Estimados Amigos,
Como, cada vez mais, o meu Partido é Portugal.
Por tal facto, gostava de dar duas brevíssimas notas sobre os discursos que têm vindo a público:
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(1).- O Défice de 2016 foi conseguido devido a receitas extraordinárias e irrepetíveis! Verdade! Mas foi só este Governo a recorrer a tal expediente? …
Vejamos:
Se estamos a analisar o défice das contas públicas, e estamos, então temos também que ser mais rigorosos.
No Governo de que o meu Partido, o CDS-PP, fez parte houve também inúmeros recursos a “Receitas Extraordinárias” e “não repetíveis”, a saber:
- Venda da EDP;
- Venda da REN;
Estas não as privatizando, mas sim vendendo-as a outro Estado Soberano - a China!
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- Concessão da ANA;
Estas três primeiras, de teor estratégico, e que contribuíam com lucros apreciáveis para o Estado.
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- Venda de parte do capital da TAP;
- Contrato de venda de 28 aviões de combate F16 assinado pelo Ministro da Defesa, Dr. Aguiar Branco;
- etc…etc…etc…
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(2) O Défice de 2016 foi conseguido por se ter travado, diminuído, o Investimento Público! Verdade!
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Sendo eu de Direita, Conservador, fico atónito por esta asserção ter vindo do meu Partido (o CDS-PP) que devia defender a Democracia-Cristã e as linhas da Direita Conservadora. (Do outro partido que esteve connosco no governo não me pronuncio).
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Porquê a minha surpresa?
Então, desde a fundação do CDS, até ao tempo em que eu era dirigente nacional (desde 1993 a 2010) nós defendíamos que ao Estado cabe apenas um papel supletivo no Investimento e que este devia ser feito com parcimónia, dado estarmos a lidar com dinheiro que não era nosso, mas sim de todos os contribuintes.
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Defendíamos que obras públicas deviam ser feitas se fosse absolutamente necessário, com critérios objectivos, para bem de Portugal, e nos sectores de actividade onde os Investidores Privados não se mostrassem interessados, ou em sectores considerados estratégicos para o país;
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Sempre defendi, e na altura defendíamos, que o Investimento Saudável é o Investimento Privado e que o público devia ser apenas, repito, supletivo;
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Sempre defendi e defendemos, quando sabíamos o que andávamos a fazer, que ao Estado cabe apenas um papel de Regulador, Facilitador e Supervisor, nesta matéria e que estes papéis deviam ser reforçados.
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Sempre atacámos o PS, e não poucas vezes o PSD, por estarem a levar a efeito investimentos públicos (mais gastos que investimentos) que considerámos lesivos dos interesses nacionais e das boas contas públicas;
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E AGORA, que estamos na oposição, em vez de criticarmos:
- A falta de acção do actual governo para a captação de Investimentos Privados;
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- A falta de medidas concretas e simples, para atrair novos investidores;
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- A adopção por este governo e seus aliados, de mais medidas que vêm subverter a tradição moral e comportamental das pessoas, na nossa civilização ocidental de matriz cristã (aborto, eutanásia, casamentos ditos de “gays” (em inglês é mais chique para os saloios); adopção pelos ditos de crianças;
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- A retirada de apoios à Família Tradicional, numa altura em que precisamos de mais nascimentos de crianças;
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- A não reposição do poder de compra a quem trabalhou uma vida inteira, e descontou confiando no Estado, para ter uma vida digna no final de vida – os Reformados;
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- A falta de actualização séria dos escalões do IRS, do abaixamento e eliminação de taxas e taxinhas que estão a afogar os Cidadãos que trabalham e as Famílias Portuguesas;
Etc…etc…etc…
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ESTAMOS a
• Criticar várias medidas, que governos onde estivemos, também o fizeram;
• Criticar por haver menos investimento/gasto público!
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CONCLUSÃO:
É para mim, (e deve ser defeito meu) incompreensível este tipo de atitudes, a dois títulos:
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- 1 – Os Portugueses não são parvos. Podem ser iletrados. Mas têm muito o sentido do que é mentira e baixa política e do que é justo;
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- 2 – O meu Partido (o CDS-PP) está mal entregue a dirigentes pouco qualificados. Salva-se o Presidente da JP porque parece não ter perdido o sentido do que devemos defender.
Os restantes, parece que dizem as coisas só para aparecer nos telejornais (cada vez menos vistos) e nos jornais (que cada vez vendem menos);
(não me serve de consolação que o outro partido que esteve no governo connosco ainda faça pior).
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Com este tipo de escritos, atitudes e falta de discernimento, e mais grave ainda, com esta falta de Estratégia para o País tenho receio que estejamos a caminhar para mais 10 a 12 anos de governo de esquerda e extrema-esquerda.
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Por mim, não o quero, mas estou a constatar que as alternativas não existem, o que, para mim, cidadão português da Direita Conservadora, defensor do Personalismo Cristão, é absolutamente desconsolador.
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Muito mais teria para dizer, mas prometi ser mais breve do que o consegui.
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Melhores cumprimentos e um abraço com amizade
Miguel Mattos Chaves
Militante do CDS-PP
Ex-dirigente nacional
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