03 dezembro 2014

(4ª PARTE) A História de Portugal - 1945-2000

A Inserção real de Portugal no Sistema de Relações Internacionais do pós-Guerra
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As diligências diplomáticas de aproximação às Comunidades e o Acordo de 1972 – (1962-1972)
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Face aos desen...volvimentos observados no seio da EFTA e no seio da OCDE, Portugal pediu, pela primeira vez, por carta datada de 18 de Maio de 1962, dirigida ao presidente do conselho da CEE, a abertura de negociações visando«estabelecer os termos da colaboração que o governo português pretendia ver estabelecida, num futuro próximo, entre Portugal e o conjunto dos países da CEE».
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Esta carta foi entregue pessoalmente pelo nosso Embaixador Dr. José Calvet de Magalhães, que tinha sido nomeado Embaixador de Portugal junto daquela organização, ao Sr. Couve de Murville, Presidente do Conselho das Comunidades.
A referida carta, assinada pelo Dr. Correia de Oliveira, pedia a “abertura de negociações para o efeito de se encontrar a fórmula de relações entre Portugal e a CEE, que melhor realizasse os interesses comuns”.
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No plano interno, em 1962 isso correspondeu a uma mudança na política até aí seguida pelo governo, o que se pode compreender por vários motivos frequentemente apontados, e um da minha opinião, ouvidas que foram algumas pessoas.
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Em primeiro lugar pelos indícios de sucesso que as Comunidades transmitiam já no inicio da década. Já restavam poucas dúvidas que a vontade política dos seis, iria levar a bom fim, o projecto em curso. Por outro lado as movimentações diplomáticas de vários dos nossos parceiros da EFTA, indiciavam o que se viria a verificar.
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No entanto, as dúvidas iniciais existiram mesmo na mente dos mentores como Paul Henry Spaak que, em Abril de 1962, perante o Parlamento Belga disse a dado passo “... quand on a signé le Traité de Rome, on n’avait pas confiance dans le sucéss de l’operation...”.
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Em segundo lugar pela existência normal, no nosso país, como noutros, de pessoas que defendiam técnica e politicamente esse caminho e sendo, vários deles de reconhecida capacidade, tenha o governo, de que alguns faziam parte, decidido mudar as suas orientações neste domínio.
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Em terceiro lugar um dos receios da Inglaterra, de Portugal e de outros países, de ver nascer uma Federação de Estados tinha-se diluído face à prática das actividades da CEE.
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É que no inicio do processo dos outros seis países, tinha-se formado a primeira comunidade – a CECA –, que era verdadeiramente uma organização do tipo federal, e havia o receio de que os desenvolvimentos posteriores lhe seguissem as pisadas, o que não agradava a alguns governos, o de Portugal incluído.
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É bom recordar, que o que hoje parece simples, claro, óbvio, passados que são cerca de 40 anos, poderia, na altura não o parecer, mais a mais porque se estava a falar de projectos completamente novos, forjados sobretudo na Europa Central, entre países com largas tradições de trocas comerciais, mas também de conflitos.
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O que foi realmente novidade foi a Alemanha ligar-se à França, com quem manteve contenciosos históricos importantes.
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Em quarto lugar já a própria EFTA, se tinha declarado favorável a negociações bilaterais, entre os países seus associados e a Comunidade Económica Europeia, e vários dos seus membros, entre os quais o Reino Unido tinham pedido mesmo a adesão à CEE.(9 de Agosto de 1961).
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Ora o nível de importância das nossas exportações para esses mercados, no cômputo geral, era já demasiado importante para ser menosprezada a hipótese, embora que remota, de virmos a ficar prejudicados pela mudança de bloco dos nossos parceiros comerciais preferenciais.
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Ora, ainda nesse ano pediram a Adesão a Irlanda e a Dinamarca. A Grécia assinou um acordo de Associação com a Comunidade.
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O movimento em direcção às comunidades continuou em 1962 e 63.
Foi a vez da Espanha, da Noruega, de Malta, e da Turquia.
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Portugal, estava atento a essas movimentações, mas ao arrepio do que tinha sido a sua atitude face a este projecto, iniciou o seu caminho de aproximação.
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Esta mudança pode-se dizer que foi motivada por dois factores principais de carácter exógeno: em primeiro lugar pela atitude da Inglaterra, seu parceiro e aliado principal; e em segundo lugar porque se percebia que a EFTA corria o risco de ficar esvaziada de boa parte dos seus membros.
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Paul Henri Spaak, a propósito destes pedidos pronunciar-se-ia da seguinte forma: “...no que respeita ao termo associação, penso que este termo não é claro. Creio que quer dizer que a nossa associação é aberta mas existem passos a dar numa economia que não esteja em estado de entrar, na sua plena capacidade, no Mercado Comum. É necessário impor-lhes um estágio de associação.. Não poderá haver entre os membros que participem no Mercado Comum e aqueles que querem nele entrar divergências profundas sobre o sentido do Tratado”. fim de citação.
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Por outras palavras, Spaak admitia a figura de associação como um estágio necessário de efectuar pelos países que quisessem aderir, como membros de pleno direito, ao Mercado Comum.
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AS REAÇÕES dos fundadores da CEE hoje U.E.
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Num périplo efectuado pelo Dr. Correia de Oliveira pelas capitais europeias obteve da maior parte o apoio à pretensão de Portugal.
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Assim recebeu Apoios de:
- Hallstein – Presidente da Comissão;
- de Couve de Murville – MNE de França e Presidente do Conselho;
- de Edward Heath do Reino Unido;
- de Paul Henri Spaak da Bélgica (que refere que apesar das diligências de alguns países africanos para impedir a entrada de Portugal, não dará guarida a tais posições);
- de L. Erhard Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Federal Alemã – que se declara pessoalmente partidário da admissão de todos os membros da EFTA;
- de Joseph Luns da Holanda – que diz, na altura, que transmitiu aos seus colaboradores a instrução de que “.. não eram de admitir argumentos contra Portugal baseados em razões de ordem política ou de organização política interna..” fim de citação.
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Já posição diferente tomaram os EUA face aos pedidos de 1962.
Em comunicação de Frank Figgures, Secretário Geral da EFTA, aos Embaixadores EFTA, após reunião com o Sr. Ball – Subsecretário para os Assuntos Económicos do Departamento de Estado “...os EUA defendem a adesão ou associação de todos os Estados EFTA à CEE...” mas com reticências expressas e clarificadas na segunda parte da sua comunicação: “...no caso de Portugal, mas que interessa igualmente o Reino Unido, o Sr. Ball mencionou o regime de relações económicas entre os territórios do ultramar e a Comunidade Europeia, uma vez as Metrópoles entradas, ou associadas com a mesma comunidade, O Sr. Ball exprimiu a opinião que os EUA não poderiam ver com simpatia e até teriam que se manifestar oposição, na devida oportunidade, que a integração europeia desse lugar ao estabelecimento de arranjos preferenciais para vastas zonas do Continente Africano.....”. fim de citação.
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Por outras palavras, os EUA viam com receio uma Comunidade que integrasse dois países com interesses em vastíssimas áreas africanas que pusesse em causa os seus (dos EUA) próprios interesses no continente africano.
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Mas a Inglaterra veria adiada a sua pretensão pois a França, pela voz do seu Presidente – o General Charles de Gaulle, vetou a sua entrada, em 14 de Janeiro de 1963, e todos os processos, dos vários países,
- incluindo o Portugal, (a audição do caso português tinha sido marcada para o dia 11 de Fevereiro de 1963, -
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tendo após este veto, sido suspensa “sine die”) ficaram prejudicados e adiados.
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O motivo invocado pela França, nessa altura, foi o de que o Reino Unido queria demasiadas excepções à Pauta Aduaneira Comum e que por esse motivo não poderia entrar.
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Na verdade o Reino Unido pretendia obter a salvaguarda dos interesses do Commonwealth, salvaguardar a sua agricultura bem como queria impor a entrada simultânea dos países neutrais (Áustria, Suécia e Suíça) e ainda da Dinamarca, Noruega e Portugal.
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Adiante veremos o seguimento destas diligências políticas do Governo Português.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

01 dezembro 2014

(3ª PARTE) A inserção de Portugal no Mundo no pós-guerra

 A HISTÓRIA de PORTUGAL – 1945-2000

A matéria central da política económica do Dr. Salazar consistia na busca da estabilidade financeira dada a situação, que tinha herdado, de perman...ente desequilíbrio e descontrolo das contas do país, do período final da Monarquia e do período da 1ª República.
O controlo da despesa pública e o planeamento dos investimentos a efectuar foram duas das suas bandeiras.

Isto levou à tomada de medidas como foi o caso da implementação de uma política de condicionamento industrial, que era uma tentativa de defender o frágil tecido empresarial português, nascente e embrionário, dos anos 1930.

Este instrumento previa que, para ser efectuado um novo investimento industrial, tinha que se obter uma licença para, o mesmo, ser levado a efeito. Para a obtenção, da referida licença, era necessário um parecer, não vinculativo, do grémio dos produtores do segmento, (em que o novo projecto se pretendia inserir), sobre a entrada de um novo parceiro no negócio. Dada a autorização o industrial podia levar a efeito os seus investimentos.

Por pensar ter interesse a matéria reproduzo aqui o enunciado da teoria que sustentava o conceito da Política de Condicionamento Industrial:
- “reconhece-se a iniciativa privada, orientada para a organização corporativa, o direito de instalar novas unidades industriais e de modificar ou transferir as unidades existentes”. E mais adiante ”O Condicionamento Industrial visa evitar “le gaspillage” de capitais, dado que num país em vias de desenvolvimento, não se pode pretender abandonar exclusivamente ao mecanismo de mercado o desenvolvimento económico sendo certas as perdas inevitáveis de capital técnico e financeiro que representaria um tal sistema.
Reconhecemos, no entanto, e ainda por motivos puramente económicos, que se o condicionamento industrial se impõe como uma necessidade imperiosa, é igualmente necessário, à luz da experiência adquirida, de modificar o esquema de execução actual.
Mas o que importa desde já esclarecer é que o condicionamento industrial não tem nenhuma ligação com a organização corporativa das actividades. De resto, o corporativismo português não afecta, em doutrina e de facto, a organização das empresas ou a forma da sua administração. Observações idênticas se aplicam no caso do condicionamento em vigor relativo à instalação de empresas pertencentes a estrangeiros ou colocadas sob controlo estrangeiro”.

Tudo isto se inseriu no objectivo traçado de desenvolver, de uma forma sistemática e organizada, a industrialização do país.

Este processo começou, verdadeiramente, no final da 2ª guerra e baseou-se sobretudo na progressiva implementação de um quadro de planeamento económico, com vários instrumentos do qual se destacam os denominados Planos de Fomento.

PORTUGAL e a CEE/U.E.
No que se refere às comunidades nascentes (CECA, CEE e CEEA) e respondendo a uma consulta de Van Zeeland, então Ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, o Presidente do Conselho respondeu em extensa carta na qual tentou retratar o seu pensamento acerca dos planos que então se faziam.

E a dado passo escreveu « ...os Estados Unidos, pela simplicidade do seu espírito e ligeireza das suas opiniões, não vêem para a Europa outra solução política que não seja a unidade através da federação; a França, adopta a ideia como maneira mais fácil de evitar o rearmamento alemão isolado e amanhã potencialmente hostil; as nações que se agrupam em volta da França parecem convencidas embora por motivos diversos, de que aquele é o melhor caminho de salvar a Europa e talvez o único de assegurar o apoio americano, em potência militar ou em dólares» e mais adiante acrescentava «é sobre tão frágeis fundamentos que se anda a construir a federação da Europa» para logo de seguida se interrogar se essa federação seria possível; acrescentando que no domínio da lógica era possível, mas que para lá chegar só via duas maneiras: por acto de força de um federador ou por lenta evolução, o que poderia levar séculos.

Ora o Dr. Salazar interrogava-se, dadas as circunstâncias do momento, e visto o quadro internacional vigente na altura (fim da 2ª grande guerra), sobre quem poderia ser o federador europeu. E prosseguia na sua análise dizendo que talvez, pela sua força e capacidade potencial, fosse a Alemanha o novo federador. Neste caso interrogava-se para que teria valido a guerra.

“Quanto à hipótese de ser a Inglaterra a assumir esse papel”, referia, que a Inglaterra no território europeu se tinha sempre comportado como um Estado federal, sendo no mundo a cabeça de uma associação de Estados; e que “se enveredasse por esse caminho poderia perder a chefia dessa mesma comunidade e os Estados integrantes, seriam levados a buscar outro ponto de apoio”.

Interrogava-se em seguida o Chefe do Governo acerca dos potenciais/possíveis benefícios para Portugal «Independentemente da aliança antiga, e considerando apenas o jogo das forças mundiais que emergem importaria a Portugal uma Inglaterra forte e independente» e mais adiante «se posso ser interprete do sentimento do povo português, devo afirmar que é tão entranhado o seu amor à independência e aos territórios ultramarinos, como parte relevante e essencial da sua história, que a ideia da federação, com prejuízo de uma e de outros, lhe repugna absolutamente».

Era, portanto clara a intenção do Governo português de não participar em nenhuma organização que tivesse por base a ideia de avançar para uma Federação de Estados. De notar que na altura em que esta carta foi dirigida a Van Zeeland, estava em formação a mais federalista das comunidades originárias: a CECA.

Um outro ponto que importa reter é a referência explícita ao facto de Portugal ter, à semelhança da Inglaterra, territórios ultramarinos e não querer interferências de terceiros no problema.

Para o Prof. Mota de Campos a questão era de dupla interpretação: por um lado havia a «vocação africana» do país e um sentimento nacional profundamente consciente da necessidade de salvaguardar a plenitude da independência conquistada, e mantida ao longo se séculos, o que fazia com que o governo português encarasse com séria prevenção as intenções políticas expressas ou implícitas, mas não muito claras, da empresa comunitária; por outro lado havia a questão, não menos importante, de a Inglaterra ser o principal parceiro económico de Portugal, da altura, quer como fornecedor de bens e serviços, quer como cliente dos bens produzidos no país.

Num quadro de incertezas Portugal preferiu aguardar calmamente o desenrolar das situações, aderindo ao que não contrariava a sua política e os seus interesses da altura, e analisando a todo o tempo as posições do seu aliado preferencial.

De facto, havia algo de comum nas preocupações de Portugal e Inglaterra:
(1) eram parceiros comerciais importantes, sendo essa importância mais marcante para Portugal do que para o seu velho aliado;
(2) ambos tinham territórios ultramarinos importantes e
(3) ambos tinham alguma desconfiança face à estratégia da França.

Esta atitude foi também adoptada, na altura, por vários países europeus que tinham relações estreitas com o Reino Unido, e que vieram mais tarde, tal como Portugal, a aderir ás Comunidades, para além dos países que por uma razão ou por outra, como a Finlândia, não aderiram a nenhum dos blocos europeus da época.
Mesmo assim e face aos desenvolvimentos posteriores Portugal não deixou de acompanhar as tendências que se viriam a desenhar no xadrez europeu, como adiante veremos.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

29 novembro 2014

(2ª PARTE) HISTÓRIA de PORTUGAL - 1945-2000

A Inserção de Portugal no Mundo do pós-guerra (2ª PARTE)
HISTÓRIA de PORTUGAL - 1945-2000
Para quem quiser saber realmente de onde vimos
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2. A política externa portuguesa face aos cenários europeus do pós-guerra
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No pós-guerra Portugal estava com o seu prestígio intacto.

A Inglaterra devia a Portugal cerca de 80 milhões de libras, mas não tinha condições, na altura, para as pagar.
No entanto os ingleses, correctamente, concordaram em obrigar-se, além dos juros, a uma cláusula ouro, que actualizava a dívida em função do preço do referido metal precioso.

Portugal pretendia recuperar a soberania plena das bases dos Açores, o que conseguiu.
Pretendia ser parte, como membro de pleno direito, das Organizações Internacionais relevantes.

O princípio afirmado e anunciado publicamente, pelo Doutor Salazar, era o de que Portugal deveria colaborar lealmente com os seus aliados, no limite das suas possibilidades.
Mas também era claramente dito que Portugal deveria defender-se de quaisquer tentativas que pudessem afectar a sua soberania.

No domínio económico e financeiro Portugal colaborou na fundação da OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica) e participou nos estudos e análises efectuados onde foram examinadas as medidas que deveriam ser tomadas de forma a ajudar a organização a ser mais eficaz.
E foram, sobretudo, os Drs. Caeiro da Matta e Castro Fernandes quem coordenou, da parte portuguesa, os trabalhos, comparecendo a todas as reuniões da organização.

Portanto, no Plano Económico-Financeiro Internacional Portugal, nos anos de 1940, 1950 e 1960, seguindo as linhas traçadas, foi membro fundador da O.E.C.E., a que sucedeu em 1960 a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos (O.C.D.E.).

Foi membro das instituições saídas da criação do denominado sistema de Bretton Woods:
- Fundo Monetário Internacional (F.M.I.),
- Banco Mundial e de todos os seus braços, agências ou dependências
- Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (B.I.R.D.),
- Sociedade Financeira Internacional (S.F.I.),
- e da E.F.T.A., de que noutro artigo se falará mais em profundidade.

Cabe aqui uma nota sobre o conjunto de medidas tomadas e que ficou conhecido como o Sistema de Bretton Woods.
Este é normalmente recordado por três questões:
(1) - Conversibilidade das moedas face ao Dólar e desta face ao Ouro – ou seja vigorou o padrão-ouro,
(2) - Paridade das moedas – Estabilidade nas Taxas de Câmbio entre as principais moedas;
(3) - Equilíbrio das Balanças de Pagamentos, como forma de regularizar as trocas.

O sistema assentava em três organizações:
- o Grupo Banco Mundial,
- o Gatt
- e o FMI- que se propunham promover a cooperação monetária internacional, facilitar a expansão do comércio internacional, proporcionar uma estabilidade câmbial, criar um sistema multilateral de pagamentos para as transações correntes entre os seus Estados membros, e colocar fundos à disposição dos mesmos para eventuais medidas de correcção das respectivas balanças de pagamentos.

Este sistema durou até 1971, data em que os EUA anunciaram o fim da conversibilidade do Dólar em Ouro.

De referir que nesta área o Governo Português tomou a decisão de formar um grupo de trabalho denominado de Comissão Técnica de Cooperação Económica Externa, encarregue de estudar todas as formas de cooperação internacional em que Portugal pudesse estar interessado, e que produziu vasta e interessante documentação.

No Plano Político e Militar Portugal foi membro fundador da N.A.T.O. e em 14 de Dezembro de 1955, após negociações entre os EUA e Inglaterra de um lado e a URSS do outro, foi admitido na O.N.U. Adiante, em artigos futuros, se falará destas negociações.

Ou seja – Portugal nestas três décadas foi fundador e membro da esmagadora maioria das Organizações Internacionais, de carácter intergovernamental, que surgiram no pós-guerra, sempre com o apoio dos EUA e da Inglaterra e sem a oposição de nenhum dos países do bloco ocidental.
Para País "Política e Diplomáticamente isolado", como hoje se ensina, não estava nada mal.

As organizações relevantes de que Portugal não fez parte foram o Conselho da Europa, - por Portugal não possuir um regime democrático - e as Comunidades Originais, CECA, CEE e EURATOM, por opção própria, a que Portugal só viria a aderir em 1986.

No entanto, logo em Maio de 1962 o Embaixador Dr. Luís de Góis Figueira recebeu a incumbência de abrir uma Missão junto das Comunidades Europeias, em Bruxelas.

O 1º Embaixador nomeado para essa Representação, foi o Dr. Calvet de Magalhães, que acumulou o cargo com o de Representante de Portugal junto da OCDE.

Em próximos artigos tratarei dos detalhes da nossa participação na OCDE e na EFTA e das 1ª (1962), 2ª (1971/1972) e 3ªs (1977/1986) negociações com a CEE, divulgando detalhes e políticas até agora desconhecidos da maioria dos portugueses.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

28 novembro 2014

HISTÓRIA de PORTUGAL - 1945-2000

Para quem se interessar e quiser saber de onde vimos

A Inserção de Portugal no Mundo do pós-guerra (1ª Parte)

A Situação Política e a Actuação Diplomática de Portugal do Pós-Guerra face aos desenvolvi...mentos europeus.
Os Mitos divulgados e as Realidades dos Factos

Um Povo que não respeita o seu Passado, não tem Presente, dificilmente terá Futuro, dado que perdeu a noção de si mesmo, do seu Todo, e do enquadramento Histórico, que lhe é próprio, que lhe permita ver com clareza o caminho a percorrer no futuro.

1. A Situação política interna de Portugal no pós-guerra
Finda a segunda guerra mundial a vida dos portugueses retornava lentamente à normalidade. Portugal saiu do conflito numa situação privilegiada.

Não tinha sofrido a guerra no seu território, não tinha perdido qualquer parcela do mesmo, tanto na Europa como em África e na Ásia, não tinha havido mortes de portugueses em combate, via reforçada a importância estratégica das suas posições territoriais, mantivera as amizades com os seus tradicionais aliados e ganhara outras.

Desenvolvera alguns sectores industriais e alargara as suas exportações, fazendo face às solicitações dos intervenientes da guerra, e os preços dos seus produtos nos mercados internacionais subiram.

No entanto, havia escassez de produtos, nalguns segmentos de mercado, e os preços subiam internamente sem igual contrapartida dos salários, continuando o Governo a prosseguir numa linha de actuação política anti-inflacionista. Sentiam-se dificuldades económicas e problemas sociais. Portugal dispunha de reservas de ouro e divisas muito amplas. Mas a crise mundial não permitia a sua utilização significativa.

No campo político interno vivia-se alguma agitação. Os sobreviventes da democracia parlamentar da 1ª República, os monárquicos, alguns republicanos e alguns católicos defendiam a instauração de uma democracia do tipo anglo-saxónico.

Os grupos de extrema esquerda, os comunistas, e os socialistas, que tinham ficado momentaneamente desorientados com a colaboração nazi-soviética do início da 2ª grande guerra, viam num eventual apoio, a prestar pela União Soviética, um caminho para a tomada do poder em Portugal.

A colaboração NAZI-COMUNISTA ficou assinalada pelo Pacto Ribentropp-Molotov – Pacto entre os Nazis e os Comunistas.- Por este Pacto a URSS de Estaline ficaria com metade da Polónia e com a Bessarábia e a Alemanha de Hitler ficaria com a outra metade da Polónia, além de se comprometerem em não se agredirem mutuamente, o que foi quebrado pela Alemanha de Hitler.

Vários grupos tomam posições tais como a União Patriótica e Democrática Portuguesa presidida pelo Dr. José Domingues dos Santos de que eram membros, entre outros, o Dr. Emídio Guerreiro e Israel Anahory – movimento que chega a apelar para o Primeiro Ministro Inglês, Clement Attlee, para os ajudar a derrubar o regime e pedindo-lhe que os recebesse. Esta diligência, no entanto, não teve qualquer acolhimento por parte do governo britânico.

Um outro movimento – o Conselho Nacional da Unidade Anti-Fascista tenta também entrar em contacto com o governo britânico, através de António Sérgio, que escreveu ao embaixador britânico em Lisboa uma carta a pedir que o Reino Unido interviesse junto das Forças Armadas portuguesas, para derrubar o regime. O Foreign Office arquivou a carta sem qualquer comentário.

O Grande Oriente Lusitano Unido escreveu ao Presidente Harry Truman, dos EUA, a queixar-se do regime. Outros movimentos, mais ou menos numerosos, fizeram diligências junto de governos estrangeiros para que estes os ajudassem a derrubar o regime político vigente desde 1926.

Não obtiveram qualquer sucesso ou qualquer apoio por parte de Washington e Londres.

Estes Governos não queriam que se instalasse, na Europa Ocidental, um foco de instabilidade. A Inglaterra, através do seu Embaixador em Lisboa, Sir Owen O’Malley, tinha aliás já reconhecido oficial e publicamente o papel importante da colaboração portuguesa durante a guerra.

Estaline, como era natural dada a luta, política e ideológica, internacional da altura, deu apoio à esquerda portuguesa e determinou que o governo português passasse a ser atacado. As acusações produzidas iam no sentido de não haver liberdade de imprensa em Portugal, nem liberdade de reunião, nem liberdade de organização de Partidos Políticos.

O que é notável, de descaramento e desfaçatez, se tivermos em conta a natureza ditatorial brutal do Regime de Estaline, em particular, e do Regime Comunista, em geral.

Entretanto haviam sido marcadas para 21 de Outubro de 1945 eleições locais e para 18 de Novembro, do mesmo ano, eleições gerais.
As oposições ao regime organizaram-se em torno de vários movimentos entre o quais ressaltava o M.U.D. – Movimento de Unidade Democrática que agrupava as principais figuras da oposição mas que acabaria por recomendar a abstenção.

Do lado do Governo a União Nacional, partido apoiante do governo, onde se agrupavam todas as figuras ligadas ao regime, a esmagadora maioria da População Civil a Igreja e as Forças Armadas.

Decorreram sem sobressaltos as eleições de 1945 e de 1949.
Na eleição de 1949, para a Presidência da República, a oposição ao regime apresentou como candidato o General Norton de Matos, e o regime apresentou como candidato o Marechal Oscar Fragoso Carmona.

O primeiro acabou por retirar a sua candidatura quando percebeu que os comunistas haviam tomado conta da estrutura de campanha, da mesma.

Em 1950 estava quase restabelecida a situação financeira, a moeda era forte e os preços mantinham-se estáveis.

Em 1958, a 8 de Junho, deram-se novas eleições para a Presidência da República em que, desta vez, concorreram pela oposição o General Humberto Delgado, ex-apoiante indefectível do Dr. Salazar, e pelo regime o Almirante Américo Tomás, tendo este último sido eleito Presidente.

Foram eleições com um período pré-eleitoral turbulento, em que os oposicionistas conseguiram movimentar grandes quantidades de pessoas.

Nos anos de 1960 a questão foi diferente dado que o ultramar português foi alvo de ataques, sobretudo a partir da realização da Conferência de Bandung, onde se agruparam os países denominados de Não Alinhados, (dado que não queriam depender de nenhum dos dois blocos, liderados pelos EUA e URSS, pelo menos no discurso) liderados pela Jugoslávia do Marechal Tito.

Os países participantes eram adeptos da autodeterminação de todos os povos e iriam constituir-se como inimigos da visão portuguesa sobre o tema.

Começava um período em que Portugal iria travar uma guerra em três províncias: Angola, Moçambique e Guiné.

O primeiro episódio dessa guerra aconteceu em 4 de Fevereiro de 1961 quando se deu o ataque em Luanda ao quartel da Polícia, à Casa de Reclusão Militar e à Emissora Nacional.

A 13 de Abril o Presidente do Conselho profere, através da Rádio e da Televisão um discurso em que como resposta aos acontecimentos de Luanda declara que assumia a pasta da Defesa Nacional para melhor coordenar a acção subsequente de forma a abreviar as ...
- “providências necessárias para a defesa eficaz da Província e a garantia da vida, do trabalho e do sossego das populações. Andar rapidamente e em força é o objectivo que vai pôr à prova a nossa capacidade de decisão. Como um só dia pode poupar sacrifícios e vidas é necessário não desperdiçar desse dia uma só hora, para que Portugal faça todo o esforço que lhe é exigido a fim de defender Angola e com ela a integridade da Nação”- fim de citação.

Discurso posteriormente truncado por vários adversários e que, por isso, aqui se reproduz para que a verdade seja reposta.

A 18 de Dezembro, do mesmo ano, as forças da União Indiana invadem Goa, Damão e Diu e anexam essas províncias ao seu território.

A economia portuguesa, apesar da guerra seguia o seu caminho de crescimento sustentado.
A abertura da economia e a capacidade do aparelho produtivo nacional iam robustecendo uma economia que estava a sair a passo acelerado de uma estrutura tradicional como veremos adiante…..

Miguel Mattos Chaves

27 novembro 2014

os CASOS da JUSTIÇA - breve comentário

Caros Amigos e Leitores,
Como cidadão preocupado com o meu País e, por consequência, com a causa pública (Política em geral, e os seus sub-capítulos da Justiça, Defesa Nacional, Política Externa, E...conomia e Finanças, Educação, Saúde, etc…) sinto-me triste e um pouco revoltado com tudo o que se está a passar.
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Explico:
1 - a luta política, e os seus agentes directos, está a desviar-se do seu foco principal. Isto é, está a desviar-se do Serviço à Nação e seus Cidadãos para um terreno perigoso em que o Poder pode estar a passar dos Eleitos pelos cidadãos, para agentes não eleitos por ninguém.
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Assistiu-se nos últimos dias, direi mesmo nos últimos anos, após um período de aparente impunidade, que já critiquei por várias vezes em anteriores artigos, dos poderosos (financeiramente ou políticamente falando) a acusações de crimes graves tendo como alvos várias figuras dirigentes dos sectores financeiro e do sector político.
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E, por mim, muito bem.
Aplaudo de pé essas iniciativas das autoridades judiciais e policiais que se destinam a punir os prevaricadores, sejam eles quem forem.
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Se se pede aos cidadãos comuns que não pratiquem crimes, de forma a tornar a vida em sociedade possível, por maioria de razão os cidadãos com maiores responsabilidades (por serem, ou terem sido, dirigentes financeiros ou políticos), tem que se exigir às figuras de topo que saibam e cumpram a exigência básica de que devem ser os primeiros a dar o exemplo de Honra, Seriedade, Ética e Moral, aos seus concidadãos.
É esse o seu primeiro Dever, a sua primeira Responsabilidade, e não é desculpável o seu não cumprimento.
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Em Democracia, (se é este o sistema que está em vigor), tudo tem que ser, ou devia ser, muito claro e transparente (salvaguardando as questões de Segurança Nacional ou Defesa Nacional sensíveis, pela sua delicadeza).
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E infelizmente o que se exige aos políticos (eleitos pelos cidadãos goste-se ou não) não é exigido aos Jornalistas e aos Juízes e às Polícias.
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Esta dualidade de critérios de exigência, por parte dos cidadãos, meus compatriotas, choca-me, por duas razões:
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2- Em primeiro lugar porque os agentes da Justiça, (Juízes, Procuradores e Polícias) continuam com vários tiques que já não são próprios dos dias de hoje.
Refiro-me naturalmente à falta de clareza e de informação sobre o teor ou conteúdo das Acusações que fazem e sua justificação.
E esta falta de clareza inquina toda a confiança que qualquer cidadão responsável deve ter nestes agentes de Poder, neste caso do Poder Judicial.
Acresce que quando acusam, e bem, cidadãos com notoriedade pública de crimes graves, em vez de serem claros e de prestarem as informações mínimas a que os Cidadãos têm direito, calam-se e resguardam-se em supostos e injustificáveis “segredos de justiça”.
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Injustificáveis pois, de forma pouco clara, essas informações distorcidas ou não, acabam por chegar aos cidadãos por mão de jornalistas.
Ora este tipo de atitude, injustificável, censurável e nada ética, tem o condão de condenar públicamente, à partida, e sem julgamento formal judicial tudo e todos os acusados sem lhes dar nenhum direito do contraditório e de defesa.
É assim, na minha opinião, um mau serviço e uma má prestação de justiça e que faz muitos cidadãos cumpridores terem medo, em vez de se sentirem protegidos pelos agentes de justiça contra criminosos.
Não raro, alguns casos, chegam ao seu fim com a absolvição dos acusados.
Mas o mal, dadas as práticas acima referidas, fica feito, ou seja a destruição das pessoas sem direito a reparação pública que lhes tire a mancha da acusação pública feita, embora pouco clara.
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E isto é inadmissível num Estado de Direito.
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3- Por outro lado, outro Poder não eleito, e de forma igualmente pouco clara, divulga informações pouco claras; formula acusações que depois se verifica não serem verdade; formula acusações que depois se verifica serem verdade; e tudo isto com a mais absoluta leviandade buscando apenas um acréscimo de vendas de espaços publicitários ou outras receitas ou obedecendo a interesses pouco claros.
Isto é, em relação a figuras públicas, condenam de antemão, arvorando-se em Poder Judicial.
Ora nem foram eleitos pela população para tal, nem são Poder Judicial justificado Constitucionalmente.

4- Tem-se justificado tudo isto?
Vejamos:
- o caso dos Submarinos – ninguém foi acusado formalmente e ninguém foi julgado formalmente. Apenas suspeitas lançadas por magistrados e jornalistas sobre pessoas;
- o caso do Dr. Duarte Lima – onde está o processo, a acusação, o julgamento derivado das acusações formuladas e a sua condenação ou absolvição?
- o caso do BPP – onde está o processo, a acusação, o julgamento, e a condenação ou absolvição?
- o caso BPN – onde está o processo, a acusação, o julgamento, e a condenação ou absolvição?
- o caso BES, … o caso Vistos Gold, … etc…, etc…, etc…

5- Nos EUA dados os acontecimentos e escândalos do Sistema Financeiro descobertos e despoletados em 2008, em apenas 6 meses foram presos, acusados, julgados e condenados, vários Financeiros e Políticos e absolvidos outros.
..
Então pergunto:
O que passa no meu País?
Porque não andam as coisas de forma séria e célere?
Porque vejo na Imprensa Internacional o meu País a ser enlameado, com a cumplicidade de portugueses?
Porque não sabem os cidadãos tudo o que se passa, divulgado pelos agentes que o deveriam divulgar e julga-se saber por outras vias?
..
Sinto-me triste realmente.
..
Julgo ter o direito de exigir:
- que a Justiça seja CLARA e INEQUIVOCA;
- que a Justiça condene os que prevaricam, sejam eles quem forem, de forma igualmente clara;
- que a Justiça absolva os que injustamente acusados, em qualquer caso;
..
Mas que TUDO isto de seja feito de forma rápida e eficaz e sem margem para Dúvidas;
Assim peço e exijo:
- que se acabe com o espectáculo lamentável de Televisões e Jornais trazerem matéria de Justiça, que não a oficialmente veiculada por agentes de Justiça mandatados para o efeito, para a opinião pública.
- que a Justiça, a exemplo do que acontece noutros países civilizados, forneça em casos de notoriedade pública, de forma CLARA e inequívoca os elementos de informação necessários ao esclarecimento do público;
- que o Conselho Superior da Magistratura desempenhe o seu papel cabal de Inspector da Qualidade dos serviços prestados pelos agentes de Justiça, para que Portugal possa ter uma Justiça respeitada que evite que um ACTO SOBERANO e DIGNO destinado a:
- assegurar os direitos dos acusados que, até julgamento formal e prova inequívoca, têm direitos de defesa;
Evite que:
- a justiça se transforme num espectáculo que não dignifica os Portugueses cumpridores,
- a justiça não dignifique os seus próprios agentes e os torne acima de qualquer suspeita aos olhos dos cidadãos cumpridores.
..
Se assim não for estaremos a permitir, nós cidadãos, um aprofundamento do DECLÍNIO CIVILIZACIONAL (como já escrevi em anteriores artigos) a que vimos assistindo de a algumas décadas a esta parte, o que não nos conduzirá a nada de bom.
..
A Vós a Palavra.
..
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Cidadão de Portugal

21 novembro 2014

PORTUGAL 1) O que é preciso fazer ? 2) Como fazer ?

PORTUGAL
1) O que é preciso fazer ?
2) Como fazer ?
Seria de esperar que, após 3 anos de austeridade mal conduzida, por  ter sido utilizada uma estratégia errada e os meios menos adequados a uma posterior  recuperação da economia, o Governo ou a Oposição propusessem medidas concretas para a necessária recuperação económica e crescimento do nível de vida dos cidadãos, bem como para assegurar o futuro do país no seio do sistema internacional.
 Como não vejo fazerem nada disso para além de ameaçarem com mais cortes, exerço eu a minha obrigação de cidadão.
Então, na minha opinião:
1) O que é preciso fazer?

Durante todo este tempo propus por vários meios e em vários locais,  várias medidas, nomeadamente:
- a substituição progressiva da dívida externa por dívida interna através da captação de meios financeiros utilizando para isso uma melhor remuneração dos Certificados de Aforro (em 2012 estimei que se captassem 2 mil milhões de euros, o que foi ultrapassado pela realidade) e pelo acesso dos particulares a Títulos do Tesouro, o que acabou por ser implementado.
- Propus igualmente a criação do novo Banco de Fomento, o que está por acontecer, infelizmente, e outras medidas de que destaco o estabelecimento de um Crédito Fiscal a 100% para a parte dos lucros das empresas que fossem utlizados em reinvestimento produtivo (novos equipamentos industriais, I&D, criação de novos empregos, criação de novos produtos), o que só em parte ínfima foi posto em prática e o Licenciamento Zero para novos investimentos na Indústria, (excepto nas questões ambientais e de respeito pelos PDM) tendo as empresas dois anos, após a abertura, para cumprir as necessárias autorizações que seriam deferidas tacitamente caso as entidades licenciadoras não se pronunciassem fundamentadamente no prazo de sessenta dias.
Dito isto, direi que é com mágoa que vejo que muito pouco foi feito.
E não se diga que estas medidas implicavam qualquer despesa para o Estado.
Daí ser ainda mais incompreensível a não aplicação destas medidas.
Continuo, portanto, a propor públicamente estas medidas, sem prejuízo de dentro de breves dias escrever novamente (a 1ª carta foi em Setembro de 2012) aos Srs. Ministros das pastas da Economia e Finanças e agora ao líder da Oposição.

2) Como fazer ?
...
Tal como venho dizendo desde 1994, o País precisa de se Re-Industrializar pois este, o sector secundário, é o maior criador potencial de empregos estáveis, melhor remunerados que nos serviços (terciário) e o maior produtor potencial de riqueza para o país de forma estável e estruturante.
Ou seja precisamos de inverter uma “moda” dos anos da década de 1980 que causou a desindustrialização do país e da Europa e que provocou a perda de milhares de empregos estruturais na economia.
Temos agora mais 26 mil milhões de euros para utilizar, oriundos da U.E.
Na minha opinião:
- 40% desses fundos deveriam ser utilizados na ajuda a PME’s Industriais que ainda subsistem e que sejam viáveis económicamente, e que contribuam para a cobertura positiva das importações,
- 40% para novos projectos industriais (cerâmica, alimentar, têxtil, calçado, …….) - e 20% para outros projectos nomeadamente do sector terciário apenas para novos investimentos de raíz, (novos produtos, novos mercados, novos empregos) verbas estas que deverão ficar exclusivamente entregues ao novo Banco de Fomento que deverá ser supervisionado, vigiado e escrutinado directamente pelo Banco de Portugal de forma permanente e sistemática (não como hoje o B.P. o faz, mas mais efectivamente).
Para a Agricultura e o Mar existem outros mecanismos onde supletivamente se podem e devem ir buscar fundos de investimento, nomeadamente ao FEOGA, para o que recomendo uma maior formação dos agricultores e uma maior informação às empresas marítimas e o agilizar dos processos nacionais de candidatura.
Supletivamente:
3) - Deveria ser iniciada a negociação no seio do Conselho Europeu com vista à mudança dos Estatutos do BCE para que este possa emprestar directamente aos Estados – Membros, a taxas de referência de forma a diminuir drasticamente as despesas financeiras do Estado alocadas à dívida;
4) - Deveriam ser negociadas, - se o mercado de novos empreendedores (novos produtos, novos mercados, novos empregos) o justificar, - novas linhas de crédito ao investimento industrial junto do BEI, que ficariam sob governo do Banco de Fomento;
5) - Instituir uma norma que limite os spreads a utilizar nos Novos Investimentos Industriais (novos produtos, novos mercados, novos empregos) a 5 pontos percentuais; Deveria ser copiada (isso mesmo) a recente Legislação dos EUA de Separação da Banca Comercial da Banca de Investimento, por forma a separar claramente as duas actividades.
6) - Suspensão dos efeitos dos contratos das PPP’s gravosos para Portugal, imposição de novas taxas que diminuam os seus efeitos ou em casos extremos, reverter a propriedade para o sector público pagando as competentes verbas do valor das propriedades e libertando o Estado do pagamento dos ruinosos contratos;
7) - O mesmo se aplica às rendas excessivas da EDP e outras.
8) Nestes dois últimos capítulos estranho que, estando inscritas as medidas no programa inicial da denominada “troika” ( e revisões subsequentes do mesmo), nada tenha sido feito, a não ser algumas “cócegas” para inglês ver (leia-se eleitor).
9) - Por outro lado, e por fim, renegociar (negociar de novo, baixando taxas de juro e alargando prazos de pagamento) a dívida pública portuguesa de forma a libertar mais meios para apoio de novos investimentos que ajudem e impulsionem a economia e o bem-estar dos Portugueses e o seu futuro.
Na minha opinião, e se tivesse Poder fazia-o, só assim se poderá sair do atoleiro em que estamos.
Só assim podemos exigir que o Estado seja uma pessoa de bem e cumpra os contratos a que se comprometeu com os seus cidadãos, o que não fez durante os últimos anos;
Só assim nos livraremos dos “profetas da desgraça” que têm programas de televisão que só sabem dizer mal MAS … que não propõem UMA SÓ medida para se sair deste quadro para o qual fomos atirados pelo “centrão” político. Só sabem propôr mais cortes e para isso já temos o que temos.
..
Portugal tem 900 anos, tem uma população com três características pouco vulgares no Mundo:
 - Resiliência – isto é, capacidade fora do comum de resistir e enfrentar adversidades;
 - Versatilidade Mental – isto é, capacidade de adaptação a novos métodos, novos desafios e novas tecnologias (muito visível nos emigrantes);
 - Espírito Criativo – isto é, capacidade fora do comum de encontrar soluções para problemas inesperados ou fora do comum.
O que nos falta:
 - Estratégia e Organização;
 - Planeamento realista;
 - Políticas de Motivação.
Ou seja:
- - Direcção capaz;
Ou seja Portgal tem as condições mais que necessárias para evoluir e ser mais rico e proporcionar melhor futuro aos seus cidadãos. O que tem falhado são os dirigentes que temos tido.
À Vossa Reflexão e Comentários.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

04 novembro 2014

- As CAUSAS do estado a que chegámos - O Meu Diagnóstico -

REFLEXÃO de dia 04-11-2104 -
- As CAUSAS do estado a que chegámos - O Meu Diagnóstico -

A Falta de VALORES e de OBJECTIVOS

Meus Prezados Amigos e Leitores,...
Partilho hoje o que, na minha opinião, está a corroer Portugal e os seus Cidadãos.
Perdoem-me se o julgamento é severo, mas é o meu e por isso o partilho com toda a liberdade que me assiste como amante de Portugal - o meu País, a Nação à qual pertenço com orgulho, a minha Pátria.

Na minha opinião Instituiu-se em Portugal:

1. A Libertinagem, em vez da Liberdade com respeito pela Liberdade dos outros;

2. A Desorientação dos Espíritos, em vez de se traçarem Objectivos claros para a Nação;

3. A Relativização e a Destruição dos Valores Tradicionais da Sociedade, em vez de se proporem Valores orientadores de uma saudável vida em Sociedade;

4. Tem-se proporcionado o Desrespeito e a Desautorização da Autoridade necessária à vida em Sociedade, no, e do, Estado, da Autoridade nas Escolas, nas Empresas e Associações, em vez de se criar um enquadramento da Autoridade necessária ao Trabalho Organizado, Sério, Honrado e Eficaz dos Cidadãos;

5. Tem-se induzido nos Espíritos dos cidadãos a Amargura, a Frustração, a Tristeza e a falta de esperança no futuro, em vez de se induzirem sentimentos de Alegria, Conforto Interior, Esperança no futuro individual e colectivo da Nação;

6. Tem-se permitido a Corrupção dos Costumes, a Corrupção da Moral e a Corrupção Material ao invés de se darem exemplos e sinais claros de Autoridade Moral que proporcionem condições mais justas de vida à Nação;

7. Tem-se permitido que muitos Dirigentes (no Estado e nas Empresas) exerçam funções de Direcção e Comando apesar de não terem as Condições de Incorruptibilidade, de Seriedade, de Honestidade, de Moral, de Ética, necessários e exigíveis a quem Comanda.
Mais, não se tem punido os Corruptos, os Desonestos, os Amorais, e os não éticos, deixando que a população se sinta impotente e frustrada face aos abusos e impunidade desses elementos negativos para a Sociedade;

8. Os Dirigentes Políticos Não têm dado o EXEMPLO inerente a serem Dirigentes e como tal PRIMEIROS SERVIDORES da Organização da Nação.
Deveriam dar o exemplo de SERIEDADE, de ESPIRITO de MISSÃO de SERVIÇO, de trabalho para o Bem Comum.

9. Ao longo dos últimos anos, instalou-se a noção de que todas as pessoas têm somente Direitos.
Fizeram-se promessas fáceis, de um igualitarismo falso (porque contrário à realidade do Ser Humano) e atirou-se os Portugueses para uma Sociedade sem Rumo, sem Horizontes, sem Futuro.
Instituiu-se um regime, (não declarado – mas visível por todos) de auto-protecção dos sucessivos detentores do Poder Político face a alguns Desvios de Seriedade e de Incorruptibilidade, o que fez o Sistema de Justiça desmoronar-se.

10. Os cidadãos têm hoje uma imagem negativa dos Políticos mais conhecidos.
Justa, porque alguns têm saído impunes dos seus actos, mesmo quando prejudicam a Nação;
Justa, porque não têm diligenciado em punir aqueles que enriquecem de forma ilícita e não justificada;

Justa, porque se gerou uma impunidade de alguns agentes do Poder dos sectores Privado e Público, face à Lei.

Justa porque se deixou que os interesses partidários se sobrepusessem aos interesses de Portugal e do seu engrandecimento.

Puseram o País. a Nação, (sem a ouvir) a obedecer a Poderes que lhe são alheios contrariando uma História rica de 900 anos de autodeterminação e autogoverno ao invés de diversificarem as dependências por forma a manterem essa autodeterminação e capacidade de autogoverno.

À VOSSA REFLEXÃO e COMENTÁRIOS.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Cidadão de Portugal

ESTADOS UNIDOS da EUROPA ou EUROPA das NAÇÕES ?


As posições Federais vs. posições Intergovernamentais aos níveis económico, social e político.

Uma questão, na minha opinião insuficientemente discutida junto da opinião pública, e mesmo nos corredores da política, é a velha luta de pelo menos 60 anos, entre as pessoas que defendem um modelo federal para a Europa e as que defendem um modelo de Cooperação Intergovernamental.

Estas são as duas grandes balizas da discussão de fundo (Poder dos Estados e sua distribuição) embora no seu intervalo existam posições intermédias.

As gerações que atravessaram as guerras, queriam compreensívelmente chegar a uma plataforma de entendimento, no continente, que permitisse alcançar uma situação de paz perene.

Por isso percebe-se que nalguns casos o medo de não se conseguir esse objectivo, levou algumas dessas pessoas a tentarem encontrar um “remédio” que fosse definitivo para a situação europeia;

– e, entre outros “remédios”, a Federação aparecia-lhes como uma entidade, que por ser supranacional, não permitiria a existência de conflitos, já que o seu poder se exerceria perante todos os integrantes.

- Noutros casos, as pessoas desejando a paz, acharam que não se podia destruir séculos de história de formação de nacionalidades, de Estados independentes, em prol de uma entidade terceira.

Tinham medo de poder haver convulsões sérias, que pusessem em perigo o equilíbrio necessário entre os países e que isso acabasse com a paz.

Preferiam, portanto, defender um outro modelo – o da cooperação inter-governos.

Ainda outros, mais próximos da linha federalista, mas percebendo que as coisas não podem, ou não devem, andar muito depressa, sobretudo em matérias tão sensíveis como as questões dos símbolos nacionais e das soberanias, preferiram seguir a via de uma integração progressiva, sector a sector, esperando que surgisse o fenómeno do “spillover”.

Isto é, que a integração, sector a sector, fosse empurrando a Europa para uma União que integrasse cada vez mais sectores, até acabar numa União Federal.

 São os neofuncionalistas, inspirados por um Jean Monnet da segunda fase, e que têm influenciado todo o processo de construção europeia, desde há 50 anos para cá.

Recorde-se que, por exemplo, Jean Monnet começou por defender a Federação a todo o custo, e acabou por defender a Federação a prazo mais dilatado, através da integração por sectores.

Por uma questão de rigor passo, em seguida, a descrever as abordagens, mais comuns, a este tema, da natureza e do modelo de que se deve revestir a construção europeia.

Básicamente existem 4 abordagens teóricas, em termos de modelo:

 1) A abordagem pluralista – A Europa das Pátrias, a Europa da Cooperação Intergovernamental;

 2) A abordagem funcionalista – que defende que as relações técnicas e económicas levarão os Estados a cooperar mais estreitamente;

 3) A abordagem neofuncionalista – que diz que a dimensão meramente técnica e económica é redutora, ou insuficiente, e que a construção europeia exige uma dimensão política;

 4) A abordagem federalista - que defende a constituição formal de uma federação de Estados, governada por Órgãos centrais, supranacionais.

Em primeiro lugar creio que o pecado original desta discussão, não no seio dos fundadores, mas nos seus “herdeiros”, é a mistura que se faz entre os temas sociais, económicos e políticos. Adopta-se mentalmente um modelo, e esse torna-se geral para todas os segmentos da vida em comunidade.

A solução que defendem para um dos campos, defendam-na para os outros todos.

Ora se existe um entendimento, quase generalizado, pelo menos enquanto não surgir a tal crise, de que a integração, leia-se federação, económica e financeira é uma boa ideia, porque não assumi-la sem arrastar outros segmentos da vida em sociedade?

Se quisermos extrapolar esse modelo de organização, de carácter económico-financeiro, para outros âmbitos, a questão já não é tão pacífica, ao menos nos países onde este tema é abertamente discutido.

O que não é o caso de Portugal onde estas questões fundamentais não são discutidas.

Ao Vosso Comentário

Miguel Mattos Chaves

30 outubro 2014

O Banco de Fomento – Será desta ?

MECANISMOS SUPLETIVOS de APOIO á INDÚSTRIA por parte do Estado
O Banco de Fomento

A) Em consequência do panorama REAL, de faltas de apoio, (mas convenientemente ausente dos discursos políticos) proponho, ...neste documento, a criação de Mecanismos de apoio ao surgimento de Novas Empresas e a Criação de MECANISMOS SUPLETIVOS de APOIO á INDÚSTRIA, de capitais públicos, (dada a falta de visão e a ausência de interesse por parte dos privados).

(B) Devido ao conhecimento e reconhecimento comprovado e indesmentível de que o Sector Financeiro Privado português é avesso á tomada de risco em investimentos de médio e longo prazo, no sector industrial;

(C) Devido ao conhecimento e reconhecimento comprovado e indesmentível de que o sector financeiro privado português é avesso á tomada de risco em investimentos em “Start-Ups”, isto é na criação de novas empresas, em que os proponentes não possuem recursos financeiros para os construir e sedimentar;

(D) Proponho que:
1 - O Estado deveria tomar o papel de liderança na área do apoio a Novos Investimentos em Pequenas e Médias Empresas Industriais, sem nenhuns complexos, através

- Da criação de um Banco de Fomento Nacional, que poderia hoje ter a denominação (dados os complexos idiotas de alguns) de Banco de Desenvolvimento Português ou Banco da Industrialização de Portugal.

2- Características Essa Instituição Financeira deveria ter as seguintes Características:
- Capitais 100% Públicos
– Funcionaria como Banco de Análise/Correcção/Implementação de Novos Projectos Industriais;
- Funcionaria como Banco de apoio efectivo, na empresa criada, nomeadamente nas áreas da organização e gestão dos novos empreendimentos, durante o período em que o empréstimo estivesse em vigor; Isto é a nova empresa industrial financiada teria o acompanhamento de gestores (nomeados pelo banco para acompanhar e ajudar no nascimento da empresa e criar as condições do seu fortalecimento) para as áreas sensíveis (Estratégia, recursos humanos, organização e planeamento da produção, financeira e comercial);
- Após o projecto estar em condições verificadas de funcionar por si próprio e estar reconhecidamente sólido no plano da produção industrial, e nos planos económico, financeiro e comercial, o Banco retirar-se-ia do apoio á gestão.

3 -Fonte de Financiamento do Banco – Orçamento Geral do Estado;
- Mercado financeiro nacional e internacional, com o aval do Estado;
- Remuneração dos empréstimos concedidos;
- Fundos comunitários.

Esta é uma medida fundamental, simples, e de efeitos benéficos para:
- A renovação industrial do País;
- A criação de emprego;
- A fixação de jovens e seniores, com boas ideias, bons projectos, mas sem dinheiro para os fazer nascer;
- Para a criação de riqueza;
- Para a regulação dos preços do dinheiro no mercado empresarial;
- Para o desenvolvimento sustentado do País.

Foi um instrumento poderoso de industrialização. Poderá e deverá ser novamente posto em marcha, dada a falta de vocação da Banca Privada.
É tempo de se acabar com complexos sem sentido,
É tempo de se acabar com complexos bacocos,
E aproveitar algumas boas lições do passado, que permitiram a Industrialização do País.

Desde 1998 que o venho a propor públicamente.
Temo que o novo projecto, com outro nome que está previsto funcionar a partir de Novembro deste ano, não venha a cumprir o espírito acima descrito.

Aguardemos para ver.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

14 outubro 2014

Conferencia: Portugal e a Europa-Mitos, Realidades Futuro, por Miguel Ma...


Entrevista Mattos Chaves

LINK da Entrevista:  
Entrevista Mattos Chaves

O.G.E. 2015

A continuação do "Liberalismo Repressivo".
ORÇAMENTO GERAL do ESTADO para 2015 - Breves FACTOS
...
Pagamos MAIS Impostos (ditos Verdes) - nos sacos de plásticos, nos combustíveis (gasolinas, gasóleos, etc...), viagens;
IRS - ficamos na ...mesma, isto é continuamos com a Brutal Carga de Impostos;
...
FACE a 2011:
- continuamos PIOR, dada a carga fiscal brutal instaurada em 2012 e que continuará a vigorar;
...
Continuação do CONGELAMENTO de Salários e Pensões/Reformas;
Inflação Média de 2011 a 2014: 1,2% ao ano
PERDA de PODER de COMPRA ACUMULADO derivado SÓ da INFLAÇÃO:
+ - 3,7% (desde 2011)

PERGUNTAS:
Não seria mais justo e sério tratar de outras questões que significam custos gravosos para o Estado?
Então: os Descontos nos Impostos concedidos a Fundações ?
Então: os Descontos nos Impostos do Sector Financeiro ?
Então: os Custos de Funcionamento (excluindo os Recursos Humanos) do Estado ?
Então: os Custos das PPP's, Rendas Excessivas (i.e.: EDP) ?
...
Porque não se actuou ou actua nestas áreas?
...
RESULTADO: Ineficiência; Ineficácia; dos Gestores de Estado, leia-se Governo!
...
CONSEQUÊNCIAS DIRECTAS:
- Classe Média - a viver pior, com menos Poder de Compra.
- Reformados e Pensionistas - continuarão a ver os seus Contratos com o Estado a não serem cumpridos.
...
CULPADOS ?: - sejamos claros - PS e PSD, ponto final!
- AMBOS: por não terem construído Políticas reais de Fomento Económico;
...
Os primeiros (PS) pela governação descuidada;
- Pelas PPP's, Swaps, ...
- falta de controlo do Sector Financeiro;
- Por não terem corrigido as políticas dos anos de 1980;
- por terem cedido às pressões de Bruxelas (do início da década de 2000/2010), para se injectar dinheiro público na Economia;
...
Os segundos (PSD) por:
- terem destruído milhares de empregos estruturais na década de 1980;
- com a política de tornar Portugal um País de Serviços (destruindo a Industria, a Agricultura e as Pescas, com os reflexos que agora se veem);
- Falta de controlo e supervisão do Sector Financeiro;
- e pela Liberalização do Sector Financeiro que desembocou na presente situação de Fraudes e Incompetência que estamos TODOS a pagar;
..
CULPA INDIRECTA: CDS-PP por ter formado coligações Governamentais com o PSD ficando Refém das suas (deles PSD) Políticas.
...
Estes são os FACTOS.
O resto é conversa para distrair os mais incautos, ou desatentos.
Ou seja a Promessa Eleitoral de que em 2016 tudo vai melhorar, é isso mesmo: Promessa Oca !
...
Ou seja: Como diz o Prof. Doutor Adriano Moreira, continuamos com o Regime do "Liberalismo Repressivo".
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Militante do CDS-PP

23 setembro 2014

(2ª Parte) - Contribuição para um PLANO ESTRATÉGICO para PORTUGAL

Mas como dizia, na 1ª parte, a Europa de 1945 acabava de atravessar uma guerra devastadora, travada no seio do seu território, que tinha provocado milhões de mortos. Mort...os, sobretudo, de jovens por força das circunstâncias da própria composição das forças armadas de qualquer país. Na realidade foram sobretudo jovens entre os 18 e os 30 anos, portanto na força da vida, que mais intervieram e sofreram com ela.
..
A opinião pública, os pensadores e os decisores políticos sentiam que algo tinha que ser feito para que se pudesse alcançar uma paz duradoura, no velho continente. Aliás, essa necessidade já tinha sido identificada e sentida no desenrolar e, sobretudo, no desfecho da 1ª grande guerra; essa que todos desejavam que tivesse sido “a última guerra” dada a destruição que tinha causado.
..
Para além do factor humano, com sequelas nas décadas seguintes, a economia sofreu transformações derivadas da necessidade de sustentar o esforço de guerra. Estava assente, quase que exclusivamente, na produção de bens essenciais ao suporte das forças armadas, das forças em presença. Os recursos financeiros aplicados neste esforço deixaram os principais países europeus em situações muito debilitadas.
..
Sob o ponto de vista social, a sociedade europeia estava naturalmente em crise. Quase todas as famílias tinham perdido alguém. A Europa tinha atravessado um período de seis anos de extrema violência física e moral, o que provocou uma sensação real de instabilidade, de insegurança e de incerteza, exceptuando os países da Península Ibérica – Portugal e Espanha e ainda a Suíça pois a guerra militar não chegou a acontecer nestes países. Por isso a sociedade não foi tão afectada; no entanto a falta de todo o género de bens fez-se sentir, dificultando a vida do quotidiano.

Mas a restante Europa foi uma sociedade sujeita a uma longa pressão psicológica, provocada por uma necessidade de sobrevivência física, não apenas derivada do factor militar, mas também da escassez de alimentos, de vestuário, calçado, medicamentos e outros bens de primeira necessidade, necessários à vida e à sua manutenção.
..
Ora este cenário deixou nas mentes a necessidade, muito acentuada, de mudança para um cenário de paz.
Em apenas 31 anos a Europa tinha atravessado duas guerras devastadoras - 1ª Grande Guerra ou 1ª Guerra Mundial – 1914-1918; 2ª Grande Guerra ou 2ª Guerra Mundial – 1939-1945. Praticamente uma geração tinha suportado ambas. Na verdade todos aqueles que nasceram em finais do século XIX e morreram em meados do século XX, estavam nessas condições.
..
Se analisarmos as datas de nascimento, e de desaparecimento físico, de todos os iniciadores do processo, moderno, de construção europeia, verificamos que estão todos nessas condições.
Vejamos:
O Conde Coudenhove de Kalergi, nascido em 1859, austrohúngaro, Aristide Briand, francês, natural de Nantes, nasceu em 26 de Março de 1862, Jean Monnet (1888-1979) francês, Joseph Retinger polaco, nasceu em Cracóvia em Abril de 1888, Konrad Adenauer (1876-1967) nasceu em Colónia, na então Prússia, Alcide de Gasperi (1881-1954) – italiano, Robert Schuman (1886-1963) nasceu em Clausen, no Luxemburgo, Paul Van Zeeland (1893-1973) foi primeiro-ministro da Bélgica, Paul Henri Spaak (1899-1972) nasceu em Bruxelas, Altiero Spinelli, (1907-1986) – italiano, Denis de Rougemont (1906-1985) – francês , Alexandre Marc de seu nome verdadeiro Aleksandr Markovitch Lipiansky nasceu em Odessa, na Rússia em Junho de 1904, Winston Churchill – inglês, General Charles deGaulle – francês, e tantos outros
..
E isso é útil para percebermos que, mesmo as ideias que nos parecem mais absurdas, mesmos essas, revelam que, acima de tudo, essa geração queria chegar a um concerto de vontades que lhes proporcionasse uma paz duradoura. Tudo o mais tinha uma importância menor.
No final da guerra a produção de bens civis estava desorganizada e a sua distribuição defeituosa, senão mesmo quebrada. Havia praticamente falta de tudo. Os alimentos eram racionados, bem como todos os outros bens nomeadamente combustíveis, calçado, etc.
Racionamento significa que as pessoas só podiam comprar determinada quantidade de bens por dia, ou por mês, mesmo que tivessem dinheiro para comprar mais. Os Governos queriam assegurar-se de que tudo o que fosse produzido, de bens essenciais, chegaria ao maior número possível de pessoas. Produzia-se genericamente pouco para as necessidades. Ou seja, era uma situação em que havia muita procura, e muito pouca oferta, para tudo em geral.
*
1.4 - Consequências ideológicas e de partilha do poder mundial
Entre 1945 e 1947 ainda houve uma tentativa de perpetuar a solidariedade entre os aliados da guerra – os EUA/GB e a Rússia. Queriam regularizar as questões levantadas pelo conflito e sobretudo garantir a paz mundial, através da criação de um organismo internacional. A aliança entre os Estados Unidos e a Rússia permitia a resolução de alguns problemas, mas a muito curto prazo produziu-se um clima de desconfiança entre eles.

O presidente americano Roosevelt e em seguida o seu sucessor Truman delinearam o que seria a Nova Ordem Mundial.
Baseada em instituições:
- a ONU estaria no vértice dessa construção, e estaria destinada a ser o seu pilar político.
- O Pilar Financeiro seria corporizado pelas instituições saídas de Bretton Woods – FMI, e Banco Mundial, e assentaria num sistema de câmbios fixos e na convertibilidade entre as várias moedas internacionais.
- O pilar comercial seria gerido pelo GATT, surgido na sequência da Conferência de Havana de 1947, actualmente institucionalizado sob a forma da OMC - Organização Mundial do Comércio.
..
Em 1 de Janeiro de 1942, Churchill e Roosevelt tinham assinado uma declaração nos termos da qual se comprometiam a criar, logo que a guerra acabasse, um sistema de paz e segurança.
Os três grandes do final da guerra - os americanos, os russos e os ingleses - decidiram realizar uma conferência, em Abril - Junho de 1945, para constituírem a Organização das Nações Unidas, o que veio a acontecer com a assinatura da Carta de S. Francisco, ratificada por 50 Estados em Junho de 1945.
..
A organização daí resultante, a ONU – Organização das Nações Unidas, foi objecto de alterações introduzidas em Yalta, em que foi desbloqueada a situação do impasse criado pela obrigatoriedade de unanimidade.
E onde foi criado o directório das grandes potências, que agrupadas no Conselho de Segurança, disporiam do direito de veto.
Este directório era constituído pela China, Estados Unidos, França, União Soviética e Reino Unido, situação que ainda hoje se mantém.
A organização dispunha ainda da Assembleia Geral que seria o fórum mundial de discussão dos problemas dos Estados, limitada nas suas decisões apenas pelos membros do referido directório.
..
O quadro geral da hierarquia do Sistema Internacional mudou. Entre os países europeus, apenas a França e o Reino Unido tinham conservado o estatuto de grandes potências, embora já sem o correspondente poder e prestígio que tinham mantido no período anterior.
- A França, porque tinha sido ocupada e derrotada pelos Alemães. Como tal, não foi parte nas Conferências de Yalta e Potsdam, onde muito de importante sobre o futuro da Europa e do Mundo foi decidido. A sua qualidade de membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e de potência ocupante de parte do território alemão dava-lhe ainda alguma importância, mas não evitou que face às suas dificuldades económicas e à fraqueza das suas forças armadas tivesse que moldar, a contragosto, a sua política externa à dos Estados Unidos.
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- O Reino Unido ao ser parte do exército vitorioso, saiu do conflito com grande prestígio, embora exausto económica e financeiramente devido ao esforço de guerra.
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- A Alemanha perdeu a guerra e saiu desta contenda enfraquecida, dividida e ocupada. Claramente saiu como Estado de soberania limitada, ao não lhe ser permitido a manutenção e o rearmamento das suas Forças Armadas, o que afectou parte da sua soberania, o “ius belli”. O que, aliás, era compreensível.
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- A Rússia saiu deste confronto, como a única grande Potência do continente Europeu. Embora debilitada pela perda de cerca de 20 milhões de pessoas resultantes das invasões do exército alemão, pode dizer-se que ganhou a guerra no leste europeu, libertando-o da ocupação alemã. Ficou como potência ocupante de parte significativa da Alemanha e do Leste Europeu. Membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, viu a sua importância internacional ganhar um relevo que até há algum tempo não tinha.
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Os EUA saíram desta guerra mais ricos, dado os contínuos fornecimentos que fizeram à Europa dos mais diversos materiais.
No final da 2ª guerra o PIB americano valia cerca de 50% do PIB mundial. Saíram também como uma grande Potência capaz de intervir militarmente, em qualquer parte do Mundo.
As tropas dos Estados Unidos e do Reino Unido chegaram à Alemanha em Abril de 1945, tendo-se encontrado com as da URSS no rio Elba.
Um pouco mais tarde, em 2 de Maio, as tropas da União Soviética chegavam a Berlim.
Os aliados de ontem, por conveniência mas contranatura, do ponto de vista ideológico, começavam a dar sinais de que as suas divergências reapareceriam, agora que estava vencido o inimigo comum.
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As divergências eram reais. Inclusivamente, a URSS tinha celebrado no início da Guerra, um Pacto de não-agressão com a Alemanha de Hitler – O Pacto Ribbentrop-Molotov.
A este Pacto foi acrescentado um Protocolo, que no seu Art.º1º fixava as zonas de influência: a URSS ficaria com a Finlândia, Letónia e Estónia, enquanto a Lituânia ficaria para a Alemanha. Na Polónia era metade para cada lado – o Sul para a Alemanha e o Norte para a URSS que ficaria ainda com a Bessarábia.

Essas divergências, sobretudo do campo militar, mas também de carácter ideológico, dariam origem a um período que ficou conhecido como o período da “Guerra Fria”.
O Confronto entre o Socialismo/Comunismo e o Capitalismo.
A luta Leste/Oeste foi fruto de todos estes episódios e medidas.
Resumindo, as atitudes principais de cada bloco podem-se descrever como principais as seguintes:
• Pelo Bloco Ocidental é lançado o Plano Marshall, a Doutrina de Contenção, a criação da RFA e a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
• O Bloco de Leste, liderado pela URSS, que adquire o estatuto de potência nuclear, cria o Pacto de Varsóvia e o Comecon.
..
Instalou-se a Guerra Fria que se estendeu à Ásia, continente que buscava uma progressiva independência face às potências.
A ocupação Japonesa, que declarou uma política anti-ocidental durante a 2ª guerra, trouxe algumas consequências, nomeadamente o descrédito das potências ocidentais que a seguir à guerra tiveram grandes dificuldades em reganhar a zona.
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A França envolveu-se na guerra da Indochina; em 1947.
Em 1954 foi forçada a retirar-se depois da derrota de Dien-Bien-Phu pelos Tratados de Genebra, após os quais o Vietname fica divido em dois.
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O Reino Unido foi compelido a abdicar da Índia;
Ao mesmo tempo começava na China a guerra civil que opôs Chiang-Kai-Chek aos comunistas.
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Com a vitória destes, ¼ da humanidade passava a viver sob regimes comunistas, o que era grave para o ocidente.
Com a vitória de Mao Tsé-Tung o ocidente perde a sua influência na China e a partir daí o Ocidente teve sérias dificuldades em manter a sua influência na zona asiática.

O Mundo Eurocêntrico, posto em causa no final da 1ª grande guerra sofreu mais um rude golpe.
Situação que se agravou nos decénios seguintes.
Portugal saiu relativamente incólume desta situação, mas não pôde evitar muitos dos acontecimentos subsequentes, como adiante veremos.
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(CONTINUA)
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

19 setembro 2014

o Referendo da ESCÓCIA - Breve comentário

As NAÇÕES com ESTADO SOBERANO
As NAÇÕES sem Estado Soberano

UNITED KINGDOM - Scotland, Wales, England, Northern Ireland
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Nas Democracias, (sob o Regime Monárquico ou sob o Regime Republicano) as Decisões mais relevantes e mais imp...ortantes devem ser tomadas pelas Populações, que são a Nação (conjunto dos nacionais que partilham um território definido, uma história, valores, referências, vivências e uma língua comuns).
...
A Escócia e a Inglaterra, duas Nações distintas, (unidas há cerca de 300 anos depois de várias guerras entre elas) deram por isso mais uma lição ao Mundo sobre o que é, na realidade, uma Democracia.
.....
Durante mais de um ano discutiram (dadas as suas divergências históricas e dada as suas diferenças como Nações) e os cidadãos da Escócia decidiram manter a Escócia na União com o Estado Inglês denominada de Reino Unido - United Kingdom.
...
Continuará assim a Escócia a ser uma Nação sem Estado Soberano, por vontade dos seus cidadãos. Gostem os outros, ou não, foi esta a Decisão da Nação Escocesa, expressa pelos seguintes resultados:
- Abstenção: apenas cerca de 20%
- Votantes; cerca de 80%
- pelo SIM á Independência da Escócia votaram: 1.617,989 pessoas
- pelo NÃO à Independência da Escócia votaram: 2.001.926 pessoas.
...
Os resultados conduzirão, no entanto, por uma questão de Bom Senso Político do Governo de Cameron, a uma concessão de maior autonomia de decisão aos órgãos de poder regional escocês, concedidos pelo Governo central de Londres, o que prefigura duas situações:
1- a verificação de que a diferença entre as duas posições não é grande e que é preciso atender aos sentimentos daqueles que pretendiam uma independência para evitar novas divisões futuras;
2- a constatação de um sentimento real de desejo de uma maior autodeterminação e de conquista da capacidade de uma capacidade de autogoverno superior à existente, de parte significativa da população escocesa;
...
Como reflexo, e atendendo a que situações semelhantes se poderiam vir a verificar em duas outras Nações sem Estado, unidas no Estado do Reino Unido, (Gales e Irlanda do Norte) e por puro respeito a essas tendências, o Governo de Londres irá reconhecer e conceder maior autonomia de decisão e de autogoverno, a todas elas, contribuindo assim para manter uma União que já dura há algumas centenas de anos.
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Muito bem....
...
Uma ou duas lições se podem tirar deste evento, extrapolando para um contexto mais alargado referente ao Sistema Internacional das Nações, em que a Conferência de Westefália reconheceu ser a situação que já existia de facto e a que era preciso dar forma regulamentar para a construção de um Sistema Internacional Ordenado e Organizado.
...
Na minha opinião e ao contrário do que alguns politólogos têm vindo a afirmar:
- O Estado Nação está para durar e é uma aspiração profunda de vários Povos-Nações, de que dou apenas como exemplos:
- Os Flamengos unidos aos Valões no Estado-Reino da Bélgica;
- Os Catalães e os Bascos, que estão dentro do Estado-Reino de Espanha;
- Os Curdos que têm o seu território maioritáriamente dividido entre o Estado Turco e o Estado Iraquiano.
...
(noutro artigo falarei do desastre de médio prazo a que a actual política externa dos EUA, face a este Povo/Nação sem Estado, conduzirá provavelmente, pois reproduz a sua política face aos Talibans na guerra inicial do Afeganistão, com os resultados conhecidos.)
...
Assim sendo verifica-se que o xadrez político internacional, e até mais incisivamente o xadrez político europeu, está longe de ter atingido a sua configuração definitiva.
São de esperar novos desenvolvimentos.
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SE ... houver bom senso, serão resolvidos como a questão da Escócia, ouvindo a Nação Escocesa, ouvindo o seu povo, e tudo se resolverá em Paz para um lado ou para o outro;
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SE ... Não Houver Bom Senso Político, estas questões poderão tornar-se explosivas e belicistas, o que constituirá uma ameaça à Paz Internacional.
...
Veremos.
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- Fica o meu alerta...
- Fica a lição do Reino Unido.
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Felizmente, em Portugal, somos uma só Nação, com um território definido desde o Séc. XII, onde esta questão não se levanta.
(Isto sem prejuízo de considerar que deveria ter sido feito o mesmo – um Referendo - em relação às antigas Províncias Ultramarinas).
...
Quem ganhou?
1) O Povo Escocês, pela lição de participação política e envolvimento na política, que deu ao Mundo;
2) O Governo do Reino Unido que permitiu o Referendo, não deixando no entanto de democraticamente expressar a sua opinião e de a defender com civilidade, como era seu direito;
3) O Sistema de Organização política, denominado de Democracia;
...
Esperemos que em Decisões Fundamentais, a Verdadeira Democracia seja de futuro mais respeitada pelos políticos e nomeadamente pelos políticos portugueses e também pelos políticos sediados em Bruxelas.
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Estes últimos que tenham percebido que a constituição de um Estado Federal Europeu está fora de questão, pelo menos sem haver uma consulta em referendo às diversas Nações, com Estado Soberano, da Europa.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

16 setembro 2014

o caso da PORTUGAL TELECOM - Breve comentário

Meus amigos,
1) uma decisão de empréstimo ao GES desse montante (900 milhões de euros - equivalente a 50% do Capital Social da PT) nunca podia ter sido tomada por uma só pessoa, mesmo que CEO ou Chairman, em nenhuma empresa do Mundo;
.....
2) em todas as empresas, minimamente bem geridas, uma decisão desse montante teria de ser tomada em Conselho de Administração com aprovação por maioria dos seus membros;
..
3) daqui resulta a profunda mentira que tem a vindo a público procurando um “bode expiatório” (depois de devidamente “compensado”) para desviar as atenções da empresa;
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4) com esta encenação se pretendia:
- tentar manter o “valor” em bolsa da empresa;
- tentar evitar a tomada de posição grave por parte dos reguladores brasileiros;
- tentar “absolver” o Zainal Bava e os outros administradores;
...
5) Se não estivessem em causa as infra-estruturas de comunicações, pagas por TODOS nós, e construídas desde os anos de 1940 e sucessivamente melhoradas a partir daí;
Seria para rir tudo isto, dado tratar-se de uma empresa privada.
...
6) MAS … acontece que estão em causa as tais infra-estruturas abusivamente passadas para particulares, pois foram pagas por todos nós ao longo dos anos.
...
7) Assim … não vejo a solução deste imbróglio, pois está na esfera da iniciativa privada e não havendo queixas judiciais de privados, tudo permanecerá por aí.
...
É esta a minha reflexão sobre este caso, depois de todas as "cortinas de fumo" se terem dissipado.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

09 setembro 2014

(1ª Parte) Contribuição para um PLANO ESTRATÉGICO para PORTUGAL

Partilho a partir de hoje (dividido em várias partes) um trabalho que elaborei no âmbito universitário, sobre esta questão VITAL para Portugal, na esperança de que se intere...ssem sobre o FUTURO POTENCIAL para Portugal e para os Portugueses.
-Se acharem útil para VÓS este trabalho e a informação nele contida, dar-me-ei por muito satisfeito.
-
A VÓS a PALAVRA.
....
(A) AS RELAÇÕES TRANSATLÂNTICAS
a Europa versus os Estados Unidos da América
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Passado e Prospectiva
-INTRODUÇÃO
O objecto deste trabalho é a descrição, de forma resumida, da relação entre os dois lados do Atlântico Norte, tendo como pano de fundo as questões fundamentais da Economia, da Segurança e da Defesa.
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Os objectivos são:
1 – Descrever, até à data, de forma breve os acontecimentos mais relevantes na Europa e as relações entre os dois lados do Atlântico, desde a 2ª Guerra Mundial;
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2 - Em segundo lugar, proporcionar uma pequena panorâmica sobre a forma como Portugal se colocou no xadrez das referidas relações;
-3 - Por último, dar uma contribuição sobre a análise actualidade recente e uma prospectiva sobre os eventuais cenários que as Relações Transatlânticas poderão conhecer.
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Metodologicamente seguiu-se o esquema de:
1 - em primeiro lugar, fazer um enquadramento do tema, descrevendo algumas das principais questões internas europeias e da relação de parte desta (os países do denominado bloco ocidental) com os EUA, desde a 2ª Guerra Mundial;
2 - em segundo lugar, abordar um pouco a relação - União Europeia - EUA - e as contradições existentes no seio da organização europeia;
3 - guardando para o final do texto uma tentativa de, prospectivamente, tentar perceber qual será o futuro dessas relações inter-atlântico norte e de que forma Portugal se poderá colocar por forma a obter vantagens.
-
Como consultas bibliográficas foram utilizados vários autores europeus e portugueses, nos quais se incluem as obras do autor deste trabalho.
-*
1. AS RELAÇÕES TRANSATLÂNTICAS
do pós-guerra a 1991 - O Pilar Europeu da O.T.A.N. – N.A.T.O.
-Factos e factores:
A Aliança Atlântica foi criada em 1949 em Washington por 12 países do então denominado bloco ocidental, entre os quais Portugal.
Desde o seu início se percebeu que a Liderança efectiva da Aliança pertenceria aos EUA. O Objecto desta era a Defesa do Ocidente, face à ameaça da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, liderada pela Rússia.
-Estava formalizado um quadro em que os Adversários eram conhecidos e em que se prefigurava uma luta política, ideológica, económica e eventualmente militar entre o Leste e o Oeste, do hemisfério Norte do globo.
A Base deste conflito de posições era claramente ideológica. Defrontavam-se duas formas de ver o Mundo e a sua organização:
- uma, a Comunista,
- outra, a Capitalista.
-
Era também um Conflito latente de base Militar Latente no hemisfério Norte, entre Blocos antagónicos de Poder, que usaram como instrumento estratégico principal a Dissuasão Nuclear.
-
Já no hemisfério Sul do Globo as coisas foram diferentes pois as duas Super Potências (EUA e URSS) queriam dominar os Continentes Americano (Sul), Asiático e Africano, para cercar o adversário.
-
E aí, sobretudo em África, os conflitos sucederam-se.
Foi um conflito militar Leste/Oeste travado por actores secundários, (de que Portugal sofreu algumas consequências) mas subservientes ou aliados de cada um dos verdadeiros beligerantes.
-
Os americanos tentavam colocar no terreno as consequências da sua Doutrina inscrita na Teoria da Contenção, que procurava deter, e confinar, o Poder Soviético nas suas fronteiras do Leste Europeu.
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Os soviéticos procuravam cercar o bloco ocidental, tentando conquistar-lhe as posições até aí detidas no continente africano e asiático.
-Ambos os blocos procuravam alcançar a supremacia do poder internacional.
*
1.1. RELAÇÕES de PODER no período da “GUERRA FRIA” (1945/1991)
Portanto, e em resumo, tínhamos o seguinte quadro geral de leitura do Sistema Internacional:
Duas Superpotências:
- Estados Unidos da América
- e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas;
--
Polarização em duas Alianças Militares:
- Organização do Tratado do Atlântico Norte
- e Pacto de Varsóvia;
--
Polarização em dois blocos económicos/comerciais:
- OECE/OCDE do lado Ocidental
- e Comecon, do lado de Leste;
--
Sistema Internacional:
- Bipolar - dois centros de decisão hegemónicos sobre o Sistema Internacional;

Equilíbrio do Terror entre os dois blocos: assente na Base das armas Nucleares;
Actores Principais: duas potências dominantes (EUA e RÚSSIA), líderes de dois blocos ideológicos distintos:
a) o bloco Ocidental que adoptou o modelo Capitalista
b) e o bloco Oriental que adoptou o modelo Comunista
*
1.2 - A situação Militar, Política e Económica da Europa no termo da 2ª Guerra Mundial
(Antecedentes do projecto de construção de uma unidade Europeia de Segurança e Defesa e dos instrumentos mais relevantes das Relações Transatlânticas)
-
O continente europeu foi palco, durante “dez séculos, de guerras pela supremacia na Europa”.
-
A época em que temos o privilégio de viver é completamente anormal face à que tem sido a vida na Europa ao longo dos séculos precedentes.
Daí que alguns autores deem o nome de “2ª Belle Époque” ao período que decorreu desde o fim da 2ª guerra mundial até ao choque petrolífero de 1973.
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Neste período áureo da história europeia (1945/1973) o crescimento médio do PIB nas economias mais avançadas, andou à volta dos 4,9%.
Este período foi caracterizado por um crescimento das economias europeias e por uma melhoria dos padrões de vida das populações, em geral.
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Foi denominado assim por contraponto à “Mauvaise Époque”, (1914 a 1947), em que o crescimento médio do PIB foi de apenas 1,8%.
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Raramente a Europa viveu um período de paz tão longo.
Este facto possibilitou, a par de outros factores, o avanço das ciências médicas, da investigação no sector agro-alimentar, da melhoria das condições de higiene pública e uma melhoria nas condições de vida, em geral.
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1.3 - Consequências Económicas, Psicológicas e Demográficas
No final da 2ª grande guerra a Europa estava destruída psicológica e economicamente. Terminada na Europa, em 7 e 8 de Maio de 1945 pela rendição da Alemanha, a guerra duraria mais algum tempo na frente do Pacífico.
-Nesta frente a guerra só terminou quando os EUA lançaram sobre Hiroxima e Nagasaky( ) duas bombas atómicas que arrasaram as duas cidades, respectivamente em 6 de Agosto e em 8 de Agosto de 1945.
O resultado foi devastador o que obrigou o Imperador a anunciar a rendição do Japão a 10 de Agosto.
A assinatura da rendição fez-se a bordo do couraçado Missouri, ao largo da baía de Tóquio na presença do General MacArthur.
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Esta guerra que começou por ser europeia, e que passou a guerra mundial com a entrada dos EUA no conflito após o ataque japonês a Pearl Harbour, provocou, só na Europa, entre 40 a 50 milhões de mortos, e 1.700 cidades ou vilas destruídas.
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A produção agrícola sofreu uma redução para cerca de metade do que se produzia no período de antes da guerra.
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Do outro lado do Atlântico viria a ajuda no valor de 13 mil milhões de dólares, para os países da OECE, para o período que mediou entre 1948 e 1952. Esta ajuda foi fundamental para a recuperação europeia.
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Esta ajuda revelou-se fundamental para a recuperação da economia europeia.
A produção industrial dos países da OECE, calculada em relação ao valor de 1938 (base 100) foi de 87% em 1947, de 98% em 1948, de 110% em 1949, de 122% em 1950 e de 134% em 1951.
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Em termos das taxas anuais médias de crescimento do PNB a Alemanha entre 1950 e 1970 cresceu 5,5%, a França 4,8%, e a Itália 5,4%, sendo comum a estes países o facto de ser no quinquénio 1965/1970 que tiveram maiores taxas médias de crescimento anual, respectivamente 6,3%, 5,4% e 6,3%.
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No que se refere ao PIB per capita, a preços de 1990, comparando os anos de 1950 e 1973 a RFA passou de 4.281 para 13.152 USD, a França de 5.221 para 12.940 USD, a Itália de 3.425 para 10.409 USD e o Reino Unido de 6.847 para 11.992 USD. Ou seja a RFA e a Itália triplicaram o seu produto por habitante, e a França mais que duplicou os seus resultados.
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Ao mesmo tempo, na EUROPA OCIDENTAL, a média passou de 3.568 USD em 1950 para 8.814 USD em 1973, mais que duplicou.
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Comparando com o resto do Mundo a Europa teve um desempenho acima da média, pois enquanto o PIB per capita Mundial subia de 2.138 para 4.123 a Europa andava por valores próximos do dobro.
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PORTUGAL passou de um PIB per capita de 2.218 em 1949 para 7.568 USD, em 1973, ou seja mais 241%, ou seja quase triplicou neste período o seu produto interno bruto por habitante.
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(CONTINUA)
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

04 setembro 2014

REFORMA do SISTEMA POLÍTICO de PORTUGAL

Existe uma grande vontade por parte dos portugueses de mudar um sistema que comummente é tido como caduco, ineficiente e gerador de crescente irritação.
...
Assim proponho:

1º) A CHEFIA do ESTADO e de GOVERNO
- Um Regime Presidencialista em que o Chefe de Estado (eleito directamente pela população) é simultâneamente o Chefe do Governo o qual é escolhido por si.
Acaba-se assim com uma dualidade perniciosa e que conduz a situações muito pouco claras na governação.
...
Os nomes dos membros do Governo, propostos e nomeados pelo Presidente Eleito, antes de serem nomeados definitivamente, deverão ser ouvidos em Comissão especializada do Parlamento para serem aquilatadas as suas condições de seriedade, probidade e capacidade.
Terão que ter mais de 30 anos de idade, um mínimo de 3 anos de experiência de trabalho profissional efectivo (excluindo a experiência de cargos políticos) em qualquer sector de actividade;
...
2º) - O PARLAMENTO
Deverá ser eleito pelos votos expressos em eleições gerais.
Os Votos Expressos elegerão Deputados.
Considerar-se-ão Votos Expressos os Votos nos Partidos ou nos Cidadãos que se proponham a eleições, bem como os Votos Brancos.
Qualquer destes três grupos elegerá Deputados sendo que os Votos Brancos implicarão o não preenchimento dos respectivos lugares no Parlamento.
A eleição para Deputados estará a aberta a Propostas dos Partidos Políticos ou dos Grupos de Cidadãos.
Cada Lista dos Partidos ou dos Grupos de Cidadãos terão que recolher um mínimo de assinaturas correspondentes a 2% de cidadãos eleitores maiores de 18 anos, para se poderem propor à Eleição para Deputados.
Os candidatos a Deputados de cada uma das Listas propostas, originárias dos Partidos ou dos Grupos de Cidadãos, terão que preencher, entre outras, as seguintes condições:
- Serem maiores de 30 anos;
- Serem naturais ou residirem há mais de dois anos, comprovadamente, nos círculos eleitorais pelos quais são candidatos;
- Terem o registo criminal limpo e não terem dívidas ao fisco;
...
Uma vez eleitos, o exercício da função de Deputado será em regime de exclusividade sendo interdito o exercício de qualquer outra actividade remunerada ou não.
...
3º) - A CONSTITUIÇÃO e o TRIBUNAL CONSTITUCIONAL
A Constituição é a Lei Suprema do Estado Português e nenhuma legislação comunitária ou de outra proveniência lhe será superior.
No caso de construção de uma Nova Constituição ou de Revisão da actual, o seu projecto terá que ser submetido a Referendo Nacional, sendo a Nação sede e origem do Poder Político a fonte da sua legitimidade futura, deixando assim de ser votada únicamente na Assembleia da República.
...
O Tribunal Constitucional, deverá ser integrado no Supremo Tribunal de Justiça.
Os Juízes serão os mesmos deste órgão de Soberania (STJ), obedecendo às regras actuais de acesso, não havendo lugar a nenhum processo de indicação ou de nomeação por parte dos Partidos Políticos.
...
São estas as três Propostas que agora divulgo, para vossa apreciação, que fazem parte de uma Proposta mais completa que concebi e que seria muito aborrecida de explicar por esta via.
...
Aos vossos comentários e apreciações.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

01 setembro 2014

a hora é dos Portugueses - 2014/2015

a TODAS as minhas Amigas e Leitoras
a TODOS os meus Amigos e Leitores,
que agora regressam à lufa-lufa do trabalho,
desejo um excelente regresso a casa e um excelente ano de trabalho.
...
Portugal precisa de todos, ...
- precisa que cada um exerça bem as suas funções,
- precisa que cada um exerça os seus deveres de Cidadania e de Intervenção.
Todos somos poucos para engrandecer Portugal
- quer com as nossas opiniões e sugestões,
- quer através das nossas Acções.
...
Que quem manda, mande dentro da Ética,
que quem obedece o faça com sentido de serviço,
e que todos trabalhemos para o bem comum,
são os meus desejos para este ano lectivo de 2014 / 2015.
...
Melhores cumprimentos e um abraço de amizade
Miguel Mattos Chaves
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