08 abril 2015

1º MINISTRO GREGO encontra-se com 1º MINISTRO RUSSO

No DIA 13 de JANEIRO adverti o GOVERNO de PORTUGAL da possibilidade de se observar um novo quadro na EUROPA, em consequência do resultado das eleições gregas.
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Salvo o Gen. Loureiro dos Santos que me escreveu a concordar com o cenário que então propus para análise e prevenção, e o Prof. Adriano Moreira que dias depois falou nessa possibilidade embora de forma pouco clara, poucas pessoas ligaram e os "doutos" comentadores das TV's (em quem os portugueses parecem continuar a acreditar piamente) entretiveram-se a descartar as hipóteses que então levantei publicamente nesta rede (Facebook) e por outros meios.
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HOJE o 1º Ministro está em Moscovo com Putin.
Não faço mais comentários por agora,
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Limito-me a reproduzir, para vosso conhecimento, o que na altura escrevi e que agora reproduzo e partilho com os meus amigos e leitores.
A vós as conclusões.
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TEXTO ESCRITO e PUBLICADO no dia 13/01/2015
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As Eleições na GRÉCIA
e a GEOPOLÍTICA e GEOESTRATÉGIA da RÚSSIA
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Caras Amigas, Caros Amigos, Prezados Leitores,
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Permitam-me agora uma pequena especulação de Prospectiva sobre a situação política do Centro-Leste da Europa e os seus possíveis reflexos sobre a totalidade da União Europeia.
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As sondagens sobre as eleições gregas, (que embora valham o que valem, isto é pouco como todas as sondagens, dão alguma indicação Prospectiva mas que pode ser contrariada pela realidade dos factos) dão a vitória a um partido de extrema esquerda que tem, legitimamente e com todo o direito (ou há democracia ou não há) uma posição bastante critica em relação à actual situação da Europa política e Económica.
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Uma pequena nota apenas para estranhar que quando é a esquerda ou a extrema-esquerda a ter estas posições é louvada pelos órgãos de informação do nosso país, (e aceite tacitamente pela população pelo seu silêncio ou por incomodidade passiva) quando é a direita ou a extrema-direita a fazê-lo, logo é criticada pelos mesmos defensores da “liberdade de expressão” num coro ruidoso e castrador da tal “liberdade” de pensamento e de expressão.
Ou seja a “liberdade” de expressão vale apenas para a esquerda e extrema-esquerda, é um facto.
Mas este é um facto muito perigoso pois um belo dia as coisas podem complicar-se por esgotamento da paciência de um dos lados. E creio que em França é o que se está a passar. Veremos!
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Mas passemos adiante.

Como dizia a Grécia poderá ser confrontada, nas próximas eleições de dia 25, com uma situação de pré-ruptura com a U.E.
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Para situar melhor a questão, vamos então de forma breve descrever, na minha opinião, quais as principais razões do apoio popular que esta posição está a recolher na Grécia, mas também através de forças de sinal contrário, em França, Inglaterra, Itália, Holanda, e outros, o que não deixa de ser curioso e deveria fazer pensar os responsáveis políticos do centrão.
Isto é a extrema-esquerda, a direita e a extrema-direita de diversos países estão curiosamente com a mesma posição (com alguns cambiantes de pormenor) face às mesmas questões – o modelo de construção europeia que está a ser desenvolvido e o mesmo modelo de resolução da crise que tem sido seguido:
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Em 1º lugar, já o anteriormente escrevi, pela política completamente errada adoptada para combater a crise actual dos países do sudoeste e sul da Europa (e que começa a contaminar toda a economia da Europa) que foi provocada pelo desregulamento da actividade financeira adoptada na década de 1980.
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Em 2º lugar, pela “construção” nas costas das populações, de uma União crescentemente Federal que tem retirado aos Governos das Nações poderes para resolver as situações nacionais;
Em vez de se “construir” uma sociedade da Europa das Nações (Modelo Intergovernamental) que respeite as individualidades dos Estados e das Nações, está-se a construir um Estado artificial, (os Estados Unidos da Europa – a Europa Federal) mas com poderes reais, que por de cima dos legítimos representantes das Nações (os seus Governos eleitos) começa a mandar nestes através da constituição informal de um directório de grandes potências (sobretudo a Alemanha) de domínio sobre os restantes.
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Em 3º lugar – os cidadãos das várias Nações-Estado começaram a perceber pela realidade das suas vidas que a promessa de “el dourado” que lhes tinham prometido, não existe na prática e que a União Europeia está recheada de interesses diversos em que cada Governo (sobretudo dos países mais ricos) em consonância com uma realidade do Sistema Internacional: “as Nações não têm amigos… defendem interesses próprios” – defendem sobretudo os interesses das suas Nações.
Isto é, que a tal “solidariedade” entre Povos/Nações não existe realmente e que cada um procura tratar do seu país e só depois se preocupa com a União.
A única e infeliz excepção tem sido Portugal dada a fraca qualidade dos seus dirigentes de há várias décadas a esta parte.
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Existem outras razões mas não os quero maçar, ficando-me apenas por estas três.

O corolário lógico desta situação, que as élites europeias até agora não quiseram ver, é um crescente afastamento dos Povos do modelo proposto e em vigor, (sem a sua autorização que podia ter sido conquistada por referendos), e uma rejeição crescente dos partidos que apoiaram as soluções que levaram a classe média europeia (pelo menos nos sudoeste e sul da Europa) a ser fustigada por uma crescente deterioração da sua qualidade de vida.

Ora a classe média é sempre um actor (embora lento muitas vezes na sua acção) demasiado importante para ser ignorado, e quando se sente enganada, reage.
E, na minha opinião, é a isso que estamos a assistir na Grécia, em França, em Itália, na Holanda, e noutros países europeus.
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No caso Grego, os centrões políticos clamam que se este país sair será, para eles, uma catástrofe económica e financeira.
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Na minha opinião, e aqui está a minha especulação Prospectiva, podem ter surpresas muito desagradáveis se um cenário se verificar:
- a celebração de uma Aliança Política e Económica entre Atenas e Moscovo.
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Alguns factores, que agora partilho com os meus leitores, me fazem pensar nesta possibilidade:
- São ambos países com um ponto comum:
1º)- a Religião Cristã Ortodoxa, cuja sede se situa exactamente em Atenas que, neste caso funciona como o equivalente ao papel que Roma desempenha em relação aos Cristãos Católicos Apostólicos Romanos, nos quais me incluo.
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2º)- a recente crise, e não resolvida, do “espaço vital” da Rússia que se desenrola na Ucrânia, e o crescente isolamento que a Rússia está sentir por parte dos países da União Europeia:

3º) – alguma proximidade ideológica entre os dirigentes Russos e os futuros potencias líderes Gregos.

Se este cenário de Aliança potencial entre a Rússia e a Grécia se verificar, quem fica com um problema grave é a União Europeia e não a Grécia.
É que existem factores de possível aliança e agregação muito fortes que podem dar sentido a este cenário:
A)- A Religião
B)- e a Existência de um “Inimigo Comum”
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Veremos o que acontecerá.
Uma coisa é certa:
- a União Europeia está a proporcionar, pelas suas políticas e atitudes erradas, face à “construção europeia” e face ao ataque à crise financeira, o surgimento de uma possível situação que, a verificar-se, ditará o seu fim.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

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