03 fevereiro 2017

A estupidez tomou conta da AR

A propósito do Voto da Assembleia da República
sobre a política do novo Presidente
do nosso Aliado - os Estados Unidos da América
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O disparate e a estupidez abundam na nossa classe política e estão a chegar a níveis insuportáveis.
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Abunda também em alguns histéricos que ainda não perceberam que os americanos nem sabem onde fica Portugal, a não ser alguns mais Ilustrados.
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E os americanos que sabem o que é, ou onde fica Portugal, estão-se "nas tintas" para o que os "jornaleiros" ou para o que os histéricos por aqui digam, contra Trump.
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Perante tanta estupidez e histeria da esquerda com mau perder, e de alguma "direita", que não o é por estar cheia de complexos, pergunto:
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- Será que a SIC, (sobretudo esta), mais a RTP e a outra televisão, receberam ordens das várias "Centrais" escondidas e "secretas" ?
...
- Será para esconder o Défice Monstruoso e distrair as pessoas?
...
- Será para distrair as pessoas da tentativa de aprovarem a Eutanásia, evitando com esta histeria anti-Trump o debate e o protesto da esmagadora maioria dos Portugueses?
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- Será porque o patrão da SIC recebeu ordens de "Bidelberg", de George Soros e outros iguais, para atacar Trump e tentar evitar, na Europa, que os "Liberais dos Costumes" (e os defensores da pretensa "liberalização do comércio mundial" que só benificiou a China), sejam corridos do Poder pela população?
...
- Será para tentar esconder a ruína onde os "liberais dos costumes" nos trouxeram, depois de 40 anos a destruir Portugal?
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Apetece-me perguntar:
Será que com estas atitudes de histeria,
os americanos e o seu Governo legítimo
continuarão a olhar para Portugal
como um aliado?
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Caras Amigas e Amigos, deixo-vos estas interrogações para que possam meditar sobre elas!
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Director do semanário "O Diabo"
Vice-Presidente da Comissão Europeia da Soc. de Geografia.