12 fevereiro 2015

3)- A Lusofonia é sem dúvida um dos grandes Legados que Portugal deixa... à Humanidade. O quê que é preciso ser feito?

REFLEXÕES sobre o ESTADO da NAÇÃO – Janeiro de 2015
(3ª PARTE - resposta à questão nº 3)
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Vejamos por fim a 3ª pergunta e a minha resposta possível nesta altura.

3)- A Lusofonia é sem dúvida um dos grandes Legados que Portugal deixa... à Humanidade. O quê que é preciso ser feito?
Já o escrevi por diversas vezes de há 20 anos para cá, pelo menos.

Situemos então o problema na questão do Sistema Internacional e que o papel da CPLP poderia e deveria desempenhar.
Na verdade o Mundo Global que vivemos implica que saibamos (nós os membros da Lusofonia e da CPLP) que o confronto entre potências mundiais continua (Federação Russa e EUA), ou directamente ou através dos seus aliados preferenciais (Países ou Blocos), para além das ameaças prefiguradas pelos extremismos Islâmicos e pela situação do conflito Israelo-Palestiniano sem fim à vista.
Vidé os casos da Ucrânia e da Venezuela, que ainda estão LONGE do seu términus.
As suas presentes crises internas estão ainda longe de uma definição duradoura de Poder, que os leve a uma Paz duradoura.

Ora na verdade é necessário que os novos proto-pólos mundiais como:
- o Brasil, a India, a China e a África do Sul se assumam conscientemente como tal, para tentarem influir na construção de um Novo Equilíbrio Mundial.
Na verdade têm progressivamente adquirido a consciência de que têm que exercer, de forma afirmativa, o seu novo papel no Sistema Internacional, de forma a tentar o tal Novo Equilíbrio.

No caso do Brasil o Presidente Henrique Cardoso foi o primeiro a interiorizar que o Brasil não tem que se confinar a um “aparente destino” de ser apenas uma Potência Regional, tal como até aí acontecia no topo dos destinos da Nação Irmã.
Ora, na minha modesta opinião, o Brasil e Portugal, bem como Angola, Moçambique e todos os outros países de língua oficial portuguesa, têm à sua disposição um novo instrumento que poderá ser de afirmação internacional.
Só que não o têm visto como tal: refiro-me naturalmente à CPLP.

Mas para isso será necessário que TODOS os integrantes deste bloco percebam e interiorizem que este instrumento é fundamental para Todos e que avancem para o seu aprofundamento.
Isto é, a sua extensão para as áreas de Defesa Comum, da Segurança, da Economia e Finanças e de concertação estratégica a nível de uma Política Externa baseada em Mínimos Denominadores Comuns que permitam a sua afirmação como actor internacional.

Para isso é necessário, em primeiro lugar que os Governos dos Países deste espaço o interiorizem, isto é que os Poderes Políticos desses países, percebam que uma Comunidade assim construída pode potenciar a importância relativa do Bloco e em consequência dos seus integrantes, com evidentes benefícios potenciais para todos.
Isto, sem prejuízo de se inserirem noutros Blocos (A.S.E.A.N., U.E, N.A.F.T.A., etc…) que mais convenha aos seus interesses.

Mas tendo a Noção Clara que:
(1) Se o fizerem (o aprofundamento da CPLP no Modelo que defendo) serão parte de um espaço Geopolítico e Geostratégico importantíssimo.
(2) Se o souberem fazer, serão a um tempo: a) Embaixadores das suas Alianças Regionais junto da CPLP e b) Embaixadores da CPLP junto desses espaços, com os benefícios e sinergias daí resultantes.

Seguindo a reflexão e clarificando um pouco o que atrás escrevi gostaria de deixar á vossa Reflexão mais os seguintes pontos:
(1) A independência das Nações consegue-se, como o venho dizendo há alguns anos, por vários factores dentre os quais destaco a Diversificação de Dependências Externas;
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(2) Nessa linha de raciocínio o simples facto de se aprofundar esta aliança, ainda embrionária, proporcionaria a todos os Estados Integrantes uma alternativa de dependência externa face a outros blocos;
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(3) Trata-se de uma Comunidade com cerca de 250 milhões de pessoas, espalhadas por 5 Continentes (Europa, África Ocidental e Oriental, América do Sul, Ásia e Oceânia) e 3 Oceanos (Atlântico, Pacífico e Indico); ou seja um Espaço Mundial;
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(4) Tem como factor comum a Língua e uma História de mais de 400 anos, com as memórias comuns daí advenientes nos povos que habitam esses Estados;
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(5) São, todos eles, Estados com "territórios" de Mar apreciáveis, alguns deles com recursos apreciáveis; tal facto podia proporcionar sinergias e cooperação em termos de uma política de Mar, aproveitando as Auto-Estradas Marítimas que este factor proporciona;
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(6) Poderia começar-se pela introdução prática de 4 liberdades: Liberdade de circulação de pessoas, de bens, de capitais e Liberdade de Estabelecimento e pela constituição de um Mercado Comum para os produtos agrícolas e industriais;
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(7) Deveria no seu seio ser concertada uma acção de Política Externa Comum (salvaguardados as pertenças de que anteontem falei) que levasse este bloco a ter posições comuns face aos acontecimentos mais graves, nos fora internacionais, o que provocaria um Novo Equilíbrio Internacional.
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(8) Quando os nossos Embaixadores (dos vários países) falam actualmente em algumas Organizações Internacionais, representam Um País.
Se representassem oito países com a implantação referida acima, a sua importância e a importância das suas palavras seria, de facto, no jogo do Poder Mundial, diferente porque mais poderosa.

Mais se poderia dizer sobre estes três temas, mas o que reputo de essencial ficou dito e deixo à vossa reflexão.
Muito obrigado pelas perguntas que me fizeram.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)
pela Universidade Católica

2. Faz sentido continuarmos no Euro, ou seria mais razoável um regre...sso ao Escudo ou a criação de uma nova moeda?

REFLEXÕES sobre o ESTADO da NAÇÃO – Janeiro de 2015
(2ª PARTE - resposta à questão nº 2)
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Vejamos então a 2ª pergunta e a minha resposta possível nesta altura.
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2. Faz sentido continuarmos no Euro, ou seria mais razoável um regre...sso ao Escudo ou a criação de uma nova moeda?
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RESPOSTA
Clarificando desde já esta questão direi que uma União Monetária faz-se pela fixação de taxas de câmbio fixas e irrevogáveis, não sendo necessária a adopção de uma Moeda Única, ao contrário do que uma minoria, activa e forte em meios de comunicação, nos quis fazer crer.

Ao se entrar numa União Monetária, aprofundada pela existência de uma Única Moeda, está-se a retirar aos Estados a sua capacidade de gerir a sua própria política monetária, cambial e orçamental que são instrumentos fundamentais para a gestão da economia e finanças públicas.

Este facto que afecta decisivamente a governação por parte do Estado Nacional - da Nação que este representa - pela sua importância deveria ter sido exposto aos portugueses e aprovado ou rejeitado, pelos mesmos, em referendo.
Ao contrário foi negociado nas costas da Nação e Imposto como a solução salvadora.

Um único sector foi, e continua a ser, claramente favorecido por uma união deste tipo: o sector bancário, por razões que todos sabem.

Na altura tentei alertar as pessoas para estes perigos. Não fui, nem eu nem os muitos portugueses que tinham e mantêm esta posição, ouvido.
Aí têm os resultados sem mais comentários.
Mas esta não é uma questão fechada.
É bom esclarecer que se um País sair do Euro, pode permanecer na União Europeia a exemplo dos 17 países que não adoptaram a Moeda única e que permanecem na organização.

Temos uma Economia fraca, em comparação com a maioria dos nossos parceiros do Euro.
Ora um país com uma economia fraca ter uma moeda forte pareceu-me, e continua a parecer-me, um contrassenso agravado pelo facto de não termos uma política monetária, cambial e orçamental autónoma.

Os países da UE que estão fora do Euro continuam a permanecer num sistema de “serpente monetária” com flutuações controladas das suas moedas e que me conste não pretendem integrar o euro, na sua maioria.
Por de cima deste facto, não me consta que tenham sido muito afectados pela presente crise internacional. (consultar por favor o Eurostat).

Penso que este assunto devia ser levado à consideração da Nação, em Referendo organizado e livre, (já devia ter sido organizado antes da entrada) para que as várias visões sobre o assunto sejam expostas de forma estruturada e séria, pois não existe um única solução e alternativa, ao contrário do que os Economistas e Comentadores do Regime, (avençados pelo sistema financeiro), têm feito crer.

Existem pelo menos três posições a discutir:
1- A manutenção no euro;
2- A saída do euro, restauração do Escudo e regresso á “serpente monetária”, mantendo-se Portugal na União Europeia;
3- Saída do euro e da união europeia.
Porque é que não foi feita esta séria discussão em Portugal?
Talvez o caso BES e outros semelhantes dêem alguma pista ao leitor e ajudem a explicar a razão de não se discutir abertamente este tema.

Nos meios de comunicação apenas o Prof. Doutor João Ferreira do Amaral tem tido voz.
Mas existem muitos mais que poderiam dissertar sobre o tema e com mais detalhe.
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Uma coisa é certa: os custos de entrada foram grosseiramente falsificados.
Pequenos exemplos: a vulgar “bica” passou em 24 horas de 50 escudos para 50 cêntimos, ou seja 100 escudos; as rendas médias de casas passaram em apenas dois anos, de 5.000$00/10.000$00 para 500/1.000 euros, ou seja 100.000$00/ a 200.000$00, etc.. etc…
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O insuspeito Times há uns meses publicou um estudo em que relatava que a entrada no euro tinha acarretado para os países do Sul, Portugal incluído, uma perda de cerca de 300% no poder de aquisição das famílias.

Posto isto, o Euro não é um desígnio nacional, muito menos uma obrigação jurídica.
Na minha opinião, é um instrumento financeiro que deve ser utilizado enquanto for conveniente a Portugal.
Veremos, a prazo, qual a sua evolução e qual a taxa de empobrecimento ou enriquecimento que ele trará aos cidadãos.
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Uma coisa é certa: sem o Euro, teríamos atravessado esta crise financeira internacional com mais á vontade e sem tantos sacrifícios, pois com uma moeda mais fraca as nossas exportações teriam sido algo superiores ao verificado e com alguma inflação induzida a nossa dívida soberana real teria sido diminuída e mais fácil de pagar.
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Prudência é portanto a palavra-chave para esta questão.
Discussão pública e democrática, é o mínimo exigível e infelizmente, isso não tem, mais uma vez, acontecido.
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Ora sendo um tema muito importante pergunto:
- Estamos ou não num sistema democrático?
Se estamos... as questões que envolvam a Interdependência do País e a Soberania do nosso Estado, emanado da Nação, devem ser submetidas aos Portugueses.
Se na realidade não estamos, num sistema democrático, então PS e PSD têm feito bem e então está tudo bem.

Pela minha parte:
Pretendo que Portugal se mantenha na União Europeia, num Modelo de Poder Intergovernamental, isto é numa Europa das Nações em que as Soberanias de Todos os países, sejam respeitadas.
Rejeito liminarmente a construção de uma Federação com a constituição de um Estado que se sobreponha ao Estado Português.
Não quero que Portugal seja o Mississipi (Estado mais pobre dos EUA) da União Europeia.
Quanto ao Euro, fui contra a entrada de Portugal. Neste momento defendo uma reflexão séria sobre o assunto e se for de sair, que se saía de forma Negociada e Organizada, regressando Portugal à "serpente monetária".
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(CONTINUA)
fica por responder a 3ª Pergunta que me foi feita e que dentro de um ou dois dias o farei. Ou seja a pergunta - A Lusofonia é sem dúvida um dos grandes Legados que Portugal deixa à Humanidade. O quê que é preciso ser feito?
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

05 fevereiro 2015

1)- Porque é que em 40 anos de Democracia, já estivemos sob assistência internacional por 3 vezes?

Várias pessoas se me têm dirigido com questões sobre diversos temas importantes.
Em primeiro lugar quero agradecer as perguntas e o interesse das pessoas pelas minhas op...iniões. É, para mim, um incentivo a continuar na defesa dos interesses nacionais.
Passarei hoje a responder a três delas por me parecerem de interesse para a actualidade nacional dado o quadro internacional vigente.
Duas delas são sobre temas Económico-financeiros e uma terceira sobre Política Externa e Estratégia de Estado.

Passemos então às perguntas que me foram endereçadas e ás minhas necessáriamente breves e resumidas respostas:
1)- Porque é que em 40 anos de Democracia, já estivemos sob assistência internacional por 3 vezes?
2)- Faz sentido continuarmos no Euro, ou seria mais razoável um regresso ao Escudo ou a criação de uma nova moeda?
3)- A Lusofonia é sem dúvida um grande Legado que Portugal deixa à Humanidade. O que é preciso ser feito?

HOJE responderei à primeira das questões, e em dias seguintes responderei às outras duas para não tornar este texto demasiado longo.
Assim, quanto à primeira questão do porquê de em 40 anos de Democracia termos tido por três vezes a assistência internacional, tal facto deve-se, na minha opinião, a vários factores uns de carácter interno e outros de carácter externo.

No que se refere aos factores externos temos a instabilidade dos mercados petrolíferos (combustíveis e energia) que pesam bastante na nossa Balança de Pagamentos e na nossa Balança de Transações, factor que é praticamente comum às três crises.

Por outro lado, a Desregulação do Sistema Financeiro que se deu na década de 1980, proporcionou uma situação em que foi mais rentável para a Banca explorar as oportunidades e rendimentos de risco dos mercados financeiros (Bolsas) do que ajudar a fomentar o crescimento económico e o emprego daí derivado,

Em terceiro lugar, e ainda no que toca aos factores externos, direi que a União Europeia quis ser o “paladino” da globalização dos mercados e foi no seio da OMC (negociações do GATT) longe de mais na liberalização das trocas. Por força dos interesses de países vendedores de equipamentos (Reino Unido e Alemanha sobretudo) abriu as suas fronteiras pautais a produtos manufacturados em países cujos salários, e outros custos de produção, são manifestamente desiguais face ao modelo de sociedade ocidental.
Acresce que este factor provocou uma crescente deslocalização da indústria europeia para esses países, atraída pelo menor custo de produção e pela liberdade de exportar os seus bens para a Europa, com preços muito mais baixos do que quando os produziam no continente europeu.

Ou seja, com esta filosofia errada e radical de tudo liberalizar - sem cuidar de perceber quais seriam as consequências para:
- o emprego europeu,
- para a criação de riqueza europeia;
sem cuidar de saber quais as condições humanas vigentes nesses países extra-europeus (salários, condições de trabalho, horários e bem-estar) para os produtores dos produtos - destruiu-se progressivamente a indústria europeia e destruiu-se boa parte dos empregos estruturais e consequentemente o bem-estar que estes proporcionavam aos europeus.

Ao nível interno português.
Destaco em primeiro lugar a parafernália de promessas de um “el dourado” que o novo regime, saído do 25 de Abril de 1974, prometeu que iria proporcionar aos portugueses, sem cuidar de perceber qual seria a sustentabilidade das mesmas;
Passou a haver um foco em Direitos e esqueceram-se os Deveres.

Em segundo lugar com o PREC (1974-1976) destruiu-se o pouco que havia dos grupos industriais fortes portugueses, permitindo-se a sua nacionalização, o que acarretou perdas de produtividade, organização, planeamento, direcção prudente, o que nos fez retroceder 20 a 30 anos nos índices económicos e desprotegeu o país face ao exterior.

Em terceiro lugar tudo isto provocou uma fuga enorme de capitais do país por falta de confiança dos investidores.
E, a prazo, provocou, com a tal desregulação de fronteiras pautais, a progressiva deslocalização de empresas multinacionais, que até aí tinham investido em Portugal, para outros países - quer ao nível de construção e instalação de unidades industriais, quer ao nível do emprego proporcionado.

Em quarto lugar, com a miragem da, então CEE, para onde íam apenas 25% das nossas exportações em 1973, (o que era razoável em termos de risco), os nossos empresários passaram a eleger a CEE como nosso principal destino, passando as nossas exportações a significar (para esses países) cerca de 78% das nossas exportações, o que se veio a revelar fatal, como agora se verificou com a presente crise.
Isto porque nos mercados europeus o factor em que se jogou foi o preço dos bens e serviços e não o seu valor acrescentado.

Em quinto lugar, (a ordem dos factores é arbitrária) entregou-se o Ultramar Português à esfera Soviética, numa altura em que o Mundo estava Bipolarizado, e com isso enfraqueceu-se Portugal, e o seu tecido económico (pela perda súbita de mercados de exportação e de abastecimento de matérias-primas não sujeitas a cotações internacionais), para além de se terem destruído as vidas de mais de 800 mil pessoas que levaram os 10/20 anos seguintes a tentar refazê-las.

Por último, tal como aconteceu com o Ouro do Brasil, deixámos entrar dinheiro no País oriundo da CEE/UE de qualquer forma, com controlos de aplicação reduzidos ou errados.
Houve um deslumbramento da classe política que a troco de promessas fáceis, deu ao país rotundas, auto-estradas, fontanários, pavilhões gimnodesportivos em aldeias, etc… em vez de se canalizar esse dinheiro para a reestruturação da indústria, das pescas (vendidas a Espanha) e da agricultura (vendida a França). Em futuro artigo explicarei melhor este assunto.

Pelo contrário, ao aceitar cegamente tudo o que era originado em Bruxelas, (até se chegou a pagar aos agricultores para não produzirem, aos armadores de pesca para venderem as suas embarcações, deixando a indústria desprotegida e por reestruturar) promoveu-se a desestruturação da produção e dos hábitos de trabalho.
Com estas atitudes destruíram-se empregos estruturais na nossa economia, que dificilmente voltarão a ser proporcionados.
E chegou-se a esta situação de desnorte e de empobrecimento por desnorte e impreparação da classe política e falta de uma visão de Estratégia Nacional. .

(CONTINUA).
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

02 fevereiro 2015

o JOGO de PODER na Europa ... as Dívidas e a Austeridade

REFLEXÃO
o JOGO do PODER na Europa ... as Dívidas e a Austeridade
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Tenho assistido, pouco nas televisões portuguesas muito na TV5 de França, na CNN, na BBC... e outras, a debates sobre a nova situação política despoletada pelas eleições gregas.
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Uma nota de explicação: não tenho ligado muito às TV's portuguesas dado serem sempre os mesmos avençados a falar e a debitar, não a realidade, mas aquilo que querem eles próprios, o que sendo legitimo, é pobre.
Mas detêm o monopólio de falar e eu sinto-me no direito de deixar de os ouvir face à pouca credibilidade que me oferecem (salvo raras e honrosas excepções como é o caso do Prof. Doutor Adriano Moreira).
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Da análises do que se tem passado desde as eleições gregas, sou levado a traçar um quadro que, creio, retratar a realidade.
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Vejamos então, em breves linhas para não maçar os meus amigos e leitores, o que se passa na realidade. E, para mim, o que se passa é: NEGOCIAÇÃO.
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Passo a explicar porque digo isto:
a) quando se quer negociar algo, ambos (credores e devedores) partem, para as mesmas, com uma estratégia negocial anteriormente estudada Isto é, traçam objectivos, e estudam argumentos a dirimir e planeiam acções a tomar para os atingir.
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b) ambas as partes sabem, ou deviam saber, que as posições negociais têm que ser Fortes. Isto é as posições de partida a tomar tem que exigir o máximo para atingir os objectivos, mesmo sabendo que os acordos finais se situarão algures a meio das posições e exigências de ambas as partes.
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do lado da GRÉCIA
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Posto isto, a Grécia propôs-se, na minha opinião, atingir os seguintes objectivos qualitativos e quantitativos:
No PLANO EXTERNO:
1) Diminuir a Dívida Soberana Grega, isto é conseguir baixar a dívida dos 300 mil milhões para um patamar mais baixo; (os Juros da Grécia são bastante abaixo dos pagos por Portugal e por isso não são grande fonte de negociação);
2) Obrigar a União Europeia a mudar a sua política de pura e dura austeridade para uma política de desenvolvimento com investimentos destinados a esse fim.
3) acabar com o diálogo entre um Estado Soberano e funcionários de 3ª classe da UE, FMI e BCE, levando estas organizações a dialogarem com a Grécia ao mais alto nível político de decisão.
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No PLANO INTERNO
1) Aliviar a austeridade que pesa sobre o Povo Grego e devolver-lhe algum Poder de Compra e criar condições para a criar Emprego aos mais necessitados e afectados.
2) Por na ordem a "cleptocracia interna" acantonada no PASOK (PS Grego) que dominou e roubou o País durante anos, levando-o a esta situação, com a cumplicidade do Poder do Sistema Financeiro Grego e Internacional e que levou a situações graves de corrupção do Poder em favor dessa "cleptocracia" e em prejuízo da Nação Grega.
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Na minha opinião, estes objectivos são totalmente legítimos e diria mais: São uma Obrigação do qualquer Governo de qualquer Nação.
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Do lado da UNIÃO EUROPEIA
- apanhada QUASE de surpresa, tem mostrado igualmente os seus objectivos, dentro dos princípios de inicio de uma negociação a que não está habituada:
1) Manter a todo o custo as exigências de pagamento de toda a dívida ao BCE, UE e FMI;
2) Evitar a queda e o fim do euro e da própria UE;
3) Manter, dada a sua visão actual, as exigências de austeridade sobre a Grécia, Portugal, Itália, Espanha e Irlanda e evitar a "contaminação" que leve a mudanças radicais da sua actual política imposta pelos países do Norte Europeu liderados pela Alemanha.
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Sou levado a dizer que estes objectivos são legítimos, também, embora, na minha opinião, politicamente falando estejam errados, isto se se quer construir um Bloco de Países forte e coeso de União entre Nações Soberanas..
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E assim a GRÉCIA começa por:
- ameaçar através de sinais, que pode romper as negociações; (medidas internas)
- ameaçar através de sinais, que pode celebrar em caso de falhanço, uma aliança com a Rússia (recepção em 1º lugar ao Embaixador Russo) ou mesmo com os EUA (conversas telefónicas entre o 1º Ministro e o Presidente Obama) se a UE não quiser renegociar;
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para passar, dias depois, a dar sinais de que pretende re/negociar..
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Isto é:
primeiro adoptou uma Posição de força total, com os objectivos anunciados:
para passar a adoptar uma posição de maior abertura a re/negociar.
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Da União Europeia:
- atitude de prudência mas firmeza.
Isto é, não "agride" o novo Governo e mostra disponibilidade para conversar;
e traça a sua posição na manutenção das exigências.
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Uma pequena nota para lamentar a posição do 1º Ministro Português, a todos os títulos lamentável e comprovativa de que não tem o menor Sentido de Estado nem envergadura pessoal nem política para ocupar tão importante posto de poder. Foi uma voz dissonante em TODA a Europa, que me envergonha enquanto Português.. Simplesmente lamentável.
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E, traçado este quadro, a minha opinião é que temos pela frente meses interessantes de Negociação Política (e não apenas técnica como até aqui foi tratado o tema da austeridade dos países do Sul e Sudoeste da Europa) o que é, para mim positivo e poderá corrigir erros de trajectória da União Europeia.
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DOIS CENÁRIOS (resultados) se poderão verificar, na minha opinião:
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1º CENÁRIO:
SE ... ambos se mantiverem irredutíveis, o quadro será o fim do euro e, possivelmente da própria UE (uma coisa não tem necessáriamente que arrastar a outra), com a consequente reformulação do quadro de alianças entre países no Continente Europeu que poderá dar origem a dois ou mais blocos:
Uma possibilidade que levanto é a da formação de um eixo Atenas-Moscovo, com a agregação de alguns países periféricos dessa zona; um eixo Paris-Bona -Helsínquia-Estocolmo; e o reforço do eixo Londres- Washington com algumas adesões.
Ganhos eleitorais e vitórias de Partidos extremistas em França, Inglaterra, Holanda, Espanha e outros.
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2º CENÁRIO:
SE .. houver acordo, (e um acordo implica cedências de ambas as partes para encontrarem um denominador comum que deixe ambas as partes in/satisfeitas por igual ou aproximado), toda a UE (inclusive a Grécia) ganhará se isso significar que à política de austeridade der lugar a uma política de desenvolvimento.
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COMENTÁRIOS FINAIS:
Posso prever, com algum grau de forte probabilidade de acontecer, em caso de sucesso das re/negociações:
- UM GANHO para TODA a Europa do Sul:
Isto é, nada ficará como dantes e estas Negociações "forçarão" a concessões por parte da "linha dura" da UE, e dos seus "criados" como é o caso do lamentável Sr. 1º Ministro Português.
pena que tenha sido a extrema-esquerda da Grécia a despoletar este processo e não a Direita dos diversos países europeus.
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Espero assim que os dirigentes europeus (Gregos incluídos) que contam (infelizmente os nossos com esta posição tomada pelo 1º Ministro, não contam para nada) sejam responsáveis e sigam outro caminho que proporcione bem-estar aos diversos Povos Europeus e abandonem o caminho, errado, até aqui seguido.
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Partilho, esta minha reflexão, para vossa reflexão.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Militante do CDS-PP

28 janeiro 2015

RENEGOCIAÇÃO da DÍVIDA SOBERANA - o que é

A RENEGOCIAÇÃO da DÍVIDA SOBERANA
(78 mil milhões de euros + Juros - 4,5% do PIB actual)

Volto a lembrar o que propus em 2012 e que Economistas Internacionais vêm, quase, dizer o mesmo e que Várias personalidades vieram dizer, entre as qua...is o Prof Doutor Adriano Moreira e Dr. Bagão Félix, além de outros.
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O Sr. 1º Ministro veio dizer, que pretender renegociar a Dívida era enviar um sinal errado aos mercados.
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Porque percebo que o Sr. 1º Ministro não sabe do que fala, (se não, não falava desta forma, o que não me surpreende dada a sua falta de experiência de trabalho em empresas) aqui relembro do que se trata quando se fala em renegociar.
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RELEMBRO QUE:
(1) PORQUE se renegoceia uma dívida ?

- porque o devedor percebe que pagar a dívida nos moldes em que esta foi de início contraída, não será possível de todo;

- porque o devedor percebe que se pagar nos moldes iniciais estabelecidos, não lhe restará dinheiro para viver ou para poder tentar investir e criar mais riqueza que lhe permita pagar a dívida com menos esforço;

- No caso de um Estado, renegoceia-se libertar meios para os alocar ao Desenvolvimento que permita pagar melhor a dívida;
...
(2) O QUE se renegoceia ?
- Pode renegociar-se o alargamento dos Prazos de Pagamento, diminuindo assim o valor de cada prestação de reembolso;

- Pode renegociar-se um abaixamento das Taxas de Juro e "spreads";

- Pode-se renegociar tentando um perdão parcial só de juros ou de juros e de capital;
...
(3) COMO se renegoceia ?
Renegociar uma dívida (empresas/Estado, particulares) implica:

- Um Plano a ser aceite pelas partes, normalmente elaborado e proposto pelo devedor, de forma clara;

- Reunião/ões de negociação entre credor/es e devedor;

- Encontro de pontos de um acordo entre as partes;

- Celebração do Acordo que será reduzido a escrito e assinado pelas partes.
...
(4) A MINHA SUGESTÃO do PLANO a APRESENTAR aos CREDORES (TROIKA)

Reestruturação - Objectivos a conseguir:
A – Défice, Reformulação das metas, para alongar no tempo e aliviar a carga de impostos, permitindo uma reanimação da Economia.

B- Prazos de Pagamento da Dívida
Negociar o prazo de pagamento para 40 anos, com carência de capital de 5 anos;

C- Juros
Redução dos Juros da dívida contraída para 1% (0,25% custo + 0,75 p.p. de spread); de futuro manter o spread máximo de 0,75 p. percentuais até ao fim do contrato;

6) REANIMAÇÃO do MERCADO INTERNO:

A- descida do IRS em 2014 para os níveis de 2010;

B - eliminação das taxas sobre os Reformados e Pensionistas, na 2ª metade de 2014;

C - restauração dos 13º e 14º mês, em 2014, em pleno.

D - Equilíbrio da Balança de Transações com o Exterior
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Redução de Despesas supérfluas: introdução de taxas e outros obstáculos administrativos às importações de produtos secundários, (i.e. Produtos de Luxo) não essenciais (os Técnicos dos Ministério devem copiar o que fazem em Espanha, Alemanha e noutros países europeus);

Com estas medidas, (que quase TODOS os ESTADOS da UE aplicam, excepto Portugal e mais um ou dois países) diminuir-se-á as importações, e logo gastos em bens supérfluos.
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Isto é possível, não obstante algumas limitações derivadas dos Acordos da Organização Mundial de Comércio e da União Europeia, de que Portugal é signatário, recorrendo, se necessário á Cláusula do Interesse Vital presente nos Tratados da UE e nos Acordos da OMC;
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Desta forma conseguir-se-íam três objectivos:
- Cumprir e honrar o pagamento da dívida;
- Libertar meios financeiros para o Desenvolvimento;
- Aliviar a carga brutal de impostos, e taxas sobre os cidadãos animando o mercado interno e a poupança.
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Á Vossa Consideração e Comentários.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Militante do CDS-PP

e no início foi assim ... a BASE das LAJES

No início foi assim…
PORTUGAL, os EUA, a NATO e as LAJES

Muito se tem escrito sobre a atitude dos EUA face à questão da Base das Lajes nos Açores.
...
Porque me faz um pouco de impressão que tudo esteja a ser discutido sem contar aos Portugueses o princípio desta relação económico-militar, aqui deixo a minha contribuição, embora necessáriamente resumida.

E tudo começa com a 2ª Guerra Mundial e sua sequência:
– O Doutor Salazar, verificou que o centro do mundo se estava a deslocar para o atlântico. Em discurso proferido em 25 de Novembro de 1947, na Assembleia Nacional nota que dadas as posições dos europeus no conflito resultou “o esmagamento da Alemanha que deixou de ser uma força produtora e um factor de equilíbrio defensivo,” dando origem à “inevitabilidade do avanço russo até ao coração da Europa”.

“Históricamente o germano tem sido fronteiro da Europa em face do eslavo” mas “a Rússia, czarista ou soviética, verá o problema em sentido inverso” e não deixará de tentar “enfraquecer o poder alemão e aumentar os espaços de resistência entre a União Soviética e a futura Alemanha”.

E mais adiante, depois de vaticinar que a Europa estaria condenada a viver anos em permanente estado de alerta e sobressalto, refere que o centro de gravidade da política mundial se deslocou para oeste e assim as decisões já não poderiam ser apenas europeias, mas sim euro-americanas.

Ao pedir apoio ao Governo de Londres para o rearmamento maciço das Forças Armadas Portuguesas, recebeu deste uma resposta que confirmava essa deslocação do poder real, pois o Reino Unido disse a Portugal que não estava em condições de satisfazer essa nossa pretensão, pelo que deveria esse pedido ser dirigido aos Estados Unidos da América.

A BASE das LAJES
Estes consideravam a Base das Lajes, nos Açores, como essencial para a defesa avançada do seu território e fundamental para apoio da defesa do mundo livre, dada a sua posição estratégica no meio do Atlântico, entre a Europa e a América.

Portugal, tinha cedido as bases dos Açores (Lajes e Stª Maria), à Inglaterra, de que os EUA também usufruíram, durante a 2ª guerra.
..
Mas o Governo Português queria, naturalmente, finda a guerra, reavê-las.
Entretanto o governo britânico comunicou a Lisboa estar pronto a dar cumprimento aos acordos firmados e a abandonar os Açores.

Os EUA
Mas os EUA tinham outros planos.
Queriam negociar uma aliança tripartida entre os EUA - Inglaterra e Portugal para a defesa de todo o oceano Atlântico e pediram a Londres que suspendesse qualquer retirada da base e que não fizesse mais qualquer comunicação a Lisboa, nesse sentido.

Após várias trocas de correspondência entre Washington e Londres, com o Governo de Sua Majestade a defender as posições presumíveis de desagrado do governo português, que entretanto se tinha mantido de fora desta polémica entre os dois países, ambos pensam e finalmente em 30 de Maio de 1946 é celebrado um Acordo entre Portugal, Inglaterra e Estados Unidos pelo qual as bases de Santa Maria e das Lajes são devolvidas à administração portuguesa em 3 de Junho do mesmo ano.

Inglaterra e EUA empenham-se em seguida para que Portugal entre nas Nações Unidas. O que não conseguem por via do veto da União Soviética, só o vindo a conseguir em 1956.

NATO
Entretanto, Portugal recebe o convite formal dos EUA e do Reino Unido para entrar na NATO, como membro fundador.
Este convite foi apoiado por todos os restantes futuros membros, sem qualquer excepção.

Esta questão foi discutida amplamente nos círculos governamentais portugueses.
Desta discussão resultou a aprovação da entrada de Portugal, na organização.
---
No entanto, Portugal teve de se defrontar com uma dificuldade inesperada dado que Madrid, de facto isolada diplomaticamente, tinha feito saber a Lisboa que via com desagrado a adesão de Portugal à organização.
O argumento baseava-se em que as relações bilaterais seriam afectadas, uma vez que a adesão de Portugal à NATO iria contrariar o estabelecido no Pacto Peninsular. Portugal refutou essa posição da Espanha.
….
O debate interno português concluiu que, perante o cenário internacional da altura, Portugal não podia ficar de fora da organização.
E assim Portugal esteve presente na assinatura, em Washington do Pacto do Atlântico tendo sido representado no acto pelo seu Ministro dos Negócios Estrangeiros Dr. Caeiro da Matta.
….
Face a esta opção foi definido um plano de cooperação militar, do qual o país colheu alguns frutos, nomeadamente em equipamento e no apoio a estágios, nos Estados Unidos, para os oficiais portugueses.

Estes oficiais ajudaram a criar ligações mais fortes com esse país.
Formou-se, por força destes acordos, a denominada “geração militar NATO” a partir de 1958, constituída por oficiais que foram dotados de um nível de conhecimentos superior, sobretudo nas áreas dos métodos organizacionais e na área da tecnologia militar.
Conhecimentos que tinham adquirido nas suas frequentes visitas aos Estados Unidos e aos outros países membros da organização.
Criou-se nesta altura a Brigada de Santa Margarida, dotada de equipamentos fornecidos pelos países aliados.
Esta brigada estava destinada a intervir, no âmbito da organização, nas áreas geográficas definidas pela Aliança Atlântica.

E assim se iniciou uma cooperação mais estreita entre os EUA e Portugal no âmbito bilateral, envolvendo as Bases dos Açores, em que o primeiro país sempre teve comportamentos mais que duvidosos face a Portugal.

Os interesses estratégicos dos EUA estão-se a desviar para o Oceano Pacífico, passando o Atlântico a merecer menos atenção da sua parte.
Por este facto e dada a maior autonomia tecnológica da aviação de guerra, os Açores perderam, pelo menos para já, o seu anterior interesse estratégico.
Por isso os EUA querem reduzir ou eliminar mesmo a sua presença.

Mais uma vez: - “as nações não têm amigos … defendem interesses”…
Os EUA percebem isso muito bem;

Na 2ª República, o Governo de Portugal tinha disso uma noção muito clara;
Na 3ª República, que aconteceu?
..
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

27 janeiro 2015

as Eleições na GRÉCIA

a UNIÃO EUROPEIA e os ERROS de GOVERNANÇA
 ..
Os actuais (de há 25 anos a esta parte) dirigentes europeus têm cometido erros graves. E esses erros estão a levar os Povos das diversas Nações Europeias à "revolta pacífica", de que o resultado da Grécia é um expoente que sera imitado noutros Estados se nada mudar.
Vejamos, então, e na minha opinião quais os principais erros:
...
1- Os resultados da Grécia, e os previsíveis em Espanha e no próximo Referendo na Grã-Bretanha de Maio sobre a permanência ou não na UE, indicam e provam que existe uma crescente irritação dos diversos Povos face à actuação dos dirigentes europeus, face aos métodos utilizados (até agora) de resolução da presente crise, causada pelo Sistema Financeiro (e não pelos Estados, Portugal incluído) que tem atirado a Europa para uma situação de grave retrocesso no bem-estar das populações;
Venho alertando para este facto, desde 2008.
Pelos vistos com pouco sucesso, pois ainda não foram reintroduzidas medidas de controlo e supervisão efectiva do sistema financeiro e ainda não foram separadas a banca comercial da banca de investimento, a exemplo do que já aconteceu nos EUA.
...
2- Outro grave erro foi o de proceder a um alargamento a Leste (fuga para a frente) sem cuidar de construir métodos de organização e governação da União que permitissem acomodar os diversos interesses em presença, das diversas populações e dos Estados integrantes.; E tudo isto agravado por evidentes contradições oriundas (ainda por cima) dos mais fortes.
...
Uma destas contradições e violações dos interesses da União, foi corporizada por um dos expoentes máximos de defesa dos Tratados, a própria Alemanha (cujos interesses vitais estão no Leste Europeu e não no Oeste) que violou os Acordos e os Tratados Europeus ao Reconhecer unilateralmente, em 1991, a Independência da Croácia, o que provocou a Guerra dos Balcãs de 1992/1995 e milhares de mortos e que continua a fazer o que bem entende seguindo um velho axioma de que: "quem paga ... manda", contrariando a pureza dos conceitos fundadores da União;
...
A outra vertente do erro está na fraqueza dos restantes dirigentes europeus e nacionais que pactuaram e continuam a pactuar com este e outro tipo de atitudes, nas costas dos respectivos Povos;
...
3- Ainda outro grave erro, consiste no facto de que os dirigentes europeus e nacionais querem ir depressa para uma Federação, o que retira a Independência aos Povos do continente e substitui os seus respectivos Estados por um Estado supranacional, sem perguntarem a esses mesmos Povos se autorizam ou não essa mesma nova configuração.
Ora é verdade que boa parte dos Povos europeus querem uma União de Estados Soberanos. Mas será que querem um Federação?
Não o creio.
...
Resultado: A Noruega não quer entrar para a UE, de já onde saiu;
Na Dinamarca e Irlanda foram precisos DOIS referendos (em cada um desses países) dado que os primeiros tinham sido um redondo NÃO a esta "construção".
No Reino Unido os governantes, pressionados pela opinião pública, viram-se obrigados a realizar um Referendo em Maio de que veremos as consequências.
Uns e outros Povos, foram apodados de pouco democráticos, pouco inteligentes, etc... por terem ido contra a "verdade" vigente nos Economistas e nos Cronistas do Regime;
...
Uma pequena nota:
- Então a Democracia não é respeitar a vontade dos Povos?
- Ou só se respeita se a mesma for de acordo com as opiniões vigentes de uma minoria de pessoas?
...
4- Agora com a situação da Grécia as vozes do Sistema Financeiro (através dos governantes políticos a ele submetidos) estão cheios de medo e poderão ser confrontados com uma situação muito complicada.
Se a Europa "encostar a Grécia à parede", o cenário que tracei há duas semanas ou outro pior, poder-se-á verificar e nada ficará como dantes.
...
Sendo eu de direita conservador, portanto nada tendo a ver com a extrema-esquerda eleita, digo: Muito bem! Parabéns ao Povo Grego.
Agora espero que o Syrisa seja coerente com o que prometeu.
E espero que o seu aliado da Direita (a que alguns já querem rotular de extrema, o que é um perfeito disparate) ajude a cumprir o designio de renegociação da dívida grega (o que não quer dizer não pagar, como disparatadamente alguns afirmam) e de enveredar pelo caminho do desenvolvimento.
Assim sendo digo mesmo mais: - Até que enfim que a Eurocracia abana e terá que ouvir e ser confrontada com opiniões contrárias à estratégia até agora seguida.
...
Pena, para mim, que seja a extrema-esquerda a fazê-lo.
Gostava muito que tivesse sido a Direita a obrigar a União Europeia a mudar a sua errada política.
Mas enfim, os seus dirigentes parece terem esquecido muitos princípios e valores que levaram os seus antecessores do pós-guerra ao Poder e a fundarem as Comunidades Originais (CEE, CECA e Euratom) bem como a EFTA e que promoveram o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida das suas populações.
Será por não estudarem a História?
Será por esquecimento?
Ou será por venalidade?
...
Espero para ver os resultados de tudo isto, desta nova situação, apesar de o BCE já ter afrontado a Alemanha nas recentes medidas de injecção de dinheiro nas Economias, que espero cheguem à Economia real das empresas e não sejam capturados pela banca e pelos Estados.
....
E aqui faço um parêntesis de felicitação ao Sr. Mário Draghi pela sua coragem e clarividência.
Pode ser que, se prosseguir no caminho da tomada de medidas que levem ao Desenvolvimento, consigam travar situações potencialmente mais graves.
...
Uma lição, na minha opinião, se pode tirar:
- Não é impossível que a Direita (sem os sociais-democratas do PSD e sem os sociais-democratas do PS) conquiste o Poder se arrepiar caminho e retomar o seu Ideário e Programa desvirtuado pela actual coligação.
...
Também não é impossível, que outros Partidos da esquerda (que não os Partidos Socialistas) venham a obter os favores dos Povos e consigam imitar o Syrisa na conquista do Poder.
...
Esta última possibilidade não é a minha preferida, mas Portugal e a Europa precisam urgentemente de Mudar,.
...
Prefiro estas mudanças, dado que por via de eleições são pacíficas e evitarão que, a prazo, as mudanças tenham que ser feitas pela força, o que não seria desejável..
..
À vossa reflexão.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

23 janeiro 2015

ADOPÇÃO pelos “casais” de homossexuais, felizmente chumbada na AR.

Um texto notável da Mestre em Psicologia pela Universidade de Coimbra Olga Fernanda Pedrosa Brás , que aqui reproduzo com gosto.

Sabem, porventura quantos casais heterossexuais estão em lista de espera para adoptar uma criança??? ...
..
Sabem, porventura o que lhes é exigido???
..
Sabem quanto tempo demora um processo de adopção???
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Anos...informem-se por favor, e isto é que eu gostaria de ver discutido - legislação que facilitasse a adopção por estes casais!!!
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Alguém já percebeu as implicações psicológicas de uma criança adoptada por um casal homossexual???!!!
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Pensem!!!
Qual o papel que cada um tem na educação da criança???
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Se adoptados por homossexuais do sexo masculino, onde vão "buscar" a referência da mãe??
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Se por homossexuais do sexo feminino, onde estarão as referências do pai???
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Porque teremos que andar ao contrário da natureza???!!!
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Não se fez o homem e a mulher para reproduzirem???!!!
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E, já agora muito gostaria que me dissessem, ou explicassem convenientemente, onde está o superior interesse da criança na adopção por parte de pais homossexuais???!!!
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A criança é ouvida???
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Tem direito a livre arbítrio???!!!
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Não sei...
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Ah, e só mais uma coisa, nas relações homossexuais mal resolvidas há muito mais violência do que na relação dos heterossexuais, mais ciúme doentio, mais raiva...não é divulgado porquê???
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Talvez "lobbies"...e o nosso País infelizmente está cheio deles...
..
MEU COMENTÁRIO:
Texto simples, de quem sabe do que fala e com o qual concordo em absoluto
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Ao contrário do que me é habitual, quando comento alguns factos da sociedade política, nada tenho a acrescentar a este brilhante texto da autoria da Mestre Olga Fernanda Pedrosa Brás.

À vossa reflexão
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

20 janeiro 2015

ORÇAMENTO GERAL do ESTADO para 2015 - Breves FACTOS

Pagamos MAIS Impostos (ditos Verdes) - nos sacos de plásticos, nos combustíveis (gasolinas, gasóleos, etc...), viagens;
IRS - ficamos na mesma, isto é continuamos com a Brutal Carga de... Impostos;
...
FACE a 2011 continuamos PIOR dada a carga fiscal brutal instaurada em 2012 e que continua a vigorar;
...
Continuação do CONGELAMENTO de Salários e Pensões/Reformas;
Inflação Média de 2011 a 2014: 1,2% ao ano
PERDA de PODER de COMPRA ACUMULADO derivado SÓ da INFLAÇÃO:
+ - 3,7% (desde 2011)

PERGUNTAS:
Não seria mais justo e sério tratar de outras questões que significam custos gravosos para o Estado?
Então: os Descontos nos Impostos concedidos a Fundações ?
Então: os Descontos nos Impostos do Sector Financeiro ?
Então: os Custos de Funcionamento (excluindo os Recursos Humanos) do Estado ?
Então: os Custos das PPP's, Rendas Excessivas (i.e.: EDP) ?
...
Porque não se actuou ou actua nestas áreas?
...
RESULTADO: Ineficiência; Ineficácia; dos Gestores de Estado, leia-se Governo!
...
CONSEQUÊNCIAS DIRECTAS:
- a classe média a viver pior, com menos Poder de Compra.
- Reformados e Pensionistas a continuar a verem os seus Contratos a não serem cumpridos.
..
CULPADOS: PS e PSD, ponto final!
- AMBOS: por não terem construído Políticas de Fomento Económico Reais;
...
Os primeiros (PS) pela governação descuidada;
- Pelas PPP's, Swaps, falta de controlo do Sector Financeiro, etc...;
Por não terem corrigido as políticas dos anos de 1980;
por terem cedido às pressões de Bruxelas do início da década de 2000/2010, para se injectar dinheiro público na Economia;
...
Os segundos (PSD) por:
- terem destruído milhares de empregos estruturais na década de 1980;
- com a política de tornar Portugal um País de Serviços (destruindo a Industria, a Agricultura e as Pescas, com os reflexos que agora se veem);
- Falta de controlo e supervisão do Sector Financeiro;
- e pela Liberalização do Sector Financeiro que desembocou na presente situação de Fraudes e Incompetência que estamos TODOS a pagar;
..
CULPA INDIRECTA: CDS-PP por ter formado coligações Governamentais com o PSD ficando Refém das suas (deles PSD) Políticas.
...
Estes são os FACTOS.
O resto é conversa para distrair os mais distraídos e os incautos!
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

14 janeiro 2015

Estará a Civiização Ocidental em Decadência ?

A Teoria do Relativismo, a coberto de uma enviesada noção de Liberdade, está progressivamente a destruir a civilização ocidental em geral e a Europeia, em particular.

Tudo é relativo, tudo é permitido desde que não se coarte a liberdade total e sem regras de alguns grupos. E isso só poderá levar, na minha opinião, *à revolta dos que se sentem agredidos e desrespeitados naos seus valores nas suas crenças, enfim na sua Liberdade de acreditarem no que querem e seguirem os princípios em que forma educados e que defendem.

Apenas partilho aqui dois pontos concretos para a reflexão dos leitores e meus concidadãos:

1-      A SEGURANÇA e a DEFESA... conceitos mal tratados na Europa dos 29

Os acontecimentos de Paris, que qualquer cidadão normal deve repudiar veemente põem a nu uma verdade incómoda:

- os Estados Europeus continuam com a mesma política inconsciente que levou a França a ser invadida fácilmente em 1939 e facilitou o despoletar da 2ª Grande Guerra.

Os países europeus não investem em Segurança, desinvestem em Defesa.

 O orçamento europeu, nestes capítulos pouco excede os 1% do respectivo PIB.

Em contraponto a esta situação, os EUA investem mais de 3%.

E os europeus habituaram-se, desde o final da 2ª Guerra mundial a "descansarem" a sua Segurança e a sua Defesa nos aliados do além-Atlântico.

A Europa Comunitária facilitou mesmo o acesso ao seu espaço, sem grandes critérios de controlo ao abrigo de uma denominada livre circulação, a cidadãos de países terceiros.

Ou seja a cúpula política dos países da Europa comunitária, assumiu que a Paz de Kant (a Paz Eterna) tinha chegado e que podia baixar as suas guardas.

E influenciaram mesmo as suas populações, pelo menos as menos informadas, o que tem levado a que quando os Estados compram aviões de Guerra, submarinos, barcos de Guerra, etc..etc.. equipamentos de vigilância, equipamentos de controlo policial de manifestações perigosas, etc..etc..  logo inúmeros cidadãos se entretêm a dizer que é um escândalo, que esses meios só servem para passear, e outros disparates do mesmo calibre.

O resultado de todo este quadro resumido, é que os Poderes Políticos, sobretudo a partir dos acontecimentos e manifestos do Maio de 1968, se começaram a revelar fracos, e pouco ou nada apoiados pelas suas opiniões públicas ou publicadas. Cederam e deixaram de comprar equipamentos de Defesa e de Segurança, não investem nestes campos da Soberania, ou seja não melhoram a capacidade de dissuasão dos Estados face a potenciais ameaças, sejam elas o narcotráfico, a eventual proliferação de armas químicas e biológicas, o trânsito ilegal de armas, o terrorismo organizado ou espontâneo, e eventuais ameaças clássicas.

E assim a UE tem assistido (apenas com discursos mais ou menos inflamados, mas a que não se segue nenhum fortalecimento prático dissuasor de acções terroristas ou semelhantes) atentados em Madrid, em Londres, em outros lugares e agora em Paris, onde movimentos estranhos à sua cultura, religião de base, costumes, se podem movimentar livremente, práticamente sem regras.

E agora, face aos últimos acontecimentos de Paris, os Governantes vêm "chorar lágrimas de crocodilo" por mais um funesto e bárbaro acontecimento como o da capital francesa.

Até quando?

Quando perceberão que as Forças Armadas e as Forças de Segurança devem existir, ser bem equipadas e treinadas para se tornarem verdadeiramente dissuasoras deste e doutro tipo de acções?

2-      REFLEXÃO sobre a HIPOCRISIA... e a LIBERTINAGEM

Confesso que a minha paciência se esgotou e há coisas que não posso deixar de dizer embora sem insultar ninguém e sem amachucar ninguém, lembrando apenas alguns princípios de BOM SENSO!

- Liberdade - fala-se muito, para justificar até o injustificável, nesta palavra-ideia cujo conceito parece de há muito esquecido.

Ora a minha Liberdade acaba quando começa a Liberdade de outrém! Se eu tenho direito à Liberdade, os outros também o têm. Logo não posso Violar a Liberdade dos Outros mas também não posso permitir que Violem a minha Liberdade.

Parece-me isto muito claro e um bom princípio de convivência pacífica da sociedade.

- Respeito – Esta palavra-ideia tem conteúdo neste quadro mais lato de liberdade.

Quero com isto dizer que Não há verdadeira Liberdade sem se respeitarem os outros.

Se eu insultar gravemente alguém estou objectivamente a Violar a Liberdade e a Integridade do outro, seja através de agressão física ou sentimental, insulto, enxovalho, ou outra forma de Violência Objectiva (aquela que fere fisicamente ou sentimentalmente a outra pessoa).

Daqui deriva que, na minha opinião livre:

- Não há inocentes !

 - Quem Insulta, viola a Liberdade do outro;

- Quem Fere ou Mata viola gravemente a Liberdade do outro.

É uma questão de Grau.

AMBOS os comportamentos são GRAVES e VIOLAM:

- a LIBERDADE com RESPONSABILIDADE que DEVE ser o slogan máximo da Democracia, caso contrário entramos na Libertinagem (sob a capa de Liberdade) onde uns usam a Caneta como Arma e outros usam a Arma como Caneta.

Na normalidade da convivência civilizada, quem entra em casa (ou País) de alguém TEM obrigatóriamente que cumprir as Regras em Vigor nessa casa/país, mesmo que só e apenas por Boa Educação.

Quem Recebe em sua casa/país, tem que receber bem, educadamente, sem insultar, mas não deixando que as suas regras (da sua casa) sejam violadas ou modificadas a belo prazer de quem entra.

Parece-me de ELEMENTAR bom senso.

Felizmente ainda existem na comunidade internacional países com bom senso nesta matéria. Aconselho a estudarem o caso da Noruega e da Austrália.

No mais, e face a tantos comentários televisivos dos comentadores do regime, estou farto de tanta hipocrisia em nome da "Liberdade de Expressão"

Para mim, seria bom que se fizesse uma reflexão séria e aprofundada sobre os temas que aqui deixo, para que a Europa e o Ocidente não caminhem, enquanto civilização, para a sua extinção.

Melhores cumprimentos

Miguel Mattos Chaves

 

Miguel Mattos Chaves

Gestor

Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)

Auditor de Defesa Nacional



 

 

 

13 janeiro 2015

a HIPOCRISIA ... e a LIBERTINAGEM

Confesso que a minha paciência se esgotou e há coisas que não posso deixar de dizer embora sem insultar ninguém e sem amachucar ninguém, lembrando apenas alguns princípios de BOM SENSO!
... .....
- Liberdade - A minha Liberdade acaba quando começa a Liberdade de outrém!
Se eu tenho direito à Liberdade, os outros também o têm.
Logo não posso Violar a Liberdade dos Outros
mas também não posso permitir que Violem a minha Liberdade.
.....
- Respeito - Não há Liberdade sem se respeitarem os outros.
Se eu insultar gravemente alguém estou objectivamente a Violar a Liberdade e a Integridade do outro, seja através de agressão fisica ou sentimental, insulto, enxovalho, ou outra forma de Violência Objectiva (aquela que fere fisicamente ou sentimentalmente a outra pessoa).
....
Daqui deriva:
- Não há inocentes !
- Quem Insulta, viola a Liberdade do outro;
- Quem Fere ou Mata viola gravemente a Liberdade do outro.
É uma questão de Grau.
...
AMBOS os comportamentos são GRAVES e VIOLAM:
- a LIBERDADE com RESPONSABILIDADE
que DEVE ser o slogan máximo da Democracia.
caso contrário entramos na Libertinagem (sob a capa de Liberdade) onde uns usam a Caneta como Arma e outros usam Arma como Caneta.
..
Quem entra em casa de alguém TEM obrigatóriamente que cumprir as Regras em Vigor nessa casa, mesmo que só e apenas por Boa Educação.
..
Quem Recebe em sua casa, tem receber bem, educadamente, sem insultar, mas não deixando que as suas regras sejam violadas.
Parece-me de ELEMENTAR Bom-Senso.
...

Aconselho a estudarem o caso da Noruega e da Austrália.
.
  No mais, estou farto de tanta hipocrisia em nome da "Liberdade de Expressão"
Desculpem o desabafo.
.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves



REFLEXÃO sobre o Português Cristiano Ronaldo

Em 1º lugar os meus parabéns a este Português que acaba de ganhar o prémio de melhor jogador do Mundo pela 3ª vez;
.
Em 2º lugar os meus parabéns por, ao contrário de certos politicos, falar em Português na Cerimónia de Agradecimento do merecido prémio;
....
Em 3º lugar os meus parabéns por ser um cidadão de Portugal que não pactua com a falsa humildade tão grata, e cultivada, por muitos portugueses. Falsa porque se destina a cultivar uma atitude de "desgraçadinhos" portugueses muito conveniente a quem é incomodado por pessoas com valia e que são logo rotulados de "arrogantes" ou "pouco humildes" como forma de lhes fazer baixar a cabeça;
.
Em 4º lugar os meus parabéns por ser um Português ambicioso, quando a ambição também é mal vista pelos arautos da falsa humildade, como se a ambição fosse um mal e um sinal negativo;
.
Em 5º lugar os meus parabéns por ser um Português que não hesita em colocar os seus objectivos pessoais e profissionais sempre mais alto, elevando constantemente a sua fasquia;
.
Em 6º lugar os meus parabéns a um Português que não atropela e não trai os seus Colegas de Trabalho, não diz mal e não insulta os seus Adversários. Antes os respeita e ajuda, com o seu exemplo e ajuda concreta, a serem melhores.
.
Por fim, os meus parabéns a Cristiano Ronaldo por ser um Português que justifica todas as qualidades acima descritas através de um Trabalho constante e aplicado, esforçando-se sempre por atingir uma Competência indiscutível (embora só agora seja plenamente reconhecida pelos arautos da falsa humildade e a contra-gosto destes) e trabalhando sempre para servir melhor as entidades para quem trabalha.
.
Tomara eu que todos os Portugueses fossem assim:
- Trabalhassem a sério e afincadamente,
- Se Propusessem a si mesmos (constantemente) objectivos maiores, de evolução na competência e pelo mérito;
- Fossem mais ambiciosos
- Não tivessem vergonha disso!
e deixassem a Inveja e a Maledicência de lado.
.
Seríamos, na minha nada modesta opinião, um País melhor, mais evoluído e com mais espirito de vencedor. o que a todos beneficiaria, pela soma do mérito, da competência e do esforço constant de todos.
.
Já agora merecia a pena pensarem nisto.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

09 janeiro 2015

Aliança entre a RÚSSIA e a GRÉCIA ? ... cenário possível...

As Eleições na GRÉCIA
e a GEOPOLÍTICA e GEOESTRATÉGIA da RÚSSIA
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Caras Amigas, Caros Amigos, Prezados Leitores,
..
Permitam-me agora uma pequena especulação de Prospectiva sobre a situação política do Centro-Leste da Europa e os seus possíveis reflexos sobre a totalidade da União Europeia.
..
As sondagens sobre as eleições gregas, (que embora valham o que valem, isto é pouco como todas as sondagens, dão alguma indicação Prospectiva mas que pode ser contrariada pela realidade dos factos) dão a vitória a um partido de extrema esquerda que tem, legitimamente e com todo o direito (ou há democracia ou não há) uma posição bastante critica em relação à actual situação da Europa política e Económica.
..
Uma pequena nota apenas para estranhar que quando é a esquerda ou a extrema-esquerda a ter estas posições é louvada pelos órgãos de informação do nosso país, (e aceite tacitamente pela população pelo seu silêncio ou por incomodidade passiva) quando é a direita ou a extrema-direita a fazê-lo, logo é criticada pelos mesmos defensores da “liberdade de expressão” num coro ruidoso e castrador da tal “liberdade” de pensamento e de expressão.
Ou seja a “liberdade” de expressão vale apenas para a esquerda e extrema-esquerda, é um facto.
Mas este é um facto muito perigoso pois um belo dia as coisas podem complicar-se por esgotamento da paciência de um dos lados. E creio que em França é o que se está a passar. Veremos!
..
Mas passemos adiante.

Como dizia a Grécia poderá ser confrontada, nas próximas eleições de dia 25, com uma situação de pré-ruptura com a U.E.
..
Para situar melhor a questão, vamos então de forma breve descrever, na minha opinião, quais as principais razões do apoio popular que esta posição está a recolher na Grécia, mas também através de forças de sinal contrário, em França, Inglaterra, Itália, Holanda, e outros, o que não deixa de ser curioso e deveria fazer pensar os responsáveis políticos do centrão.
Isto é a extrema-esquerda, a direita e a extrema-direita de diversos países estão curiosamente com a mesma posição (com alguns cambiantes de pormenor) face às mesmas questões – o modelo de construção europeia que está a ser desenvolvido e o mesmo modelo de resolução da crise que tem sido seguido:
..
Em 1º lugar, já o anteriormente escrevi, pela política completamente errada adoptada para combater a crise actual dos países do sudoeste e sul da Europa (e que começa a contaminar toda a economia da Europa) que foi provocada pelo desregulamento da actividade financeira adoptada na década de 1980.
..
Em 2º lugar, pela “construção” nas costas das populações, de uma União crescentemente Federal que tem retirado aos Governos das Nações poderes para resolver as situações nacionais;
Em vez de se “construir” uma sociedade da Europa das Nações (Modelo Intergovernamental) que respeite as individualidades dos Estados e das Nações, está-se a construir um Estado artificial, (os Estados Unidos da Europa – a Europa Federal) mas com poderes reais, que por de cima dos legítimos representantes das Nações (os seus Governos eleitos) começa a mandar nestes através da constituição informal de um directório de grandes potências (sobretudo a Alemanha) de domínio sobre os restantes.
..
Em 3º lugar – os cidadãos das várias Nações-Estado começaram a perceber pela realidade das suas vidas que a promessa de “el dourado” que lhes tinham prometido, não existe na prática e que a União Europeia está recheada de interesses diversos em que cada Governo (sobretudo dos países mais ricos) em consonância com uma realidade do Sistema Internacional: “as Nações não têm amigos… defendem interesses próprios” – defendem sobretudo os interesses das suas Nações.
Isto é, que a tal “solidariedade” entre Povos/Nações não existe realmente e que cada um procura tratar do seu país e só depois se preocupa com a União.
A única e infeliz excepção tem sido Portugal dada a fraca qualidade dos seus dirigentes de há várias décadas a esta parte.
..
Existem outras razões mas não os quero maçar, ficando-me apenas por estas três.

O corolário lógico desta situação, que as élites europeias até agora não quiseram ver, é um crescente afastamento dos Povos do modelo proposto e em vigor, (sem a sua autorização que podia ter sido conquistada por referendos), e uma rejeição crescente dos partidos que apoiaram as soluções que levaram a classe média europeia (pelo menos nos sudoeste e sul da Europa) a ser fustigada por uma crescente deterioração da sua qualidade de vida.

Ora a classe média é sempre um actor (embora lento muitas vezes na sua acção) demasiado importante para ser ignorado, e quando se sente enganada, reage.
E, na minha opinião, é a isso que estamos a assistir na Grécia, em França, em Itália, na Holanda, e noutros países europeus.
..
No caso Grego, os centrões políticos clamam que se este país sair será, para eles, uma catástrofe económica e financeira.
..
Na minha opinião, e aqui está a minha especulação Prospectiva, podem ter surpresas muito desagradáveis se um cenário se verificar:
- a celebração de uma Aliança Política e Económica entre Atenas e Moscovo.
..
Alguns factores, que agora partilho com os meus leitores, me fazem pensar nesta possibilidade:
- São ambos países com um ponto comum:
1º)- a Religião Cristã Ortodoxa, cuja sede se situa exactamente em Atenas que, neste caso funciona como o equivalente ao papel que Roma desempenha em relação aos Cristãos Católicos Apostólicos Romanos, nos quais me incluo.
..
2º)- a recente crise, e não resolvida, do “espaço vital” da Rússia que se desenrola na Ucrânia, e o crescente isolamento que a Rússia está sentir por parte dos países da União Europeia:

3º) – alguma proximidade ideológica entre os dirigentes Russos e os futuros potencias líderes Gregos.

Se este cenário de Aliança potencial entre a Rússia e a Grécia se verificar, quem fica com um problema grave é a União Europeia e não a Grécia.
É que existem factores de possível aliança e agregação muito fortes que podem dar sentido a este cenário:
A)- A Religião
B)- e a Existência de um “Inimigo Comum”
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Veremos o que acontecerá.
Uma coisa é certa:
- a União Europeia está a proporcionar, pelas suas políticas e atitudes erradas, face à “construção europeia” e face ao ataque à crise financeira, o surgimento de uma possível situação que, a verificar-se, ditará o seu fim.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

07 janeiro 2015

SEGURANÇA e DEFESA ... conceitos mal tratados na Europa dos 29

Os acontecimentos de Paris, que qualquer cidadão normal deve repudiar veemente põem... a nu uma verdade incómoda:
- os Estados Europeus continuam com a mesma política inconsciente que levou a França a ser invadida fácilmente em 1939 e facilitou o despoletar da 2ª Grande Guerra.
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Os países europeus não investem em Segurança, desinvestem em Defesa.
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O orçamento europeu, nestes capítulos pouco excede os 1% dos respectivos PIB.
Em contraponto a esta situação, os EUA investem mais de 3%.
E os europeus habituaram-se, desde o final da 2ª Guerra mundial a "descansarem" a sua Segurança e a sua Defesa nos aliados do além-Atlântico.
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A Europa Comunitária faclitou mesmo o acesso ao seu espaço, sem grandes critérios de controlo ao abrigo de uma denominada livre circulação, a cidadãos de países terceiros.
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Ou seja a Europa assumiu que a Paz de Kant (a Paz Eterna) tinha chegado e que podia baixar as suas guardas.
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Os Estados compram aviões de Guerra, submarinos, barcos de Guerra, etc..etc.. equipamentos de vigilância, equipamentos de controlo policial de manifestações perigosas, etc..etc.. e logo inúmeros cidadãos se entretêm a dizer que é um escandalo, que esses meios só servem para passear, e outros disparates do mesmo calibre.
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E fracos, e pouco ou nada apoiados pelas suas opiniões públicas ou publicadas, cedem e não compram, não investem, não melhoram a sua capacidade de dissuasão.
...
E assim a UE tem assistido (apenas com discursos mais ou menos inflamados, mas a que não segue nenhum fortalecimento prático dissuasor de acções terroristas ou semelhantes) atentados em Madrid (La Toja), em Londres, em outros lugares e agora em Paris, onde movimentos estranhos à sua cultura, religião de base, costumes, se podem movimentar livremente, práticamente sem regras.
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E agora os Governantes vêm "chorar lágrimas de crocodilo" por mais um funesto e bárbaro acontecimento como o de Paris.
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Até quando?
Quando perceberão que as Forças Armadas e as Forças de Segurança devem existir, ser bem equipadas e treinadas para se tornarem verdadeiramente dissuasoras deste e doutro tipo de acções?
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À Vossa Reflexão.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

REFLEXÃO para o Ano Eleitoral que agora começa

A Minha Visão – A Direita e a Esquerda – As diferenças reais
Muitos politólogos da esquerda, e alguns, poucos, da direita têm-se empenhado em querer passar a mensagem de que esta dicotom...ia política já não faz sentido.

Entrou na moda o escrito de Francis Fukiama que, após a queda do muro de Berlim se tinha chegado “…ao fim das ideologias…” por desaparecimento da teoria do “inimigo comum” que fortalecia as mesmas e lhes dava o sentido.

A minha visão e opinião não é essa e deixando de lado o “politicamente correcto”, bem como deixando de lado alguns livros teóricos sobre a matéria, proponho hoje uma leitura sobre a vida prática das pessoas (destinatário final de todas as teorias políticas) e os posicionamentos de cada sector face às realidades do quotidiano, e a sua ligação ao posicionamento Direita e Esquerda. Assim sendo e em primeiro lugar:

1. O que diferencia a esquerda da direita?
1.1 - Primeira tese que as diferencia: a Igualdade!
1.1.1 A direita considera que os Seres Humanos, as Pessoas, não são todas iguais e como tal devem ser tratadas.

1.1.2. A esquerda diz que todas as pessoas são iguais e como tal devem ser tratadas.

Uma primeira nota sobre estas duas teses em confronto.

Partindo do princípio, na minha opinião verdadeiro, de que as pessoas não são todas iguais a direita está melhor habilitada, porque mais realista, a tratar da governação da sociedade.

Vejamos então se é verdade que as Pessoas são todas iguais:

- No género: morfologicamente os homens são iguais às mulheres?
- Na pirâmide demográfica: as crianças são iguais aos jovens e estes aos adultos?
- Nas características físicas: as pessoas são todas iguais?
- Na raça: todas as pessoas são da mesma raça?
- Na religião: todas as pessoas professam a mesma religião? Todas têm religião?

- Na formação: todas as pessoas chegam ao mesmo nível de habilitações literárias, isto apesar de o ensino ser universal? Todas as pessoas, com o mesmo grau de habilitação literária, dentro da mesma área do saber, tem a mesma capacidade de desenvolvimento e aplicação dos seus conhecimentos?

- Na educação: dois filhos, irmãos, com o mesmo tipo de educação e de condições de base, são muitas vezes completamente diferentes nos seus comportamentos e atitudes perante a vida. Porquê?

- No carácter: todas as pessoas são conservadoras? Todas são inovadoras? Todas são pioneiras? Todas são líderes naturais? Todas são seguidoras?

- Nos objectivos de vida: todas as pessoas querem atingir o mesmo objectivo?

Dos Três Pilares de base: Ser, Ter, Parecer – todas as pessoas nomeiam o mesmo pilar como ideal de vida?

Enfim, poderia continuar com mais algumas questões, para mim, de resposta óbvia. A resposta continuaria a ser: NÃO! Não somos todos iguais! Somos todos diferentes.

É interessante fazer este exercício mental fora das conjecturas, e do enquadramento, das “escolas oficiais” de pensamento, preferindo olhar para a realidade e deitando um olhar sobre ela, para tentar chegar a um ponto onde se encontre um caminho mais consentâneo com a realidade, partindo daí para o traçar de um caminho possível que possibilite às elites governantes alcançar o bem comum de uma sociedade, fim último de qualquer filosofia política.

1.2. A Organização da Sociedade
A sociedade humana é estratificada. Sempre o foi e sempre o será! Porquê?
Porque o ser humano é único no seu ser; na sua forma de pensar; na sua forma de agir e interagir com os outros seres humanos; na sua capacidade de sobrevivência; na sua capacidade de prever o futuro e de se precaver dos tempos menos favoráveis; na sua capacidade e habilidade de angariar bens; na sua relação com o transcendental; no seu grau de curiosidade de perceber o mundo que o rodeia.

E, sendo diferente, organizou-se naturalmente em consequência, formal ou informalmente, desde os primórdios da humanidade.

Tendo por base de organização da vida, a célula familiar (pai, mãe, filhos - mesmo quando não havia cerimónias civis ou religiosas para o estabelecer), organizou-se a sociedade segundo as capacidades de cada um dos seus membros de desenvolver certas tarefas necessárias á sua própria sobrevivência e á dos membros da sua família.

Organizou-se progressivamente estabelecendo e organizando os laços com os elementos da sua família alargada (avós, tios e primos direitos), com os membros do seu clã (tios avós, primos chegados e afastados), com o seu grupo social (amigos e conhecidos) e com os seus compatriotas (aqueles que racionalmente ou irracionalmente partilham os valores da Nação e da Pátria).

1.3 – As Necessidades e os Desejos E nos primórdios a sobrevivência era aquilo que é necessário á manutenção da vida, ou seja:
a) Alimentação,
b) Abrigo e
c) Vestuário.
E houve batalhas e guerras pela conquista destes três factores/recursos.
E hoje? Estas condições de pura sobrevivência mudaram? Não!

Convém aqui precisar o que quero, com isto, dizer. O ser humano complexo físico e mental tem: Necessidades e Desejos.

As necessidades são as três funções, acima descriminadas, necessárias á sobrevivência física, sem as quais não existe a possibilidade de sobrevivência; de vida mais ou menos prolongada.

Os desejos já entram no capítulo diverso do psicológico, do qualitativo, i.e. melhor alimentação, melhor abrigo, vestuário mais confortável, querer arranjar técnicas para viver mais tempo e com melhor qualidade de vida física, querer mais conforto, mais segurança física ou psicológica, etc...

Garantidas as três condições de base á sobrevivência, o ser humano busca a melhoria qualitativa e o prolongamento da sua vida terrena.

Assim as necessidades evoluíram segundo o percurso evolutivo do ser humano, ser pensante, na busca de melhores condições de vida. Ser humano entendido como único e como membro da comunidade de base que o rodeia.

1.4 – Mais algumas Diferenças e Contradições
Então se somos todos diferentes porque diz a esquerda que somos todos iguais?

Porque abstractamente, utopicamente, quer chegar á felicidade da sociedade através de medidas gerais e universais.

a) Somos todos seres humanos! Todos temos corpo e sangue!
b) Todos temos capacidade de raciocínio! Todos queremos melhor vida!

Estes pontos de partida têm uma resposta também óbvia: Sim!
Mas convenhamos que para definir uma sociedade de seres humanos, não chega.
E muito menos para partir do princípio que somos todos iguais!

Se nas questões que se prendem com a condição de todos sermos seres humanos e todos sermos corpo e sangue não há divergências.

Mas o sangue é todo igual? (i.e. Tipo A, B,C e subgrupos). O ADN é igual para todos os seres humanos? Pelos vistos até isso a ciência veio dizer que não! Tudo bem. Deixemos isso de lado, como deixemos igualmente de lado o facto de os corpos não serem iguais. E ainda bem! Perdoem-me a graça: Que monotonia seria a vida!

Já no que se refere á capacidade de raciocínio. É verdade que todos a temos. Mas... o grau em que temos essa capacidade é que é diferente de pessoas para pessoa e isso faz a sua diferença na progressão de vida.

Todos queremos melhor vida! Verdade! Mas todos dizemos o mesmo quando verbalizamos: melhor vida? O que é para cada um, uma melhor vida?

Mais uma vez, isso depende de cada pessoa, do tempo em que se desenrola a sua vida, das coisas disponíveis e do espaço em que vive.

Regressemos então á base, da base: somos todos humanos!
E aqui a Esquerda assenta o seu cavalo de batalha e tira conclusões: se somos todos humanos, logo...somos todos iguais, logo... todos temos direito ao mesmo, logo...não deve haver classes, logo...a sociedade não é estratificada, logo ...etc...

E extrapola todas as consequências desta sequência para o seu pensamento dominante, para a sua acção política.

Mas logo entra em contradição com o seu cavalo de batalha pois acrescenta: é preciso defender os mais fracos e os menos capazes!

Então em que ficamos? Se há mais fracos e mais fortes, somos todos iguais? Mais fortes e mais fracos em quê?

Defendem-se dizendo que a sociedade a caminho do socialismo ou da social-democracia sofre dessas desigualdades, mas que quando lá estivermos seremos todos iguais... daí a célebre frase dos socialistas e sociais democratas: “a caminho do socialismo ou a caminho da sociedade sem classes”.

Pergunto: como? Se tudo o que está para trás escrito das diferenças que existem entre os seres humanos reais é uma realidade e impossibilita cientificamente essa possibilidade?

1.5 – E a Lei? E as Defesas? E a Previdência?
Iguais perante a Lei! Eis a suprema versão da esquerda, falhadas as outras versões. Muito bem e todos concordamos neste ponto.

Mas .. Quem elabora as Leis?
1º - São Seres humanos com capacidades próprias e distintas dos demais.
2º - O seu cumprimento é, para todos, obrigatório. Muito bem e todos concordamos neste ponto.
Mas... todos a cumprem? E quando não a cumprem, todos são condenados da mesma forma ou grau?
3º - Quem julga e pune o não cumprimento das Normas que possibilitam a vida em sociedade? Seres humanos tecnicamente preparados para tal, logo diferentes.

Quando a Direita diz, que é necessário proteger os mais fracos assume que é face aos mais fortes. Sabe que existem mais fortes e mais fracos e Assume-o claramente, sem hesitações nem complexos, como assume todo o postulado de que somos todos diferentes. É, em consequência, mais coerente com o seu postulado de base: os seres humanos são todos diferentes. Daí a necessidade de proteger o mais fraco do mais forte.

Então que Consequências destas premissas de base se podem tirar?

Uma delas foi a que levou a Direita a criar (no pós-guerra) o Estado Providência, que não o Estado Social (criado pela Esquerda sobre as fundações do primeiro).

NOTA:
Por favor não confundir a DIREITA com LIBERAIS.
Uns nada têm a ver com os outros. (este erro é tão comum hoje em dia em Portugal e isso tem contribuído para a falta de organização e afirmação da Direita em Portugal).
Os Liberais defendem básicamente a LEI do MAIS FORTE. Isto é, baseados na Teoria da Mão Invisível de Adam Smith, os liberais postulam que o Estado emanado da Nação deve ter apenas um papel residual e não deve intervir nas actividades individuais. Chegam mesmo a rejeitar o papel ao Estado de legislador, controlador (para evitar abusos de Poder) e de supervisor (garante do cumprimento das Normas Saudáveis de vivência em sociedade e de respeito pelos direitos que não colidam com os direitos dos outros) abrindo assim as portas a que os mais capazes, por natureza, possam dominar e fazerem o que quiserem dos mais fracos.
A Direita rejeita este postulado, como adiante se verá!

A Direita assume:
- Somos todos diferentes. Há os mais capazes e os mais fracos. E postula que por isso ser uma realidade e por não querer ver instalada na sociedade a lei do mais forte diz claramente, sem medo das palavras, que por isso é preciso proteger os mais fracos.
De quem? Dos mais fortes!

Mas isto é feito sem amachucar os mais fortes, os mais capazes.
Porquê? Porque os mais fortes e mais capazes são os que têm mais capacidades de organização da sociedade nos diferentes níveis, de empreendedorismo, de condução da sociedade, de prover ao sustento dos demais, de defender a sua comunidade de ameaças de estranhos á mesma. E como tal são necessários e imprescindíveis a uma sociedade equilibrada.

Mas estes têm, sejamos claros, o dever de protegerem os mais fracos, os menos capazes. Em primeiro lugar ensinando-os, enquadrando-os, dando-lhes a “cana para pescar”. Não o peixe. Isso só em casos de incapacidade física ou mental, que impossibilitem as pessoas de angariar o seu próprio sustento.

O dar a “cana” é proporcionar aos menos capazes os ensinamentos necessários á sua sobrevivência digna na sociedade.

Por isso a Direita é normalmente muito atenta á construção de Normas/Leis que protejam os interesses da sociedade sem possibilitar aos mais fortes o abuso sobre os mais fracos e evitando que estes tentem tirar desforço. Tenta, no seu ordenamento jurídico, equilibrar os interesses em presença, privilegiando o Indivíduo e a Família.

Mas a Direita foi mais longe: e dada a imprevidência natural da maioria criou um sistema qualitativo - o Estado Providência - que permite:

1- Quando estão doentes, e não têm meios suficientes, as pessoas terem assistência médica – as caixas de Previdência - Assistência Médica e medicamentosa;

2- Quando trabalham e se encontram numa situação de involuntáriamente estarem desempregadas, não morrerem de fome: o subsídio de desemprego;

3- Quando trabalharam toda a sua vida, quando atingem uma idade avançada, e já não podem trabalhar, não morrerem de fome: a pensão de reforma.
Ou seja o Estado Previdência, alimentado ao longo da vida pelas contribuições dos cidadãos.

A Esquerda o que fez: tomou todas estas evoluções (almofadas sociais) e flexibilizou de tal maneira as regras de acesso ao sistema, criando o Estado Social, que subverteu a ideia inicial de ajuda aos que mais precisam. Agora é para TODOS, precisem ou não. Daí a sua falência!

ATENÇÃO: Este Estado Providência tem sido o responsável pela manutenção da Paz no Continente Europeu, desde a 2º guerra mundial, dado que é uma "almofada social" fundamental que ninguém quer perder!

2. Referências Humanas – os três níveis - Individual, Colectivo, Transcendental Mas voltemos, para já, á organização da sociedade, às referências humanas:

O primeiro nível da organização humana é a família.
Em primeiro lugar o ser humano precisa de ter á sua volta o núcleo familiar para poder ser uma pessoa equilibrada, segura, capaz de desenvolver as suas capacidades de inter-relacionamento saudável com os outros níveis. É o seu “porto de abrigo”, a sua influência directa no dar e receber, a sua fonte primeira de aprendizagem.

Em segundo lugar o ser humano necessita de sentir, de saber, que pertence a um grupo social e a uma comunidade de interesses, de língua, de história, de cultura:
- Uma Nação, com território, com Povo que é, juntamente com os valores e factores comuns, a sua Pátria. A sua grande casa e dos seus comnacionais, dos seus compatriotas, que o ajuda a identificar-se no meio do Mundo como ser gregário e Políticamente organizado e identificado.

Quer a Nação tenha um Estado que a represente, ou não. Temos inúmeros exemplos disto; um exemplo apenas: o Povo Curdo de que tanto se fala. Não é pelo facto de terem o seu território dominado pela Turquia e pelo Iraque, não é pelo facto de não terem um Estado, um Poder Político reconhecido e independente que os represente, que deixam de ter um sentimento nacional, um sentimento de Pátria fortíssimo.

Em terceiro lugar o ser humano necessita de acreditar no transcendental. Na sua busca pela primeira razão da sua existência, - da existência dos outros, do seu Mundo, do Mundo, - chega a Deus. Mesmo os que não acreditam na sua existência acabam por lá chegar pela Razão.

Se não vejamos: a teoria mais na moda actualmente é que o Mundo foi gerado pelo “Big-Bang”! Tudo bem! Isso pode até ser a causa material, ao alcance da observação limitada do ser humano...! Mas... quem deu origem á matéria que originou o “Big-Bang”? Dizia Louis Pasteur: “quanto mais aprofundo os meus conhecimentos científicos, quanto mais procuro a causa primeira, mais chego a uma resposta: Deus”.

E assim de há muito que, independentemente das religiões, se estabeleceu no Ser Humano a trilogia fundamental das suas circunstâncias. A sua própria individualidade é rodeada dos três factores decisivos:

1º nível - O da sua organização próxima. O seu “porto de abrigo”, a esfera da sua convivência do dia-a-dia: A Família;

2º nível - O da sua organização comunitária, do seu sentimento de pertença a uma nacionalidade, a uma comunidade psicologicamente coesa: a Nação e a Pátria;

3º nível - O transcendental, o que o transcende, que está fora do seu domínio e muitas vezes fora da sua compreensão, o sobrenatural: Deus

E por temor deste enunciado, da sua força agregadora, da sua força face a outras ideias, a esquerda entreteve-se a deslustrar esta trilogia.

Porque defende um Internacionalismo e uma Igualdade que só existe na utopia. Mas como quer valorizar essas premissas e transformá-las em valores, a Esquerda ridicularizou e tentou menorizar esta trilogia, da raíz mais profunda, do ser humano que a Direita portuguesa, (a que deu corpo ao regime autocrático da 2ª República), e a Democrática que também foi fundadora da 3ª República, defende e deverá continuar, porque natural, a defender.

Já não vale a pena referir que até á década de 1960, esta trilogia era defendida pela esmagadora maioria da população portuguesa. A memória só é curta para alguns.

Só com o surgimento e o fortalecimento dos regimes internacionalistas (leia-se socialistas e comunistas, que buscaram as suas raízes no século XIX) é que esta trilogia foi tentativamente substituída por outra: Igualdade, Internacionalismo, Ateísmo/Laicismo.

Em Resumo:

NÍVEL ---------- ESQUERDA ------------ DIREITA

Individual: -- Igualdade/Indivíduo ----- Diferença/Família

Colectivo: -- Internacionalismo ----------- Nação/Pátria

Transcendental: - Ateísmo/Laicismo --------- Deus

O livre arbítrio é um dado do ser humano.
Pode fazer o bem ou o mal. Pode acreditar ou não acreditar. Pode defender as ideias que quiser.
Ora assim sendo não tente a esquerda retirar o livre arbítrio aos outros. Livre arbítrio que para si, e para os seus seguidores, guarda.
Que a Esquerda tente impor como únicos os seus valores, a sua trilogia é legitimo e faz o seu trabalho.

Que a Direita por medo, por ignorância, por preguiça ou por inação os aceite é que me parece mais grave.

As consequências políticas, económicas e sociais de cada um destes postulados são diversas.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
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