30 abril 2015

Mozart - Requiem By Herbert von Karajan (Full HD) (Full Concert)



Para PENSAR e SENTIR  a Imortal e Grandiosa Obra de Wolfgang Amadeus Mozart
nascido em Salzburg, viveu em Viena e produziu esta MARAVILHA da música.
Desejo-vos um Bom Concerto com o Notável Maestro Von Karajan.
Bjs & Abraços

Carta aos Militantes, Simpatizantes e Votantes do CDS-PP


Caros Militantes, Simpatizantes e Votantes do CDS-PP


Quem me conhece sabe que desde pelo menos desde 1992 (quando não havia lugares para distribuir) defendo que o CDS-PP se deve afirmar pelos SEUS próprios Valores e Programas junto do eleitorado de Portugal, a quem pretendemos SERVIR.


Colaborei, desde então, em várias Direcções (Dr. Manuel Monteiro -1992-1998; Dr. Ribeiro e Castro - 2005-2008 e Dr. Paulo Portas - 2008-2011).


SEMPRE souberam estes Presidentes que as minhas posições de SERVIR Portugal, em 1º lugar, e o CDS-PP, como seu instrumento de engrandecimento, tinham por base duas premissas (para além da defesa dos Valores e Programas do CDS-PP):


1º) Não haver Coligações Pré-eleitorais, abrindo no entanto a hipótese, se necessário, a Acordos de Incidência Parlamentar ou, em último caso, Coligações Governamentais (pós-eleitorais) em que os NOSSOS Valores e Princípios não Fossem postos em causa;

2º) Que não adoptássemos a defesa ou aceitação do Modelo Federal na Europa, mas sim a defesa do Modelo de Cooperação Intergovernamental, que respeita a Soberania Plena dos Estados-membros.


NUNCA andei na política para ter lugares remunerados.
SEMPRE, ao contrário, gastei muito dinheiro a ajudar o CDS-PP a "levar a carta a Garcia".


De forma que não estou disponível para aceitar "lições" sobre como defender Portugal e o CDS-PP, como seu instrumento.


Por NENHUMA destas condições estarem preenchidas, nas próximas Eleições, dado não me sentir representado, Votarei em Branco.


Aguardarei que a situação interna do CDS-PP se modifique por vontade dos seus Militantes e se volte aos Valores, Princípios e Programas que fizeram deste Partido uma força política respeitável e respeitada.


Não penso, portanto, em abandonar o CDS-PP.


Veremos quem estará por cá (pelo CDS-PP) quando não houver lugares para distribuir.


Espero ter sido claro, meus caros Companheiros.


Cumprimentos cordiais
Miguel Mattos Chaves
Militante do CDS-PP e ex-dirigente nacional
www.google.com

28 abril 2015

CONVITE


Venho informar as minhas Amigas, os meus Amigos e os prezados Leitores de que na próxima semana darei duas Conferências, para as quais estão desde já Convidados, a saber:

DIA 4 – 2ª Feira – 16h00m – Curso de Relações Internacionais – Universidade de Évora – ÉVORA...
Tema: “As Novas Ameaças: o Terrorismo Internacional e sua Organização”

DIA 7 – 5ª Feira – 15h00m – Escola Superior de Comunicação Social – LISBOA
Tema: “Portugal e a União Europeia: Principais desafios”
http://www.escs.ipl.pt/…/portugal-e-a-europa-principais-des…
….
SE quiser participar, será bem-vinda/o.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

COLIGAÇÃO de QUÊ?
de Sociais-Democratas (com tendências Liberais)
com
Democratas-Cristãos e Direita Conservadora?
...
Pediram-me, algumas pessoas, um comentário sobre a anunciada coligação pré-eleitoral entre o PSD e o CDS-PP.
...
Vou tentar ser sintético.
...
Numa Democracia evoluída discutem-se Valores, Modelos de Sociedade e Visão para o País e suas consequências consubstanciadas em Programas de Acção que as diversas forças concorrentes apresentam aos Cidadãos-Eleitores de forma a habilitá-los a escolherem racionalmente e em consciência o programa em que mais acreditam ou com o qual mais se identificam.
...
Numa Democracia evoluída essas Propostas são veiculadas e transmitidas por Partidos e seus Dirigentes por todos os meios ao seu alcance.

Posto isto:
1.)- Sempre vi com alguma dificuldade o “casamento” entre Valores, Modelos de Sociedade e Visão para o País e subsequentes Programas de Acção (Medidas) de partidos diferentes;

2.)- Isto porque se os Partidos são realmente diferentes, um anúncio de Valores-Guia Comuns, um Projecto de Modelo de Sociedade Comum entre eles, e um Programa de Medidas Comum para o País, exigiria um trabalho aturado de encontrar os Mínimos Denominadores Comuns entre eles e o anúncio público dessas diferenças e do Acordo encontrado.
...
Na verdade a Social-Democracia (mesmo que na sua versão recente liberal) do PSD, pouco tem a ver com a Direita Conservadora e com a Democracia-Cristã do CDS-PP.

Não vou agora maçar com as diferenças evidentes existentes entre os dois Modelos, limitando-me a reconduzir quem me lê, para as NOTAS que publiquei sobre essas diferenças, por diversas formas e inclusivé por aqui no Facebook e que se encontram disponíveis na minha página.
….
Direi apenas que são suficientemente importantes para serem postas em comum, a não ser através de um processo muito transparente de estudo e divulgação das suas conclusões.

Não sendo assim, sou levado a crer que se trata apenas e só de um projecto de ocupação do Poder, numa tentativa desesperada de o manter, no caso presente e em análise.

Ora isso, a mim, não me motiva de todo.

Ora isso, para mim, trata-se, mais uma vez, de tratar de “questões de mercearia”, de trocas de lugares, de tratar de obediências cegas ao exterior, sem ter em conta os pontos de partida Programáticos, Ideológicos e de Visão para o País, próprias de cada um dos intervenientes.

Resulta do acima dito que é, para mim, um serviço pobre a Portugal e aos Portugueses ao qual não adiro e no qual não poderei depositar, em consciência, o meu voto.

Assim, repito o que sempre tenho dito e afirmado:
Acima dos partidos está Portugal;
Em 2º lugar vêm os diversos Modelos de Sociedade e subsequentes questões, a propor;
Em 3º lugar os Partidos, com diferentes Valores, Modelos de Sociedade e Visão para o País e subsequentes Programas de Acção (Medidas) de partidos diferentes, Portugal.

Com tudo isto em mente, os Portugueses poderiam ganhar pela Alternativa que os mesmos representam;
Com essas diferentes posturas de Servir Portugal e os Portugueses, possibilitariam que as escolhas fossem claras e responsabilizassem toda a Comunidade Nacional;

Não sendo assim, apenas temos uma “Democracia Deficiente”, pois apenas mudam as pessoas e os lugares que elas ocupam e isso Não É Servir Portugal. É servir apenas alguns próximos dos directórios partidários.
Manifestamente para mim é pouco e não me motiva nada.
..
E esta Coligação, pelo menos até agora (espero enganar-me) nada apresentou das condições que acima coloco e que resumirei:
- Qual o ponto de acordo e quais os pontos de desacordo em favor do acordado?;
- Qual a Estratégia (Objectivos, obstáculos e formas de os tornear, meios a utilizar e Resultados a obter) para Portugal de sobreviver de forma Autónoma no Sistema Internacional?;

Não vejo nesta Coligação a resposta a estas fundamentais questões.
Em abono da verdade, também não as vejo por parte do maior partido da oposição.

Assim sendo, minhas amigas, meus amigos e prezados leitores, vou:
- Estudar outras forças, movimentos, partidos e suas propostas (se existirem);
- Em caso de não existirem votarei em branco.

Perdoem-me o ser directo,
Mas não sei ser de outra forma, nem quero o meu País a ser comandado por pessoas que o não sejam.
...
Outra coisa é certa: A Direita (Democratas-Cristãos e Conservadores) ficam Órfãos de Representação Parlamentar.

É tudo por hoje.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

23 abril 2015

CRISE ? ... QUAL ? ... REFLEXÃO!

PENSAMENTO para REFLEXÃO
...
Minhas caras Amigas, Meus caros Amigos, Prezados Leitores,
...
Deixem-me, de forma muito breve, partilhar convosco um pensamento que me vem acompanhando desde a alguns anos a esta parte....
...
Aquilo a que vamos assistindo, no panorama político e social, é mais do que uma crise económico-financeira. É mais GRAVE que isso!
...
Na verdade, estamos em presença de uma Grave e Séria Crise de VALORES.
Este facto tem provocado a desorientação da Sociedade Humana Ocidental, em geral, e da Portuguesa, em particular.
...
Em paralelo, e daí derivado, assistimos a uma deterioração dos Costumes, de que me dispenso agora de aprofundar
...
E esta Crise de VALORES, vai levar, inevitávelmente, ao fim deste regime e ao eclodir de eventuais convulsões graves.
...
E sempre que assim foi, através da História da Humanidade, essas eventuais convulsões graves, terão a missão de regenerar a Sociedade que, então, voltará a adoptar os valores que são perenes na humanidade, a saber:
- a Honra,
- a Seriedade,
- o respeito pela Palavra dada,
- a Honestidade,
- a Educação
- e o Respeito.
...
Em paralelo isso restaurará Instituições Perenes da Humanidade, tais como:
- a Família;
- a normal Hierarquia da Sociedade;
- a Nação/Comunidade Nacional;
- o respeito por Deus e pelos Mandamentos expressos nas Tábuas de Moisés.
....
E a minha angústia é esta:
- Terá que haver uma Convulsão Grave e Séria para que os VALORES sejam repostos na Sociedade ?
...
Creio que ainda há uma imensa maioria de Cidadãos que não abandonou estes VALORES.
Assim sendo, SE estes se organizarem, se estes se dispuserem a Actuar na prática,
1) Poderão expulsar pacificamente do comando os que não perfilham estes VALORES ESSÊNCIAIS e retomar o rumo de uma Sociedade harmoniosa.
...
2) SE ... o não fizerem desta forma pacífica ... temo que seja, como ensina a História da Humanidade, sob a forma de Convulsão Séria e Grave.
...
Por mim tenho esperança que a 1ª hipótese se verifique.
...
Vamos ver.
Já Agora .... Vale a Pena Pensar nisto!
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

21 abril 2015

NOVIDADES? do PSD e do PS ??


Só uma: -- AUSTERIDADE e SUBMISSÃO --

Minhas Amigas e Meus Amigos,
Tendo lido tudo o que tem vindo a público, (desde há uma semana), sobre as Propostas do PSD (a que espero que o CDS não se alie) e do PS, fiquei com a certeza de que muitas coisas que já tinha pensado e escrito se vão verificar SE qualquer destes dois forem eleitos pelos portugueses para des/Governar durante mais quatro anos.

Já o escrevi várias vezes, (chamando a atenção dos que fazem o favor de ler os meus escritos), sobre estes dois partidos do “Centrão dos Interesses” disfarçados agora de “Salvadores da Pátria” ou “Partidos do Rigor” leia-se austeridade e subserviência à U.E.

Tenho que conceder que ambos têm uma capacidade de fazer inveja aos camaleões, pois de partidos da destruição da riqueza nacional, querem agora, ambos, dar a ideia de são partidos responsáveis.

Vejamos então:
PSD – diz que vai reduzir a TSU para os empresários e que os cidadãos não terão de a pagar.
Será isto verdade?
O que está escondido por detrás desta medida?
Bom vejamos:
1. Por parte do PSD
1.1.)- Se o PSD reduzir a TSU das empresas estas ficarão com mais algum dinheiro para si próprias, o que é bom, embora as Confederações Patronais nunca o tenham pedido por não a considerarem importante.
Importante seria pagarem menos pela energia e combustíveis, verem a burocracia diminuir drasticamente (licenças para tudo e para nada a não ser manter um Estado pesado e ineficaz) e verem a pressão de taxas e taxinhas (impostos escondidos) diminuírem drasticamente.

1.2.)- Dizem que vão devolver aos Reformados e Pensionistas e aos Trabalhadores por conta de outrém o que lhes retiraram desde 2011, mas apenas em 4 (quatro) anos.
Ou seja que vão eliminar em 4 (quatro) anos o que lhes tiraram, em vez de, como tinham prometido por diversas vezes, lhes devolverem mal a “troika” saísse de Portugal.
Será isto verdade?
O que está escondido por detrás desta medida?
Diria que mais vale tarde que nunca.
Mas de promessa em promessa, temo que a referida promessa de devolução se arraste até aos meus 90 anos.
Também se “esqueceram” de dizer que em 4 anos (2011 a 2015) mais 4 anos (2016 a 2020), os Reformados e Pensionistas e os Trabalhadores por conta de outrém já perderam:
- O Valor dos cortes + (mais) a taxa de inflação + (mais) a taxa de eventuais aumentos.
Ou seja, mesmo que seja verdade, quando for devolvido o que tiraram, já não tem o mesmo valor, em termos de Poder de Compra que tinham as verbas lhes retiraram.

1.3.)- Quanto ao quadro macroeconómico: prometem crescimentos de 3%, diminuição da dívida, etc…etc…etc… ou seja uma mão cheia de adivinhações para “inglês ver”.
Nada de novo… sempre as mesmas promessas do “Sol na Terra” para entusiasmar votante.
….
2. Por parte do PS
2.1.)- Dizem que vão devolver aos Reformados e Pensionistas e aos Trabalhadores por conta de outrém o que lhes retiraram desde 2011, mas apenas em 2 (dois) anos.
Ou seja que vão eliminar em 2 (dois) anos o que lhes tiraram, em vez de, como tinham prometido por diversas vezes, lhes devolverem mal a “troika” saísse de Portugal.
Será isto verdade?
O que está escondido por detrás desta medida?
Diria que mais vale tarde que nunca.
Mas de promessa em promessa, temo que a referida promessa de devolução se arraste até aos meus 80 anos.
Também se “esqueceram” de dizer que em 4 anos (2011 a 2015) mais 2 anos (2016 e 2018), os Reformados e Pensionistas e os Trabalhadores por conta de outrém já perderam:
- O Valor dos cortes + (mais) a taxa de inflação + (mais) a taxa de eventuais aumentos.
Ou seja, mesmo que seja verdade, quando for devolvido o que tiraram, já não tem o mesmo valor, em termos de Poder de Compra que tinham as verbas lhes retiraram.
….
2.2.)- Introduzem de novo um Imposto que já tinha sido eliminado (por reconhecidamente abusivo e injusto): O Imposto sobre Sucessões, ou sobre heranças como se queira, e recalculam o IMI com algumas benesses? Que por eu ainda não ter feito contas me permito duvidar da sua “bondade”.
….
2.3.)- Quanto ao quadro macroeconómico: prometem crescimentos, diminuição da dívida, etc…etc…etc… ou seja uma mão cheia de adivinhações para “inglês ver”.
Nada de novo… sempre as mesmas promessas do “Sol na Terra” para entusiasmar votante.

Sem ir mais longe na análise das “promessas”, que ambos dizem ser para cumprir, e até ver os documentos que cada um dos Partidos diz que está a escrever, direi que:
-- A minha Tese de que vivemos numa “democracia defeituosa” por haver alternância apenas de pessoas e partidos e não de projectos, ideias e caminhos para Portugal, mais uma vez se verifica.

3.)- PSD e PS em relação ao Euro.
Iguais, igualmente obedientes e agarrados.
Sem mais comentários.
….
-- Ou seja: venha o PSD ou venha o PS, só mudam as moscas.

Até quando os Portugueses continuarão a acreditar que qualquer deles (PSD e PS) irá fazer algo de diferente?

Até quando os portugueses estão dispostos a Não mudar o seu voto para qualquer outro partido, movimento, ou adoptarem o branco ou o nulo para mostrar um Cartão Vermelho a estes dois partidos que nos trouxeram até aqui?

Responda quem quiser!
Por mim estou farto, mas nada posso fazer, por enquanto.

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

16 abril 2015

RELATÓRIO da FAO sobre a ÁGUA ---- ---- (2ª PARTE)

Comentário ao RELATÓRIO da FAO sobre a ÁGUA ---- ---- (2ª PARTE)
Com a eclosão de revolução do 25 de Abril, o projecto parou durante anos e só muito recentemente se fez o Alqueva e alguns dos canais, estando o Plano Original da década de 1960, ainda muito longe da sua conclusão, e do integral aproveitamento dos efeitos que se pretendiam alcançar de desenvolvimento do Alentejo.

Na 3ª República, portanto, pouco ou nada se fez nesta matéria, com prejuízos evidentes para Portugal.
Apenas em 2009 foi adjudicada a construção de mais barragens, mas com duvidosa “arquitectura financeira”, facto que originou justa contestação.
….
Voltando um pouco atrás, surgiram nos anos de finais da década de 1970, “grupos de pressão” ditos ambientalistas que, com vários argumentos falaciosos, fizeram ceder o Poder Político, cujo resultado foi a paragem da necessária e vital política de captação e armazenamento das águas que anteriormente tinha sido prosseguida com enormes vantagens, não perceptíveis a quem está habituado, nos nossos dias ao gesto simples de abrir uma torneira.
Esqueceram-se, ou ignoram com certeza, que em várias zonas do globo terrestre esse gesto simples, de abrir uma torneira e esta deitar água, é um luxo inalcançável.

Seja como for, Portugal continua à espera da construção das barragens que faltam fazer, muitas das quais já estavam contempladas nos 1º, 2º e 3º Planos de Fomento, da 2ª República.

Tal falta de visão, dos mais recentes poderes políticos, torna-se agora mais evidente á luz do recente e já citado relatório da FAO.
Poder-se-ia dizer:
- Bom o relatório é recente e por isso não havia a consciência deste facto.
Bom mas então o que dizer da falta de visão, e ignorância, face aos pareceres e relatórios da OCDE da década de 1950/1960 (encomendados pelo Governo Português de então e vertidos nos Planos de Desenvolvimento Regional e Nacional)?
É que esta falta de visão provocou atrasos, hesitações, paragens, que sob o meu ponto de vista denotam uma enorme falta de Sentido de Estado dos sucessivos ocupantes do Poder Político, desde há quatro décadas a esta parte.

Vejamos então quais as Objecções mais em voga, (postas na comunicação social, usada como órgão de pressão) utilizadas pelos referidos “grupos de pressão” ou “lobbyes”, a que os fracos Poderes Políticos têm demagógicamente cedido:

(1ª) OBJECÇÃO: - As barragens prejudicam e podem significar o fim dum ecossistema!
RESPOSTA: Bom, a aceitar esta postura, sem qualquer sentido critico, nada se construiria. Nem casas, nem estradas, nada, porque toda e qualquer intervenção humana tem consequências na natureza; É um facto indesmentível. Voltamos a viver em cavernas?
...
Mas pergunto a esses grupos:
- Sem água podemos sobreviver?
- Quem está primeiro?
O Ser Humano e sua protecção ou alguns dos ditos “ecossistemas” que, dada a capacidade regenerativa da Natureza, se recomporiam em outros locais? Desde que o Ser Humano existe quantas transformações se deram, por sua intervenção, o que possibilitou termos hoje condições de vida que não existiam.
E se um dia faltar a água, com adverte a FAO?
Ficam os tais ditos ecossistemas, claro, mas sem seres humanos, que entretanto morreram por falta dela!
(2ª) OBJECÇÃO: Estatuto de Património Mundial (no caso do Foz Côa)!
RESPOSTA: bom... nesta matéria a UNESCO fica muito feliz, bem como alguns “pretensos intelectuais” e seus “chevaliers servants”.
Mas os portugueses ficaram sem mais água potável (recurso estratégico e vital) e com menos energia (recurso estratégico) em favor de um cognome com muito pouco significado para a vida REAL das pessoas.
...
E a atender-se sem critério a esta classificação, não será que as pessoas ficarão sem recursos muito mais importantes, que serviriam para o bem-estar real das populações, em particular, e do país em geral?
Quem advoga esse "estatuto/denominação" são os mesmos que ajudaram à ruína do País, parando os Investimentos previstos há mais de 60 anos e não concluídos e substituídos por Rotundas, Fontanários, Pavilhões gimnodesportivos desertos e outras "obras" deste quilate. E para estas “obras” já não há problemas de UNESCO ou ditos ambientais?
Pergunto: É disto que Portugal precisa?
.....
(3ª) OBJECÇÃO: a construção de barragens produz alterações à qualidade dos produtos agrícolas
RESPOSTA – é curiosa a avocação deste tema num país em que a auto-suficiência agro-alimentar é baixa, e em que os produtos derivados das actividades de produção agrícola, da pastorícia, da floresta, da pecuária, da suinicultura, etc... nos faz depender, em muito, de produtos importados, com evidente prejuízo para as Contas Externas do país;
(4ª) OBJECÇÃO: A construção de barragens prejudica o turismo ferroviário na região das Beiras e na região Duriense.
RESPOSTA – Este segmento do sector do turismo tem algum interesse sem dúvida, mas perde em favor dos interesses estratégicos do País.
Poderá ser eventualmente prejudicado, embora a sua dimensão seja reduzida.
..
Mas se estamos a falar de Turismo, então podemos, com vantagem, falar no aproveitamento das albufeiras criadas pelas barragens para esse fim, cujas potencialidades são enormes quer na sua utilização directa, quer no povoamento humano e emprego adjacente.
Assim, ao mesmo tempo que se armazena o “Petróleo do Séc. XXI” – a água, podem-se desenvolver novas actividades turísticas que, no entanto, deverão acautelar a permanência da qualidade da água para consumo agrícola ou caseiro.
....
Posto isto, e em jeito de conclusão direi que a construção de mais barragens em Portugal, é essencial a vários títulos, de que destaco três:
...
(1) Como reservatórios de água potável, bem essencial à vida humana;
...
(2) Como produtores de electricidade, de forma a reduzir as importações e embaratecer essa fonte de energia;
...
(3) Evitar, pela evaporação e consequente humidificação das terras, a desertificação acelerada do território nacional.
...
Assim e dado que este investimento é de interesse nacional, os interesses nacionais têm que se sobrepôr aos interesses particulares ou locais, ou aos dos tais “grupos de pressão” que defendem interesses muito próprios.
...
(CONTINUA e finalizo na próxima 2ª FEIRA) - Bom fim-de-semana
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

15 abril 2015

o Relatório da F.A.O. sobre a ÁGUA

Comentário ao mais recente RELATÓRIO da FAO sobre a ÁGUA (1ª PARTE)

A água foi considerada por muitos Estrategas Internacionais e Nacionais do Sec. XX, um RECURSO ESTRATÉGICO.

Alguns não hesitaram mesmo em 1973, aquando da 1ª Crise do Petróleo em denominar a água como “o Petróleo do Século XXI”
….
No nosso país, desde há mais de quatro décadas a esta parte, esta questão foi esquecida e deixou de fazer parte das prioridades político-económicas.

Vem isto a propósito do recentemente publicado Relatório da F.A.O. (Food and Agriculture Organization of the United Nations) ou na sua denominação em língua portuguesa Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.

Diz em síntese o relatório que a água potável (bebível e consumível pelo ser humano) tenderá a ser cada vez mais escassa, dado o constante crescimento da população mundial (que passou de cerca de 1 bilião e meio de pessoas dos anos de 1960, para cerca de 6 biliões de pessoas na presente década) e a consequente e crescente necessidade de se cultivarem mais alimentos para alimentar as pessoas, o que acarreta consigo uma necessidade cada vez maior de água para ser utilizada nos campos agrícolas, para além do consumo caseiro na alimentação e higiéne.

Ora é sabido que os Seres Humanos na sua composição corporal integram cerca de 80% de água e que sem este bem precioso, por mais de quinze dias, a sua capacidade de sobrevivência é muito reduzida, ou nula em prazos pouco maiores. Cruamente: - o Ser Humano sem água não vive.

Dito isto, Portugal tem uma rede de rios, afluentes e sub-afluentes que ainda não está devidamente aproveitada no que respeita ao armazenamento deste precioso líquido.

Dado o reconhecimento deste facto ciêntífico e inquestionável, a política de retenção e aproveitamento da água foi contemplada no 1º Plano de Fomento, embora a construção das primeiras barragens se tivesse já iniciado nos finais da década de 1940.
...
Tal política de construção de barragens prolongou-se por toda a década de 1960, já devidamente enquadrada por esse plano e seguintes.

Essa política, neste caso específico das barragens, tinha dois objectivos estratégicos:
1- A produção de energia eléctrica necessária à industrialização do País, que se veio a verificar na década de 1960;
...
2- O armazenamento e posterior distribuição de água às populações, tanto para o uso caseiro como para a agricultura.
...
Datam dessa época, por exemplo, as barragens da Aguieira, de Castelo do Bode (que ainda hoje abastece Lisboa), e muitas outras de várias dimensões, bem como o complexo de aproveitamento do Rio Sorraia e outros.

Cabe aqui referir que o planeamento, e a decisão de se construir a Barragem do Alqueva (apenas construída nos anos de 1990), estavam integrados num plano mais vasto de transformação dos terrenos agrícolas de sequeiro do Alentejo (Alto e Baixo) em terrenos de regadio.

Era o denominado “Plano de Rega do Alentejo” que previa a construção de:
- uma grande Barragem (o Alqueva)
- de várias mini-barragens espalhadas pelo Alentejo,
- ligadas entre si por canais de transporte e de rega
- e que culminaria na ligação entre o Rio Guadiana e o Rio Sado,
permitindo assim ao Alentejo evoluir para culturas de maior valor acrescentado e para uma maior fixação das suas populações.

(CONTINUA)
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

10 abril 2015

Portugal no seu ... ?

RESUMO do negativo dos ÚLTIMOS 40 anos de PORTUGAL em poucas linhas
(imitando o Dr. Medina Carreira que nunca nada fez em favor de Portugal, mas que só fala mal de tudo e de todos).
.....
Embora não seja, como sabem os que me leem, o meu estilo vamos lá a um exercício rápido:
......
Para não maçar os leitores e amigos este artigo é muito curto.
...
NOTA Prévia: quando alguém de um destes grupos quer falar mal do outro é melhor pensar primeiro.
....
Vejamos o retrato negativo:
...
1) 1974/1985 - PREC: PCP, PS, PSD e restantes da "esquerda festiva" - nem vale a pena falar dos desmandos e da destruição provocada; (nacionalizações, ocupações, etc... etc...). boys nos lugares públicos.
...
2) 10 anos de PSD Dr. Cavaco Silva - liberalização do sistema bancário - país de serviços - desindustrialização - abandono da agricultura em favor da França - abandono das pescas em favor de Espanha - Auto-estradas - fontanários - rotundas; Boys nos lugares públicos.
...
3) 4 anos de PS - Engº António Guterres - más contas públicas - não correcção do anterior - auto-estradas - fontanários -rotundas - pavilhões gimnodesportivos em aldeias com 300 habitantes; Boys nos lugares públicos.
...
4) 2 anos de PSD - Dr. Durão Barroso - nada de nada de nada; Boys nos lugares públicos.
...
5) 6 meses de Dr. Santana Lopes - indizível; mesmo assim .. boys nos lugares públicos.
...
6) 6 anos de PS Engº Sócrates - auto-estradas - país de serviços - rotundas - fontanários - auto-estradas - dívida pública nos 104%, etc... Boys nos lugares públicos.
...
7) 4 anos de PSD (com uma muleta) - retração da economia - retração do investimento - dívida pública nos 130%, etc...etc... Boys nos lugares públicos.
...
QUAL a diferença?
...
SOMAS: PSD 16,5 anos (sem contar com o PREC); PS: 10 (sem contar com o PREC).
...
CONCLUSÃO que só a mim responsabiliza:
- Venha o Diabo e escolha. -
...
(NOTA: todos tiveram coisas positivas também, está claro - saneamento básico, autoestradas necessárias, electrificação, extensão do Estado Providência, Serviço Nacional de Saúde e outras).
...
Mas quando alguém de um destes quer falar mal do outro é melhor pensar primeiro.
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

09 abril 2015

a EUROPA continua no INTERVALO ?

 - a CIMEIRA GRECO/RUSSA
1) A Cimeira Grécia/Rússia, na minha opinião, não foi inócua.
Na verdade com o acordo, assinado, com a Rússia, a Grécia, fica como parte importante do controlo da energia, na Europa! ...
Tal facto não é de somenos importância e poderá ser um primeiro passo para algo de mais profundo.
O que é realmente importante é sempre discutido longe das camaras de TV e longe dos jornalistas, como bem sabem.
...
2) O Futuro do Euro, e até da União Europeia, está a jogar-se, em torno da Grécia! Se a U.E., leia-se Alemanha, persistir no “braço de ferro “ e continuar inflexível para com este País temo que as negociações se rompam e isso crie de facto “o inimigo comum” que ajuda, sempre ajudou, nas Relações Internacionais à formação de blocos antagónicos.
...
E mesmo sem sair do Euro ou da União Europeia a Grécia poderá provocar muitos estragos, a saber:
a) Usar o seu direito de Veto nas sanções à Rússia, dado o seu comércio externo valer mais de 10 mil milhões com este país;
...
b) Passar a bloquear através do mesmo instrumento todas as decisões da União que considere ofenderem os interesses gregos.
...
Se assim for, a União ficará com um problema muito grave que poderá desembocar na sua dissolução, como já o referi em vários escritos.

...
3) No que reporta à posição portuguesa e como nota final, e perdoem-me a imodéstia, se seu fosse 1º Ministro de Portugal o que teria feito, seria o tentar efectuar todas as diligências necessárias, (numa 1ª fase através do nosso Corpo Diplomático e numa 2ª fase através da Diplomacia directa), conquistar uma posição de Mediador do Conflito (U.E./Grécia) opondo à palavra da força, a Força da Palavra (como bem tem dito o Prof. Adriano Moreira) tentando que ambas as partes chegassem a uma posição de acordo, em que ninguém perdesse totalmente a face.
...
Um médio país como o nosso, excêntrico face ao centro da Europa, mas no Centro do Mundo do Atlântico, tem capacidade e força para tal.
...
Bastaria termos dirigentes/governantes esclarecidos, com noções básicas de geopolítica e geoestratégia, e com Vontade Política suficiente para levar a cabo tal empresa.
...
Não foi assim e infelizmente estamos, ou continuamos, num quadro de irrelevância total.
...
Mas creio que, ao contrário de muitas opiniões, ainda estamos (U.E. e Grécia) no “adro” das negociações e que ainda se poderá atingir um acordo, mesmo sem a nossa intervenção, o que lamento.
...
Se assim não for, se não se encontrar uma plataforma de entendimento razoável, creio bem que não haverá vencedores e todos perderão – a União e a Grécia.
...
Veremos até Junho do corrente ano a marcha dos acontecimentos.
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
 

08 abril 2015

1º MINISTRO GREGO encontra-se com 1º MINISTRO RUSSO

No DIA 13 de JANEIRO adverti o GOVERNO de PORTUGAL da possibilidade de se observar um novo quadro na EUROPA, em consequência do resultado das eleições gregas.
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Salvo o Gen. Loureiro dos Santos que me escreveu a concordar com o cenário que então propus para análise e prevenção, e o Prof. Adriano Moreira que dias depois falou nessa possibilidade embora de forma pouco clara, poucas pessoas ligaram e os "doutos" comentadores das TV's (em quem os portugueses parecem continuar a acreditar piamente) entretiveram-se a descartar as hipóteses que então levantei publicamente nesta rede (Facebook) e por outros meios.
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HOJE o 1º Ministro está em Moscovo com Putin.
Não faço mais comentários por agora,
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Limito-me a reproduzir, para vosso conhecimento, o que na altura escrevi e que agora reproduzo e partilho com os meus amigos e leitores.
A vós as conclusões.
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TEXTO ESCRITO e PUBLICADO no dia 13/01/2015
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As Eleições na GRÉCIA
e a GEOPOLÍTICA e GEOESTRATÉGIA da RÚSSIA
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Caras Amigas, Caros Amigos, Prezados Leitores,
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Permitam-me agora uma pequena especulação de Prospectiva sobre a situação política do Centro-Leste da Europa e os seus possíveis reflexos sobre a totalidade da União Europeia.
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As sondagens sobre as eleições gregas, (que embora valham o que valem, isto é pouco como todas as sondagens, dão alguma indicação Prospectiva mas que pode ser contrariada pela realidade dos factos) dão a vitória a um partido de extrema esquerda que tem, legitimamente e com todo o direito (ou há democracia ou não há) uma posição bastante critica em relação à actual situação da Europa política e Económica.
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Uma pequena nota apenas para estranhar que quando é a esquerda ou a extrema-esquerda a ter estas posições é louvada pelos órgãos de informação do nosso país, (e aceite tacitamente pela população pelo seu silêncio ou por incomodidade passiva) quando é a direita ou a extrema-direita a fazê-lo, logo é criticada pelos mesmos defensores da “liberdade de expressão” num coro ruidoso e castrador da tal “liberdade” de pensamento e de expressão.
Ou seja a “liberdade” de expressão vale apenas para a esquerda e extrema-esquerda, é um facto.
Mas este é um facto muito perigoso pois um belo dia as coisas podem complicar-se por esgotamento da paciência de um dos lados. E creio que em França é o que se está a passar. Veremos!
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Mas passemos adiante.

Como dizia a Grécia poderá ser confrontada, nas próximas eleições de dia 25, com uma situação de pré-ruptura com a U.E.
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Para situar melhor a questão, vamos então de forma breve descrever, na minha opinião, quais as principais razões do apoio popular que esta posição está a recolher na Grécia, mas também através de forças de sinal contrário, em França, Inglaterra, Itália, Holanda, e outros, o que não deixa de ser curioso e deveria fazer pensar os responsáveis políticos do centrão.
Isto é a extrema-esquerda, a direita e a extrema-direita de diversos países estão curiosamente com a mesma posição (com alguns cambiantes de pormenor) face às mesmas questões – o modelo de construção europeia que está a ser desenvolvido e o mesmo modelo de resolução da crise que tem sido seguido:
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Em 1º lugar, já o anteriormente escrevi, pela política completamente errada adoptada para combater a crise actual dos países do sudoeste e sul da Europa (e que começa a contaminar toda a economia da Europa) que foi provocada pelo desregulamento da actividade financeira adoptada na década de 1980.
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Em 2º lugar, pela “construção” nas costas das populações, de uma União crescentemente Federal que tem retirado aos Governos das Nações poderes para resolver as situações nacionais;
Em vez de se “construir” uma sociedade da Europa das Nações (Modelo Intergovernamental) que respeite as individualidades dos Estados e das Nações, está-se a construir um Estado artificial, (os Estados Unidos da Europa – a Europa Federal) mas com poderes reais, que por de cima dos legítimos representantes das Nações (os seus Governos eleitos) começa a mandar nestes através da constituição informal de um directório de grandes potências (sobretudo a Alemanha) de domínio sobre os restantes.
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Em 3º lugar – os cidadãos das várias Nações-Estado começaram a perceber pela realidade das suas vidas que a promessa de “el dourado” que lhes tinham prometido, não existe na prática e que a União Europeia está recheada de interesses diversos em que cada Governo (sobretudo dos países mais ricos) em consonância com uma realidade do Sistema Internacional: “as Nações não têm amigos… defendem interesses próprios” – defendem sobretudo os interesses das suas Nações.
Isto é, que a tal “solidariedade” entre Povos/Nações não existe realmente e que cada um procura tratar do seu país e só depois se preocupa com a União.
A única e infeliz excepção tem sido Portugal dada a fraca qualidade dos seus dirigentes de há várias décadas a esta parte.
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Existem outras razões mas não os quero maçar, ficando-me apenas por estas três.

O corolário lógico desta situação, que as élites europeias até agora não quiseram ver, é um crescente afastamento dos Povos do modelo proposto e em vigor, (sem a sua autorização que podia ter sido conquistada por referendos), e uma rejeição crescente dos partidos que apoiaram as soluções que levaram a classe média europeia (pelo menos nos sudoeste e sul da Europa) a ser fustigada por uma crescente deterioração da sua qualidade de vida.

Ora a classe média é sempre um actor (embora lento muitas vezes na sua acção) demasiado importante para ser ignorado, e quando se sente enganada, reage.
E, na minha opinião, é a isso que estamos a assistir na Grécia, em França, em Itália, na Holanda, e noutros países europeus.
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No caso Grego, os centrões políticos clamam que se este país sair será, para eles, uma catástrofe económica e financeira.
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Na minha opinião, e aqui está a minha especulação Prospectiva, podem ter surpresas muito desagradáveis se um cenário se verificar:
- a celebração de uma Aliança Política e Económica entre Atenas e Moscovo.
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Alguns factores, que agora partilho com os meus leitores, me fazem pensar nesta possibilidade:
- São ambos países com um ponto comum:
1º)- a Religião Cristã Ortodoxa, cuja sede se situa exactamente em Atenas que, neste caso funciona como o equivalente ao papel que Roma desempenha em relação aos Cristãos Católicos Apostólicos Romanos, nos quais me incluo.
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2º)- a recente crise, e não resolvida, do “espaço vital” da Rússia que se desenrola na Ucrânia, e o crescente isolamento que a Rússia está sentir por parte dos países da União Europeia:

3º) – alguma proximidade ideológica entre os dirigentes Russos e os futuros potencias líderes Gregos.

Se este cenário de Aliança potencial entre a Rússia e a Grécia se verificar, quem fica com um problema grave é a União Europeia e não a Grécia.
É que existem factores de possível aliança e agregação muito fortes que podem dar sentido a este cenário:
A)- A Religião
B)- e a Existência de um “Inimigo Comum”
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Veremos o que acontecerá.
Uma coisa é certa:
- a União Europeia está a proporcionar, pelas suas políticas e atitudes erradas, face à “construção europeia” e face ao ataque à crise financeira, o surgimento de uma possível situação que, a verificar-se, ditará o seu fim.
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Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

07 abril 2015

os Antecedentes da União Europeia
A declaração Schuman e o Tratado de Paris de 1951 (CECA).
Uma visão Integracionista / Federalista.

As duas correntes de opinião que existiam, (e existem ainda nos nossos dias), tinham tido um dos seus mais importantes, e condicionadores, embates públicos sobre o modo de se “construir” um sistema europeu que fizesse perdurar a paz e desse a prosperidade aos habitantes desta parte do mundo.

Havia que integrar a Alemanha no esforço conjunto de reconstrução europeia.
A intenção era claramente manter este país na esfera ocidental. Esta era a vontade de práticamente todos os países, mesmo da França, pois caso a RFA se passasse para o lado do bloco leste, já em formação, o perigo seria muito grande para o bloco ocidental.

Mas a França sentia a necessidade de obviar ao que lhe parecia ainda existir como ameaça, senão do presente, do futuro: a Alemanha e a perspectiva do seu rearmamento.
Colocou-se, na altura, e em consonância com esta preocupação, a questão de haver uma entidade que se ocupasse do controle das principais matérias-primas que eram, ao tempo, vitais para o esforço armamentista de qualquer país: o Carvão e o Aço.

Entretanto, em 7 de Setembro de 1949 foi proclamada a República Federal Alemã. Ora a Alemanha controlava uma importante zona de extração dessas matérias-primas – O Ruhr.

Robert Schuman, ao tempo Ministro dos Negócios Estrangeiros de França, produziu, então, uma Declaração (que ficou conhecida como a Declaração Schuman, em sua honra) em que propunha aos Governos Europeus a criação de um instituição que controlasse a produção e a distribuição dessas matérias-primas.

Essa instituição, que se veio a denominar de Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, foi baseada na ideia original do Luxemburguês Emile Mayrisch figura de proa da indústria siderúrgica europeia que já tinha, em 1926, constituído um Cartel de produtores.

Pode-se afirmar que foi realmente este industrial o precursor da ideia desta comunidade –a CECA.
Como, parêntesis, e prestando uma singela, mas devida, homenagem referirei que Emile Mayrisch (1862/1928) foi um industrial avançado para o seu tempo.
Criou em 1911 um consórcio siderúrgico luxemburguês - l’ARBED que possuía centros de produção em vários países europeus.

Enquanto os alemães e os aliados se batiam pela repartição da produção siderúrgica, Emile reuniu, em primeiro lugar, os produtores luxemburgueses e franceses, em Fevereiro de 1926.
Depois estendeu o acordo à Alemanha e à Bélgica para criar, em 30 de Setembro do mesmo ano, o Cartel Internacional do Aço, que se pode considerar como precursor da CECA.

A função deste Cartel era a de pôr de acordo as siderurgias sobre as suas quotas de produção.
Mayrisch, naturalmente, foi o primeiro Presidente do Cartel que se alargou, em 1927, aos produtores Checoslovacos, Austríacos e Húngaros.

Neste projecto CECA, foram tratadas duas grandes questões:
1.)- A necessidade de reorganização da indústria siderúrgica europeia
2.)- A regulação das relações franco-alemãs.

Porém, e na base de tudo, a ideia mais importante era a de criar uma instituição que contribuísse decisivamente para a unificação da Europa e assim em 9 de Maio de 1950 foi tornada pública a declaração que propunha que a produção franco-alemã do carvão e do aço fosse colocada em comum.

Para o efeito seria criada uma organização, aberta à participação de outros países europeus, sob a forma de uma Alta Autoridade cujas decisões seriam de cumprimento obrigatório para todos os países que viessem a tomar parte no projecto.

As reacções não se fizeram esperar e a adesão de Konrad Adenauer da Alemanha (RFA), foi imediata. De seguida deram o seu acordo a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo, aos quais se juntou a Itália.
Foram estes os seis países fundadores da CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que assinaram o Tratado de Paris de 18 de Abril de 1951.
Estava prevista a sua duração por 50 anos, portanto acabaria em 2001.

A sede foi estabelecida no Luxemburgo e o seu primeiro Presidente foi Jean Monnet, que tinha trabalhado estreitamente com Schuman na produção da primeira declaração.
Presidência que abandonou quando do fracasso da CEP e da CED, comunidades fracassadas como já o referi em artigo anterior.

Este entendimento franco-alemão foi considerado fundamental para a tão desejada, e tão falada, construção da paz.

Foi a primeira Comunidade Europeia, de âmbito muito específico, de carácter marcadamente integracionista, federalista, em que os países aderentes declararam delegar voluntáriamente, numa Alta Autoridade CECA, todos os poderes relacionados com a indústria do Carvão e do Aço.
Esta Comunidade tinha como órgãos a Alta Autoridade formada por sete membros, independentes dos Estados, o Conselho de Ministros, a Assembleia Comum e um Tribunal dedicado a julgar as questões que surgissem neste âmbito.

Com o Acto Único de 1986 esta Comunidade perdeu parte da sua importância e do seu âmbito.
(CONTINUA – no próximo artigo: A Conferência de Messina, A Comissão Spaak e o Tratado de Roma - Uma visão de Cooperação Intergovernamental

Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

01 abril 2015

ALTERNATIVA em 2015... QUAL ?

o ex-Presidente da CAMARA e pretendente a 1' MINISTRO
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Tenho seguido com alguma atenção a trajectória do agora cessante Presidente da Câmara de Lisboa.
Hoje partilho convosco apenas algumas medidas tomadas, ou não tomadas pelo agora apenas Secretário-Geral do PS, que indiciam o caminho que ele tomará SE for eleito 1º Ministro de Portugal:
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1) Cada residente em Lisboa tem que PAGAR à EMEL (da Câmara Municipal de Lisboa) 12 euros por ano ... apenas para ter o direito de estacionar o seu carro ao pé de sua casa.
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Ou seja, ter um carro deixou de ser um direito e uma regalia de cada Português que trabalha e que consegue pagar o seu carro.
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Este (o dono do automóvel) já paga Imposto Automóvel, IVA, Imposto de Circulação, Seguro obrigatório, e taxas e taxinhas sobre a gasolina e gasóleo.
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2) PARQUIMETROS em MUITO MAIS ZONAS
Isto para além de cada vez que circula em Lisboa ter que pagar Parquímetros *CAROS / e Estacionamento em Parques públicos CARISSIMOS.
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Tudo isto contribui para a drástica diminuição do Poder de Compra dos Portugueses residentes em Lisboa, e dos visitantes que vêm á capital, mas que vão alimentando os insaciáveis cofres da Câmara Municipal de Lisboa;
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Ou seja mais uma medida que retira Poder de Compra aos portugueses residentes em Lisboa e aos que a Lisboa vêm trabalhar todos os dias;
Para quem diz que se deviam baixar impostos ... só temos a esperar o pior SE for eleito 1º Ministro;
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3) Na conta da ÁGUA, (bem essencial à vida) a CML acaba de agravar os Impostos (dando-lhe o nome de Taxas) em 60%.
Isto é, a água propriamente dita, é apenas 40% da factura que cada um dos residentes recebe mensalmente para pagar.
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EXEMPLO PRÁTICO:
EPAL - Abastecimento de água ... 9,80
CM Lisboa - Saneamento ............. 7,09
CM Lisboa - Resíduos Sólidos...... 5,42
CM Lisboa - Adicional................... 0,67
Taxas............................................ 0,23
TOTAL ......................................... 23,21
IVA................................................ 0,60
TOTAL.......................................... 23,81
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Em RESUMO:
ÁGUA ............................... 9,80 euros
CÂMARA MUNICIPAL.... 13,41 euros
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4) PROIBIU o Trânsito de carro às pessoas que têm o azar de ser pobres (pois não podem estar a comprar carros novos) cujo carro seja anterior a 1999.
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Isto é, uma medida (com o alibi falso de protecção do ambiente, numa cidade extremamente ventosa) discriminatória que prejudica gravemente os mais desfavorecidos que tenham tido dinheiro para comprar um carrito, muitas das vezes em segunda mão;
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5) CONSERVAÇÃO da ruas e seu asfalto
O pavimento da esmagadora maioria das ruas da cidade estão cada vez mais cheias de buracos que danificam os carros e a sua suspensão.
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6) Acaba de propor ISENTAR o Benfica de pagar milhões de euros de IMI e outras Taxas à Câmara Municipal de Lisboa, que seriam receitas da Câmara Municipal;
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7) Continua a pagar verbas da Câmara a algumas Fundações de duvidoso interesse colectivo; (exs. Fundação Mário Soares)
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Isto é, Dá aos que mais podem, Retira aos mais fracos e desprotegidos
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SE for eleito 1º Ministro será diferente ? Porquê ?
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8) INFERNIZOU a vida de quem tem que se deslocar de carro para a parte Central da cidade, tudo fazendo para dificultar o trânsito nessa área e mesmo impedindo-o (i.e. . alterações do Marquês de Pombal e da Av. da Liberdade);
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Custaram milhões de euros estas obras que só vieram complicar e dificultar a vida dos cidadãos.
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E mais teria para apontar como exemplo do VERDADEIRO pensamento, traduzido em acções, desta ilustre personalidade que ocupa um importante papel de dirigente político.
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9( COMENTÁRIO FINAL:
Por todas estas medidas sou levado a tirar algumas conclusões práticas das medidas tomadas por quem se propõe vir a ser 1º Ministro do meu País:
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9.1) Tem criticado o actual Governo por medidas de austeridade erradas (no que estou de acordo) MAS ... na sua área de Poder tudo tem feito para agravar as condições de vida dos cidadãos;
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9.2) com o argumento (da moda, mas que rende milhões à custa dos cidadãos) do ambiente, retira milhões de euros dos bolsos dos cidadãos que vivem ou trabalham em Lisboa, tudo fazendo para lhes dificultar a vida económica e a mobilidade;
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9.3) e tudo isto sem lhes dar qualquer alternativa, pois a rede de transportes da cidade (excepto o metro que cobre apenas parte desta) funcional mal, em horários limitados e com extremas deficiências.
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10( Em suma: quer aplicar a Igualdade Socialista ... de Nivelar por Baixo, tornando-nos a Todos mais Pobres.
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E pretende ser 1º Ministro de Portugal?
Qual a sua diferença REAL do actual 1º Ministro?
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PORQUE será diferente se for 1' Ministro do que foi como Presidente da Camara!
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Na minha análise: NENHUMA diferença os distingue.
Venha o diabo e escolha.
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À Vossa Reflexão, meus caros concidadãos amigos e leitores.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

30 março 2015

a ABSTENÇÃO e os seus resultados !

CHAMADA de ATENÇÃO aos ABSTENCIONISTAS
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FACTO: As eleições da Madeira tiveram 50,5% de Abstenção.
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- A quem interessou isso ?...
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- Quem se importou com isso ?
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- Qual o reflexo disso para a vida real ?
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RESULTADO da ABSTENÇÃO:
- o PSD Madeira teve maioria absoluta e governará na mesma.
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- o CDS-PP com mais 1% teria tirado a maioria absoluta. Mas com a abstenção que houve não conseguiu;
...
etc...
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Parabéns aos abstencionistas pois ajudaram a reeleger o PSD Madeira com maioria absoluta.
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Façam o mesmo nas Eleições Legislativas e verão o resultado !!
E depois podem continuar a dizer que não têem nada a ver com o assunto e que não colaboram com o regime e outros disparates do costume.
De nada adiantará.
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SE não querem Votar em nenhum Partido, VOTEM em BRANCO ou NULO.
Não contará para nenhum deles, mas evitará o resultado da Abstenção: Votar no mais votado.

Quem se Demite das suas Responsabilidades tem o que Não quer!
E os Abstencionistas são pessoas que se Demitiram das suas.
O resto é conversa fiada e inútil.
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NOTA FINAL:
O que os Partidos mais temem (o meu incluído) são os votos brancos ou nulos. Sabem porquê? Porque aí não há dúvidas: As pessoas foram lá e disseram "Não acredito em nenhum dos Partidos e não quero nenhum deles".
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E aí as consequências políticas viriam a ser Reais inevitávelmente pois não seria possível ignorar que as pessoas se deram ao trabalho de lá ir para dizerem que não querem nenhum deles.
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Á VOSSA REFLEXÃO
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

PRECURSORES da actual União Europeia (4ªPARTE)

A base histórica - os PRECURSORES da actual União Europeia (4ªPARTE)
(FINAL do ARTIGO)
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Finalmente o grupo dos “Federalistas”.
Dele faziam parte, entre outros, Altiero Spinelli.
Este defendia o federalismo apenas no plano das instituições, inspirando-se no modelo americano, modelo que, segundo ele, deveria ser seguido na Europa, através da construção dos denominados Estados Unidos da Europa.
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Para esse efeito propunha que fosse elaborada uma Constituição Federal, (hoje em discussão na passada Convenção para o futuro da Europa (2002/2003) e na presente Conferência Intergovernamental de 2004), que deveria ser submetida à ratificação dos Povos e dos Estados.
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Altiero Spinelli, (1907-1986), e os que defendiam o que ele defendia, queriam constituir uma Assembleia Constituinte Europeia.
Agradava-lhe a ideia da constituição de um exército europeu, mas na condição de o mesmo ser acompanhado da constituição de um poder federal, de que ele dependesse.
Via a federação europeia como uma forma de garantir a paz e a liberdade.
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Publicou vários manifestos do qual se destacou o produzido e publicado em 1944, em que fazia a apologia da união federal dos europeus, (o título deste manifesto publicado em Geneve foi: “L’Union fédérale entre les peuples européens” e surgiu no seguimento de um outro publicado, pelo mesmo autor, em Bolonha - Itália em 1941, intitulado “Manifeste de Ventotene” em que defendia a tese de que progressistas seriam todos aqueles que queriam o poder europeu e reacionários seriam todos aqueles que queriam a conservação dos poderes nacionais), tendo por ocasião da Assembleia extraordinária da União Europeia dos Federalistas de 1941, em Paris, conseguido impor as suas visões sobre o federalismo.
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Mostrou-se contra a estratégia de Monnet, que consistia numa aproximação ao federalismo por sectores, ou como ficou conhecida como a “estratégia dos pequenos passos” ou por “integração sectorial”. Para ele a construção europeia não podia esperar, era urgente.
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Os denominados federalistas “personalistas” Denis de Rougemont (1906-1985) e Alexandre Marc, eram, por seu lado, os defensores do modelo federal completo. Para eles o problema constitucional era apenas uma parte do todo e da solução que preconizavam.
Para eles, o Federalismo era um programa de transformação geral da sociedade e dos respectivos componentes humanos.
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Denis de Rougemont estudou em Viena de Áustria, onde conheceu Kalergi. Lançou várias publicações e conseguiu fundar o Centro Europeu de Cultura. Constituído fora do controlo dos Governos, e que teria como objectivo principal a promoção do sentimento de unidade europeia.
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Este centro surgiu, depois de vencidas várias dificuldades, em Genéve em 15 de Fevereiro de 1949. Na 1ª conferência organizada em Dezembro do mesmo ano, Paul Henri Spaak produziu o discurso de abertura, dando assim o seu apoio político, formal, à iniciativa.
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Em 1963 funda, em Genéve - Suíça, o Instituto Universitário de Estudos Europeus.
Alexandre Marc, de seu nome verdadeiro Aleksandr Markovitch Lipiansky, nasceu em Odessa, na Rússia, em Junho de 1904. Participou nos acontecimentos de 1917, da revolução bolchevique. Foi para Paris em 1919 onde estudou filosofia e ciências políticas.
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O seu pensamento de base está escrito num manifesto que enviou a Rougemont, em 1931, onde declarava que não era individualista, nem colectivista, mas sim personalista.
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Em 1946 no Congresso do movimento “La Fédération”, realizado no Luxemburgo defendeu a formação de uniões federais regionais, e em particular, a dos estados unidos da Europa.
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Em 1951 fundou o Instituto Europeu da Universidade de Turim e em 1964 o Instituto Europeu de Altos Estudos Internacionais.
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Finalmente, com enquadramento possível no grupo dos políticos intergovernamentalistas, Winston Churchill.
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Foi 1º Ministro da Grã-Bretanha durante o período aceso da 2ª guerra mundial. Tornou-se notado, no processo de construção europeia do pós-guerra, entre outras coisas, por uma proposta que fez em Zurique em 19 de Setembro de 1946, em que propôs, como reacção à ameaça soviética, a criação dos Estados Unidos da Europa.
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Para Churchill estes Estados Unidos da Europa deveriam ser alicerçados numa aliança Franco-Alemã porque, segundo ele:
a) Era necessário assegurar uma paz duradoura entre estes países, como base da estabilização necessária ao continente.
b) Porque sendo estes os países de maior potencial da Europa Ocidental Continental, caber-lhes-ia a liderança natural da região, na defesa do “mundo livre”.
Curiosamente, ou não, a proposta de Churchill deixava a Grã-Bretanha de fora desse projecto dadas as suas relações com os EUA e pelo facto de ser a cabeça da Commonwealth, que é constituída, como se sabe, por países espalhados pelo mundo, nos cinco continentes.
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Não posso deixar de referir, também, o General Charles De Gaulle, político claramente Intergovernamentalista, chefe da resistência francesa no exílio (Londres), e dinamizador da mesma, que veio a ser eleito Presidente da República francesa.
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A sua proposta de construção europeia ia muito no sentido de uma Europa das Nações, isto é uma Europa de configuração intergovernamental.
Defendia que os Estados Nação eram as únicas entidades legítimas da comunidade internacional, pelo que não reconhecia essa legitimidade, pelo menos no mesmo plano, às Organizações Internacionais. Para ele, de Gaulle, as Nações deveriam cooperar e concertar posições.
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A construção europeia poderia conduzir eventualmente a uma Confederação, mas nunca a uma Federação. Defendia que a Europa deveria ser independente dos Estados Unidos e afirmar-se por si própria no sistema de Estados.
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Na minha opinião, Kalergi e Briand destacam-se, de todas as figuras aqui descritas, pela riqueza e diversidade de caminhos e soluções apontadas, não só para a Europa – Kalergi, como para o Mundo – Aristide Briand.
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Aristide Briand encarnou uma União da Europa fundada na normalização das relações franco-alemãs e inscrita num projecto universal de verdadeira Sociedade das Nações.
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Kalergi é reconhecido, por várias personalidades, como o grande precursor no século XX, da ideia europeia.
Fez o percurso do federalismo em direcção à cooperação intergovernamental, ao longo da sua vida. Na sua última fase juntou-se a De Gaulle na defesa da criação de um modelo de cooperação intergovernamental, o qual viria a ficar conhecido como o modelo da Europa das Nações.
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Começou por lançar a ideia da Pan-Europa como “l’union politique et économique de tous les Etats Européens, de la Pologne au Portugal, en une Fédération de Nations”, e funda, com Aristide Briand a União Pan Europeia que contava ainda, entre outros, com Konrad Adenauer, futuro Chanceler da República Federal da Alemanha.
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Em 1947 Kalergi fundou a União Parlamentar Europeia (UPE), juntamente com Altiero Spinelli.
Queriam criar condições para reunir uma Assembleia Constituinte europeia que, com uma legitimidade popular, pudesse elaborar uma verdadeira Constituição para a Europa, com novas instituições e transferências de competências, a exemplo da Convenção de Filadélfia de 1784.
...
Em 1946, Kalergi desafia, por carta, os Deputados dos vários parlamentos, dos vários países, a pronunciarem- se a favor ou contra a ideia de convocar a dita Assembleia Constituinte, que efectivamente ele chega a convocar, dada a receptividade encontrada, para Gstaad em Setembro de 1947. Era a tentativa de se criar uma da Europa unida politicamente, pela via Parlamentar.
....
CONCLUSÃO
Foram estes, em suma, aqueles que são considerados os iniciadores mais importantes do processo de construção europeia do pós-guerra.
Considerei ser importante começar pela sua breve apresentação para que se entenda um pouco melhor a marcha dos acontecimentos, através dos anos, e os caminhos que o processo tem tomado.
Para se entenderem melhor as diferenças e pontos comuns entre as várias visões e modelos do “projecto” europeu.
...
A sociedade é constituída por seres humanos. Alguns, dos mais influentes, deixam a sua marca através das ideias que geram.
Outros, deixam a sua memória pelos projectos que criam e que conseguem lançar, como ideia. Ainda outros, ficam na história pelas obras que conseguiram realizar.
...
Encontramos dos três tipos neste rico grupo de personalidades.
Rico pela sua capacidade, pela diversidade de opiniões e de pontos de vista que expressaram.
...
Hoje o diálogo sobre a forma de organizar a União Europeia do Séc. XXI, continua a ser enformada pelas várias ideias e modelos dos fundadores das Comunidades Originais.
Discussão que ainda não terminou e que é acesa em muitos países, que não pode ser conotada com os tradicionais posicionamentos políticos - direita ou esquerda, antes é transversal na sociedade, mas que em Portugal está relegada ao silêncio.
Até quando?
...
Miguel Mattos Chaves
(Texto retirado do livro “Portugal e a Construção Europeia – Mitos e Realidades”, da autoria de Miguel Mattos Chaves, Ed. Sete Caminhos – Lisboa – Maio de 2005)

28 março 2015

Sinto-me Insultado por esta manobra do Governo...

PERGUNTA ....
O 1º Ministro e a Ministra das Finanças anunciavam há 1 ou 2 meses que o Deficit deste ano seria de 3,3% e a UE dizia que seria de 3,7% ou estou com o "primo alemão" ?
...
Agora vê-se que o Deficit é de 4,5% e o Governo diz que é abaixo do previsto.
......
É brincadeira, irresponsabilidade ou puramente uma atitude de desrespeito pelos Portugueses e um insulto às suas capacidades mentais ?
...
Para mim, nitidamente, estão a jogar com uma verdade:
- A Memória Política dos Portugueses;
- A Memória Política do Eleitorado Português;
é de apenas cerca de 2 meses.
Há muito que se sabe disto.
...
Responda quem souber;
Responda quem quiser;
...
Por mim sinto-me insultado por esta manobra política do Governo.
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Militante e ex-dirigente nacional do CDS-PP

26 março 2015

1º Candidato a Presidente da República

HENRIQUE NETO - 1º Candidato a Presidente da República
...
Apesar de eu não ser socialista, nem de esquerda, saúdo a coragem e o acto cívico e responsável de um Homem Português que está farto do "sistema" vigente de compadrio e de aprisionamento da sociedade portuguesa.
...
Conseguiu reunir um grupo de pessoas da sociedade civil, conseguiu angariar algum dinheiro para fazer funcionar a sua candidatura cívica....
...
Ouvi-o falar no programa "Negócios da Semana" e gostei de o ouvir.
Muitas das ideias que expressou, tenho-as escrito há vários anos.
...
É um ex-empresário com trabalho comprovado na vida real.
...
Como português fico satisfeito por alguém avançar sem se preocupar com o seu partido e sem se preocupar com eventuais "licenças" dos dirigentes do mesmo.
...
A primeira impressão é boa. E melhor ainda fica quando vejo os dirigentes do PS recorrerem ao insulto ou ao aparente desprezo. Isso revela medo de perder os lugares que têm tido à custa do país sem o servirem.
...
Vou seguir atentamente o que diz e propõe, apesar de não ser do seu quadrante político.
...
É esta a minha atitude face a esta "pedrada no charco" prefigurada por esta candidatura.
...
O "sistema" tem que ser confrontado por pessoas com experiência de vida e de trabalho.
Parabéns Henrique Neto pela sua atitude.
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

25 março 2015

A base histórica - os PRECURSORES da actual União Europeia (3ª PARTE)
(Continuação)
...
O grupo dos “Políticos” era constituído por quatro democratas-cristãos e por um socialista.
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Eram eles, respectivamente, Konrad Adenauer da Alemanha, Alcide de Gasperi da Itália, Robert Schuman da França, Paul Van Zeeland da Bélgica e por Paul Henri Spaak, também da Bélgica.
Konrad Adenauer (1876-1967) nasceu em Colónia no dia 5 de Janeiro de 1876, era licenciado em Direito, católico praticante, fez uma carreira política brilhante, de início no âmbito do poder local, terminando-a, mais tarde, como Chanceler da República Federal Alemã.
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Em 1920 foi eleito Presidente do Conselho de Estado da Prússia. Durante a 2ª guerra não saiu da Alemanha o que lhe custou ser demitido de todas as funções que ocupava. Em 1948 foi eleito Presidente do Conselho Parlamentar encarregue de elaborar a Lei Fundamental da nascente República Federal Alemã. Em 1949, em resultado das eleições, o Presidente Theodor Heuss propô-lo para Chanceler.
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Alcide de Gasperi, (1881-1954) frequentou o curso de Filosofia em Viena de Áustria e foi jornalista do “La Vocce Cattolica”, órgão oficial da diocese de Trento. Fundou em 1945 um Partido reunindo conservadores, católicos e cristãos sociais. Após a vitória aliada, de Monte Cassino, formou-se um gabinete governamental no qual De Gasperi foi Ministro Sem Pasta e posteriormente Ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 1945 formou o seu primeiro Governo. Em 1946 e em Junho de 1953 voltou a haver um Governo, da Itália, presidido por Alcide De Gasperi.
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Robert Schuman (1886-1963), nasceu em Clausen, no Luxemburgo. Doutor em Direito, foi eleito deputado em Outubro de 1919 pelo bloco católico/conservador.
Em 1946 é nomeado Ministro das Finanças de França. Autor de um documento muito importante e relevante para a construção europeia do pós-guerra, inspirado por Monnet, que ficou com o seu nome: A Declaração Schuman.
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Paul Van Zeeland (1893-1973) foi primeiro-ministro da Bélgica entre 1935 e 1937 e fundador, em 1946, da Liga Europeia de Cooperação Económica; era apologista de uma Europa das Nações de carácter intergovernamental. Apoiava a construção europeia feita pela via económica. Era muito reticente face às propostas de haver uma delegação de soberania, em matéria de política e de defesa. Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica entre 1949 e 1954, num período fundamental da história europeia.
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Paul Henri Spaak (1899-1972) nasceu em Bruxelas onde fez os seus estudos, tendo-se licenciado em 1921, em Direito, pela Universidade Livre de Bruxelas. Em 1936 foi proposto por Van Zeeland para Ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 1940 saiu da Bélgica para Londres, via Espanha e Portugal, onde participou nas negociações que iriam dar lugar ao tratado de fundação do Benelux, de 5 de Setembro de 1944, que apenas entrou em vigor em Janeiro de 1948, devido ao desenrolar da guerra.
Em 1945 foi o Chefe da delegação Belga à Conferência de São Francisco, na qual foi elaborada a Carta das Nações Unidas e o Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça. Em 1946 foi eleito Presidente da 1ª Assembleia Geral da ONU. Entre 1957 e 1961 foi Secretário-geral da O.T.A.N.
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Na 4ª Parte falarei dos federalistas e as conclusões.
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(CONTINUA)
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves

Onde estamos? Para onde Vamos ?

REFLEXÃO – 25-03-2015
O ESTADO da NAÇÃO PORTUGUESA (cidadãos portugueses)
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Ao observar os comportamentos e atitudes de vários grupos de integrantes da Nação Portuguesa, face ao real ou possível surgimento de Novas Figuras, Novas Pessoas, Novas Organizações, que pretendam contribuir activamente para a mais que necessária renovação e mudança do Sistema Político, em Portugal, surgiu-me a vontade ...de partilhar convosco alguns pensamentos.

Vamos então por partes e analisemos alguns grupos que fazem parte da nossa sociedade e as suas atitudes e comportamentos face a este tema:

1.)- Em primeiro lugar os comportamentos e atitudes da actual classe política, agrupada e dominada pelo PSD e pelo PS:
- Se surgem pessoas com ideias diferentes;
- Se surgem pessoas com propostas que contrariam os modelos vigentes;
- Mesmo que saibam e tenham consciência de que falharam no proporcionar de bem-estar aos portugueses e falharam na afirmação de Portugal no Sistema Internacional;
Essas pessoas são logo apelidadas com vários epítetos, que se destinam a desencorajar as mesmas de voltarem a falar ou de voltarem a expor as suas propostas.
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1.1.- Vejamos alguns dos epítetos tão em voga nos meios partidários, destinados a destruir a reputação de quem se atreva a ter ideias próprias, que contrariem minimamente o “pensamento do líder” (já agora, ... mesmo que o mesmo seja de fraca qualidade), mesmo que solidamente estudadas e estruturadas:
- É maluco;
- Não presta;
- Tem a mania que sabe;
- É um extremista;
- É um fundamentalista;
- Está contra nós;
Isto tudo nas costas das pessoas que se atreveram a dar a sua contribuição e/ou que não pertencem ao núcleo de amigos pessoais ou dos que esperam benesses do líder em funções.

1.2.- Ou no máximo da cortesia ouvirão:
- É um lunático;
- Tem boas ideias mas que não são possíveis de por em prática.
Mais uma vez, “os fiéis” espalhando estes epítetos nas costas das pessoas, tentando assim desacreditá-las bem como às suas ideias.

2.)- Em segundo lugar os comportamentos e atitudes dos “comentadores e jornalistas do regime”:
- Se surgem pessoas ou organizações novas, que tentam entrar no sistema;
- Se surgem essas pessoas com ideias claras, mas diferentes do denominado “políticamente correcto” leia-se diferentes do que o centrão dos interesses defende;
- Se aparecem novas pessoas, novas propostas, ainda que estudadas e estruturadas;
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OU há um silêncio absoluto face a essas pessoas, isto é, não são de forma nenhuma convidadas para exprimirem as suas ideias publicamente através dos órgãos de comunicação social (sobretudo nas TV’s pública e privadas);
OU, convidam, em raros casos, porque é “chique” convidá-los (ex-líderes, etc);
OU convidam porque representam interesses económicos (sobretudo dos anunciantes) ou estão ligados a eles

2.1.)- Logo se apressam estes interventores em classificar os que se atrevem, com os seguintes epítetos:
- É um extremista;
- É um fundamentalista;
- Ninguém o/a conhece, não interessa;
O mais recente exemplo é o epiteto colado, pela classe jornalística e comentarista do regime, ao Partido da Direita Grega, que se coligou com o Syrisa, e que é constituído por pessoas que saíram da Nova Democracia de Samaris (anterior 1º Ministro) e que portanto são tudo menos extremistas ou fundamentalistas.
Mas como se aliaram a um partido de esquerda logo foram insultados pela esquerda (de má consciência) e pela direita (envergonhada pela aliança).

Isto complementado, (conforme o partido da simpatia do jornalista ou do comentador) por:

a.) Pela Esquerda, e pelos defensores do Centrão dos interesses (PSD e PS), se essas pessoas ou organizações pensam à direita:
- São perigosos neo-fascistas;
- São racistas, xenófobos (mesmo que não seja na verdade);
- São da extrema-direita e logo nocivos à democracia (mesmo que isso não seja verdade);
- São um perigo para a Europa (este argumento muito na moda agora);
- Não podem ser admitidos na legalidade do sistema democrático;
Etc….

b.) Pelos defensores do Centrão (PSD e PS), se essas pessoas ou organizações pensam à esquerda:
- São da extrema-esquerda, logo perigosos;
- E dinheiro para fazer o que dizem?
- Logo nos levariam à ruína;
Etc…
….
2.2.)- Ou no máximo da cortesia ouvirão, de um lado e do outro:
- Tem, ou têm, boas ideias mas que não são possíveis de por em prática;
- Se tivessem que governar não poderiam por em prática o que propõem;
- Não são coerentes;
- São irresponsáveis;
Etc…

A Vantagem, nestas atitudes destes actores políticos (que se afirmam como não políticos, embora façam política todos os dias, em todos os comentários que produzem) é expressarem estes epítetos às claras, de forma pública (ao contrário dos membros do núcleo de amigos ou dos que esperam benesses do líder em funções nos partidos).
Mas isto feito em nome da denominada “liberdade de imprensa” inatacável e sacrossanta mesmo que utilizada para destruir injustamente a reputação das pessoas ou organizações em causa, com total impunidade.

3.)- Em terceiro lugar os comportamentos e atitudes dos portugueses em geral:
3.1.)- Ou desistem de participar abstendo-se (votando na prática no mais votado, com a desculpa de que assim penalizaram os políticos que ficarão a saber que não se interessam, o que não corresponde minimamente à realidade);
3.2.)- Não apoiam Novos Partidos, com Novas Pessoas, com Novas Propostas pois acreditam nos dois primeiros intervenientes quando lhes dizem que “Não Há Alternativa”, o que é a mais pura das mentiras destinadas a proteger os Partidos que já existem e que nos trouxeram até aqui.
3.3.)- Ou seguem cegamente o seu “clube” sejam quais forem as propostas do mesmo;
3.4.)- Ou tendem a acreditar em tudo o que os comentadores e os “líderes” lhes vendem sem qualquer espírito de análise ao que lhes propõem;
3.5)- Ou vão lutando como podem, organizando-se ou não, contra esta situação, quer:
- OU - Mudando o seu voto, (em direcção aos Votos em Branco, Nulos, noutros Partidos, ou em Novos Partidos);
- OU - Exprimindo as suas críticas por todos os meios;
Com esperança que novos dias e melhores dias venham.
….
4.)- NOTAS FINAIS:
E chegámos a esta situação de bloqueio que me leva a pensar que este sistema político está à beira do seu fim.
Realmente não é possível mudar sem Novos Intervenientes dada a falta de qualidade dos existentes.

Não sendo eu de esquerda fez-me muita impressão a forma como tem sido tratado pelo Sistema (Dirigentes Políticos, Jornalistas, Comentadores) a recente candidatura do Dr. Henrique Neto á Presidência da República.
O seu próprio partido (o PS) “olimpicamente” disse:
- Não tenho nada a ver com isso (palavras do pretendente a 1º Ministro);

Com isto o líder do PS, disse na verdade: quero lá saber. Ele não tem hipótese nenhuma, não lhe liguem!
Registo a enorme falta de respeito dos dirigentes do PS por uma figura do seu próprio partido que se “atreveu”, como é o direito de qualquer cidadão português, a avançar para uma candidatura, com projecto próprio para Portugal.
Mesmo não indo votar nele revolta-me este tipo de atitudes.

5.)- CONCLUSÃO
Não sei quando;
Não sei como,
Não sei que regime virá a seguir;

MAS
Sei que isto não pode continuar assim;
E SEI que TODOS temos que pensar bem antes de nos demitirmos de SER cidadãos conscientes e interventores e que pensam pela sua própria cabeça;
….
São estas minhas interrogações e apreciações que agora partilho convosco para juntos podermos:
- Achar o caminho que MUDE esta situação;
- Começar a organizar algo que MUDE Portugal;
Para bem de TODOS nós, portugueses.

Criticar é fácil;
Precisamos de FAZER.

Portugal precisa de um Plano Estratégico Nacional e de Novas Ideias para singrar.
Tenho dado a minha contribuição, como sabem.
Mas sozinho .....
...
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
 

23 março 2015

os PRECURSORES da actual União Europeia (2ªPARTE)

A base histórica - os PRECURSORES da actual União Europeia (2ªPARTE)
(Continuação)
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"Sem se conhecer a origem dos factos, certos acontecimentos ficam com uma explicação incompleta e parcial".
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Publico hoje a 2ª PARTE de três, de forma a dar uma breve contribuição para o conhecimento geral dos precursores da "construção europeia", da história sobre o “quem foi quem” na Fundação das Comunidades Originais (CECA, CEE e CEEA), hoje União Europeia.
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Vimos na 1ª Parte quem foram os Precursores Ideológicos: Conde Coudenhouve Kalergi e Aristide Briand.
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Hoje veremos os membros do 2º grupo:
Das “Éminences Grises”, o mais famoso é sem dúvida, pelo menos no nosso país, Jean Monnet (1888-1979).
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Não resisto a aprofundar um pouco esta denominação curiosa.
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O termo, “Éminences Grises”, que em português tem o seu correspondente de “Eminência Parda”, terá sido introduzido no léxico político pelo padre Joseph Le Clerc du Tremblay (1577-1638) que foi conselheiro do Cardeal Richelieu. A sua influência oculta, das vistas do grande público, que parecia exercer sobre o Cardeal, valeu-lhe o cognome de “Éminence Grise” na Côrte francesa da altura.
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Esta expressão atravessou os tempos dado que, qualquer que seja a época, a política permanece tanto como a arte de agir na sombra, como a capacidade de decidir às claras.
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Uma espécie de aura misteriosa paira sobre estes personagens que exercem, na realidade, um poder, muitas vezes, superior ao atribuído às figuras públicas.
Um dos mais famosos “homens da sombra”, da construção europeia foi Jean Monnet.
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Menos conhecido foi Joseph Retinger.
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Eram homens com uma agenda de contactos muito preenchida e, sobretudo, de homens de acção. Homem que souberam, e sabem, (porque este tipo de figuras continua a existir) construir uma rede de contactos influente e activa, de forma a servirem os interesses que elegem em cada momento, como importantes.
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Nascido numa família de produtores da região francesa do Cognac, Jean Monnet desde cedo começou o seu périplo pelo Mundo para vender o produto da família – o Cognac - o que lhe trouxe algumas vantagens pois proporcionou-lhe uma rede de contactos diversificada e importante, um traquejo de negociação a nível internacional, e o domínio da língua internacional dos negócios que era, e continua a ser, a inglesa.
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Iniciou a sua carreira política em 1914 como Secretário-geral - Adjunto da Sociedade das Nações, carreira que interrompeu em 1923 para se voltar a ocupar dos negócios familiares.
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Em 1926 lançou-se na finança internacional como presidente de um banco de investimentos americano, em França.
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Esta função permitiu-lhe alargar os seus contactos, que lhe viriam a ser muito úteis no pós-guerra, para obter o indispensável apoio americano à construção europeia.
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Estabeleceu, por exemplo, relações de amizade com John McCloy, (futuro Alto Comissário na Alemanha em 1945), John Foster Dulles, (futuro Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Eisenhower, na década de 1950), e outros. Entra outras iniciativas que tomou, deslocou-se a Varsóvia em 1926, com uma equipa de que fazia parte René Pleven, (futuro primeiro-ministro de França), cuja importância para o processo de construção europeia, veremos adiante.
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Jean Monnet conseguiu influir no processo do projecto europeu de uma forma eficaz.
Fê-lo através do lançamento de algumas iniciativas, suas e do grupo que conseguiu reunir à sua volta, junto dos governantes dos diversos países sobretudo dos mais importantes como a Alemanha, França, EUA e Grã-Bretanha.
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Foi, digamos assim, um dos “motores” que “empurrou” o processo, fazendo passar os planos e as ideias, para o concreto.
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Joseph Retinger polaco, nasceu em Cracóvia em Abril de 1888 onde viveu até 1906 ano em que foi para Paris para tirar o seu Doutoramento em Letras.
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Em 1911 mudou-se para Londres onde iniciou, no período da 2ª grande guerra, a sua luta pela independência da Polónia formando um governo no exílio.
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Ao mesmo tempo que combatia pela Polónia lançou a ideia de uma Europa Federal, entre os governantes dos países do leste europeu.
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Em Agosto de 1947, no Congresso da União Europeia Federalista realizado em Montreux, teve a ideia de reunir um grande Congresso da Europa, que viria a ter lugar em Haia e de que adiante se falará mais em detalhe.
(CONTINUA)
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves