23 setembro 2015


As transformações na economia europeia e o desenvolvimentismo português

(excertos do Livro “Portugal face à Construção Europeia – Mitos e Realidades” de Maio de 2005 de minha autoria, editado pela “Sete Caminhos”)

§1º

A Economia Europeia

1.      A Economia Europeia nas décadas de 1950, 1960 e início da de 1970

A Europa, saída da guerra era uma zona do mundo, e não mais aquilo que tinha sido - o centro do mundo – a zona dominante. Esse papel passou a ser desempenhado por duas superpotências, uma euro-asiática e a outra americana.

Todavia a Europa lentamente começou a recuperar da situação de destruição por que tinha passado, quer pelo crescimento individual dos Estados, quer pelas formas de cooperação que conseguiu construir no seu seio, entre esses mesmos Estados, as quais desembocaram na actual situação de se estar a finalizar algo de inédito, em tempo de paz: a correspondência, quase total, entre continente e bloco de cooperação económica e política.

Na verdade, a formação de sistemas de cooperação entre Estados, no pós-guerra, auxiliou bastante a recuperação económica da Europa.

Três grandes Estados, a França, a Itália e a República Federal Alemã atravessaram a guerra, sentiram-na no seu território, foram devastadas por ela, quer em termos humanos, quer em termos económicos e recuperaram de tal forma que no final dos anos sessenta tinham recuperado grande parte do seu poder económico, prestígio e padrões de vida.

Claro que demorou tempo. Logo no final da guerra sentiram-se dificuldades com a falta de dólares necessários para comprar aos EUA os materiais que eram necessários à reconstrução das cidades, das infra-estruturas em geral, e as matérias-primas necessárias para pôr em funcionamento o tecido produtivo.

Do outro lado do Atlântico viria a ajuda no valor de 13 mil milhões de dólares, para os países da OECE, para o período que mediou entre 1948 e 1952 ([1]). Esta ajuda foi fundamental para a rapidez da recuperação.

A RFA recebeu entre 1948 e 1954 cerca de 1.472,6 milhões de dólares do plano, a França 3.103,8 milhões, a Itália 1.577,8 milhões o Reino Unido 3.585,6 milhões, isto para falar somente dos países que receberam a maior fatia da ajuda. Os 4 receberam cerca de 66% da ajuda total. ([2])

A produção industrial dos países da OECE, calculada em relação ao valor de 1938 (base 100) foi de 87% em 1947, de 98% em 1948, de 110% em 1949, de 122% em 1950 e de 134% em 1951.

É a partir desse ano que se começa a falar, por exemplo, do «milagre alemão».

A RFA sob a orientação do chanceler democrata-cristão Konrad Adenauer e do seu Ministro da Economia Ludwig Erhard conheceu uma recuperação notável, de tal forma que em 1956 entrava na era da prosperidade ([3]), graças a um forte e prolongado aumento da taxa de crescimento, que só seria interrompido por uma crise, nos anos de 1966 e 1967. Baseada numa moeda forte e num crescente fluxo de exportações, a RFA tornou-se uma das principais potências económicas.

Na Itália a economia teve um crescimento rápido, sobretudo nas regiões do Norte e do Centro. Os sectores que mais contribuíram para esse crescimento foram os sectores automóvel e de electrodomésticos.

A França teve crescimentos fortes e contínuos até ao choque petrolífero de 1973.

Daí que os franceses quando se referem a este período da sua história, lhe chamam «les Trente Glorieuses», tornando a França numa das principais potências industriais.
…………..
Assim e em termos das taxas anuais médias de crescimento do PNB:

a Alemanha entre 1950 e 1970 cresceu 5,5%, a França 4,8%, e a Itália 5,4%, sendo comum a estes países o facto de ser no quinquénio 1965/1970 que tiveram maiores taxas médias de crescimento anual, respectivamente 6,3%, 5,4% e 6,3%.([4])
……………….
No que se refere ao PIB per capita, a preços de 1990, comparando os anos de 1950 e 1973 a RFA passou de 4.281 para 13.152 USD, a França de 5.221 para 12.940 USD, a Itália de 3.425 para 10.409 USD e o Reino Unido de 6.847 para 11.992 USD. Ou seja a RFA e a Itália triplicaram o seu produto por habitante, e a França mais que duplicou os seus resultados.
……………
Ao mesmo tempo, na Europa, a média passou de 3.568 USD em 1950 para 8.814 USD em 1973, mais que duplicou. Portugal, como se verá, passou de um PIB per capita de 2.218 para 7.568 USD, ou seja mais que triplicou neste período o seu produto interno bruto por habitante.

Comparando com o resto do Mundo a Europa teve um desempenho acima da média, pois enquanto o PIB per capita Mundial subia de 2.138 para 4.123 a Europa andava por valores próximos do dobro.

Quadro IV – 1 - PIB per capita – Preços de 1990 – Valores em USD

País
Zona
Ano
 
 
1950
 
 
1973
 
 
Var %
MUNDO
2.139
4.123
92%
EUROPA
3.568
8.414
136%
EUA
9.573
16.607
73%
RFA
4.281
13.152
207%
FRANÇA
5.221
12.940
148%
ITÁLIA
3.425
10.409
204%
REINO UNIDO
6.847
11.992
75%
ESPANHA
2.630
8.739
232%

Foi este o panorama geral do crescimento económico europeu, medido a partir de um índice que permite algumas comparações.

*
2.      O Choque petrolífero de 1973/1974 e as mutações económicas

Na sequência da guerra do Yom Kippur, travada entre Israel, por um lado e o Egipto e a Síria por outro, iniciada no dia 6 de Outubro de 1973, o petróleo tornou-se uma “arma” no contexto das relações internacionais ([5]). Os EUA ao irem em apoio do seu aliado do médio oriente, provocaram uma reacção por parte da OPEC([6]) que ia no sentido de um embargo generalizado, por parte dos países árabes membros da referida organização, ao fornecimento de petróleo aos países ocidentais. Crise de que também a URSS aliada dos países árabes se aproveitou, como importante produtor de petróleo que era.

Esta crise grave, que afectou práticamente todas as economias ocidentais, foi provocada pelos países produtores de petróleo, sobretudo os do Médio Oriente, que impuseram uma descida dos níveis de produção. Este facto acarretou uma subida dos preços do barril de petróleo dos cerca de 1 dólar para quase 4 dólares ([7]), (quadruplicando o seu valor). Esta atitude provocou uma recessão generalizada das economias ocidentais, por duas razões principais:

            A primeira pelo facto de as economias ocidentais estarem baseadas, em termos do abastecimento de energia, no petróleo e seus derivados. Na verdade as fábricas, os transportes, máquinas agrícolas, a iluminação pública e privada, o aquecimento, etc... funcionavam a partir dos diversos subprodutos do petróleo, como por exemplo, as gasolinas de todo o tipo, gasóleos de todo o tipo, querosene, fuel, óleos lubrificantes, óleos pesados etc., pelo que a subida do seu custo implicou uma subida nos seus respectivos custos de produção, ou de laboração, e consequentemente provocou uma subida dos preços de venda dos serviços prestados por essas empresas e uma subida generalizada dos preços de venda dos produtos por elas fabricados, ou produzidos.

O resultado de tudo isto foi que os preços nos consumidores, privados ou públicos, individuais ou empresariais subiram muito, em pouco tempo.

Esta subida generalizada dos preços provocou uma quebra no poder de compra por parte do consumo, o que por sua vez provocou uma necessidade de abrandamento da produção, por abrandamento da procura, induzindo uma grave crise económica.

As crises, sobretudo a primeira por completamente inesperada, podem ser caracterizadas, de um modo simples e curto, por uma trilogia de factores, que coincidiram no tempo e no espaço: (1) Os preços do petróleo subiram, (2) A Economia deixou de crescer, por abrandamento quer do investimento quer do consumo, (3) os preços dos bens e serviços subiram. Assim juntou-se a inflação, à paragem do crescimento da economia e como consequência o desemprego subiu.

A desconfiança de investidores e consumidores instalou-se, com prejuízo para o bom andamento e desenvolvimento da economia dos países ocidentais.

Ao contrário, os países produtores de petróleo tiveram crescimentos exponenciais nos seus rendimentos. Nalguns o efeito generalizado foi benéfico para a melhoria das condições de vida dos seus habitantes, noutros foi apenas a sua classe dirigente que beneficiou com esta situação.

Os reflexos destas crises começaram a deixar de se fazer sentir a partir de 1983, mas o desemprego, sobretudo na França e no Reino Unido, perdurou por mais alguns anos, a taxas elevadas. ([8]) No entanto estas crises tiveram alguns efeitos positivos. Esta situação, provocada pela primeira crise de 1973, juntamente com o segundo choque petrolífero de 1979, em que o barril de petróleo passou para os cerca de 16 dólares ([9]), (triplicando de valor) chegando o “arabian light” a 34 dólares o barril em 1981 ([10]), provocou a necessidade de se encontrarem fontes de energia alternativas ao petróleo. Esta necessidade contribuiu, e continua a contribuir, para um maior progresso tecnológico da humanidade. Quer pelas tentativas de diminuir a dependência do consumo do petróleo e seus derivados, quer porque em termos de ambiente se assistiu, e se continua a assistir, a algumas melhorias, em algumas zonas, por diminuição de emissões resultantes da queima destes produtos. Surgiram algumas indústrias de energias renováveis, como a eólica, outras levaram um novo impulso, a hidroeléctrica. As maquinarias industriais, mercê da investigação tecnológica, começaram a produzir mais, gastando menos energia.

Por outro lado os agentes económicos começaram a ser mais criteriosos e cuidadosos no uso da energia, a aproveitá-la melhor e mais eficazmente, quer pela introdução de sistemas de controlo específicos, quer pela introdução de novas tecnologias.

…………….

De qualquer forma esta crise internacional, pode dizer-se que acabou com os cerca de trinta anos da “segunda Belle Époque” que se tinham caracterizado por um acentuado crescimento do nível de bem-estar das populações, - pelo menos das europeias e americanas, - da economia internacional, em geral e da portuguesa, em particular.

Por via destas crises, o desenvolvimento do processo da criação da UEM conheceu uma paragem forçada e, o mesmo, só viria a ser retomado no final da década de 1980 e início da década de 1990, do século XX, como veremos.

… (CONTINUA) ....

Miguel Mattos Chaves

Gestor de empresas

Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)

Auditor de Defesa Nacional


Web link: http://pt.linkedin.com/in/miguelmattoschaves


21 setembro 2015

o Incómodo da Grécia

POLÍTICA INTERNACIONAL - "O Incómodo da Grécia"
....
E ao 4º Capítulo desta relação conturbada da Grécia com o resto da União Europeia (ver meus artigos anteriores sobre o tema) o quadro político clarifica-se e algumas conclusões se podem tirar.
...
O País e a População (as Pessoas) da Nação "berço da democracia" decidiram que:...
- Não querem mais o PASOK (equivalente ao PS) a governar a Grécia e práticamente eliminaram-nos do panorama político;
- Não querem também a ND - Nova Democracia (equivalente ao PSD) a governar;
....
Porquê?
...
- Porque durante mais de 40 anos estes dois Partidos atiraram a Grécia para a presente crise!
...
E em Janeiro elegeram um desconhecido e um partido, até aí inexistente, (respectivamente o Sr. Tsipras e o Syriza), para governar o país;
...
E mesmo após aquilo a que chamei de "Vitória de Pirro" da União Europeia ao impor condições de austeridade mais graves (após o fracasso do Syriza em negociar com a UE) os Gregos disseram duas coisas:
...
- Apesar de tudo, não queremos mais o Centrão a governar a Grécia, dada a sua actuação dos últimos mais de 40 anos;
...
- Quem manda na Grécia são os Gregos, mesmo que tenhamos que, por enquanto obedecer (vamos ver em que grau) às regras da União Europeia.
...
E de caminho mostraram que:
- É possível um pequeno partido ou um desconhecido ser eleito para Governar;
- Basta que para isso os cidadãos usem o seu Voto e não se limitem a votar no "seu" clube, ou pretensamente usarem o dito "voto útil".
...
Sou de Direita e Conservador, mas tenho, em nome do rigor e da verdade, que "tirar o chapéu" a dois protagonistas deste quadro:
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- Em 1º lugar, às Pessoas, aos Eleitores, da Grécia que afastaram quem os atirou para a presente crise - a Nova Democracia e o PASOK;
...
- Em 2º lugar, ao eleito novamente 1º Ministro Tsipras e sua força política que disseram claramente que a Soberaniia Política da Grécia, pertence aos Gregos, mesmo que subordinados a regras económico-políticas da presente União Europeia.
...
Dada a complexidade do tema, e suas futuras implicações, não vou agora discorrer mais sobre este assunto e suas consequências futuras, nem sobre o que a União vai ter que ceder, nem sobre o que o Governo da Grécia vai ter que acomodar.
...
Deixo apenas uma reflexão de Louvor às Pessoas da Grécia por terem "escovado" quem os prejudicou durante mais de 40 anos.
...
Dada a corrupção dos anteriores partidos, dados os erros e prejuízos que ambos (ND e PASOK) causaram à Grécia, os Gregos apostaram em pessoas diferentes (indiferentes a "sondagens ou pressões de outros países) exercendo assim o seu direito Soberano de mudarem.
...
Vamos ver se a aposta foi boa.
Mas decidiram e mudaram exercendo o direito à SUA vontade.
Nada será o mesmo, nem na Grécia nem na União Europeia, a partir daqui.
...
À Vossa Reflexão.
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Cidadão de Portugal
Militante do CDS-PP

17 setembro 2015

Eleições de 4 de Outubro ... que faço ? ...

Caras Amigas, Caros Amigos, Prezados Leitores,
...
Estando em marcha a campanha eleitoral para as eleições de dia 4 de Outubro p.f.;
...
Havendo o "ruído" normal destas alturas em que as várias candidaturas se entreteem a atacar os seus adversários políticos;...
...
Havendo poucas propostas diferenciadas para o futuro, para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses e para uma maior afirmação de Portugal;
....
Verificando que nada mudará em relação aos últimos anos, dado que ou PSD ou o PS ganharão as eleições, por vontade dos cidadãos, sem que isso signifique nada de melhorias reais para as pessoas, para as famílias e para as empresas;
...
Não sendo eu candidato a nenhum lugar político, ou de influência política;
...
Sendo a minha preocupação o futuro de Portugal e dos Portugueses, para o qual tenho, por aqui e noutros foruns, contribuído com várias ideias e medidas concretas;
...
Não tencionando votar no meu partido (o CDS-PP) por estar coligado a uma força que nada propõe de melhorias reais e que durante 4 anos nada fez de bem aos cidadãos reformados e aos que trabalham por conta de outrém;
....
Nem indo votar noutro dos responsáveis pelo actual Estado da Nação Portuguesa, o PS;
...
Tencionando votar, pois não quero com a minha abstenção contribuir para favorecer o que vier a ser mais votado;
...
Abster-me-ei de produzir mais documentos e textos de opinião e análise política até dia 4 de Outubro próximo.
...
Vejo que alguns continuam sensíveis ao chamado "Voto Útil".
O "voto útil" é sempre útil para quem o recebe e não para quem o tem dado.
...
Pensem e Vejam bem se tal voto é útil para vós e para a vossa família.
...
Com 30% de pessoas Indecisas, Qualquer Partido que concorra (pequeno ou grande) pode ganhar as Eleições.
...
Serão vós, Caras Amigas, Caros Amigos, Prezados Leitores, a decidir do que será o futuro de Portugal e da Vossa Família, nos próximos 4 anos, através do Vosso Voto.
...
É essa a Vossa, e a Minha, Responsabilidade.
...
Boa reflexão para vós.
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves


NOTA FINAL:
para os que dizem que Portugal foi salvo pergunto: os 356 Institutos Públicos; as 635 Fundações, as 343 Empresas Municpais, as 87 PPP's , foi isso que salvaram?
E os que trabalham por conta de outrém? E os reformados?
Fortes com os Fracos; Fracos com os Fortes tem sido esse o lema do Centrão (PSD e PS).
Já agora .... vale a pena pensar nisto.

10 setembro 2015

o debate? Comentário...

COMENTÁRIO ao Debate Nacional entre o 1º Ministro e o Líder da Oposição

Tive a ocasião de ver e ouvir o referido debate nas televisões generalistas.
Tenho-me como observador atento do fenómeno político que sempre segui, na esperança de conseguir identificar:
- Uma Estratégia clara para Portugal,
- Caminhos claros a percorrer pelo país,
- Propostas concretas para a melhoria de vida dos cidadãos do meu País.

Tive a ocasião de produzir apenas seis simples perguntas dirigidas aos dois potenciais responsáveis pela governação do meu país.

Não obtive qualquer resposta às mesmas por parte de qualquer dos dois.
Por mim tudo bem.

Apenas fiquei apreensivo porque aos meus compatriotas não foi dada nenhuma resposta aos seus anseios mais prementes, nomeadamente nas questões referentes aos brutais impostos que incidem sobre quem trabalha e sobre quem está reformado.

Dir-se-á: Sou ingénuo por continuar a acreditar que algo de claro e positivo poderá vir deste tipo de manifestações públicas do sistema democrático vigente: os debates.

Na verdade tenho para mim que um 1º Ministro e um pretendente a sê-lo, têm responsabilidades acrescidas e o dever de esclarecer os cidadãos do país.
Penso ser essa a essência do regime democrático.

O que assisti foi, neste aspecto, verdadeiramente lamentável.
Lamentável porque nenhum dos dois esclareceu o que vai fazer;
Lamentável porque o 1º Ministro não prestou contas verdadeiras sobre o seu governo que agora se apresenta a eleições, fazendo crer que não existem cerca de 2 milhões de pobres e mais 1 milhão a caminho de o ser e o que pensa fazer para minorar esta realidade;

Tanto mais que os dois têm programas:
- O do Governo já entregue em Bruxelas mas não explicado aos Portugueses;
- Sei, pela leitura do referido documento, que prossegue na linha da actual actuação do governo o que nos manterá por tempo indeterminado com a mesma carga de impostos.
- Mas o 1º Ministro não o explicou e não o divulga aos portugueses, o que é lamentável.

- O do líder da oposição que não expos o seu programa que já li, ainda por cima, tem conteúdo e é viável; Podia tê-lo explicado melhor e quantificado.
- Tem o mérito de o ter apresentado e quantificado.
- Foi lamentável que o não tivesse divulgado no debate, nas suas linhas mestras.

Lamentável porque o 1º Ministro não disse o que iria fazer e que ainda não me tenha facultado, como cidadão eleitor, um programa claro e quantificado, tal como fez o líder da oposição.
Cabe na verdade aos 1º Ministros ser mais claros que a oposição.
….
Por tudo isto, dou o desconto de ter sido um espectáculo mediático para entreter os portugueses e que deve ter dado muito gozo a jornalistas e comentadores do regime, mas de conteúdo pobre, para ser delicado.

É isto a política?
São estes os protagonistas?

Dado a minha conclusão ser grave, dispenso-me de mais comentários.

O resto do circo vai alimentando os telejornais e restantes programas, mas não tenciono seguir esse espectáculo por agora.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Militante do CDS-PP

09 setembro 2015

1º Ministro e Líder da Oposição... RESPOSTAS ?

DEBATE NACIONAL
PERGUNTAS ao Sr. 1º MINISTRO e ao Sr. Líder da Oposição
Pergunta nº 1 – Reposição das Taxas de IRS – sobre salários, pensões e reformas?
Pergunta nº 2 – Reposição da Contribuição Especial (CES)?
Pergunta nº 3 – Reposição do pagamento do Subsídio de Natal em Dezembro?
Pergunta nº 4 – Preços dos Combustíveis – GSC 95 e do Gasóleo?
Pergunta nº 5 – Diminuição do Preço das Portagens das Auto-estradas)?
Pergunta nº 6 – Medidas de combate aos Incêndios Florestais?
…………………………………………………………………………………………………………………………….
Pergunta nº 1 – Reposição das Taxas de IRS – sobre salários, pensões e reformas?
SE … for eleito para governar vai repor as tabelas e as taxas de IRS no nível anterior à crise, eliminando os Impostos Brutais que incidem sobre os cidadãos que trabalham ou que estão reformados?
Se sim… em que prazo concreto?
….
Pergunta nº 2 – Reposição da Contribuição Especial (CES)?
SE .. for eleito para governar, vai eliminar esta absurda taxa extraordinária?
Se sim… em que prazo concreto?
….
Pergunta nº 3 – Reposição do pagamento do Subsídio de Natal em Dezembro?
SE … for eleito para governar, vai repor o pagamento integral do Subsídio de Natal em Dezembro (e não o seu fracionamento) a quem trabalha e aos Reformados?
Se sim… em que ano? Em 2016? Quando?
….
Pergunta nº 4 – Preços dos Combustíveis – GSC 95 e do Gasóleo?
Feitas as contas o preço da gasolina sem chumbo devia estar a custar 1,0247 euros por litro.
O gasóleo devia estar a custar 0,853 euros por litro.
SE … for eleito vai obrigar o Regulador a actuar?
SE… for eleito vai pressionar publicamente as petrolíferas?
Quando ?
….
Pergunta nº 5 – Diminuição do Preço das Portagens das Auto-estradas)?
Ir de Lisboa ao Porto e voltar, custa 43,00 euros em portagens, ou seja quase 10% do Salário Mínimo Nacional.
Se juntarmos a gasolina que se gasta, estaremos a falar em mais 75 a 80 euros.
Ou seja para ir e voltar ao Porto um cidadão despende á volta de 123,00 euros, ou seja gasta numa só viagem 25% do Salário Mínimo Nacional.
SE… for eleito vai obrigar as PPP’s, as Concessionárias, a baixar os preços das portagens?
SE… for eleito vai eliminar algumas portagens, proporcionando uma maior mobilidade aos cidadãos e empresas?
SE … sim quando?

Pergunta nº 6 – Medidas de combate aos Incêndios Florestais?
Assistimos a um dos maiores negócios do século. Assistimos ao escândalo de termos uma Força Aérea com meios suficientes e equipados para o combate a incêndios e ao contrário do Interesse Nacional contratam-se empresas privadas de aviões para tal fim.
SE… for leito o que vai fazer?
Vai repor o Interesse nacional ou vai continuar a prejudicar Portugal?
Se sim… quando?

SE … não responderem concretamente e não com subterfúgios e fugas às respostas;
SE… usarem as mesmas táticas usadas pelo Sr. Vice-1ºMinistro nos últimos debates, em que este não deu UMA ÚNICA resposta concreta;
SE … as respostas não forem claras;
….
Fico a saber que V.Exas., os três, não fazem nenhuma falta a Portugal e aos Portugueses.
Antes pelo contrário.
Espero que não.
….
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Cidadão Português
Militante e ex-dirigente nacional do CDS-PP

04 setembro 2015

4 Perguntas ao Sr. 1º Ministro de Portugal ...

Nº 1 – Incêndios Florestais
Nº 2 – Preço das Portagens das AE – Exs. Lisboa-Porto-Lisboa – 43,00 euros
Nº 3 – Preços dos Combustíveis - devia custar: 1,024 eur/Litro
Nº 4 - IRS – sobre salários, pensões e reformas
…………………………………………………………………………..
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PERGUNTA nº 1 - INCÊNDIOS FLORESTAIS
Porque não são reequipados os meios aéreos da Força Aérea, para a época de incêndios que seria muito mais barato do que alugar aviões privados ?
Porque é que a Força Aérea e a GNR não desenvolvem missões de vigilância preventiva de detecção e resposta rápida a incêndios?
Porque é que à Engenharia Militar não lhes é atribuída a missão de abrir estradas corta-fogos nas matas nacionais?

PERGUNTA:
Vai modificar esta situação em benefício de Portugal ou não?
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PERGUNTA nº 2 – AUTO-ESTRADAS – Lisboa-Porto-Lisboa – 43,00 eur
O Imposto Único de Circulação automóvel, o IA, IVA automóvel, o Imposto sobre os Combustíveis, as receitas das multas, coimas que todos pagamos, não deveriam ser suficientes para suportar os custos respectivos de construção e manutenção das auto-estradas?
...
É que, entre todos estes Impostos, Taxas e Coimas, estamos a falar de Receitas para o Estado de milhares de milhões de euros, por ano, que deviam chegar e sobrar para pagar os custos de construção e manutenção das mesmas.
...
Dado que estamos em vésperas de novas eleições gerais, que pretendem V.Exas. fazer neste domínio?
Por EXEMPLO:
o percurso Lisboa-Porto-Lisboa custa 43,00 euros (classe 1) ou seja quase 10% do salário mínimo nacional. Acha bem Sr. 1º Ministro?
...
Vai continuar a deixar empresas privadas ganhar milhões por mês com um Bem Público e estratégico para a mobilidade e o desenvolvimento, em prejuízo dos Portugueses?

PERGUNTA:
Vai modificar esta situação em benefício dos Portugueses ou não?
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PERGUNTA nº 3 – PREÇO da GASOLINA - devia custar: 1,024 eur/Litro
Tendo em conta o quadro de evolução dos preços e cotações abaixo descriminados:
...
Quadro de evolução dos Preços 2013 a 2015
(A). - BARRIL de BRENT (Petróleo) em:
• Em 2013 estava a 108 dólares o Barril
• Em 2014 estava a 103 dólares o Barril.
• Em 2015 ESTÁ a 49,31 USD o Barril
....
(B). PREÇOS da GASOLINA sem CHUMBO 95
- Em 2013 - Litro de Gasolina sem Chumbo 95 custava 1,621 Eur/litro.
- Em 2014 - Litro de Gasolina sem Chumbo 95 custava 1,576 Eur/litro.
- Em 2015 - Litro de Gasolina sem Chumbo 95 custa 1,456 Eur/litro.
....
(C). O Dólar versus o Euro
• Em 2013 – 1,3526 - Em 2014 – 1,3133 - Em 2015 – 1,10773
...
(D). EVOLUÇÃO PERCENTUAL de 2014 para 2015
C1) Barril do Petróleo – para não maçar com miudezas
– cerca de 50% MENOS que em 2014
C2) Dólar - – para não maçar com miudezas
– cerca de 15% menos que em 2014.
Conclusões:
Ou seja, simplificando, um diferencial que devia ser transmitido em proveito do Consumidor Português de cerca de 35%.
Ou seja, de forma simplista o Litro da Gasolina sem Chumbo 95 devia estar a custar ao Consumidor: - 1,0244 EUROS por LITRO
Porque é que a gasolina sem chumbo 95 não está em cerca de 1 euro por litro?
….
PERGUNTA: Vai modificar esta situação em benefício dos Portugueses ou não?
………………………………………………………………
......................................................................................
PERGUNTA nº 4. - IRS – sobre REFORMAS, PENSÕES, SALÁRIOS
Vai ou não baixar estes impostos brutais, em 2016 /2017?
O que o Vice-1º Ministro disse na SIC é que NÃO! Que só baixarão só a taxa suplementar e só em 2018!

Vai ou não cobrar mais 600 milhões de euros aos Reformados e Pensionistas?
o Vice-1º Ministro nada disse sobre essa matéria.
E não me fale de Espanha onde Mariano Rajoy não mexeu em NADA nos pensionistas e Reformados a não ser aumentá-los “apenas” a 1% ao ano durante estes 4 anos.
….
PERGUNTA: Vai modificar esta situação em benefício dos Portugueses ou não?
………………………………………….
.................................................................
MINHA POSIÇÃO e ACÇÃO nas ELEIÇÕES:
1). SE as respostas forem negativas, não votarei em si!
2). SE não der resposta a estas, não votarei em si!
……………………………………........
Os restantes compatriotas não sei o que farão.
Cada um que pense por si próprio em absoluta liberdade e Responsabilidade.
..........................................................
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Cidadão Português
Militante e ex-dirigente nacional do CDS-PP

03 setembro 2015

REFUGIADOS/IMIGRANTES ... a crise ...

REFLEXÃO sobre a crise dos REFUGIADOS/ IMIGRANTES
de África e do Médio-Oriente
….
Esta questão, ao contrário do que possa parecer, tem várias vertentes da análise política e várias implicações (segurança e economia) para a Europa que importa analisar de forma séria.
….
Seria de esperar (porventura ingenuidade minha) que o Poder Político e a Comunicação Social o fizessem.
Mas verifico que assim não é, excepto raras e honrosas excepções.
….
Assim cabe-me contribuir, ainda que de forma necessáriamente breve, para que as pessoas que fazem o favor de ler o que vou escrevendo tenham à sua disposição uma grelha de leitura desta questão complexa, para que possam formar as suas próprias opiniões sobre a matéria.

É isso que vou tentar fazer, pedindo desde já desculpa de o presente texto não ser mais reduzido.
Os meus prezados leitores julgarão se fui capaz e se vos fui útil.

RESUMO - GRELHA de LEITURA

(1). Na análise política:
1.1. - Causas deste movimento de pessoas;
1.2. - Aproveitamento e Meios utlizados;
1.3. - Capacidade de acolhimento.

(2). Implicações no campo da Segurança
(2.1). - Para os Governos dos países da Europa;
(2.2). - Para os cidadãos residentes na Europa;
….
(3). Implicações no campo da Economia
- para as Economias dos países de origem;
- para as Economias dos países de destino.
No campo da Civilização
- para a Europa Ocidental;
- para a Europa Oriental.
….
(4). O que deveria ser feito para evitar esta situação
………………………………………………………….
………………………………………………………….
(1). Comecemos então pela brevíssima e incompleta análise política.
1.1. – Os factos:
O Ocidente invadiu o Iraque a Líbia invocando como razões a natureza dos respectivos regimes políticos, a eventualidade de possuírem armas químicas e biológicas, ou seja que eram uma ameaça. Deixaram que a Síria fosse alvo de guerra civil.
Não vou discutir estes “argumentos”, mas sim o seu resultado.
Desestruturaram regimes políticos que mantinham populações muito heterogéneas agregadas e organizadas e em paz.
Criaram vazios de poder e quando isso acontece, origina convulsões sociais e políticas difíceis de dominar.
Em consequência as populações civis ficam entregues a si próprias e à mercê da violência de grupos que pretendem conquistar o Poder.

1.2. - Aproveitamento e Meios utlizados;
Esses grupos organizados ao provocarem a violência para dominar as populações provocam o surgimento de grupos (sob a sua orientação ou espontâneos guiados apenas pela ganância individual) que proporcionam meios de fuga às populações, quer para países vizinhos, quer para outros destinos (no caso a Europa);
Estes grupos, se patrocinados pelos poderes emergentes, podem até nem cobrar um cêntimo àqueles que naturalmente querem fugir aos conflitos.
É uma forma de se livrarem de encargos financeiros, económicos e políticos, (ficando só com os considerados fiéis ao novo poder no seu território) podendo utilizar esses movimentos para infiltrarem agentes seus em países considerados inimigos, dada a dificuldade de controlo individual no destino.
Se espontâneos, aproveitam essa vontade para cobrar dinheiro e ganhar fortunas, dada a quantidade de pessoas envolvidas.

1.3. – Na Capacidade de acolhimento.
Qualquer que seja o País, existem duas limitações de facto:
- O espaço territorial, que não é elástico;
- A capacidade de sustentar e integrar essas pessoas, que não é infinita.
….
(2). Implicações no campo da Segurança
(2.1). - Para os Governos dos países da Europa;
Ora sendo o acima exposto real, os Governos (em qualquer regime: feudal, monarquia, república, cidade-estado, principado, etc…) dos diversos territórios estabeleceram desde sempre, pelo menos desde o Império Romano, que a vinda para o seu território de pessoas que nele não tenham nascido ou que não tenham vínculos de cidadania com os mesmos, obedeceria a regras de autorização dos governos respectivos.

No caso presente a vinda de pessoas com culturas, hábitos, religião, muito diferentes agrava o problema, pela potencial desestabilização social que isso pode provocar nos países de destino e que se constitui como um potencial perigo para a vida das populações respectivas.
….
Uma outra dimensão não desprezível refere-se ao perigo de os grupos que lutam pelo poder nos países de origem, infiltrarem agentes seus com a finalidade de desestabilizarem a ordem social e a organização dos países de destino, o que no caso presente é uma realidade visto a existência, por exemplo, do “Estado Islâmico - ISIS”, AlQuaeda, etc… que têm como finalidades:
- A tomada de poder político, por via militar, do Iraque, Líbia e Síria;
- O ataque à civilização ocidental, vistos como “infiéis”, e sua submissão pela via do terrorismo.
….
(2.2). - Para os cidadãos residentes na Europa;
Não deixando de lado a questão humanitária, (sentimento bem explorado com a conivência inconsciente dos meios de comunicação da civilização ocidental), este movimento de pessoas pode desembocar numa situação de Imigração para a Europa de mais alguns (não centenas, nem milhares) milhões de pessoas para o seu território finito e com capacidades económicas e financeiras também elas finitas.
….
(3). Implicações no campo da Economia
- para as Economias dos países de origem;
- para as Economias dos países de destino.
No campo da Civilização
- para a Europa Ocidental;
- para a Europa Oriental.
….
Ora, em consequência, esta situação tem um potencial de desestruturação da civilização ocidental, que reputo de grave, pois terá implicações no emprego/desemprego, na subversão dos valores religiosos, na introdução de costumes e culturas diferentes, com implicações a prazo na ordem e na paz dos diversos países (Vidé: a situação de Paris e seus subúrbios, na Alemanha, e noutros países europeus).
Terá consequências óbvias no bem-estar geral das populações já existentes nos países de destino, com prejuízo dos seus naturais e sem benefício evidente para os Imigrantes, pelas consequências de um aumento súbito da despesa e do número de pessoas residentes no mesmo.

Uma pequena nota:
Em Portugal, por exemplo mas não só, é estranho (para mim claro), que existindo 2 milhões de pessoas em Portugal que vivem na pobreza, e mais 1 milhão que para lá caminha, ver certos sectores políticos advogarem a libertação de dinheiro público/fundos para sustentar os que potencialmente veem.
….
Para a Civilização:
Ao longo de séculos a história da existência das civilizações, foi de confronto (a Ocidental, a Árabe, a Muçulmana). Ou seja só a espaços foi pacífica.
Embora nos territórios das ex-Províncias Ultramarinas, (dado o espirito universalista dos portugueses e o seu domínio), tenha proporcionado uma convivência, na maior parte do tempo, pacífica entre estas civilizações.

- Ou seja, esta situação não é nova.
Lembremos que Portugal, o seu Fundador Dom Afonso Henriques teve que defrontá-los; Existiram Cruzadas do Ocidente;
E lembremos também os recentes atentados terroristas em Paris, na Dinamarca, em Madrid, em Londres, etc…

Não que a maioria dos afectados civis tenham esses comportamentos.
Mas porque o seu aproveitamento pelos detentores do poder nos países da origem, dado o descontentamento a seguir gerado pelas reais e difíceis condições de vida que, (passada a época de contentamento inicial) se verificarão (e se verificam já) nos países europeus, gerarão conflitos de consequências imprevisíveis, sem ganhos para ninguém.

- Nem para os Imigrantes, que dificilmente encontrarão emprego que os sustente e lhes dê uma vida digna, dado que passada a fase de acolhimento os Estados deixarão de os sustentar, como é óbvio.

- Nem para os já residentes e naturais dos países de destino, dado os inevitáveis choques de culturas, de religião, de costumes, e dada a verificação de que o desemprego se agravará.

(4). – O que deveria ser feito

Em vez de a Europa enviar dinheiro sem regras, (como até hoje tem sido feito), ou através de pseudo-organizações humanitárias que acabam por financiar os poderes políticos, sem benefício para as populações dos países em questão, deveria:

Deveria, através de Agências das Nações Unidas, com uma supervisão apertada, proporcionar:

(4.1) - O Investimento dirigido, vigiado e controlado no seu início, em Unidades produtivas, que criassem emprego estrutural nesses países de origem, fixando assim as suas populações;

(4.2). – Financiasse e ajudasse a estabelecer nesses países Instituições de Ensino Técnico Profissional que formassem a sua juventude e lhe desse perspectivas de evolução nas suas vidas e de esperança no futuro no seu país;

(4.3). – Financiasse e assistisse técnicamente, com pessoal especializado, o aparecimento de unidades de saúde devidamente equipadas.

Duas pequenas reflexões adicionais:
...
(A). - As Nações Unidas deveriam chamar, entretanto, a atenção da Arábia Saudita, dos Principados Árabes seus vizinhos (Koweit, Dubai, Emiratos Árabes Unidos, etc…) para esta questão, e não deixar todo este problema a cargo apenas da Europa.

(B). – As Nações Unidas deveriam chamar a si, através das Missões Militares de Manutenção da Paz, a organização de contingentes que, em colaboração, com os países vizinhos de origem destes movimentos migratórios, os pudessem melhor controlar e organizar.
...
AVISO:
Se a Europa e as Nações Unidas não o resolverem, este problema poder-se-á transformar numa situação de: "Pão para hoje, fome para amanhã e Guerra subsequente".
….
Como podem verificar não é um problema tão simples como a pobreza do conteúdo das "notícias" o sugere.
...
Bom, esta brevíssima e incompleta análise já vai, mesmo assim, muito longa.
Muito mais teria para dizer, mas fico-me por aqui.
Obrigado por me ter lido.
Espero ter sido útil.
….
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

02 setembro 2015

Mais uma Pergunta ao Sr. 1º Ministro e ao Líder da Oposição..,.

AUTO-ESTRADAS em Portugal
Pergunta ao Sr. 1º Ministro e ao Líder da Oposição
....
(1). Situação em alguns países:
Na Alemanha, não há portagens nas auto-estradas.
Em Inglaterra, há uma rede de milhares de quilómetros de SCUTS, não pagas em portagens;
na Holanda, também não há portagens.
Em Espanha, por exemplo, vai-se de Badajoz a Madrid por auto-estrada sem uma única portagem;
Etc…

(2). A minha primeira pergunta aos Sr. 1º Ministro extensiva aos 1ºs Ministros que o antecederam, e ao actual Líder da Oposição, é a seguinte:
- Será que a Alemanha, Inglaterra, Holanda, Espanha, são governadas por políticos incapazes e suicidas? Será que os Economistas desses países são analfabetos ?
….
(3). Continuando:
MAS .... pergunto igualmente:
(3.1) Quem introduziu as Portagens nas Scuts em Portugal ?

(3.2) Quem fez um contrato, com a Lusoponte, em que na Ponte Salazar (perdão, sobre o Tejo – 25 de Abril é que não é de certeza) continua a pagar portagens, apesar de estar paga e repaga, para defender a PPP do actual Presidente da República e seu governo?

(3.3) Quem permite que as portagens em Portugal sejam das mais caras da Europa (onde elas são pagas) reduzindo a mobilidade dos cidadãos e penalizando as empresas?
….
(4). Posto isto:
(4.1). Na sua concepção e definição, uma auto-estrada é uma via de circulação destinada a facilitar a Mobilidade dos Cidadãos e dos veículos de transporte de Mercadorias em condições de segurança superiores ás estradas nacionais;

(4.2). Na sua concepção e definição, uma auto-estrada é um instrumento de progresso por facilitar o trânsito de pessoas e mercadorias de forma mais rápida;

(4.3). Na sua concepção e definição é um meio de comunicação terrestre, que é económicamente mais vantajoso, dado que permite economia de combustíveis, economia na reparação automóvel por menor desgaste dos veículos automóveis, permitindo assim poupanças significativas aos utilizadores e ao país;

(4.4). Também tem reflexos na saúde das pessoas ao permitir circular com menos riscos de acidentes.

(5). Em consequência do acima exposto, os Governos responsáveis e com visão (para além do dia-a-dia) estratégica, de países mais desenvolvidos consideram as auto-estradas um Bem Público estratégico, e optaram por serem os respectivos Estados os seus proprietários, sem prejuízo de estabelecerem contratos de manutenção e conservação com empresas privadas.

(6). Em Portugal, no início, também assim foi, como esteve estabelecido nos 3º e 4º Planos de Fomento.

(7). Posto isto, pergunto ao Sr. 1º Ministro e ao Líder da Oposição:

(7.1). - Estarão os Governantes de Alemanha, Inglaterra, Holanda, Espanha e outros como a Suíça, a Itália, enganados e com falta de visão?

(7.2). - O Imposto Único de Circulação automóvel, que todos pagamos, não deveria ser suficiente para suportar os custos respectivos de construção e manutenção?

(7.3). - O IA, IVA automóvel, etc…, não deveriam ter a mesma finalidade?

(7.4). – O Imposto sobre os Combustíveis (dos mais altos do Mundo) não amortizaria grande parte dos custos?

(7.5). - As receitas das multas, coimas, não deveria ser afecta a estes custos?

NOTA: É que meus Senhores, entre todos estes Impostos, Taxas e Coimas, estamos a falar de Receitas para o Estado de milhares de milhões de euros, por ano, que deviam chegar e sobrar para pagar os custos de construção e manutenção das mesmas.
Se V.Exas. quiserem em apresento-lhes as contas, mas sei que sabem o que eu sei e por isso dispenso-me de os maçar com as mesmas.
….
(8). Assim sendo a minha última pergunta:
- Dado que estamos em vésperas de novas eleições gerais, que pretendem V.Exas. fazer neste domínio?

(8.1). Continuar a deixar empresas privadas ganhar milhões por mês com um Bem Público e estratégico para a mobilidade e o desenvolvimento?

(8.2). Diminuir os Impostos, Taxas, Coimas que incidem sobre os veículos de transporte de pessoas e mercadorias, aos contribuintes automobilistas e aos contribuintes empresas?
….
(8.3). Diminuir o valor excessivo das Portagens, o que tem originado uma sobrecarga de verdadeiros impostos para os contribuintes e tem contribuído para aumentar (em vez de diminuir) o trânsito nas estradas nacionais que já não estão adequadas ao moderno trânsito automóvel, quer em termos de segurança, quer em termos económicos?

(8.4). Eliminar as Portagens nas auto-estradas principais? E quais são elas?

CONCLUSÃO:

Gostaria de ser esclarecido Sr. 1º Ministro e Sr. Líder da Oposição sobre qual a vossa proposta, também nesta matéria, para que eu possa votar ou não votar, em consciência e bem informado;

Gostaria também que me respondessem, a mim, mas sobretudo aos Portugueses, (o que não fizeram até hoje) às perguntas que vos dirigi anteriormente sobre a questão do Combate a Incêndios e sobre o Preço injustificado dos Combustíveis.

Às minhas amigas, aos meus amigos e aos meus estimados leitores, peço um comentário ou a partilha deste texto.

Grato pela atenção dispensada.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

26 agosto 2015

Protesto de um Militante do CDS-PP e seu ex-dirigente nacional...


O Dr. Paulo Portas vem agora clamar que quer participar nos Debates televisisvos em plano de igualdade com os Líderes das outras forças políticas concorrentes.
...
Para reforçar a sua atitude, e para aparecer na comunicação social, tenta "desafiar" o Líder do partido da oposição à coligação em que se inseriu de livre vontade....
....
Desculpem eu não perceber esta atitude do Presidente do meu Partido.
...
Então vamos Coligados.
...
Ora é sabido, de há muitos anos para cá, que os Debates são exclusivos (concorde-se ou não) dos Líderes das Forças concorrentes a eleições.
...
Ora o CDS-PP não concorre às eleições de forma autónoma.
....
O Presidente enfiou-nos, Novamente e contra a minha vontade e contra a vontade de muitos milhares de militantes e simpatizante do CDS-PP, por debaixo do PSD.
...
Fê-lo para se tentar manter em postos governamentais, mesmo sabendo que isso tem acarretado uma péssima imagem da política junto dos portugueses.
...
Má porque a política seguida pelo PSD (a que o CDS-PP tem sido obrigado a seguir uma vez que aceitou fazer coligação com esse partido) é contrária à esmagadora maioria dos Princípios, Valores e Programas defendidos pelo CDS-PP e aprovados em sucessivos Congressos, desde a sua fundação.
...
Mesmo sabendo disso insistiu em ir coligado, agora de forma pré-eleitoral, retirando ao CDS-PP a possibilidade de afirmar os seus Princípios, Valores e Programas junto dos Portugueses e que estavam a conquistar cada vez mais eleitores pela qualidade intrinseca dos mesmos.
....
Que é que ele quer agora?
...
Já vale tudo em política, mesmo a mistificação e as birras?
....
Enfim sinto-me envergonhado com estas actuações.
Em política, tal como eu a entendo, não pode valer tudo.
...
O CDS-PP tem que ser uma fonte de esperança para Portugal e para os Portugueses e não uma fonte de lamentáveis encenações.
...
O CDS-PP merecia mais.
...
Espero que os militantes e os simpatizantes se resolvam a obrigá-lo a mudar a atitude e a postura da actual direcção.
...
Parafraseando o actual Presidente do CDS-PP quando se opunha (depois de apoiar) ao Dr. Manuel Monteiro e ao Dr. Ribeiro e Castro:
...
- "Este CDS não tem emenda" ... Citei e adopto agora a sua frase.
...
Este Não É o Verdadeiro CDS-PP. Saudações cordiais.
Miguel Mattos Chaves


17 agosto 2015

Estratégia para Portugal


COMBUSTÍVEIS - PERGUNTA ao Sr. 1º Ministro de Portugal

PERGUNTA ao Sr. 1º Ministro de Portugal
...
Tendo em conta o quadro de evolução dos preços e cotações abaixo descriminados:
....
QUADRO de evolução dos Preços 2013 a 2015...

(A). - O BARRIL de BRENT (Petróleo) em:

• Em 2013 estava a 108 dólares o Barril
...
• Em 2014 estava a 103 dólares o Barril.

• Em 2015 ESTÁ a 49,31 USD o Barril

(B). PREÇOS da GASOLINA sem CHUMBO 95
....
- Em 2013
O Litro de Gasolina sem Chumbo 95 custava ao consumidor 1,621 Euros por litro.
….
- Em 2014
O Litro de Gasolina sem Chumbo 95 custava ao consumidor 1,576 Euros por litro.
….
- Em 2015
O Litro de Gasolina sem Chumbo 95 custa ao consumidor 1,556 Euros por litro.
….
O Dólar versus o Euro
• Em 2013 – 1,3526
....
• Em 2014 – 1,3133
....
• Em 2015 – 1,10773
….
(C). EVOLUÇÃO PERCENTUAL de 2014 para 2015
….
C1) Barril do Petróleo – para não maçar com miudezas
– cerca de 50% MENOS que em 2014
….
C2) Dólar - – para não maçar com miudezas
– cerca de 15% menos que em 2014.
….
Ou seja, simplificando, um diferencial que devia ser transmitido em proveito do Consumidor Português de cerca de 35%.
...
Ou seja, de forma simplista o Litro da Gasolina sem Chumbo 95 devia estar a custar ao Consumidor:
- 1,0244 EUROS POR LITRO -
...
PERGUNTA:
Posto este quadro real, pergunto a V.Exª:
….
Pode-me explicar Sr. 1º Ministro o porquê desta situação?
Porque é que a gasolina sem chumbo 95 não está nos cerca de:
- ou seja - 1 euro por litro ?
...
Já nem falo do gasóleo, fundamental para a actividade económica, nem dos combustíveis para a Indústria, que o Senhor diz que vai defender.
...
NOTA: não me responda só a mim, mas sim a todos os Contribuintes Portugueses, a todos os Cidadãos de Portugal.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Militante do CDS-PP
 

14 agosto 2015

A COMPETITIVIDADE faz-se pelos Baixos Salários? NÃO !

É lamentável ler determinados textos publicados em que se defende que a Competitividade se faz através de baixos salários e pouco mais interessa.
....
Em primeiro lugar:
Não são os Estados que competem entre si.
Quem compete são as empresas e só pelo resultado da soma das suas actividades um país é chamado á colação.
....
Deviam saber isto, mas aparentemente ignoram.
- Defeito da sua Formação?
- Defeito das Universidades?
- Ou será apenas ignorância pura e dura?
....
Um dia disse a um Insigne Professor de Economia, infelizmente já desaparecido:
- “… sabe Professor o nosso problema é que dos ditos empresários 95% são na verdade apenas negociantes e apenas 5% têm verdadeiramente direito a esse nome, pois são os que sabem que é o Factor Humano que faz a diferença entre empresas, para já não falar de saberem o que é uma estratégia, o que são mercados, etc.... coisa que os restantes 95% não fazem a mais leve ideia.
....
Com grande surpresa minha ouvi a sua resposta:
- “…sabes se tivéssemos 5% de empresários dignos desse nome, seriamos um país rico. O problema é que temos apenas cerca de 30 a 40 empresários, o resto são negociantes...". citei.
....
Já o Relatório Melander (da OCDE) de 1958 punha o dedo na ferida sobre esta matéria. O grave é que, passados cerca de 60 anos, esta realidade se mantém.
....
Falam-me esses senhores, poucos felizmente mas com grande cobertura mediática, (Os ditos Economistas avençados pelo Regime e alguns Governantes) que esta matéria (a competitividade através dos salários baixos) faz parte dos consensos da U.E., B.C.E. e F.M.I.
....
E Perguntou eu a esses senhores:
- QUAIS CONSENSOS?
Meus caros, sejamos sérios.
....
Quais consensos? Os que se formaram nos anos de 1980 que postulavam três ideias:
- 1) Desindustrializar a Europa! Transformar Portugal num País de Serviços!
Tenho a dizer que este postulado produziu um Excelente resultado, como aliás se vê!
Isto é, desemprego estrutural e não conjuntural e o empobrecimento do País.
....
- 2) Concorrer em salários com espaços económicos cujos factores de produção são próximos da escravatura! (China e outros)
Excelente postulado, mais uma vez, com os resultados que se vêm!
....
- 3) Consenso sobre o País dos Serviços!
Direi apenas que, em função dos resultados de tão “inteligentes” enunciados a Europa e Portugal estão a precisar de Novas pessoas (seja qual for a sua idade) com Bom Senso, Visão Estratégica e Espirito de Missão.
Coisa que há muito desapareceu das características dos decisores políticos.
....
- 4) O Sistema de Previdência e os seus contribuintes/benificiários tem que ser emagrecido:
- Já agora os Senhores que tanto criticam o Tribunal Constitucional Português e que tanto glorificam as instâncias internacionais:
....
- Será que podem fazer um esforço para serem mais sérios e relatarem aos portugueses qual foi a Decisão do Tribunal Constitucional da Alemanha sobre as Reformas e Pensões:
....
Vejamos:
- No seu Acórdão de 2011 este Tribunal considerou as Reformas/Pensões."...um DIREITO de PROPRIEDADE dos cidadãos..." citei !
E consequentemente, inalienável.
....
Nem a Srª Merkel nem o Sr. Schaubel (Ministro das Finanças Alemão) se atreveram sequer a comentar este Acórdão.
Limitaram-se a respeitá-lo.
É que se o tivessem feito (criticar) sabem bem que seriam alvo de um eventual quadro que os poderia levar a uma situação de grave penalização política.
É que os cidadãos alemães estão pouco disponíveis para situações de desrespeito.
....
Em contraste, no nosso Portugal, um chefe de Governo permitiu-se tecer comentários pouco urbanos e nada aconteceu.
Enfim.
....
Assim publicamente dou um CONSELHO (isso mesmo, um Conselho) a esses senhores “Economistas” do regime, que não se devem confundir com aqueles Economistas sérios que trabalham no duro nas empresas e aos Senhores Governantes em exercício:
....
E o meu Conselho é:
- ESTUDEM bem, PENSEM bem, REFLICTAM bem, antes de dizerem certas coisas.
Fica-lhes mal e, mais grave, deslustram a classe dos Economistas e a classe Política.
....
E por último, gostava de esclarecer como se produz a Competitividade. Aqui deixo apenas umas pistas:
....
- a Competitividade faz-se:
A) Pela selecção criteriosa, pela formação continua e pela motivação permanente do pessoal;
....
B) Pela diferenciação de produtos/serviços produzidos e seu valor acrescentado;
.....
C) Pela diversificação de mercados, diluindo riscos;
....
D) Pela adopção de uma política de “Quality Insurance” (desde a concepção à entrega, dentro dos prazos, ao cliente e ao consumidor).
....
E) Pelo reconhecimento material e psicológico de quem tem mérito e de quem se destaca em eficiência e eficácia produtiva.
....
A Competitividade Saudável, (aquela que proporciona lucros permanentes) NÃO se faz por pagar baixos salários, por baixar salários desmotivando com isso as pessoas, pois esta desmotivação tem como efeito a redução da sua produtividade e logo, em consequência, baixa a competitividade das empresas.
....
Faz-se pelas práticas por mim acima enunciadas e por outras que vos poderei ensinar.
....
MAS isso DEVIAM os Senhores Políticos do Governo e os Senhores Economistas do regime, saber!
Mas pelos vistos, não sabem, o que é MUITO TRISTE.
....
Por fim, sendo eu de Direita é para mim insuportável ouvi-los a afirmarem que também o são.
NÃO, meus caros, o que os senhores são é ideólogos do vosso bolso, apenas e só ou de interesses que nada têm a ver com o Interesse Nacional!
Por favor não insultem a Direita que está farta de vós e das vossas frases feitas e dos vossos dislates.
....
Estudem um pouco mais, leiam menos livros “da moda” e pensem mais nos destinatários das vossas actividades:
- os Vossos Concidadãos Portugueses.
....
Por fim:
1) A propósito do salário mínimo
SE uma empresa não pode pagar 520 euros de salário, lamento dizê-lo é porque se verificam uma de duas condições:
....
1.1) A empresa é mal gerida;
....
1.2) Não tem viabilidade económica e como tal está a mais no sistema económico;
....
1.3) ou as duas razões em conjunto.
....
Seja como for, está a mais no tecido económico português.
Ponto final!
O resto são considerações de quem não percebe nada de gestão de empresas ou pior que isso, apenas está preocupado com o seu próprio bolso com a agravante de não perceber que a dimensão do seu bolso está dependente do "vestir a camisola" dos seus empregados.
....
2) Já agora os salários são demasiado elevados SE ...
2.1) A empresa não conhecer os seus mercados e se esquecer de desenvolver as acções competentes de trabalho em profundidade nos mesmos;
....
2.2) Se não tiver o cuidado de, em permanência, procurar alternativas de clientes e consumidores, não deixando que nenhum cliente assuma uma posição dominante que, em caso da sua saída da carteira de clientes, faça perigar a estabilidade económica e financeira da mesma;
....
2.3) Se não tiver a preocupação de constantemente inovar em produtos e serviços que vende, seja por tornar o seu portfólio de produtos/serviços mais extenso em profundidade ou seja através da sua diversificação.
....
Enfim, é fácil ir aos salários e despedimentos.
Já o resto não é para todos, como é bom de concluir pelos textos publicados.
....
Dito isto, é com profunda tristeza a apreensão sobre o futuro de Portugal que procedo hoje a esta análise da situação real do sistema político e de parte significativa do sistema económico.
....
Não cabe, neste texto, uma análise sobre os verdadeiros culpados da presente crise, que poucos têm denunciado: o Sistema Financeiro de que o Poder Político se tornou cúmplice por acção ou por omissão.
....
Uma palavra de esperança: no meio deste quadro geral ainda há muitas empresas capazes e gestores capazes, que têm ajudado a minorar os estragos provocados pelo sistema financeiro, através das exportações.
....
Sei que os Portugueses respondem normalmente bem, dada a sua invulgar resiliência, aos disparates dos poderes políticos. Resta-me aguardar para ver se continuam a responder bem, tal como o têm vindo a fazer neste último ano. Creio que sim.
....
Isto apesar da mediocridade do 1º Ministro e do Líder da Oposição.
....
Valha-nos isso.
....
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves 

11 agosto 2015

INCÊNDIOS - PERGUNTAS ....



 1- Será que os incêndios se tornaram um negócio muito apetecível ?
...
2- Porque não são rentabilizados os meios aéreos da Força Aérea Portuguesa, como sempre o foram até 1980 ?
......
3- Porque não são reequipados os meios aéreos da Força Aérea, para a época de incêndios que seria muito mais barato do que alugar aviões privados ?
...
4- Porque é que a Força Aérea não desenvolve missões de vigilância preventiva de detecção e resposta rápida a incêndios ?
...
5- Porque é que a GNR, nas épocas mais sensíveis, cumpre mal o seu papel de vigilância das Matas (já que PSD e PS acabaram com a Guarda Florestal) ?
...
4- Porque é que o atear de um incêndio não é considerado um Crime Grave contra o País, com a correspondente pena agravada no Direito Penal e uma simplificação de processos de julgamento correspondente no Direito Processual Penal ?
....
5- Porque é que é o Corpo Nacional de Bombeiros a proceder às compras de Material de Combate a Incêndios e não directamente o Governo da Nação ?
...
Responda quem souber.
Mas que cheira a Alta Corrupção, lá isso cheira !
...
Quem tem perdido ?
Portugal e os Portugueses !
....
O que fizeram o PS e o PSD ?
Esta situação em que nos encontramos!
...

NOTA FINAL: Não resisto a mais um comentário:
Houve alguém que avocou uma pretensa "concorrência desleal" ???
Um Estado Soberano tem a faculdade, no seio do Sistema Internacional, e mesmo no seio da União Europeia, de definir as suas áreas sensíveis e estratégicas.
O problema é que não temos tido pessoas com categoria suficiente e com conhecimentos e experiência adequados, à frente dos sucessivos Governos.
....
E assim claramente afirmo:
SE ... eu fosse 1º Ministro já teria cometido à FA as Missões de defesa do território, também nesta matéria retirando qualquer tipo de intervenção privada da mesma.
Também já teria tomado medidas de prevenção efectiva restaurando a Guarda Florestal que tinha como missões: a vigilância, a limpeza das matas públicas, a intervenção junto dos particulares no mesmo sentido.
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves



24 julho 2015

UE e Portugal - no princípio como foi ?

A posição portuguesa face às Comunidades Europeias originais (CECA, CEE, CEEA) (Parte I)
As questões estratégicas de Portugal
...
A matéria central da política económica do Dr. Salazar consistia na busca da estabilidade financeira dada a situação, que tinha herdado, de permanente desequilíbrio e descontrolo das contas do país, do período final da Monarquia e do período da 1ª República.
O controlo da despesa pública e o planeamento dos investimentos a efectuar foram duas das suas bandeiras.
...
Isto levou à tomada de medidas como foi o caso da implementação de uma política de condicionamento industrial, que era uma tentativa de defender o frágil tecido empresarial português, nascente e embrionário, dos anos 1930. Este instrumento previa que, para ser efectuado um novo investimento industrial, tinha que se obter uma licença para, o mesmo, ser levado a efeito.
...
Para a obtenção, da referida licença, era necessário um parecer, não vinculativo, do grémio dos produtores do segmento, (em que o novo projecto se pretendia inserir), sobre a entrada de um novo parceiro no negócio.
Dada a autorização o industrial podia levar a efeito os seus investimentos.
...
Por pensar ter interesse a matéria reproduzo aqui o enunciado da teoria que sustentava o conceito da política de Condicionamento Industrial:
- “reconhece-se à iniciativa privada, orientada para a organização corporativa, o direito de instalar novas unidades industriais e de modificar ou transferir as unidades existentes”.
...
E mais adiante ”O Condicionamento Industrial visa evitar “le gaspillage” de capitais, dado que num país em vias de desenvolvimento, não se pode pretender abandonar exclusivamente ao mecanismo de mercado o desenvolvimento económico sendo certas as perdas inevitáveis de capital técnico e financeiro que representaria um tal sistema”.
...
Reconhecemos, no entanto, e ainda por motivos puramente económicos, que se o condicionamento industrial se impõe como uma necessidade imperiosa, é igualmente necessário, à luz da experiência adquirida, de modificar o esquema de execução actual.
...
Mas o que importa desde já esclarecer é que o condicionamento industrial não tem nenhuma ligação com a organização corporativa das actividades. De resto, o corporativismo português não afecta, em doutrina e de facto, a organização das empresas ou a forma da sua administração. Observações idênticas se aplicam no caso do condicionamento em vigor relativo à instalação de empresas pertencentes a estrangeiros ou colocadas sob controlo estrangeiro”.
...
Tudo isto se inseriu no objectivo traçado de desenvolver, de uma forma sistemática e organizada, a industrialização do país.
Este processo começou, verdadeiramente, no final da 2ª guerra e baseou-se sobretudo na progressiva implementação de um quadro de planeamento económico, com vários instrumentos do qual se destacam os denominados Planos de Fomento.
...
No que se refere às comunidades nascentes (CECA, CEE e CEEA) e respondendo a uma consulta de Van Zeeland, então MNE da Bélgica, o Presidente do Conselho respondeu em extensa carta na qual tentou retratar o seu pensamento acerca dos planos que então se faziam.
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E a dado passo escreveu « ...os Estados Unidos, pela simplicidade do seu espírito e ligeireza das suas opiniões, não veem para a Europa outra solução política que não seja a unidade através da federação... >>;
...
"...a França, adopta a ideia como maneira mais fácil de evitar o rearmamento alemão isolado e amanhã potencialmente hostil; as nações que se agrupam em volta da França parecem convencidas embora por motivos diversos, de que aquele é o melhor caminho de salvar a Europa e talvez o único de assegurar o apoio americano, em potência militar ou em dólares» e mais adiante acrescentava «é sobre tão frágeis fundamentos que se anda a construir a federação da Europa» para logo de seguida se interrogar se essa federação seria possível; respondendo que no domínio da lógica era possível, mas que para lá chegar só via duas maneiras:
- por acto de força de um federador
- ou por lenta evolução, o que poderia levar séculos...".
...
Ora o Dr. Salazar interrogava-se, dadas as circunstâncias do momento, e visto o quadro internacional vigente, sobre quem poderia ser o federador europeu.
E prosseguia na sua análise dizendo que talvez, pela sua força e capacidade potencial, fosse a Alemanha o novo federador.
Neste caso interrogava-se para que teria valido a guerra.
...
“Quanto à hipótese de ser a Inglaterra a assumir esse papel”, retorquia consigo mesmo, que a Inglaterra no território europeu se tinha sempre comportado como um Estado federal, sendo no mundo a cabeça de uma associação de Estados, e que “se enveredasse por esse caminho poderia perder a chefia dessa mesma comunidade e os Estados integrantes, seriam levados a buscar outro ponto de apoio”.
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Interrogava-se em seguida o Chefe do Governo acerca dos potenciais benefícios para Portugal «Independentemente da aliança antiga, e considerando apenas o jogo das forças mundiais que emergem importaria a Portugal uma Inglaterra forte e independente» e mais adiante «se posso ser interprete do sentimento do povo português, devo afirmar que é tão entranhado o seu amor à independência e aos territórios ultramarinos, como parte relevante e essencial da sua história, que a ideia da federação, com prejuízo de uma e de outros, lhe repugna absolutamente»
...
Era, portanto clara a intenção do Governo português de não participar em nenhuma organização que tivesse por base a ideia de avançar para uma federação de Estados.
...
De notar que na altura em que esta carta foi dirigida a Van Zeeland, estava em formação a mais federalista das comunidades originárias: a CECA.
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Um outro ponto que importa reter é a referência explícita ao facto de Portugal ter, à semelhança da Inglaterra, territórios ultramarinos e não querer interferências de terceiros no problema.
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Para o Prof. Mota de Campos a questão era de dupla interpretação:
- por um lado havia a «vocação africana» do país e um sentimento nacional profundamente consciente da necessidade de salvaguardar a plenitude da independência conquistada, e mantida ao longo de séculos, o que fazia com que o governo português encarasse com séria prevenção as intenções políticas expressas ou implícitas, mas não muito claras, da empresa comunitária;
- por outro lado havia a questão, não menos importante, de a Inglaterra ser o principal parceiro económico de Portugal, da altura, quer como fornecedor de bens e serviços, quer como cliente dos bens produzidos no país.
...
Num quadro de incertezas Portugal preferiu aguardar calmamente o desenrolar das situações, aderindo ao que não contrariava a sua política e os seus interesses da altura, e analisando a todo o tempo as posições do seu aliado preferencial.
...
De facto, havia algo de comum nas preocupações de Portugal e Inglaterra:
(1) Eram parceiros comerciais importantes, sendo essa importância mais marcante para Portugal do que para o seu velho aliado;
(2) Ambas tinham territórios ultramarinos importantes e
(3) Ambos tinham alguma desconfiança face à estratégia da França.
...
Esta atitude foi também adoptada, na altura, por vários países europeus que tinham relações estreitas com o Reino Unido, e que vieram mais tarde, tal como Portugal, a aderir às Comunidades, para além dos países que por uma razão ou por outra, como a Finlândia, não aderiram a nenhum dos blocos europeus da época.
...
Mesmo assim e face aos desenvolvimentos posteriores Portugal não deixou de acompanhar as tendências que se viriam a desenhar no xadrez europeu, como adiante veremos.
...
Miguel Mattos Chaves
Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)
Auditor de Defesa Nacional

21 julho 2015

As negociações de adesão de Portugal à CEE

As negociações de adesão de Portugal à CEE
Autor: Miguel Mattos Chaves

Editora:
Almedina                                     
Tema:
Ciência Política
Ano:
2013
Livro de capa mole

ISBN 9789724053431 | 252 págs.
Peso: 0.404 Kg


Disponibilidade: 24h
Se encomendado até às 13.00h, o livro é expedido no próprio dia 
                       

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SINOPSE
Esta obra visa facultar ao leitor português uma descrição do processo de negociações de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia – processo ainda hoje desconhecido da esmaga
Resumir todo este acervo, ainda não tratado de forma legível e organizada, representou um esforço considerável de síntese, mas com este texto pretende-se também abrir pistas de investigação futura para outros especialistas, historiadores, economistas e/ou politólogos.
Paralelamente, é uma leitura do registo histórico, do que de mais importante se passou nas negociações de adesão, leitura essa que, por razões óbvias, adopta preferencialmente a perspectiva portuguesa. É, por isso, um contributo para se conhecer o processo negocial de adesão de Portugal às Comunidades Europeias, algo que mudou profundamente o Portugal contemporâneo e teve ramificações para as gerações vindouras.
dora maioria do público português –, dos principais factos ocorridos nas reuniões e de alguns dos principais dossiês das negociações que tiveram importância posterior na economia portuguesa. Essa descrição condensa os milhares de documentos originais consultados (mais de 30 000 páginas), os documentos das 27 reuniões ministeriais e de 30 reuniões a nível de suplentes.

 

15 julho 2015

EXPERIÊNCIA aliada às COMPETÊNCIAS ... um valor esquecido

REFLEXÃO sobre o CISMA GRISALHO criado pelo actual 1º Ministro
Num tempo em que se deitam fora, em Portugal e na Europa, COMPETÊNCIAS aliadas à EXPERIÊNCIA
deixo-vos um COMENTÁRIO, após o texto seguinte, sobre esta situação. (VER ponto 2)
Este episódio que tem passado na Internet, é uma homenagem a todos/as os/as que têm mais de 45 anos
1) Um jovem muito arrogante, que estava a assistir a um jogo de futebol, tomou para si a responsabilidade de explicar a um senhor já maduro, próximo dele, porque era impossível a alguém da velha geração entender esta geração.
Dizia o rapaz:
"Vocês cresceram num mundo diferente, um mundo quase primitivo!".
O estudante disse isto alto e e bom som de modo a que todos à volta pudessem ouvi-lo.
E prosseguiu:
"Nós, os jovens de hoje, crescemos com a Internet , com os telemóveis, a televisão, os aviões a jacto, as viagens espaciais, astronautas na Lua, naves a visitar Marte. Nós temos energia nuclear, carros eléctricos e a hidrogênio, computadores com grande capacidade de processamento e ....," - fez uma pausa para beber um gole de cerveja.
O senhor aproveitou o intervalo do gole para interromper a liturgia do estudante na sua ladainha e disse:
- Você está certo, meu caro. Nós não tivemos essas coisas quando éramos jovens porque estávamos ocupados em inventá-las. E você, um arrogante dos dias de hoje, o que é que está a fazer para deixar para a próxima geração?
*Foi aplaudido de pé, por todos os circunstantes !
2) MEU COMENTÁRIO:
Na década de 1980 surgiu nos EUA a moda dos YUPPIES (Young Urban Professionals). Estes caracterizavam-se por ser jovens (dos 20 aos 30 anos), licenciados. Foram chamados ao comando das empresas e todos os que tinham mais de 40 anos foram compulsivamente reformados e dados como inúties.
Esqueceram-se duas coisas fundamentais:
1) A Experiência, que só os anos trazem, não se aprende nas Universidades;
E esta é vital, sobretudo no que se refere à gestão de equipas de trabalho, ao enquadramento profissional que permita um desenvolvimento capaz das novas gerações, e ao evitar de erros graves oriundos da inexperiência normal de quem ainda viveu poucos anos profissionais;
2) Esta experiência e consequente saber fazer é fundamental para se fazer a transição harmoniosa entre gerações.
RESULTADO: os americanos são de adoptar modas, mas também se descartam delas com muita facilidade se percebem que estavam errados.
Assim em 1992, um jovem de 24 anos, procedeu a operações financeiras ruinosas que levaram o Banco Berings à falência.
Este Banco era considerado dos bancos mais sólidos e seguros do mundo.
Em resultado do escandalo que esta falência provocou, em 6 meses apenas, foram chamados,ao Activo, Todos os Quadros de mais de 45 anos que tinham sido mandados embora.
E desde 1993 que nos EUA para se ser Director de 1ª linha de empresas é necessário:
- Minimo de 15 anos de experiência profissional, após o terminus da Licenciatura; (+- 40 anos)
E desde 1993 que nos EUA para se ser Director Executivo de Topo ou Administrador é necessário:
- Minimo de 20 anos de experiência profissional, após o terminus da Licenciatura; (+- 45 anos)
e um Minimo de 5 anos como Director de 1ª Linha.
(Consultar sites dos Head Hunters de Nova Iorque, Boston, S. Francisco, Chicago, Dallas, Houston... etc... e sites de Universidades como: Harvard, Yale, UCCLA, Baltimore, etc...)
E em Portugal ?
A moda chegou nos anos de 1990, como sempre depois de outros.
E AINDA não foi abandonada!
É notável a incapacidade do nosso empresariado e dos nossos governantes.
Não é por mero acaso que em Portugal 95% das empresas são micro ou pequenas empresas.
Falta-lhes SABER FAZER aliado ao SABER SABER.
Por tal facto o seu crescimento, por falta de Visão e Competências comprovadas, nunca se dará.
E nas grandes em que seguiram a moda já bandonada dos EUA, cujo melhor exemplo é a PT, foi o que se viu.
Enfim ... deixo mais apreciações e mais comentários para quem os quiser fazer.
Apenas uma Nota final:
- Nos EUA, "país pobre e atrasado", menos experiência é igual a oferta de remuneração mais baixa;
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

13 julho 2015

o ACORDO - U.E. - GRÉCIA ....

Minhas amigas, meus amigos, prezados leitores,
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o ACORDO com a Grécia
...
Esta “solução” encontrada esta madrugada, penso ser muito deficiente e propicia o extremar de posições nos cidadãos dos diversos Estados....
...
Ao contrário dos nossos modestos “analistas” fico com a sensação de que se foi longe de mais na atitude de “encostar um Governo á parede”.
Tal facto nunca foi bom, na já longa história da Europa.
...
É, por outro lado, uma vitória incontestável da linha Federalista que defende uma Europa como Federação, que governará os diversos países centralmente.
Isto contra os que, como eu, defendem uma Europa de Cooperação Inter Estados, Inter Governos - a Europa das Nações.
...
Não é uma questão de esquerda ou direita.
...
Esta questão - Federação (Estados Unidos da Europa) ou Cooperação (A Europa das Nações Soberanas) - atravessa ambos os pólos e tem adeptos de cada linha da costrução europeia em ambos os quadrantes.
...
Sendo uma vitória para os defensores da linha Federal da Europa, creio que este “acordo”, a ser implementado, (falta a aprovação do Parlamento e dos Partidos Gregos) dará força aos protestos dos anti-europeístas, dos Eurocépticos e dos diversos extremos políticos dos diversos países.
...
Isto apesar de a União Europeia ter concedido uma reestruturação da dívida grega - alongamento do tempo para a pagar - e um novo financiamento de 86 mil milhões de euros à Grécia.
...
Mas a exigência pública (se tivesse ficado em privado seria melhor para este acordo) de em 3 dias mudar Leis internas parece-me excusado e é uma demonstração de força que me faz lembrar o acordo entre a Alemanha e os Aliados no final da 1ª Grande Guerra Mundial que acabou por provocar a 2ª Grande Guerra Mundial.
...
Na minha opinião, tal facto não é bom, e não augura nada de muito positivo no médio prazo.
Fico com a sensação de que se trata de uma "vitória de Pirro".
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Deus queira que me engane nesta minha análise.
Vamos ver.
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

08 julho 2015

Soluções para a presente Crise da União Europeia

As possíveis Soluções para a presente Crise da União Europeia
...
Dado o arrastamento do processo negocial, que já está para além do razoável deixo aqui três pistas:
...
Porque não pensarem numa de três situações:...
(A)- Estabelecimento de um mecanismo de compensação semelhante aos existentes dentro dos Estados que têm uma única moeda, como a Grã-Bretanha (de que Gales, a Escócia e a Irlanda do Norte fazem parte), reequilibrando centralmente os orçamentos das diversas Economias do Euro, se houver desequilíbrios nas mesmas?
...
(B) Estabelecer um novo mecanismo para o Euro, contemplando duas paridades reportadas a Economias fracas e a Economias fortes, possibilitando a cada grupo estabelecer a sua paridade face a outras moedas internacionais e assim manter as suas capacidades diferenciadas de concorrencialidade no sistema internacional?
….
(C) Estabelecer mecanismos de suspensão eventual do Euro num País, (de forma controlada - inserindo-o de novo no Sistema Monetário Europeu), que o deseje de forma a possibilitar a requalificação da sua economia?
...
Bom, dados os acontecimentos, não creio que os políticos europeus tenham capacidade para pensar estratégicamente nestas possibilidades, nem de admitir que o Euro é um erro colossal, (tal como foi concebido) pois estão demasiado apenas preocupados com o que diz a comunicação social do dia seguinte e porque não querem admitir o seu erro original.

Será que o medo de perderem eleições internas, ou seja a "política da mercearia" já supera a questão da perda do Bem Comum dos Cidadãos dos Vários Estados e as questões Geopolíticas e Geoestratégicas?
...
Vamos ver.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

06 julho 2015

E AGORA ?

U.E. - E AGORA? - A Continuação do Intervalo Negocial
….
1. Um pouco do caminho percorrido;
2. A crise actual e o Referendo Grego;
3. Possíveis cenários futuros.
.....
Já há alguns anos que escrevi sobre esta possibilidade, sobretudo a partir do Alargamento da então C.E. de 15 para 27 Membros alertando para a possível e mais que provável ingovernabilidade de um Bloco de Países Independentes com Estados Soberanos.

E esta dificuldade previsível, que aliás já estava patente mesmo a 15 membros, derivava e continua a resultar da natural divergência de opiniões e de diferentes visões do Mundo, dos seus Estados Membros e respectivos Governos e mesmo do posicionamento, cultura, história e costumes dos diversos Povos integrantes desses mesmos.

Na verdade o Continente Europeu é constituído por diversas Nações-Povos, com línguas diversas, com matizes religiosas (que embora tenham uma base comum) distintos, com uma história da sua evolução características e ambições próprias, dos quais a sua maioria atravessou uma história de mais de 1.000 anos de guerras entre uns e outros pela conquista de uma capacidade de auto-determinação e de auto-governo de forma a se livrarem do jugo dos outros.

Dito isto, seria de esperar das figuras principais que representam os diversos Povos e Estados, uma atitude de prudência e de realismo que tivessem em conta as diferenças em presença e os interesses próprios das diversas Nações e dos seus respectivos Estados, unindo-se no essencial mas mantendo uma autonomia que respeitasse cada um dos seus passados, história e ambições.
….
Ou seja unirem-se pelos seus mínimos denominadores comuns:
- A liberdade de circulação de pessoas;
- A liberdade de estabelecimento;
- A liberdade de circulação dos capitais;
- A liberdade de prestação de serviços;
- A constituição de uma União Aduaneira;
Que levassem ao estabelecimento do Mercado Comum.
….
Sobre estes princípios existia uma quase unanimidade de vontades entre dirigentes e povos europeus, expressa desde o Congresso de Haia de 1948 que reuniu cerca de 800 das mais ilustres personalidades de diversos países, entre as quais alguns portugueses, como o Embaixador Ruy Teixeira Guerra.
….
Ora nessa altura a corrente minoritária constituída pelos que queriam ver implantada uma Confederação ou Federação de Estados na Europa Ocidental, (dado que os países de Leste estavam na prática ocupados pela então URSS) quis avançar nessa direcção provocando uma primeira divisão política no seu seio.

E por causa deste tema (o Modelo de Organização) a Europa Ocidental dividiu-se em três Blocos:
….
1- Os que avançaram para a constituição de uma Comunidade Federal: a CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, em que as matérias-primas –Carvão e Aço – passavam a ser governadas a partir de um Poder Central Supranacional e anunciaram querer avançar para uma Comunidade caracterizada por uma Pauta Aduaneira Comum, isto é que coartava de alguma maneira os direitos de cada País-Membro de aplicar os direitos de importação que entendessem nas suas relações comerciais com o resto do Mundo;

Estiveram nesta caso, a França que sonhava conduzir a Europa, mantendo a Alemanha num bloco que a inibisse de “novas aventuras”, os países do Benelux – Bélgica, Holanda e Luxemburgo, e a Itália.

- Os que rejeitando este modelo, avançaram para uma Comunidade Intergovernamental, a EFTA-AECL – Associação Europeia de Comércio Livre, que pretendia criar um espaço voluntário de comércio livre entre si, baixando as barreiras fiscais ou de trânsito de mercadorias industriais entre si, deixando a cada Estado a liberdade restante de decisão sobre todos os outros campos;

Estiveram nesse caso a Inglaterra, Portugal, (cabeças de vastos Impérios de projecção Mundial), a Dinamarca, a Suécia, a Áustria, a neutral Suíça (que ainda hoje continua a rejeitar pertencer à U.Europeia por decisão em Referendo do seu Povo), e a Noruega (que ainda hoje continua a rejeitar pertencer à U.Europeia por decisão em Referendo do seu Povo), que rejeitavam a possibilidade de integrar um Bloco onde as suas respectivas Soberanias de Estado e Independência como Nações, fossem postas em causa.
….
- Os que sendo rejeitados, ou que rejeitaram integrar qualquer destes blocos, decidiram permanecer apenas na O.C.D.E. – (bloco donde partiram os dois movimentos acima descritos);

Verificou-se na sequência dos acontecimentos que afinal a então prevista CEE – Comunidade Económica Europeia, plasmada no Tratado de Roma (que se juntaria em termos de iniciativa, à primeira comunidade – a CECA), ao contrário das suspeitas iniciais dos países (dos 2º e 3º Blocos acima descritos), era afinal uma organização que respeitaria a Soberania dos Estados-membros e as Independências das suas respectivas Nações-Povos.

Isto é que pretendia ser uma Organização de Cooperação Económica e um Espaço de Liberdade (nos que respeita às Liberdades acima enunciadas) e não uma Organização de Integração/Federal.

Ou seja que as Políticas Orçamental, Câmbial e Fiscal se manteriam na esfera dos Estados-membros, que as Políticas Principais que caraterizam um Estado Soberano (Política Externa, de Defesa, de Segurança, de Justiça e Assuntos Internos) não seriam objecto de Integração/Federalização.

Isto provocou, com excepção da Noruega e da Suíça, um movimento de opinião que ía no sentido de se constituir, (nos moldes do Tratado de Roma – cooperação Intergovernos – interEstados) uma única Organização Europeia, de forma a fortalecer a Europa Ocidental da ameaça oriunda do Inimigo Comum de então: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), dominada pela Rússia Comunista.

E tudo correu bem até ao Tratado de Maastricht de 1992.

Aí aprofundaram-se divisões, ainda que com a assinatura dos representantes dos diversos Povos/Nações.
E o quadro que se gerou a partir daí com a colação dos temas do Coração das Soberanias, (Política Externa, de Defesa, de Assuntos Internos) e com a chamada á Integração das Políticas Monetárias, Câmbial e, embora disfarçada, parte da Política Fiscal, foi um quadro de futuro incerto e de divisão, que persiste até hoje e que está agravado com a presente crise Grega.
….
Isto porque maioritáriamente tudo foi feito nas costas dos Povos/Nações, por dirigentes/representantes que, ao contrário da geração fundadora, eram (e são) menos capazes e de menor qualidade e que, à viva força, queriam ser “originais” e entrar para os anais da “história” por qualquer coisa e a qualquer preço, mesmo passando por cima e ignorando tudo o acima exposto.
….
Por outro lado com o progressivo alargamento do número de Estados-membros verificou-se que a organização entrava num ciclo que favoreceria os Estados mais Fortes, do ponto de vista económico, financeiro e de defesa.

Porquê?
Porque num bloco mais pequeno é mais fácil conciliar interesses, dada a menor dispersão dos mesmos, dada a menor dispersão geográfica e de interesses geopolíticos e geoestratégicos.
É também mais fácil, dados os menores custos financeiros envolvidos, resolver questões financeiras e económicas.

E logo começaram as lutas de Poder entre mesmo as Instituições criadas:
- O Conselho Europeu, onde se reúnem os Chefes de Estado e de Governos Eleitos nos Estados-membros;
- A Comissão Europeia, escolhida pelos Governos dos Estados-membros;
- O Parlamento Europeu, onde Deputados eleitos por cada Povo de cada Estado-membro, integram partidos Transnacionais que se querem independentes dos Povos que os elegeram.

E estas lutas e incongruências têm levado a mais discussões internas sobre assuntos menores do que à solução de assuntos relevantes, como é o caso da actual crise que afecta um dos Estados-membro e seu respectivo Povo.

E agora, com esta crise, fica a nu a terceira causa da confusão instalada e a falta de qualidade da Organização que adoptou mais recentemente o nome de União Europeia:
- a sua construção feita nas costas dos Povos/Nações, que nela estão representadas pelos ocupantes do Poder dos Estados Soberanos.

E logo os representantes acima citados se apressam a condenar que um dos Governos, com assento no Conselho Europeu, que representam bem ou mal (a decisão é de outro Povo que não o meu) queira Ouvir o seu Povo/Nação sobre qual o caminho a tomar no futuro, dado que qualquer que seja o caminho escolhido este irá afectar todo e qualquer cidadão do seu País.

Um pequeno parêntesis: Sendo eu de Direita Conservador, só tenho pena que o Governo de Portugal:
- em 1992 não tenha colocado o Tratado de Maastricht a Referendo;
- em 1998 não tenha feito um Referendo à entrada ou não de Portugal na Moeda Única;
….
2.- E que agora, para fúria de muitos “democratas”, haja um Governo que ponha a Referendo uma matéria que tem iguais ou mais graves implicações para a vida das pessoas que os elegeram e para a vida dos que neles não votaram.

Bom com um resultado de 61% de rejeição do programa até aqui seguido na Grécia pelos Governos do Pasok (PS) e da Nova Democracia (CDS-PSD) e pela Comissão Durão Barroso da UE, e o FMI da Srª Lagarde, temos agora um agravamento da Crise e do Impasse negocial.
....
Os Gregos, os Cidadãos Gregos (e não apenas o seu governo) disseram que querem a União Europeia mas não nestes moldes.
...
O Euro foi mal desenhado, mal construído, e servia apenas o sistema financeiro. Disse-o em 1998 e em 1999.
Hoje TODOS os economistas, mesmos os avençados pelo sistema financeiro, a Academia, e outros sectores o reconhecem.
...
Porque não pensarem numa de duas situações:
(A) Estabelecimento de mecanismos de compensação existentes dentro dos Estados que têm uma única moeda, (como a Grã-Bretanha de que Gales, a Escócia e a Irlanda do Norte fazem parte), reequilibrando centralmente o seus respectivos orçamentos se houver desequilíbrios nas mesmas?
...
(B) Estabelecer um novo mecanismo para o Euro, contemplando duas paridades reportadas a Economias fracas e a Economias fortes, possibilitando a cada grupo estabelecer a sua paridade face a outras moedas internacionais e assim manter as suas capacidades diferenciadas de concorrencialidade no sistema internacional?
....
(C) Estabelecer mecanismos de suspensão eventual do Euro num País, (de forma controlada - inserindo-o de novo no Sistema Monetário Europeu), que o deseje de forma a possibilitar a respectiva requalificação da respectiva economia?
...
Bom não creio que os políticos europeus tenham capacidade para pensar estratégicamente nestas possibilidades, nem de admitir que o Euro é um erro colossal, (tal como foi concebido) pois estão demasiado apenas preocupados com o que diz a comunicação social do dia seguinte e porque não querem admitir o seu erro original.
....
Pelo meio deste quadro, de que continuo a aguardar com toda a calma o seu desfecho, tenho duas constatações a fazer:

- O quadro actual, por incapacidade e falta de qualidade da maioria dos dirigentes europeus, é grave, tanto para a União Europeia porque foi longe de mais na Integração/Federação e na pretensão de “mandar” em cada país por de cima das vontades dos Povos de cada País;

- Como para os Gregos, embora creia que (contra as aparências de conjuntura) será menos grave para estes, porque nem os EUA, nem a Rússia, nem a China, deixarão de tentar aproveitar uma eventual saída do Euro para puxar para uma Aliança Económica e Política este país do Sul da Europa.

De qualquer das formas, estes factores agora visíveis na União Europeia, são de tal monta que, seja qual for o resultado final desta crise, nada ficará na mesma.
...
E, neste caso, o mérito vai para os Gregos pois a actual deriva federalista da União não prefigurava nada de bom para o seu futuro e também foi isso que a População Grega recusou ao não querer mais acatar as ordens de Bruxelas-Berlim.

Veremos!

3. - Como tenho dito em anteriores artigos:
(A) - Ou começa a haver Bom Senso e Sentido de Estado, para além de ser necessária uma Visão Estratégica, que até agora não existe;

(B) - Ou começa a haver um Recuo nas Competências e Poderes da União Europeia, em direcção ao estabelecido no Tratado Fundador – o Tratado de Roma – em favor dos Estados-membros;

OU a União Europeia dissolver-se-á dando origem a Novos Blocos ou Organizações, com base nos Eixos:
- Paris-Bona-Varsóvia, com eventual inclusão de Moscovo;
- Londres-Washington-Madrid, com eventual inclusão de Lisboa.
E outros que não consigo, de momento, visualizar.

Por mim, vou observar, como sempre o faço, com muito interesse a evolução dos acontecimentos, sem me excitar demasiado com o dia-a-dia de um processo de Negociação Política que, como é típico de qualquer processo em que qualquer das partes DRAMATIZA demasiado as suas posições, - e aqui não há inocentes – torna o desfecho difícil de prever, pois só os próprios intervenientes conhecem em detalhe o que está em causa.
,,,
Aguardemos pois com calma e sem as declarações lamentáveis com que o Governo e a Oposição nos têm brindado.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves