27 janeiro 2015

as Eleições na GRÉCIA

a UNIÃO EUROPEIA e os ERROS de GOVERNANÇA
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Os actuais (de há 25 anos a esta parte) dirigentes europeus têm cometido erros graves. E esses erros estão a levar os Povos das diversas Nações Europeias à "revolta pacífica", de que o resultado da Grécia é um expoente que sera imitado noutros Estados se nada mudar.
Vejamos, então, e na minha opinião quais os principais erros:
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1- Os resultados da Grécia, e os previsíveis em Espanha e no próximo Referendo na Grã-Bretanha de Maio sobre a permanência ou não na UE, indicam e provam que existe uma crescente irritação dos diversos Povos face à actuação dos dirigentes europeus, face aos métodos utilizados (até agora) de resolução da presente crise, causada pelo Sistema Financeiro (e não pelos Estados, Portugal incluído) que tem atirado a Europa para uma situação de grave retrocesso no bem-estar das populações;
Venho alertando para este facto, desde 2008.
Pelos vistos com pouco sucesso, pois ainda não foram reintroduzidas medidas de controlo e supervisão efectiva do sistema financeiro e ainda não foram separadas a banca comercial da banca de investimento, a exemplo do que já aconteceu nos EUA.
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2- Outro grave erro foi o de proceder a um alargamento a Leste (fuga para a frente) sem cuidar de construir métodos de organização e governação da União que permitissem acomodar os diversos interesses em presença, das diversas populações e dos Estados integrantes.; E tudo isto agravado por evidentes contradições oriundas (ainda por cima) dos mais fortes.
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Uma destas contradições e violações dos interesses da União, foi corporizada por um dos expoentes máximos de defesa dos Tratados, a própria Alemanha (cujos interesses vitais estão no Leste Europeu e não no Oeste) que violou os Acordos e os Tratados Europeus ao Reconhecer unilateralmente, em 1991, a Independência da Croácia, o que provocou a Guerra dos Balcãs de 1992/1995 e milhares de mortos e que continua a fazer o que bem entende seguindo um velho axioma de que: "quem paga ... manda", contrariando a pureza dos conceitos fundadores da União;
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A outra vertente do erro está na fraqueza dos restantes dirigentes europeus e nacionais que pactuaram e continuam a pactuar com este e outro tipo de atitudes, nas costas dos respectivos Povos;
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3- Ainda outro grave erro, consiste no facto de que os dirigentes europeus e nacionais querem ir depressa para uma Federação, o que retira a Independência aos Povos do continente e substitui os seus respectivos Estados por um Estado supranacional, sem perguntarem a esses mesmos Povos se autorizam ou não essa mesma nova configuração.
Ora é verdade que boa parte dos Povos europeus querem uma União de Estados Soberanos. Mas será que querem um Federação?
Não o creio.
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Resultado: A Noruega não quer entrar para a UE, de já onde saiu;
Na Dinamarca e Irlanda foram precisos DOIS referendos (em cada um desses países) dado que os primeiros tinham sido um redondo NÃO a esta "construção".
No Reino Unido os governantes, pressionados pela opinião pública, viram-se obrigados a realizar um Referendo em Maio de que veremos as consequências.
Uns e outros Povos, foram apodados de pouco democráticos, pouco inteligentes, etc... por terem ido contra a "verdade" vigente nos Economistas e nos Cronistas do Regime;
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Uma pequena nota:
- Então a Democracia não é respeitar a vontade dos Povos?
- Ou só se respeita se a mesma for de acordo com as opiniões vigentes de uma minoria de pessoas?
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4- Agora com a situação da Grécia as vozes do Sistema Financeiro (através dos governantes políticos a ele submetidos) estão cheios de medo e poderão ser confrontados com uma situação muito complicada.
Se a Europa "encostar a Grécia à parede", o cenário que tracei há duas semanas ou outro pior, poder-se-á verificar e nada ficará como dantes.
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Sendo eu de direita conservador, portanto nada tendo a ver com a extrema-esquerda eleita, digo: Muito bem! Parabéns ao Povo Grego.
Agora espero que o Syrisa seja coerente com o que prometeu.
E espero que o seu aliado da Direita (a que alguns já querem rotular de extrema, o que é um perfeito disparate) ajude a cumprir o designio de renegociação da dívida grega (o que não quer dizer não pagar, como disparatadamente alguns afirmam) e de enveredar pelo caminho do desenvolvimento.
Assim sendo digo mesmo mais: - Até que enfim que a Eurocracia abana e terá que ouvir e ser confrontada com opiniões contrárias à estratégia até agora seguida.
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Pena, para mim, que seja a extrema-esquerda a fazê-lo.
Gostava muito que tivesse sido a Direita a obrigar a União Europeia a mudar a sua errada política.
Mas enfim, os seus dirigentes parece terem esquecido muitos princípios e valores que levaram os seus antecessores do pós-guerra ao Poder e a fundarem as Comunidades Originais (CEE, CECA e Euratom) bem como a EFTA e que promoveram o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida das suas populações.
Será por não estudarem a História?
Será por esquecimento?
Ou será por venalidade?
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Espero para ver os resultados de tudo isto, desta nova situação, apesar de o BCE já ter afrontado a Alemanha nas recentes medidas de injecção de dinheiro nas Economias, que espero cheguem à Economia real das empresas e não sejam capturados pela banca e pelos Estados.
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E aqui faço um parêntesis de felicitação ao Sr. Mário Draghi pela sua coragem e clarividência.
Pode ser que, se prosseguir no caminho da tomada de medidas que levem ao Desenvolvimento, consigam travar situações potencialmente mais graves.
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Uma lição, na minha opinião, se pode tirar:
- Não é impossível que a Direita (sem os sociais-democratas do PSD e sem os sociais-democratas do PS) conquiste o Poder se arrepiar caminho e retomar o seu Ideário e Programa desvirtuado pela actual coligação.
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Também não é impossível, que outros Partidos da esquerda (que não os Partidos Socialistas) venham a obter os favores dos Povos e consigam imitar o Syrisa na conquista do Poder.
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Esta última possibilidade não é a minha preferida, mas Portugal e a Europa precisam urgentemente de Mudar,.
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Prefiro estas mudanças, dado que por via de eleições são pacíficas e evitarão que, a prazo, as mudanças tenham que ser feitas pela força, o que não seria desejável..
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À vossa reflexão.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

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