17 março 2015

a DECADÊNCIA da Civilização Ocidental... Reflexão!

REFLEXÃO que partilho
a DECADÊNCIA da Civilização OCIDENTAL

Já o disse em várias Conferências que proferi, a última das quais na Universidade Lusófona do Porto, no passado dia 13 de Março, e partilho agora convosco, não querendo ser exaustivo no tratamento desta matéria:
- A Razão Fundamental da decadência da Civilização Ocidental é a perda de VALORES e de REFERÊNCIAS, da mesma....

Não é a Economia.

Isto vem sendo provocado pelo surgimento da TEORIA da RELATIVIDADE, cujo postulado extremo afirma que Tudo é Relativo. (a Honra, a Palavra dada, a Educação, o Respeito pelos outros, etc).
..
Surgiu também, a TEORIA MATERIALISTA (em que o Material tem preponderância sobre o espiritual e sobre todas as outras facetas do Ser Humano – isto é que do SER, PARECER e TER, esta última é a mais importante para o alcançar da “felicidade”).

(A)- Ora os Valores da Sociedade Ocidental fundaram-se, e consolidaram-se, ao longo de Séculos por de cima de:
- A Naturalidade da Vida, que o Ser Humano desde o tempo das cavernas sabe e pratica.

Ou seja:

A1.)- O Ser Humano sabe, desde sempre, que para sobreviver precisa do seu Tempo Material, ou seja, abrigo, vestuário, alimentação;
-Precisa igualmente do seu Tempo Psicológico, ou seja, possuir e receber os sentimentos de ligação e pertença ao seu Núcleo de Base: A Família, (carinho, ternura, amizade, espírito de entreajuda, etc…) precisa, e tem, sentimentos de pertença a uma comunidade (Tribo, Nação) para poder ser um elemento equilibrado e feliz.
-Sabe também que, não tendo explicação para o “milagre da vida” e do Universo, busca no Transcendental (Deus) a sua Explicação e Referência de forma a se sentir seguro e estável, ou seja o seu Tempo Espiritual.

A2.)- Depois, há mais de 2.000 anos, a Civilização Humana, com especial incidência no Próximo e Médio Oriente e no denominado Mundo Ocidental, recebeu de Moisés o instrumento e a chave de uma vida em sociedade: As Tábuas dos Dez Mandamentos.

E nestes Dez Mandamentos, o Ser Humano se reconheceu e por isso os adoptou como contendo o essencial para traçar os principais Comportamentos, Referências e Valores que deveriam conduzir a vida em Sociedade. (aconselho a re/leitura dos mesmos)

Isto muito antes de haver Igrejas, Estados-Nação, Poderes Políticos (na forma como os conhecemos hoje), etc… etc…

E eles, os Dez Mandamentos, passaram assim a ser os Valores de Referência do denominado Mundo Ocidental.
Note-se que há sempre quem queira desvirtuar os mesmos. Sempre assim foi e sempre assim será. Mas isso não caracteriza uma sociedade humana.
O Ser Humano, por mera intuição sabe, sempre soube, que se fizer mal ao seu semelhante, ou o desrespeitar nos seus direitos, tarde ou cedo tem represálias.
E também por se saber deste facto, as Sociedades progressivamente transferiram este direito de represália para órgãos denominados de várias formas através dos tempos, e que hoje conhecemos por Tribunais.

De tal forma assim foi que, (sobretudo a partir do Nascimento de Jesus Cristo e dos Seus Ensinamentos que vieram completar os já anteriormente veiculados pelos Dez Mandamentos), a Sociedade Ocidental com vários graus de aplicação, os foi progressivamente adoptando, transcrevendo-os para Normas Positivas do Direito.

Isto é, passaram a ser Normas de Conduta, com força Jurídica, de cumprimento obrigatório e geral, inscritas nos vários Códigos de Direito, de várias civilizações que nos antecederam e cujo código genético foi sendo transmitido de geração em geração.
(Note-se, também aqui, que por este facto nunca deixou de haver quem não os cumprisse).
Mas isso não lhes retira o seu VALOR intrínseco. É o Natural Livre Arbítrio dado ao Ser Humano, enquanto tal, o que lhe permite fazer o bem ou fazer o mal.
Só que o Bem e o Mal, a partir das Tábuas de Moisés, ficou mais claro e mais organizado na mente dos seres Humanos.

Assim, de uma fase Natural passou-se para uma fase de Estruturação.
De uma fase de vida em Família e em Tribo a Humanidade evoluiu para uma vida em Comunidades mais alargadas que era preciso estruturar.
A Sociedade organizou-se e percebeu que determinados Valores, Referências e Comportamentos, ao passarem da fase da transmissão apenas oral e tradicional, para passarem a constituir-se como REGRAS de convivência em Sociedade, eram bons por respeitarem o Tempo Material, o Tempo Psicológico e o Tempo Espiritual do Ser Humano Real.

Progressivamente desde o Séc XIX estes Valores perenes da Humanidade e estas Referências foram progressivamente sendo contestados, por razões e autores que neste lugar seria fastidioso enumerar.
…...
o Binómio: DIREITOS e DEVERES que por ser natural, é inseparável e indivisível, começou a ser relativizado.
A Dissolução dos Costumes entrou na esfera do Relativo;
Os Valores foram sendo esvaziados e mesmo ridicularizados;
As Referências foram sendo tentativamente desacreditadas;
E pelos ensinamentos da História, sempre que assim aconteceu (Império Romano é o melhor exemplo) as Civilizações entraram em DECLÍNIO sendo submersas por Guerras, Fomes ou Pestes que dizimaram milhões de pessoas.
......
Ora o Código Genético de uma Sociedade ou o Código Genético de um Ser Humano, provem de gerações e gerações. Não é "fabricável" por uma geração de "iluminados" que por terem feito descobertas técnico-científicas, no seu tempo relativo, as classificam como absolutamente certas, mas que mais tarde se vem a verificar serem ou parcial ou absolutamente erradas.
….
E tudo o que acima escrevi, e que não são mais do que reflexões simples e breves, parece ter sido esquecido.

Daí a dissolução dos costumes a que assistimos.
Daí a desorientação geral face aos Valores Perenes e Civilizacionais da Sociedade Humana Ocidental;
Daí a quase ausência de Referências sólidas que façam o Ser Humano sentir-se seguro nas suas várias dimensões.

Roubos, “Lapsos”, Insultos, Faltas de Respeito, só Direitos, negação de Deus, etc… passaram a ser aceites com benevolência e não poucas vezes, como arte, engenho e mesmo sinal de superioridade intelectual.

Abortos provocados, “mães de aluguer”, sodomia, penas de morte, eutanásia, passaram a ser considerados como naturais e passivos da escolha de cada um, em nome de uma pretensa liberdade individual, sem respeito pelos outros e pelos alvos das respectivas acções.

De um ponto se têm esquecido os arautos desta dissolução:
- Estes comportamentos, estes anti-valores, da naturalidade, da essência do Ser Humano, trazem consigo a reação (mais tarde ou mais cedo) dos que, ao longo dos séculos, mantêm o código genético da sociedade humana.
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E como a violência dos que se sentem violados na sua consciência, nos seus valores, comportamentos e referências é também um factor natural e intrínseco ao Ser Humano, normalmente estas fases de dissolução desaguam em conflitos violentos que repõem a normalidade e a naturalidade das coisas.
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E os exemplos estão todos descritos na História da Humanidade.

Desculpem o tempo que lhes tomei, mas já agora creio que vale a pena pensarem nisto.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
 

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